terça-feira, 1 de julho de 2014

Lição 1 O perfil Bíblico de um líder



Lição 01 - O perfil bíblico de um líder


LIÇÃO 1 – 06 de julho de 2014 – Editora BETEL

O perfil bíblico de um líder

TEXTO AUREO

"E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e, por meio de nós, manifesta, em todo lugar o cheiro do seu conhecimento". 2Co 2.14

VERDADE APLICADA

A capacidade de liderar é dada por Deus. Preparar-se é um dever de todo aquele que lidera.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Mostrar que um líder é aquele que se relaciona em três dimen­sões distintas;
 Apresentar o impacto cau­sado por um líder nessas três dimensões;
 Demonstrar as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ISm 17.48 - E sucedeu que, levantando-se o filisteu, e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi, e correu ao comba­te, a encontrar-se com o filisteu.
ISm 17.49 - E Davi pôs a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra.
ISm 17.50 - Assim Davi preva­leceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão.
ISm 17.51 - Por isso correu Davi, e pôs-se em pé sobre o filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a cabeça; vendo então os filisteus, que o seu herói era morto, fugiram.

Introdução
Neste trimestre, estu­daremos sobre liderança e o que é necessário para entendê-la e praticá-la. Nesta lição, falaremos bi­blicamente sobre o perfil geral de um líder. Há pelo menos três dimensões de vínculos relacionais que tornam uma pessoa líder em alguma coisa. O líder relaciona-se com pesso­as, com a organização e consigo, vejamos de ma­neira concisa e prática como essas dimensões se desenvolvem.

OBJETIVO
 Mostrar que um líder é aquele que se relaciona em três dimen­sões distintas;

1. O líder em relação às pessoas
A palavra líder procede do inglês (leader) que tem, como significado, aquele que pasto­reia, isto é, um pastor ou aquele que lidera. Dessa maneira, um líder é alguém que guia ou con­duz pessoas a algum lugar para realização de um propósito (Jo 10.3-4 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.). O líder é aquele que sabe para onde vai. Daí se pressupõe que um líder é alguém que sabe o que está fazendo, principal­mente quando diz respeito ao bem estar das pessoas.

1.1. Um líder inspira através de seu exemplo
Quer aceitemos ou não, so­mos influenciados uns pelos outros. Influenciar exige esfor­ço, boasideias e muitos riscos. Na verdade, ninguém deseja seguir as ideias de um derro­tado. Por isso, líderes precisam ser inspiradores, ter ousadia e, acima de tudo, coragem. Davi foi o primeiro homem a derro­tar um gigante em sua geração. Sua coragem e ousadia inspira­ram o tremente e acovardado exército de Saul (ISm 17.11). O que fez Saul? Nada. Davi ti­nha unção, Saul também, mas unção sem atitude não forma um líder. Um líder é diferente de um chefe. Enquanto um dá as ordens, o outro inspira e mo­tiva através de seu exemplo (1 Pe 5.2 apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;). Influenciar o outro exige esforço, porque, na vida, tudo o que pode conduzir à vitória, re­quer empenho e dedicação, o que é dignificante (Jo 15.13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.).
Por que existem recordes? Re­cordes existem para serem que­brados. Porque alguém sempre inspira alguém a vencer obstácu­los. Porque quando as coisas acon­tecem com facilidade, sem luta, sem batalha, sem envolvimento, há a tendência de não darmos o devido valor. A Bíblia ensina que a operação de influenciar as pessoas é função do Espírito Santo (Jo 16.8), mas "Ele não fará nada " se não estivermos dispostos a cooperar em nossa parte.

