segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Lição 2 O Propósito do Fruto do Espírito



Lição 2 O Propósito do Fruto do Espírito
8  de  Janeiro de 2017

Texto Áureo
(Mateus 3.8)
"Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento."

Verdade prática.
Somente através de uma vida espiritual frutífera o crente poderá glorificar a Deus.

Leitura diária.
Segunda - Jo 15.16 Fomos escolhidos e separados do mundo para dar fruto para Deus.
Terça - Gn 1.11 O fruto identifica a espécie a que pertence a árvore.
Quarta - Is 57.19 Louvor e adoração, o fruto dos lábios
Quinta - Fp 1.11 Frutos de justiça para o louvor de Deus
Sexta - Mt 3.10 A árvore que não produz bons frutos será cortada
Sábado - Mc 4.20 Os discípulos de Cristo produzem frutos

Leitura Bíblica em Classe.
Mateus 7.13-20
13 - Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14 - E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.
15 - Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
16 - Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
17 - Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.
18 - Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons.
19 - Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
20 - Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.

Objetivo geral.
Compreender o real significado da frutificação espiritual.

Hinos sugeridos: 83, 203, 252 da Harpa Cristã

Objetivos específicos.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Mostrar que uma vida controlada pelo Espírito requer de nós um viver santo e uma verdadeira comunhão com Deus;
Saber que o Espírito Santo molda o nosso caráter para sermos como Cristo;
Apresentar o propósito do fruto e a necessidade de se ter uma vida produtiva.

Interagindo com o Professor.
Professor, na lição de hoje estudaremos o propósito do fruto do Espírito. Este assunto é tão importante que o próprio Jesus reservou um tempo para ensinar a respeito da árvore e seus frutos, ou seja, cada árvore deve produzir frutos condizentes com sua espécie. Claramente Jesus buscava ensinar seus seguidores a terem cuidado com os ensinamentos que divergiam do seu: pelos frutos conhecemos aqueles que falam a verdade de Deus e aqueles falsos mestres enganadores. Hoje não é diferente. Devemos examinar não só as palavras dos mestres, mas também as suas atitudes. Da mesma maneira que existe uma relação entre as árvores e o tipo de fruto que produzem, aqueles que ensinam o que é correto têm um bom comportamento e um caráter elevado; procuram viver de acordo com as verdades das Escrituras. Cuide para que seus frutos sejam condizentes com seu ensino.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos o propósito do fruto do Espírito. Nas Escrituras Sagradas, o vocábulo fruto tem muitos significados que podem ser utilizados para designar nossas ações e motivos. Veremos que Jesus, nosso Salvador, morreu e ressuscitou para nos ensinar o valor de uma vida frutífera (Jo 12.24). Nós somos fruto do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, logo temos a responsabilidade de frutificar para a glória de Deus. 

Ponto central.
Glorificamos a Deus quando produzimos frutos condizentes com a vida cristã.

I - A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO

1. O que significa ser controlado pelo Espírito? Significa ser cheio do Espírito Santo diariamente, não somente aos domingos (Ef 5.18). Se quisermos viver de modo a agradar a Deus e produzir frutos para a sua glória, precisamos cumprir o imperativo bíblico registrado em Efésios 5.18: "[...] Mas enchei-vos do Espírito". O verbo encher aqui remete também a ser controlado, dominado, de modo que a pessoa não tem mais vontade própria. Quando somos controlados pelo Espírito Santo, os nossos pensamentos, ações e vontades passam a ser conduzidos por Ele.  É lamentável, mas infelizmente muitos crentes não buscam mais o poder do Espírito Santo, pois estão mais preocupados com os bens desse mundo. Jesus nos advertiu a respeito de juntar tesouros na terra e não no céu (Mt 6.19,20). 

2. Um viver santo. O Espírito Santo nos ajuda a ter uma compreensão melhor de Deus e do seu Reino. Ele deseja nos ensinar a viver em novidade de vida, em santidade, mesmo habitando em um mundo corrompido pelo pecado e dominado pelo Inimigo (1 Co 2.10-15). Para que uma planta produza frutos ela precisa alcançar um determinado nível de maturação; isso também ocorre com o crente (Ef 4.13). Esse nível de crescimento e maturação só pode ser alcançado com a ajuda e a ação do Espírito Santo. A vida frutífera é para os "maduros". Quando os anos passam e o crente não alcança a maturidade espiritual, ele se torna vulnerável ao pecado e a todo vento de doutrina, sendo enganado pela astúcia dos que alegam falar em nome de Deus (Ef 4.14).

