segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Lição 11 A Família Segundo o Coração de Deus.



Lição 11 A Família Segundo o Coração de Deus.
11 de setembro de 2016

Texto do dia.
(2 Pe 3.13)
"Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça."

Síntese
Deus sempre esteve no controle de tudo. O fim da história será a prova disso.

Agenda de leitura
SEGUNDA - Is 24.1,2
A consumação das coisas
TERÇA - Is 24.21-23
A justiça final será feita
QUARTA - Is 25.6-9
O profeta anuncia a restauração final de Israel
QUINTA - Is 26.1-6
O povo confiará plenamente em Deus
SEXTA - Is 27.1; Ap 20.1,2 
Deus destruirá de uma vez por todas o mal
SÁBADO - Is 27.12,13
Deus reunirá seu povo junto de si

Objetivos
MOSTRAR como será o julgamento dos maus e a salvação dos justos;
COMPREENDER que Cristo está no centro da história humana;
DISCUTIR  a respeito do fim da história humana e o novo começo em Deus.

Interação
O Salmo 46 fala a respeito da soberania de Deus sobre todo o universo. Ele tem o domínio de todas as coisas e nada acontece sem sua permissão. É um convite à confiança em tempos de angústia e uma mensagem de esperança de que aquilo que Deus faz é agradável, perfeito e bom. Você poderá, ao final da lição, ler esse Salmo com seus alunos.  Ressalte que, apesar das situações difíceis que o mundo tem enfrentado, Deus está e estará no controle de todas as coisas. Seus filhos podem confiar plenamente em seu cuidado e amor.

Orientação Pedagógica
A lição desta semana fala a respeito das profecias de consumação da história. Eis um tema que desperta curiosidade e muita preocupação por parte de todos. Ao fazer essa abordagem, sugerimos que você leve para a sala de aula o trailer de um filme que fale a respeito do fim dos tempos. Diversos filmes podem ser encontrados no Youtube como, por exemplo, "Deixados para traz" (2000) e "O apocalipse" (2014). A partir do estudo desta lição e da análise desses trailers, promova um debate acerca da consumação dos tempos. Um bom debate e uma boa reflexão.

Texto bíblico
Isaías 24.4-6
4 A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.
5 Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna.
6 Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela serão desolados; por isso, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Os capítulos 24 a 27 do livro de Isaías apresentam profecias que apontam para o final da história. São textos complexos e de difícil interpretação. Profecias de castigo aos israelitas e promessa final de livramento e salvação. Reúnem profecias, cânticos (26.1-6; 27.2-5) e orações (25.1-5; 26.7-19). Estão divididos entre julgamentos dos maus e salvação e promessas de livramento para o povo de Deus. Nenhum desses textos (Is 24.1-27.13) fala do Messias, todavia precisam ser interpretados sob a perspectiva de que somente será possível a redenção do povo de Deus na consumação da história, mediante a obra do Messias consumada na cruz. Aqueles que rejeitarem o Messias, que não aceitarem a redenção gratuitamente proposta e oferecida por Deus, sofrerão a condenação eterna. A condenação será a eterna separação de Deus, o autor da vida, e estes padecerão com Satanás, no lago de fogo e enxofre.

I - O JULGAMENTO E A SALVAÇÃO

1. Como será o julgamento. A palavra julgamento no grego (krinein) quer dizer separar (Mt 13.24-30), ou seja, será a separação do bem e do mal, daquilo que é verdadeiro do que é falso, o ato final de Deus onde se preservará apenas aquilo que não foi contaminado pela maldade e pelo pecado. Na teologia dispensacionalista, presente na maioria das igrejas pentecostais, esse período de julgamento se refere ao Juízo Final, na consumação de todas as coisas, quando todos os povos e nações comparecerão diante do trono de Deus para serem julgados por seus atos (Mt 25.31-33). No Antigo Testamento, além do profeta Isaías, quem mais profetizou sobre o Juízo Final foi Daniel (Dn 12.1-3). No Novo Testamento, o assunto foi tratado por Jesus no Sermão Profético (Mt 24,25), bem como por Paulo, Pedro e João.