1.2. O líder influencia na tomada de decisões
Tomar decisões acertadas envolve conhecimento, expe­riência, coragem, riscos, perdas ou vitórias. Um líder é uma pes­soa decidida, próativa, firme e imparcial na tomada de deci­sões com relação a um grupo, família, igreja, etc. Nada é cor­rigido sem liderança. (1Co 4.17 Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda parte ensino em cada igreja.) Quando algo está errado, é para ser tratado e corrigido. É preci­so ter coragem para confrontar e isso, até mesmo em família. A postura de liderança de Davi foi decisiva para trazer vitória aos hebreus. E, depois que derro­tou o primeiro gigante, outros foram inspirados a fazê-lo. Não importa a condição que exista, em qualquer situação, nada muda sem liderança. Reclamar não muda a situação, liderar sim! (ISm 17.39-40;45-46)

1.3. Um líder conduz seu povo ao cumprimento de metas
Todo líder deve ter visão (Gn 13.14 E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta, agora, os teus olhos e olha desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente;), sem visão, ninguém chega a lugar algum. Porque a visão nos leva a um destino, e, líder sem alvo é povo sem des­tino. Ser líder é ter essa chama acesa e contagiar outros através dela. A alegria de um líder são os seus liderados e o destino dos liderados depende da visão do líder (Nm 14.6-8 E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel.). Que triste seria desperdiçar uma vida in­teira sem descobrir o propósito pelo qual fomos criados. No relacionamento com pessoas o líder é alguém que exerce um papel especial para incentivar seus liderados a alcançarem suas metas (Sl77.20 Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.). Apesar de estarmos falando no perfil geral de liderança, não estamos esquecidos de que, no Reino de Deus, todo líder tem o compro­misso de ser um servo, logo uma característica indispensável no líder cristão é a humildade. Essa é a maior virtude de um líder: ser servo. (Jo l3.14-17)
Um líder solitário nada po­derá construir, mas ao agregar qualidade a um grupo e trazer ânimo a seus liderados, tudo se torna mais fácil, e até mesmo, os alvos mais impossíveis se cumprirão em tempo recorde. (Exemplo Bíblico: Neemias)

OBJETIVO
 Apresentar o impacto cau­sado por um líder nessas três dimensões;

2. O líder em relação à organização
Uma organização se refere a um grupo de pessoas, uma ins­tituição ou órgãos que sirvam à determinados interesses. A isso incluímos à igreja local, evidentemente (ICo 12.14-20 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.). Um líder, em relação a uma or­ganização, é alguém que pode atuar de diferentes maneiras, pois devemos reconhecer que existem qualidades que carac­terizam bons líderes.

2.1. Bons líderes orga­nizam
Os líderes não existem para manter as coisas, a função de um líder é sempre melhorá-las. Bons líderes tomam decisões que produzem crescimento e qualidade, mesmo que isso não agrade a muitos. Agradar a Deus nem sempre é agradar ao povo. Casa que não tem li­derança vira bagunça! Observe o conselho de Paulo ao jovem pastor Tito: "Por esta causa te deixei em Creta, para que pu­sesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses pres­bíteros, como já te mandei" (Tt 1.5). Tito não estava em Creta, para realizar cultos, ele foi en­viado para "colocar as coisas em ordem". Sem liderança nada será corrigido.
O fracasso ou o sucesso de uma organização são resultados de uma liderança. Não devemos jamais colocar a culpa nas pessoas se somos nós quem as lideramos. O sucesso de um líder não é brilhar, mas trazer luz onde havia trevas. Disse John C. Ma­xwell: "a pessoa bem-sucedida é aquela que pega a água fria jogada em seus planos, aquece-a com entusiasmo e produz o vapor que a ajuda a seguir adiante".

2.2. Bons líderes admi­nistram
Administrar é exercer auto­ridade de acordo com as regras, mas também significa servir alguém ou ainda gerir. Uma palavra muito comum para referir-se à administração no grego do Novo Testamento é "oikonomia". Essa palavra faz parte do vocabulário do portu­guês na forma de "economia". Mas "oikonomia" é formada por duas palavras "oikos" que significa casa e "nomos" que significa regra, princípio e nor­ma. Logo, economia refere-se à administração de um lar ou dos afazeres de um lar. Líderes são pessoas que cuidam de ad­ministrar a casa de Deus com todos os recursos a eles confia­dos. Para que alguém possa ser recomendado como um líder na casa de Deus deve dar provas da sua administração domésti­ca. Caso ele não prove ser bom administrador do seu lar, fica a pergunta: "pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?" (lTm 3.4-5; Tt 1.6-7).