3. A verdadeira comunhão. Você deseja ter uma vida de comunhão com Deus? Então invista tempo no seu relacionamento com Ele (Os 6.3). Ore,  jejue e adore ao Senhor. A comunhão com Deus vai gerar em nós frutos excelentes que evidenciarão que o Pai habita em nós. Jesus ordenou que seus discípulos fossem para Jerusalém para serem revestidos de poder (At 1.8). Ele sabia que, para dar continuidade à sua obra e produzir bons frutos, os discípulos precisariam desse revestimento de poder.

SÍNTESE DO TÓPICO I
Uma vida controlada pelo Espírito produz em nós um viver santo e uma verdadeira comunhão com Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Em Efésios 4.17-5.20, Paulo estabeleceu o contraste entre o 'antes' e o 'depois' da vida dos crentes. Embriagar-se com vinho era associado com o antigo modo de vida e seus desejos egoístas, terminando, por fim, em contenda. Isto não tem lugar na vida dos crentes. Além do mais, de acordo com Paulo, nós não precisamos do álcool, pois podemos nos encher do Espírito, deixando que Ele nos controle. Paulo comparou a atitude de se embriagar com vinho, que faz com que uma pessoa desfrute um êxtase temporário, com o ser cheio do Espírito, que produz uma alegria permanente. O foco das palavras de Paulo aqui não é tanto a proibição contra a embriaguez, pois os crentes provavelmente já o haviam entendido, mas incitá-los a estarem continuamente cheios do Espírito e a viverem nEle. Todo mundo pode dizer quando uma pessoa está embriagada. Suas ações tornam isso óbvio. De maneira semelhante, a nossa vida deve estar tão completamente sob o controle do Espírito, que as nossas palavras e ações mostrem, sem qualquer dúvida, que estamos cheios da presença do Espírito Santo de Deus" (Comentário do Novo Testamento: Aplicação pessoal. 1.ed.Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.345).

CONHEÇA MAIS
*Fruto
"O termo 'fruto' é frequentemente usado de forma simbólica. As crianças são mencionadas como frutos (Êx 21.22; Sl 21.10) em frases como 'o fruto do ventre' (Sl 127.3; Dt 7.13; Lc 1.42) e o 'fruto do corpo' (Sl 132.11; Mq 6.7). O louvor é poeticamente descrito como fruto dos lábios (Is 57.19; Hb 13.15), e as palavras de um homem são chamadas de 'fruto da boca' (Pv 12.14; 18.20).
O termo 'fruto' é aplicado às consequências das nossas ações e motivos: 'Comerão do fruto do seu caminho (ou procedimento)' (Pv 1.31; Is 3.10).  Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p. 824.

II - O FRUTO DO ESPÍRITO EVIDENCIA O CARÁTER DE CRISTO EM NÓS

1. O que é caráter? Segundo o Dicionário Houaiss, é a "qualidade inerente a um indivíduo, desde o nascimento; temperamento, índole." Nossas ações e frutos identificam o caráter de Cristo em nós. Quem pela fé recebe a Jesus Cristo como Salvador passa por uma transformação interior,  recebendo uma nova vida, ou seja, uma nova maneira de pensar e agir (2 Co 5.17). O caráter de Cristo é evidenciado em nossas vidas por nossas ações.

2. Caráter gerado pelo Espírito Santo. O Senhor Jesus afirmou que o Espírito Santo habitaria em nós (Jo 14.17). Ele, em nós, faz com que a nossa natureza adâmica seja destronada. O velho "eu" morre, por isso,  temos condição de negarmos a nós mesmos (Mt 16.24). Precisamos ter consciência de  que o Espírito Santo trabalha em nós, não somente para nos conceder dons e talentos, mas para nos transformar. Infelizmente, muitos não dão lugar ao Espírito, impedindo que Ele os transforme. O Consolador trabalha em nós à medida que lhe permitirmos. Deixe o Consolador transformar todo o seu ser.