2. O destino dos maus. Para o Juízo Final acontecerá a ressurreição dos maus de todos os tempos; os salvos já terão ressuscitado para estarem no milênio com Cristo (Is 26.19; Ap 20.4). Ninguém escapará da desolação e julgamento que sobrevirá: ricos, pobres, sacerdotes, leigos (Is 24.2) e reis (Is 24.21). A terra, outrora abençoada, agora é maldita por causa da injustiça (Is 24.5) e será abalada, provavelmente num grande terremoto (Is 24.18-20), e o sol e a lua deixarão de brilhar (Is 24.23). Deus destruirá todo o mal bem como todos os grandes poderes e impérios mundiais, representados pelo leviatã, pela serpente sinuosa e pelo dragão (Is 27.1). Aqueles que forem julgados como maus serão separados definitivamente de Deus, a fonte da vida.

3. O destino dos bons. Aqueles que forem julgados como bons e forem justificados pelo sacrifício de Cristo serão levados para o Reino eterno, conforme Jesus mesmo afirmou em Mateus 25.34. O Reino de Deus será um eterno desfrutar de alegrias, delícias e bem-estar, na presença de todos os salvos de todos os tempos, mas o importante é que para sempre estaremos com nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, cuja presença encherá a terra com sua glória e majestade, conforme a visão de João (Ap 21.23).

Pense
O julgamento será uma realidade concreta para a humanidade.

Ponto Importante
Esse período de julgamento se refere ao Juízo Final, na consumação de todas as coisas.

II - CRISTO, O CENTRO DA HISTÓRIA

1. O início da história humana. A história da humanidade pode ser revelada na criação, Queda, redenção em Cristo e final dos tempos com Cristo. Isso porque Ele é o que permeia a história humana com sua presença. Israel não foi fiel à aliança feita com Deus; com isso, um remanescente (a semente, o troncorestante), que se concentra em Cristo na sua morte, tornou-se precursor de um grande povo composto por todas as tribos e nações que confessam a Cristo como Salvador.

2. A redenção da história humana. Toda a história da salvação está contida num único evento: a intervenção de Cristo na história por meio da cruz. Dela brota todo o presente e representa a garantia de todo o futuro. Entre a cruz de Cristo e a consumação final da história dá-se a tensão e hostilidade entre a instalação de seu Reino na terra "já agora" e no "ainda não" do Reino que está por vir. A batalha decisiva e vitoriosa já foi travada na cruz do Calvário. Neste momento, vive-se em hostilidade com o adversário, Satanás, que quer tentar destruir a obra redentora em nós, embora já tenha sido vencido.

3. Ele é para todo sempre. Ele é antes do início, foi crucificado ontem, reina agora de forma invisível e voltará no fim dos séculos para estabelecer seu Reino eterno, onde a justiça e a paz reinarão perpetuamente. Algumas vezes, o fim dos tempos é entendido como um tempo caótico e terrível. Para alguns poderá ser mesmo, mas para os que forem do Senhor será um tempo em que as qualidades humanas serão potencializadas e nossa fidelidade ao Senhor não sofrerá mais os percalços que temos hoje, pois Ele mesmo vai destruir toda infidelidade (Is 5.1-6).

Pense
Se Cristo é o centro da história, Ele precisa ser o centro de nossas histórias pessoais.

Ponto Importante
Para a fé cristã, Jesus Cristo é o verbo que origina a história, se encarna na história para redimir a história e no final Ele há de encerrar a história. Cristo é o centro e o fim da história.

III - O FIM DA HISTÓRIA

1. A consumação. Quando se fala em consumação da história, fala-se do seu fim. E fim significa término e também alvo, ou seja, os filhos de Deus se esforçam para estabelecer seu Reino na terra (alvo), mas esse esforço terá fim quando os céus e a terra passarem (2Pe 3.10). Entretanto, o seu Reino se concretizará em plenitude somente no fim dos tempos, no término da história humana.