2.3. Bons Líderes traba­lham com propósitos e unidade
Resultados não acontecem sem planejamento, sem traba­lho, ou sem foco. Um líder deve estabelecer metas a curto, médio, e longo prazo para ser bem suce­dido (Lc 14.28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?). Sucesso só vem antes de trabalho no dicionário. O êxito de um líder é o êxito de sua equipe de liderados que co­operam com ele. Mas, para que isso aconteça, todos devem falar uma mesma língua e focalizar um mesmo objetivo. Podemos considerar a torre de Babel como um grande trabalho de equipe (Gn 11.1-4). Embora seus desíg­nios fossem maus perante Deus, o próprio Deus considerou que a unidade é produtiva. "E disse o Senhor: “Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que pla­nejam fazer" (Gn 11.6).
O grande afã de um líder é trabalhar para alcançar resul­tados através de sua equipe de liderados, o que exige unidade (Sl 133). Vejamos como exemplo o conselho de Jetro (Ex 17.13-26).

OBJETIVO
 Demonstrar as qualidades pessoais indispensáveis de um líder.

3. O líder em relação a si mesmo
Vimos acima que um líder é alguém que se relaciona com pessoas e com coisas (ad­ministrativas). Agora, porém, veremos que os relacionamen­tos chegam a uma dimensão intrapessoal. E quem sabe, seja esse o principal requisito, visto que envolve o possuir de uma imagem e a relação do equilí­brio consigo (Rm 14.7).

3.1. Um bom líder deve ser fiel à visão recebida (ICo 11.23a Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei)
Um líder deve ser fiel a visão recebida. A visão é sua respira­ção, é quem o motiva a acordar mais cedo, ela é seu destino. Os líderes são possuídos pelo futuro, pelo senso de direção, eles não vivem só o presente. O que dizia Jesus? Meu reino não é deste mundo. Ele estava aqui, seu pensamento e alvo não. Até hoje, muitos não compreendem porque Paulo e Silas cantavam enquanto eram chicoteados. Eles tiveram uma visão do futu­ro, viviam e respiravam através dela, sabiam que havia algo tão maravilhoso que o viver aqui lhes era de pouca importância (Fp 1.21Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.). É lastimável quando vemos pessoas morrendo por coisas efémeras, porque jamais tiveram um vislumbre das coi­sas eternas (2Co 12.1-4 Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.).
A autêntica visão envolve tam­bém o atender de uma vocação e aptidão para realização de um propósito específico através de seus meios próprios. Ninguém no Reino de Deus pode ficar sem uma visão. Há pessoas que recebem uma visão para levá-la a efeito, outros devem abraçar a visão de seus líderes, tomando-a como sendo deles mesmos, visto que nin­guém deve ficar parado ou como "peso morto" na Casa de Deus.

3.2. Um bom líder busca seu próprio crescimento
Alguém que se considera vocacionado para uma deter­minada liderança deverá se preparar para o seu exercício, ou caso já exerça, deverá buscar, a cada dia, o crescimento (2Pe 1.5 e vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência,). Isso inclui investimento, tempo, aprendizado, erros e acertos. Lembremos o exemplo de Davi, que cresceu e tornou-se popular ao derrotar a Golias, de­pois se tornou oficial do exército de Saul e continuou crescendo mesmo numa caverna escura, onde encontrou forças para liderar um bando de homens endividados e amargurados de espírito, transformando-os em grandes heróis (ISm 22.2). Davi cresceu mais, e foi crescendo até tornar-se o rei de todo o Israel. Vemos, em Davi, um homem de contínuo crescimento. Todavia, ele jamais foi um homem obce­cado pelo poder.

3.3. Um Bom líder pos­sui satisfação pessoal
Como pode uma pessoa que vive em conflito consigo mesma liderar a outros? As pessoas querem seguir quem lhes tra­ga soluções e não problemas. Quem tem uma imagem de si mesmo desequilibrada e ou sen­timentos negativos de mágoa, vingança, etc, terá dificuldade de influenciar outros e perma­necer liderando. Você consegue pensar em algum líder que não tenha autoestima, que não seja entusiasmado? É muito difícil não é? Assim, quem lidera deve ser uma pessoa que se ame, ame imensamente o ser humano, e que se satisfaça em conduzi-lo também a satisfação. Pense em como Davi transformou muitos fugitivos, desacreditados, amar­gurados em heróis (ISm 22.2). Davi era um perito soldado, mas descobriu homens valorosos e com capacidade de guerra muito acima das que ele mesmo possuía. Davi soube honrá-los, soube ser generoso para com eles, e tantos outros que jamais saberemos seus nomes. Daí se conclui facilmente que a satis­fação de um líder é a satisfação simultânea de seus liderados, visto que trabalham para uma meta em comum.