3. Um novo estilo de vida. Viver em novidade de vida não é fácil, pois o caminho que conduz a Jesus Cristo é  apertado e exige renúncia (Mt 7.14).  Infelizmente, muitos estão pregando um pseudoevangelho que não exige mais renúncia e nem mudança de vida. Não podemos concordar com os falsos ensinos e os falsos discursos que têm sido disseminados, em especial nas redes sociais. Jesus disse que os falsos profetas têm roupas de ovelhas, mas são harpagês, isto é, são como aves de rapina, logo precisamos ter cuidado (Mt 23.25). O alvo deles é destruir o rebanho do Senhor e impedir que venhamos alcançar a vida eterna. Muitos, sob a influência de Satanás, estão operando  sinais e prodígios, imitando as obras de Cristo, porém seus frutos revelam que não pertencem a Jesus Cristo.
Como identificar o crente autêntico? Ele pode ser identificado não por aquilo que possui, mas por aquilo que é. Suas ações precisam revelar que ele está em Jesus Cristo (Jo 15.4). Lembre-se: não se conhece uma árvore pelas folhas, mas sim pelos frutos.

SÍNTESE DO TÓPICO II
É através de suas ações que o cristão evidencia o caráter de Cristo em sua vida.

SUBSÍDIO DEVOCIONAL
"'Por seus frutos os conhecereis' (Mt 7.15-23)
Ao longo das Escrituras, o fruto é um símbolo da obra transformadora de Deus nos crentes (cf. Is 5.1-7; Jo 15.1-11; Gl 5.22,23). Embora o nosso relacionamento com Deus seja 'secreto', o produto desse relacionamento é altamente visível! Mas aqui Jesus falou de reconhecer os falsos profetas pelo fruto amargo. Ele não sugeriu que começássemos a apertar o fruto dos crentes para ver se era bom! Talvez a razão seja o fato de que o bom fruto precisa de tempo para amadurecer. A vida cristã produzirá bons frutos - mas levará algum tempo para que esses frutos amadureçam. Devemos dar aos outros - e a nós mesmos - o tempo necessário para que o fruto de Deus amadureça, em vez de exigir evidências imediatas da sua obra em nossa vida" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 561).

III - TESTEMUNHANDO AS VIRTUDES DO REINO DE DEUS

1. O propósito do fruto. Você não foi salvo para somente frequentar a igreja, mas para revelar Cristo ao mundo por intermédio de um viver santo, justo, em meio a uma sociedade comprometida pelo  pecado (Fp 2.15). Fomos "retirados" do mundo para que sejamos testemunhas (Is 43.10). Você foi chamado para ser "luz" do mundo e "sal" da terra (Mt 5.14,15). Porém, não adianta pregar o Evangelho de Cristo e não viver segundo os princípios do Reino (Mt 5. 1-12). Você precisa viver aquilo que prega e ensina se deseja uma vida e ministério frutíferos. 

2. Uma vida produtiva. O crente precisa ter uma vida espiritual frutífera para que não seja arrancado, ceifado (Jo 15.2). Quando um galho é cortado e não é imediatamente enxertado, ou replantado, seca e morre. Você tem produzido frutos ou sua vida está como um galho seco? Nossos frutos revelam que pertencemos a Cristo e o quanto aprendemos com o Ele (Lc 6.40; Jo 15.8).

3. O que fazer para manter a produtividade? Um bom agricultor se preocupa com o plantio, com o cultivo e com a produção de fruto. Para que a lavoura tenha um bom desenvolvimento, o agricultor precisa adubar a terra, regar as sementes e retirar as ervas daninhas. É preciso investimento financeiro e muito trabalho. Nós também temos um Pai que cuida de nós para que venhamos a frutificar (Jo 15.1-5). Isso significa que algumas vezes somos "podados", ou seja, passamos por aflições e dificuldades. As aflições não são para nos destruir, mas contribuem para que venhamos nos tornar pessoas mais fortes, capazes de produzir frutos em abundância.