2. A história humana terá fim, mas a de Deus não. Deus está acima da história. Ele é a-histórico, pois é eterno. Seu Reino se estabelece na história humana, por isso tem início, mas nunca terá fim.

3. A Nova Jerusalém é o início da nova história humana. O Reino de Deus é sinônimo da Nova Jerusalém, o lugar que Deus preparou para os salvos em Cristo, para passarem com Ele por toda a eternidade, na casa do Pai (Jo 14.1-4), desfrutando eternamente de seu amor.

Pense
A melhor coisa na restauração final da história não será o Novo Céu e a Nova Terra, mas sim a presença eterna e sublime de Deus.

Ponto Importante
Deus está acima da história, Ele é um ser a-histórico, pois é eterno.

O seu Reino se concretizará em plenitude somente no fim dos tempos, no término
da história humana.

SUBSÍDIO 1
"Estudiosos bíblicos discutem se esses capítulos (24.1-27.13) contêm profecias ou se eles apresentam um teor apocalíptico. Às vezes é difícil distinguir entre os dois. A profecia geralmente prediz um futuro definido. Informações apocalípticas dirigem a mente de forma mais abstrata e simbólica em direção ao futuro, em contraste com o presente. Como o material apocalíptico é geralmente repleto de visões, figuras simbólicas e nomes, ele pode ser compreendido mais corretamente como uma expressão de fé do autor e sua filosofia da história. O estudante dos textos apocalípticos deve aprender a não interpretar literalmente todo simbolismo que encontra.
[...] Alguns dos temas apocalípticos com os quais Isaías trabalha são: o julgamento de Deus por causa do pecado e dos pecadores; tribulações como guerra, fome e pestilência; convulsões geológicas; desordens astronômicas; guerra moral no reino espiritual; o triunfo final do programa divino; o banquete escatológico em honra à vitória divina; a alienação da morte; a ressurreição dos justos; a dor aguda de uma nova era" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 4: Isaías e Daniel. 2ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 79-80)

SUBSÍDIO 2
"O Reino e a Vinda do Filho do Homem (Lc 17.20-30)
O Jesus inspirado pelo Espírito fala profeticamente sobre a vinda do Reino de Deus, incluindo sua própria vinda e o julgamento final. Lucas registra dois dos maiores discursos de Jesus sobre os acontecimentos do tempo do fim (Lc 17. 20-37). O Reino, o governo de Deus, é uma realidade  presente. A vida e ministério de Jesus declaram de modo veemente e novo a presença do reinado régio de Deus. Mas a vinda desse Reino também é um acontecimento futuro. Jesus se refere a ambos os lados do reinado soberano de Deus aqui. Nos versículos 20 e 21, em resposta a uma pergunta feita pelos fariseus, Ele explica a natureza futura do Reino. Depois, nos versículos 22 a 37, Ele explica aos discípulos a futura vinda do Reino.
Alguns fariseus perguntaram a Jesus quando Deus vai estabelecer o seu Reino na terra. Não há que duvidar que eles ficaram impressionados com os dons proféticos de Jesus, então agora eles desejam saber o momento quando Deus começará a exercer seu governo sobre a humanidade. Eles querem um horário e presumem que sinais visíveis precederão a vinda do Reino. Jesus explica que o Reino de Deus é distinto dos reinos com os quais os fariseus estão familiarizados. Sua vinda não corresponderá com sinais visíveis para que ninguém possa predizer o tempo exato de sua chegada. As pessoas entendem mal o caráter do Reino de Deus, quando dizem 'Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali!' Tais predições são arrogantes e mostram-se falsas e decepcionantes a pessoas persuadidas por elas (cf. At 1.6,7)" (Comentário Bíblico Pentecostal. 4.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2009,p. 432).

ESTANTE DO PROFESSOR
Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008

CONCLUSÃO
O fim da história será a prova de que Ele sempre esteve no controle de todas as coisas e aqueles que confiaram nEle entrarão para o descanso eterno, preparado desde a fundação do mundo (Mt 25.34).