Conclusão
Biblicamente, por princípio Divino, toda a liderança procede de Deus (Rm 13.1). Esteja onde estiver, seja igreja ou empresa, etc, a lide­rança deve ser uma forma de pôr, em movimento, os dons recebidos de Deus. Tais dons e aptidões de­vem servir para que ou­tros possam atingir seus objetivos, a fim de glori­ficar a Cristo Jesus.

QUESTIONÁRIO

1. Por que Paulo deixou Tito em Creta?
R. Para "colocar as coisas em ordem", (Tt 1.5).
2. Em relação a pessoas, qual é a diferença entre um líder e um chefe?
R. Um líder inspira peio exemplo, (IPe 5.2).
3. Segundo a lição qual é a maior virtude de um líder cristão?
R. Ser servo, (Jo 13.14-17).
4. O que é necessário para um líder alcançar êxito?
R. Que todos falem uma mesma língua e tenham um só objetivo.
5. Por principio Divino, qual é a origem de toda liderança?

R. Toda a liderança procede de Deus, (Rm 13.1).

LIcão 1 Tiago - Fé que se mostra pelas obras

Lição 1
6 de Julho de 2014

Tiago - Fé Que Se Mostra Pelas Obras

TEXTO ÁUREO


"Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma"     (Tg 2.17).

 VERDADE PRÁTICA


A nossa fé tem de produzir frutos verdadeiros de amor, do contrário, ela se apresenta falsa

HINOS SUGERIDOS 18, 47, 93

LEITURA DIÁRIA


Segunda - Hb 10.24    As boas obras devem ser estimuladas
S
Terça - 1 Tm 6.17-19    As boas obras e as riquezas do mundo
T
Quarta - Tg 2.14-17     É possível haver fé sem as obras?
Q
Quinta - Ef 2.8,9    Não somos salvos pelas boas obras
Q
Sexta - Ef 2.10     Salvos praticam boas obras
S
Sábado - Rm 12.9,10      Amor cordial e fraterno
S

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE



Tiago 2.14-26

INTERAÇÃO


Fé e obras: Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica" é o tema deste trimestre! Portanto, estudaremos a Epístola de Tiago. O comentarista é o pastor Eliezer de Lira e Silva, conferencista de Escolas Bíblicas e diretor do projeto missionário Ide Ensinai em Moçambique, África.
Ao ler a Epístola Universal de Tiago chegamos à conclusão de que o Evangelho não admite uma vida cristã acompanhada de um discurso desassociado da prática. A nossa fé deve ser confirmada através das obras. Caro professor, de maneira profunda, estude esta epístola, pois, temos  um grande desafio: convencer os nossos alunos de que vale a pena levar estes ensinamentos até as últimas consequências.

OBJETIVOS



Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever as questões de autoria, local, data e destinatário da epístola.
Entender o propósito da epístola.
Destacar a atualidade da epístola.



ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Prezado professor, para iniciar o estudo da Carta de Tiago sugerimos que reproduza o esquema da página seguinte na lousa, ou em cópias, conforme as suas possibilidades. O esquema é um esboço da epístola a ser estudada. Ele vai auxiliar na análise panorâmica da carta. Neste esquema ainda constam informações como: a estrutura da epístola, autoria, tema, data e uma consideração preliminar. Tenha uma boa aula!