SÍNTESE DO TÓPICO III
O cristão deve frutificar sempre a fim de ter uma vida que glorifique a Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A frutificação espiritual segue o mesmo princípio da frutificação que está revelado no primeiro capítulo de Gênesis (Gn 1.11). 'João Batista, precursor do Messias, exigiu dos seus convertidos: 'Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento' (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio deixando claro aos seus seguidores que para darem fruto exuberante para Deus, necessário é que antes cresçam em Cristo e nisso perseverem seguindo os ensinos da Palavra de Deus. Boas condições de crescimento e desenvolvimento da planta no reino vegetal, sem esquecer da boa saúde da semente e do meio ambiente ideal e da limpeza, são elementos indispensáveis para a boa frutificação. É também o que ocorre no reino espiritual, na vida do crente, na Igreja, para que haja em todos nós fruto abundante para Deus" (GILBERTO, Antonio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 17).

CONCLUSÃO
Precisamos ter uma vida frutífera e para isso precisamos estar ligados à Videira. O propósito dos frutos é glorificar ao Pai: "Nisto é glorificado meu Pai; que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos"(Jo 15.8). Busque ter um relacionamento pessoal com Cristo, seja cheio do Espírito Santo e produza muitos frutos para a glória de Deus.

PARA REFLETIR
A respeito do propósito do fruto do Espírito, responda:

O que significa ser controlado pelo Espírito Santo?
Significa ser cheio do Espírito Santo diariamente.

Segundo a lição, o que é necessário para que a planta produza frutos?
Para que uma planta produza frutos ela precisa alcançar um determinado nível de maturação.

O que os discípulos precisavam para produzir bons frutos e dar continuidade a obra de Jesus?
Os discípulos precisariam ser revestidos de poder.

Como podemos identificar uma árvore?
Através dos seus frutos.

O que é caráter?
Segundo o Dicionário Houaiss, é a "qualidade inerente a um indivíduo, desde o nascimento; temperamento, índole."

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 69, p. 37.  Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA

Teologia do Novo Testamento
Esta obra oferece uma nova percepção e compreensão da disciplina teológica.

Léxico Grego do Novo Testamento
Para se estudar uma língua de maneira crítica e filológica deve-se seguir a trajetória de uma palavra.

Guia do Leitor da Bíblia
Um guia com informações e análise de cada capítulo da Bíblia.

Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, As Obras da Carne e o Fruto do Espírito – Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente, Comentarista Osiel Gomes, 1º trimestre 2017.


Lição 2 Deus quer realizar grandes milagres em nossa vida.



Lição 2 Deus quer realizar grandes milagres em nossa vida.
8 de Janeiro de 2017

Texto Áureo
Habacuque 2.3
“Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará”.

Verdade Aplicada
A visão dada por Deus é como uma semente que necessita de tempo para amadurecer. Tanto o que somos quanto o que iremos realizar dependerá da fé que projetarmos nessa visão.

Objetivos da Lição
Ensinar que nossa vida determina nossa esfera de conquistas;
Mostrar que deus sempre age por caminhos seguros;
Esclarecer que Deus é sobrenatural e se revela sobrenaturalmente.

Glossário
Âmbito: Campo de ação ou de domínio; esfera;
Intento: Objetivo; intenção, propósito;
Veracidade: Qualidade ou atributo do que é verdadeiro; verdade.

Leituras complementares
Segunda Êx 13.17
Terça Sl 23.1-5
Quarta Is 55.8-9
Quinta Lc 4.18-19
Sexta Fp 2.15
Sábado 1Pe 2.5

Textos de Referência.
Êxodo 14.2-4, 17
2 Fala aos filhos de Israel que voltem e que acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o campo junto ao mar.
3 Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou.
4 E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim.

17 E eis que endurecerei o coração dos egípcios, para que entrem nele atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó, e em todo o seu exército, e nos seus carros, e nos cavaleiros.

Hinos sugeridos.
75, 328, 370

Motivo de Oração
Peça por proteção e perseverança da nova geração de cristãos.

Esboço da Lição
Introdução
1. Mudando a geografia da mente.
2. A estrada da liberdade.
3. Nova geração, novas diretrizes.
Conclusão

Introdução
Existem situações em nossas vidas que tudo parece estar ao contrário. Nesses momentos, devemos estar firmados na certeza de que o que Deus prometeu, Ele também é poderoso para cumprir.