Hora da revisão.

Transcreva a oração que Isaías faz em 25.1 de seu livro.
Ó Senhor, tu és o meu Deus; exaltar-te-ei e louvarei o teu nome, porque fizeste maravilhas; os teus conselhos antigos são verdade e firmeza.

Que período escatológico acontecerá logo antes do Juízo Final?
O milênio.

Qual a característica principal do milênio?
Serão mil anos de paz do governo mundial em que Cristo será o rei.

Por que Cristo é o centro da história?
Toda a história da humanidade tem Cristo como seu precursor (Jo 1.1), seu executor (Mt 28.18; Cl 1.17) e o seu fim (Fp 3.21).

Qual a essência que poderá ser vivida na vida eterna?
O perfeito amor de Deus.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, Isaías Eis me aqui, envia-me a mim, professor, 3º trimestre 2016.


segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Lição 10 A autoridade do Mestre Jesus Cristo.



Lição 10 A autoridade do Mestre Jesus Cristo.
4 de setembro de 2016

Texto Áureo
Mateus 7.29
Porquanto os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.”

Verdade Aplicada
Ninguém jamais falou e agiu com a autoridade de Jesus e é por isso que Sua influência cresce no mundo.

Objetivos da Lição
Revelar os diferentes tipos de autoridade de Jesus;
Ensinar de onde procede toda a autoridade de Jesus;
Mostrar os diferentes tipos de milagres de Jesus.

Glossário
Arguir: Argumentar, disputar, demonstrar, provar;
Categórico: Claro, definido, resposta categórica;
Vanguarda: Dianteira, frente.

Leituras complementares
Segunda Mt 7.28
Terça Mt 8.10
Quarta Mt 8.13
Quinta Mt 8.17
Sexta Mt 8.27
Sábado Mt 9.8

Textos de Referência.
Mateus 8.2-3; 8-9
2 E eis que veio um leproso e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.
3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.
8 E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar.
9 Pois também eu sou homem sob autoridade e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu criado: faze isto, e ele o faz.

Hinos sugeridos.
3, 145, 577.

Motivo de Oração
Peça a Deus para que transforme o coração das nossas autoridades governamentais.

Esboço da Lição
Introdução
1. Diferentes tipos de autoridade.
2. O que Lhe conferia autoridade.
3. Demonstrações de autoridade.
Conclusão

Introdução
A autoridade de Jesus é um assunto presente não só no evangelho de Mateus, mas em todos os evangelhos, pois esta é a base para que se possa respeitá-Lo como legítimo Filho de Deus e Salvador.

1. Diferentes tipos de autoridade.
No ministério terreno de Jesus, notamos três diferentes tipos de autoridade: autoridade para ensinar, para curar e para perdoar pecados.

1.1. Autoridade para ensinar.
Ao término do Sermão do Monte, as multidões estavam maravilhadas da Sua doutrina (Mt 7.28-29). Na verdade, a exposição de vários assuntos não era novidade para os ouvintes, porém a forma convicta, categórica e ungida fazia toda a diferença. Além disso, há outra característica no Senhor Jesus que também lhe conferia autoridade: a Sua conduta exemplar (Jo 8.46). As Suas palavras eram tão cheias de autoridade e sabedoria que até os oponentes também se maravilhavam (Jo 7.46). Devemos entender que não era apenas eloquência, mas, sobretudo o exemplo de Jesus. Ora, se alguém ensina, deve antes praticar aquilo que se ensina, o contrário disso é hipocrisia, que o Mestre condena.

É importante enfatizar para os alunos que, desde a genealogia do nosso Senhor Jesus Cristo, já se pode identificar o interesse de Mateus em mostrar de onde vem a autoridade de Jesus. Aponte para os alunos a retomada do assunto acerca da autoridade do Senhor Jesus Cristo por Mateus. Nada no evangelho de Mateus é por acaso e ele mostra a autoridade de Jesus sob vários aspectos, a começar pela doutrina. Mostre para os alunos que as comparações são inevitáveis e o povo logo concluiu que Jesus era diferente dos outros mestres, escribas e fariseus. Comente com os alunos que aqueles atores da religião colocavam peso sobre os outros que fingiam seguir, mas eles mesmos não seguiam nada, por isso foram censurados (Mt 23.4).
 