1. Mudando a geografia da mente.
O capítulo 14 de Êxodo descreve uma das situações mais delicadas já enfrentadas pelo povo de Israel. O povo sobreviveu e a história se tornou o evento mais celebrado em toda a existência judaica. Eles viram a morte, mas Deus viu um marco na história.

1.1. A visão determina nosso alcance.
Toda conquista está relacionada à revelação que carregamos conosco. Deus não revela nada sem propósito, Ele deseja que avancemos, sempre de acordo com Suas orientações. Estamos nesse mundo para brilhar (Fp 2.15). Por esse motivo, precisamos entender os processos da vida, pois as realizações dependem da forma como entendemos esses processos. Quando Deus nos dá uma visão, Seu intento é que venhamos também realiza-la. Ao olhar na ótica divina, as coisas terão outro sentido, tanto para os possuidores da visão quanto para os que as observam (1Co 2.12).

Na ótica humana, o relato do capítulo 14 do livro de Êxodo parecia a derrota final para Israel. No entanto, na visão de Deus era o princípio de um marco histórico. O que eles viram como um inimigo destruidor, o Eterno viu como um grupo que testemunharia, mais uma vez, a manifestação do poder de Deus de Israel. E, hoje, mais do que nunca, essa história é tão real quanto nos dias em que aconteceu. Em termos práticos, visão é muito mais que enxergar com os olhos, é sentir na própria alma a realidade daquilo que não está fisicamente presente.

1.2. Um grande inimigo, uma grande vitória.
Um milagre desencadeia uma grande história. Porém, uma grande história jamais poderá desencadear um grande milagre. Quando, vivendo dentro da orientação do Senhor, Ele permite que nos defrontemos com situações perigosas ou grandes ameaças, é porque tem algo a nos ensinar e o Seu agir redundará em maior glória ao Seu Nome (Êx 14.13-14, 18). Infelizmente, somos uma geração acostumada a viver sem grandes milagres. Contamos boas histórias, falamos muito das coisas do passado, mas esquecemos que em nosso tempo Deus é Poderoso para continuar a operar grandes coisas (Hb 13.8).

Todos nós somos responsáveis por dar frutos (Jo 15.16). O eterno deus projetou um destino e uma missão para cada um de nós (Mt 28.18-20). O apóstolo Pedro diz que somos pedras que compõem o edifício de deus, pedras vivas e não mortas (1Pe 2.5). Pedras mortas até aumentam o volume de material na construção, mas não cooperam para o crescimento do edifício.

1.3. A visão correta.
As pessoas podem estar em um mesmo lugar e ver coisas diferentes (1Co 2.14-15). Dos doze espias, dez viram apenas os gigantes e as dificuldades, enquanto dois deles, Calebe e Josué, viram as possibilidades (Nm 14.7-9). Os israelitas haviam visto coisas tremendas, milagres que indicavam veracidade nas palavras dita por Deus. Eles não tinham motivos para duvidar, porque Deus anunciava antecipadamente o que ia realizar. Era uma questão de ter a visão correta das coisas ao redor. Deus é sobrenatural e não existe outro modo de caminhar com Ele, a não ser vivendo em esferas sobrenaturais (Mc 9.23).

Todos nós temos uma forma de perceber certas coisas. Esta maneira herdamos de nossos pais e de todos aqueles que influenciaram nossas vidas. Essa forma de perceber as coisas pode estar influenciada pelos temores e as limitações de nossos predecessores e também do ambiente que nos rodeia (1Co 15.33). Especialistas afirmam que tal influência pode gerar uma distorção em nossa capacidade de realização. Todavia, aqueles que possuem fé vivem em uma nova perspectiva de vida, de modo a não somente sonhar mas a realizar os projetos revelados por Deus.

2. A estrada da liberdade.
Depois de quatrocentos anos de escravidão, os israelitas caminham em liberdade e Deus vai se apresentando para eles em forma de milagres. O maior desafio de Moisés não foi tirar o povo do Egito. Sua maior batalha era tirar o Egito de dentro do povo.

2.1. O caminho da liberdade é mais longo.
A estrada que nos conduz à Terra Prometida tem percursos totalmente contrários aos que chamamos óbvios. Deus conduziu o Seu povo pelo caminho mais longo do deserto, perto do Mar Vermelho (Êx 13.18). O Mar Vermelho fazia parte do aprendizado que aquele povo deveria passar. A Jornada estava apenas começando e Deus queria ensinar valiosas lições a esse povo. A cada passo que Israel dava, Deus se manifestava de uma forma que pudessem entender que Ele estava presente. Quanto mais longo o caminho, maior será a glória revelada (Dt 29.29).