1.2. Autoridade para curar.
Fatos interessantes envolvendo curas são apresentados para mostrar a autoridade de Jesus sobre as enfermidades como cumprimento profético: a cura de um leproso que se prostra diante dEle (Mt 8.2-4); a cura do criado do centurião que jazia violentamente enfermo em casa (Mt 8.5-10); a cura da sogra de Pedro que estava acamada com febre (Mt 8.14-15); a libertação de endemoninhados, que naquela época era vista como enfermidade (Mt 8.16). Veja que a narrativa de Mateus procura intencionalmente nos mostrar a autoridade de Jesus nestes aspectos para aumentar a nossa fé.

Ensine para os alunos que os dois fatos iniciais por si só já seriam suficientes para convencer da autoridade do Senhor Jesus para curar e libertar os endemoninhados. Comente com os alunos que o escritor, porém, narra também a cura da sogra de Pedro (Mt 8.14-15). Ressalte para os alunos que a s curas confirmavam as profecias acerca dEle como o Messias que haveria de vir e levaria as enfermidades e dores (Mt 8.17; Is 53.4). Destaque para os alunos que tanto o leproso quanto o centurião tocam a questão de autoridade de Jesus de forma maravilhosa. Este é o Jesus amoroso que servimos.

1.3. Autoridade para curar.
Ao trazer a Jesus um paralítico, estava claro que queriam que o homem fosse curado de sua paralisia (Mt 9.1-6). Ele, porém, carinhosamente, diz ao paralítico: “Filho, tem bom ânimo, perdoados são os teus pecados” (Mt 9.2). Esse procedimento gerou murmúrios entre os escribas, afinal quem pode pecados senão Deus?! Este era o pensamento deles. Ele então argui: “O que é mais fácil dizer: perdoados são os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda?” (Mt 9.5. Notemos que Mateus não economiza nem palavra e nem ênfase: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa” (Mt 9.6).

Mostre para os alunos, ao longo da narrativa do livro de Mateus, o propósito perdoador e salvador do nosso Senhor Jesus Cristo, Podemos mostrar declarações importantes no próprio livro que Ele é: aquele que tem poder para perdoar pecados (Mt 9.6); que Ele veio para buscar e salvar o que se havia perdido (Mt 18.11); que Ele salvará o Seu povo dos Seus pecados (Mt 1.21).

2. O que Lhe conferia autoridade.
A forma como Jesus ensinava, curava e libertava vidas demonstrava claramente uma autoridade. Mas o que ou quem lhe conferia tal autoridade, tal direito e tal poder?

2.1. As Escrituras Sagradas.
A autoridade do Senhor Jesus Cristo repousa sobre uma sólida base escriturística. Isso significa que várias profecias anteviram e legitimaram a autoridade do Messias que haveria de vir, por isso foram usadas para demonstrá-la. Tomemos por base as citações feitas por Mateus: Sua autoridade vem do fato de ser Filho de Deus através de uma virgem (Mt 1.22-23); Sua autoridade como Rei de Israel (Mt 2.6); Sua autoridade curadora e libertadora (Mt 4.14-15); Jesus como autoridade nomeada e escolhida pelo Pai Celestial (Mt 12.17-21); a realeza humilde de Jesus (Mt 21.4-5). A partir das Escrituras é demonstrado de modo inequívoco quem e o quê conferiu a Jesus Cristo tal autoridade, por isso devemos-lhe obediência.