A impaciência nos faz agir a partir de nós mesmos. Nos momentos em que o nosso coração se sente apertado, pensando que é o fim, forças contrárias nos estimulam a fugir do aperto, a buscar um atalho para nos livrar, a procurar quem nos cure do abandono e nos tire do deserto. O povo de Israel vacilava em não acreditar que estava totalmente protegido. Adiante deles estava uma nuvem, que os refrescava durante o dia, e, à noite essa nuvem se transformava em uma coluna de fogo, para iluminar o caminho, a fim de que pudessem caminhar também durante a noite (Êx 13.21-22)

2.2. A estrada exige paciência e confiança.
Antes que o povo avançasse pelo caminho do mar, Deus ordenou que o mesmo retrocedesse (Êx 14.2). Mas qual seria o intento de tão estranha ordem, visto que Faraó vinha ao encontro de Israel para exterminar a todos? Deus faz seu líder entender o porquê (Êx 14.3-4). Nem sempre retroceder é perder. Às vezes, significa reorganizar.

Retroceder significa uma mudança de direção. Voltar tratava-se de um desvio súbito de direção ao sul, ao invés de continuarem marchando para o leste. De qualquer maneira, os egípcios iriam interpretar a ação como a incapacidade dos israelitas de encontrarem a rota direta para Canaã. Deus preparou o palco da derrota de Faraó. Na mente do monarca egípcio, o povo de Israel estava desorientado, perdido e confuso. Na mente dele, Israel parecia ter enveredado por um beco sem saída, já que o mar barrava o caminho à sua frente e o deserto o cercava em todas as outras direções. É importante ressaltar que Deus sempre deseja nos ensinar em tempos difíceis.

2.3. A estrada troca orgulho por dependência.
O povo de Israel estava com muito medo (Êx 14.10). Então, algo interessante acontece. Aqueles que caminhavam de forma orgulhosa e independente, agora clamam a uma só voz. É a primeira vez que aquele povo orgulhoso clama em massa. Não são raras as vezes em que o Senhor nos conduz a situações difíceis para confrontar nosso espírito orgulhoso e fazer brotar em nós uma dependência em Sua pessoa.

A maior luta do cristão é sempre entender a vontade e os caminhos traçados por Deus. O que eles viram como o fim, era apenas o começo. Se existe uma grande pressão sobre nós, e estamos sob os cuidados de Deus, isto é sinal de que o palco de uma grande vitória foi preparado para nós na presença de nossos inimigos (Sl 23). O povo de Israel pode, sem sombra de dúvida, ter “clamado” a Deus por ajuda, mas sua primeira reação, como aconteceu frequentemente no deserto (Êx 16.2-3), foi culpar Moisés. Tal atitude foi errada e bem humana. Várias e várias vezes nós nos reconhecemos em Israel. Deixemos o orgulho de lado e coloquemos a nossa vida em inteira dependência ao Senhor.

3. Nova geração, novas diretrizes.
O caminho aberto pelo meio do Mar vermelho revela não somente o que Deus é capaz de fazer por Seu povo, mas com Ele cria caminhos diferentes e extraordinários quando está a conduzir Seu povo com Sua potente mão. Ser aliado do Todo Poderoso é sempre a opção para quem deseja alcançar o cumprimento das promessas do Senhor.

3.1. O problema humano nunca foi externo.
“Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios?  Pois que melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto” (Êx 14.12). Essa palavra é sempre interpretada como incredulidade ou ingratidão, mas a situação era de pânico. Por um dado momento, esse povo temeu um sistema que durante anos o escravizou. Parece incrível, mas eles ainda estavam aprendendo a confiar em Deus. O Senhor, para eles, era apenas um sonho da liberdade. Embora Moisés lhes dissesse que Deus havia preparado tudo para que Faraó e seu exército sucumbissem, o conflito deles ainda era escrava. O seu maior inimigo eram os pensamentos que portavam dentro de si. Muito mais que tirá-los do Egito, o desafio era livrá-los do sistema escravo que havia em suas almas.