Mostre apara os alunos que as Sagradas Escrituras são um, sólido documento que legitima a autoridade do Senhor Jesus. Comente com os alunos que qualquer indivíduo que arrogasse para si o direito messiânico sem comprovação escriturística deveria ser desprezado e julgado como blasfemo. Porém, o que aconteceu com Jesus foi que, mesmo sendo legítimo, por causa da inveja o crucificaram (Mt 27.18).

2.2. A Sua identidade de Filho de Deus.
Ser Filho de Deus significa que Cristo Jesus é da mesma natureza divina do Pai, quer ambos são eternos, porém distintos. A identidade de Filho de Deus é o aspecto principal que lhe confere autoridade para agir, falar e operar milagres em nome do Pai (Mt 16.16). Essas três coisas em verdade funcionaram ao mesmo tempo para comprovar a perfeita salvação alcançada pela fé nEle. Por ser filho de Deus, como cristãos e servos dEle, cremos que Ele nasceu de uma virgem, que Ele perdoa nossos pecados, que Ele cumpriu todas as profecias, que tem toda autoridade no céu e na terra e que Ele voltará para nos buscar (Mt 28.18).

Ensine para os alunos que o Senhor Jesus Cristo, como Filho de Deus, é da mesma natureza que Deus-Pai. Consequentemente, Ele pode salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus. Merece ser especialmente destacado para os alunos que a fé nEle traz o perdão de Deus e paz interior, enquanto a filosofia e o ateísmo promovem a descrença e o desespero velado.

2.3. A Sua obediência.
Jesus Cristo veio submisso, como um servo exemplar, manso como um cordeiro, capaz de inspirar os corações a servirem a Deus. Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28). Ele veio para levar as dores e os sofrimentos dos que creem (Mt 8.17). Ele teve que se submeter a Deus até a morte e sofrer a morte de cruz, o pior tipo de execução. Porém, foi exaltado incomparavelmente (Fp 2.5-11).

Explique para os alunos que o que trouxe a nossa salvação foi a obediência de Jesus Cristo ao Pai. Segundo as Sagradas Escrituras, Ele é Eterno, Criador e Sustentar de todas as coisas com Seu poder, mas a salvação foi consequência de Sua submissão ao plano da salvação. Ele era adorado na eternidade como Criador, não porém como Salvador. Comente com os alunos que, para se tornar nosso Salvador, Ele teve que esvaziar-se, tornando-se um bebê, e desenvolver-se, sendo obediente em tudo, até sofrer a morte de cruz. E tudo por quê? Porque Ele nos amou com um amor que excede todo o entendimento (Jo 3.16). Creia e sinta-se amado.

3. Demonstrações de autoridade.
O povo de Israel aguardava um Messias guerreiro, como Davi, que os libertasse do jugo de Roma. Eles esperavam que Jesus demonstrasse a Sua autoridade resolvendo seus problemas políticos e, assim, os pusesse na vanguarda. Porém, a Sua autoridade foi exercida contra o pecado, os demônios, as doenças e em favor dos homens.

3.1. A tempestade no mar.
O evento em que Jesus cessa a tempestade revela a Sua autoridade sobre a natureza (Mt 8.23-27). Cansado de Seus afazeres, Jesus dorme profundamente no barco. Quando então se levanta uma enorme tempestade, Seus discípulos apavorados despertam-no pedindo socorro. Ele se levanta e repreende a tempestade, deixando Seus discípulos boquiabertos.

Lembre aos alunos que o Senhor Jesus Cristo tem autoridade sobre as forças da natureza. Reforce para os alunos que quem faz cessar a tempestade no mar é capaz de cessar qualquer tipo de dificuldade, ou causar, se necessário for, um terremoto para libertar os Seus servos de uma prisão (At 16.23-34). Comente com os alunos que a oração “Senhor, aumenta–nos a fé”, deve sempre fazer parte das nossas petições diárias. Talvez nunca conheceremos a fraqueza da nossa fé, enquanto não formos postos na fornalha da tribulação e da ansiedade. É importante frisar para os alunos que felizes são os que descobrem. Por experiência, que a sua fé é capaz de resistir ao fogo, e que podem, como Jó, dizer: “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó 13.15).

3.2. A libertação dos endemoninhados de Gadara.
O acontecimento envolvendo a libertação de dois endemoninhados em Gadara revela a autoridade de Jesus sobre os demônios (Mt 8.28-34). Este foi um dia de desafios para o Mestre. Há pouco, Ele acalmara uma tempestades e depois enfrentaria a fúria de dois homens terrivelmente endemoninhados. Os demônios identificam a Jesus e reclamam por se sentirem atormentados antes do tempo do juízo final. A seguir, eles pedem permissão para que entrem nos porcos e o Senhor o consente, mas os porcos se precipitam no lago e se afogam, causando grande prejuízo aos porqueiros, que temeram. Contudo, eles pediram que Jesus se retirasse de seus termos. Com isso aprendemos que a libertação de vidas ou de um lugar pode trazer a ruína sobre uma economia estruturada na desobediência a Deus.

Explique para os alunos que, assim como nosso Senhor Jesus Cristo libertava, hoje a Igreja trabalha trazendo libertação do cativeiro de demônios a muitas pessoas. Enfatize para os alunos que a Igreja expulsa os espíritos imundos em nome de Jesus Cristo através da fé nEle. Comente com os alunos que não se trata de um pequeno alívio, mas de libertação completa para viver em saúde e liberdade, pois há muitos que não descansam, não dormem, vão a psiquiatras e outros estão se submetendo a cirurgias, o que uma oração e um trabalho de libertação resolveriam.

3.3. A cura do paralítico.
Embora não se possa dizer que todas as deformidades físicas (Lc 13.10-13), as enfermidades e problemas psicológicos (Mt 17.14-21), são ação do demônio ou porque alguém pecou seriamente (Jo 5.13-14), ao analisarmos a Bíblia, verificamos que tudo é consequência do pecado original. No caso do paralítico (Mt 9.1-8), Jesus trata primeiro do perdão ao declarar: “perdoados te são os teus pecados”. Embora o perdão oferecido tenha gerado polêmica, o Senhor Jesus vai mais além, para provar que tem autoridade sobre a enfermidade e o pecado. A seguir, ordena que o homem pegue a sua cama e ande, o que causa grande espanto em todos que ali estavam. Jesus Cristo é o mesmo que cura e salva! Que verdade maravilhosa!

Mostre para os alunos que, no caso deste paralítico em particular, o nosso Senhor Jesus Cristo tratou primeiro da sua situação pecaminosa. Comente com os alunos que ele recebeu o perdão de Jesus Cristo para depois receber a cura de sua paralisia. Destaque para os alunos que, às vezes, para alguém ser curado precisa ser perdoado primeiramente. Perdoado do pecado e liberto da ação demoníaca, a consequência disso é boa saúde.

Conclusão.
Nesta lição, tivemos uma rápida visão da autoridade do Senhor Jesus Cristo nos capítulos oito e nove do evangelho de Mateus. Também aprendemos que os milagres são testemunhos que ilustram esta verdade, para que se possa respeitá-Lo como legítimo Filho de Deus e Salvador.

Questionário.
1. No final do Sermão do Monte, por que as multidões estavam maravilhadas?
R: Porque Jesus falava com autoridade (Mt 7.28-29).

2. Quais os três diferentes tipos de autoridade apresentados na lição?
R: Autoridade para ensinar, para curar e perdoar pecados (Mt 7.28).

3. Qual aspecto principal conferia a Jesus autoridade para agir, falar e operar milagres em nome do Pai?
R: A identidade de Filho de Deus (Mt 16.16).

4. Qual evento revela a autoridade de Jesus sobre a natureza?
R: O milagre de cessar a tempestade (Mt 8.23-27).

5. No caso do paralítico, o que Jesus tratou primeiro?
R: Do perdão (Mt 9.1-8).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Edição Histórica, Jovens e Adultos, edição do professor, 3º trimestre de 2016, ano 26, Nº 100, Mateus uma visão panorâmica do Evangelho do Rei.