Infelizmente, nos nossos dias, muitas gerações vivem em conflito, a procura de uma libertação, porque internamente ainda são escravos (Lc 4.18-19). Há pelo mundo uma geração cheia de perguntas sem respostas, geração faminta e sedenta por Deus. É uma geração que necessita da verdadeira liberdade (Jo 8.32, 36).

3.2. Caminhos seguros.
Deus poderia ter resolvido o problema desde o momento em que enviou Moisés diante de Faraó. Mas por que motivo Deus age assim? Deus age com cada pessoa de acordo com o que planejou para ela. Ele não precisava pedir que Abraão sacrificasse Isaque, nem precisava sacrificar Seu Filho Jesus. Mas Ele estabelece regras, cria caminhos e em cada gesto Seu aprendemos mais e mais sobre a Sua grandeza (Is 64.4).

Deus nos chama para caminhar no sobrenatural e isto envolve confiar nEle, mesmo não entendendo, algo que paulatinamente vamos aprendendo, porque é de glória em glória que somos aperfeiçoados (2Co 3.18). Uma coisa é certa os caminhos de Deus são sempre seguros. Nada falha, nada dá errado. Seus pensamentos são altíssimos e Sua Palavra sempre exata (Is 55.8-9). Não há segredo! O caminho da bênção do cristão é obedecer ao Eterno Deus, mesmo quando tudo parece contrário.

3.3. Deus sempre criará uma saída para os Seus escolhidos.
Quando não havia mais saída, Deus abriu o mar. A diferença entre o natural e o espiritual é que o natural escraviza e o espiritual liberta. Deus é Espírito e onde estiver haverá liberdade (2Co 3.17). A vida sobrenatural só assusta a quem não conhece a Deus, porque Ele é sobrenatural e não trabalha no âmbito da lógica humana. Assim, a realidade de nossas vidas será determinada pelo nível de revelação que tivermos de Deus. O intelecto faz com que nos conformemos com uma vida natural e esse será sempre o limite de quem não rompe. Deus não abriu somente o mar; Ele rasgou o véu, Ele enviou o Espírito para revelar as coisas mais profundas que a humanidade é capaz de ver (1Co 2.10-11).

É nessa dimensão que Deus deseja nos inseri. Não pelo caminho que traçamos, mas pelo caminho que Ele projetou para nós. A revelação de Deus sempre causará um choque naqueles que estão acostumados a ouvir sempre um mesmo discurso. Quando as pessoas vivem sob a antiga aliança, como alguns dos contemporâneos de Paulo (Gl 2.4), procurando aceitação diante de Deus pelas obras da Lei, não há liberdade. Mas as exigências da Lei não podem ser cumpridas e, por isso, tais pessoas permanecem sob a condenação da Lei. Entretanto, sob a aliança do Espírito, há liberdade para conhecer os caminhos de Deus, que nos são revelados pela Sua Palavra. Já não há mais memória de pecados (Rm 4,6-8), nem condenação para o pecador (Rm 8.1).

Conclusão.
Nestes dias em que estamos vivendo, mais do que nunca a oração da Igreja deve ser para que nossa geração se volte para o Eterno Deus, torne-se urgentemente sensível a Sua voz e ande pelo caminho que Ele deseja conduzi-la.

Questionário.
1. O que o capítulo 14 de Êxodo descreve?
R: A situação mais delicada já enfrentada pelo povo de Israel (Êx 14).

2. O que é preciso para que nosso testemunho adquira poder entre os homens?
R: Viver uma grande situação (Tg 2.12).

3. Como o povo de Israel estava?
R: Com muito medo (Êx 14.10).

4. Na ótica divina, o que significa retroceder?
R: Reorganizar (Êx 14.2).

5. Por que Deus enviou o Espírito?
R: Porque somente o Espírito é capaz de revelar as coisas mais profundas que a humanidade pode ver (1Co 2.10-11).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Aprendendo com as Gerações Passadas, A importância, responsabilidade e o legado de uma geração temente ao Senhor para enfrentar as complexidades e os desafios da pós-modernidade, Jovens e Adultos, edição do professor, 1º trimestre de 2017, ano 27, Nº 102, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.