ESBOÇO DA CARTA DE TIAGO
I.      Saudações (1.1)
As provações e seu Benefício (1.2-18)
Aceitá-las como Meio de Crescimento (1.2-4)
Orar por Sabedoria ao Lidar com Elas (1.5-8)
Regozijar-se pelo seu Efeito Nivelador nas Pessoas (1.9-12)
Reconhecer a Diferença entre Provação e Tentação (1.13-18)
II.     Ouvir a Palavra e Praticá-la (1.19-27)
III.    Ser Imparcial e Demonstrá-lo (2.1-13)
IV.   Professar a Fé e Comprová-la (2.14-26)
V.    Reconhecer Ardis e Evitá-los (3.1—5.6)
A Língua Desenfreada (3.1-12)
A Sabedoria Terrena (3.13-18)
A Conduta Pecaminosa (4.1-10)
Falar Mal de um Irmão (4.11,12)
O Mal da Presunção (4.13-17)
A Riqueza Egoísta (5.1-6)
VI.   Virtudes Cristãs e sua Prática (5.7-20)
Paciência e Constância (5.7-11)
Genuína Honestidade (5.12)
A Oração Eficaz pelos Enfermos (5.13-18)
Restaurando os Desviados (5.19,20)
Considerações Preliminares: Tiago é classificada como ‘epístola universal’ porque foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local. A saudação: “Às doze tribos que andam dispersas” (1.1), juntamente com outras referências (2.19,21), indicam que a epístola foi escrita inicialmente a cristãos judeus que viviam fora da Palestina. É possível que os destinatários fossem os primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estêvão, foram dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e além (At 11.19).

COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

A Bíblia de Estudo Pentecostal define "dons" Neste trimestre, estudaremos a mensagem de Deus entregue aos santos irmãos do primeiro século por intermédio de Tiago, o irmão do Senhor. Assim pode ser resumida a Epístola universal de Tiago: uma carta de conselhos práticos para uma vida bem-sucedida e de acordo com a Palavra de Deus. A espiritualidade superficial, a ausência de integridade, a carência de perseverança e a insuficiência da compaixão para com o próximo são características que permeiam o caminho de muitos crentes dos dias modernos. O estudo dessa epístola é relevante para os nossos dias, pois contempla a oportunidade de aperfeiçoarmos o nosso relacionamento com Deus e com o próximo, levando-nos a compreender que a fé sem as obras é morta (Tg 2.17).

I. - AUTORIA, LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS (Tg 1.1)

1. Autoria. Em primeiro lugar, é preciso destacar o fato de que há, em o Novo Testamento, a menção de quatro pessoas com o nome de Tiago: Tiago, pai de Judas, não o Iscariotes, (Lc 6.16); Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João (Mt 4.21; 10.2; Mc 1.19, 10.35; Lc 5.10; 6.14; At. 1.13; 12.2); Tiago, filho de Alfeu, um dos doze discípulos (Mt 10.3; Mc 3.18; 15.40; Lc 6.15; At 1.13) e, finalmente, Tiago, o autor da epístola, que era filho de José e Maria e meio-irmão do nosso Senhor (Mt 1.18,20). Após firmar os passos na fé e testemunhar a ressurreição do Filho de Deus, o irmão do Senhor liderou a Igreja em Jerusalém (At 15.13-21) e, mais tarde, foi considerado apóstolo (Gl 1.19). Pela riqueza doutrinária da carta, o autor não poderia ser outro Tiago, senão, o irmão do Senhor e líder da Igreja em Jerusalém.
2. Local e data. Embora a maioria dos biblistas veja a Palestina, e mais especificamente Jerusalém, como local mais indicado de produção da epístola, tal informação é desconhecida. Sobre a data, tratando-se do período antigo da era cristã, sempre será aproximada. Por essa razão, a Bíblia de Estudo Pentecostal data a produção da carta de Tiago entre os anos 45 a 49 d.C., aproximadamente.
3. Destinatário. "Às doze tribos que andam dispersas" (Tg 1.1). Há muito a estrutura política de Israel perdera a configuração de divisão em tribos. Assim, em o Novo Testamento, a expressão "doze tribos" é um recurso linguístico que faz alusão, de forma figurativa, à nação inteira de Israel (Mt 19.28; At 26.7; Ap 21.12). Todavia, ao usar a fórmula "doze tribos", na verdade, Tiago refere-se aos cristãos dispersos na Palestina e variadas igrejas estabelecidas em outras regiões, isto é, todo o povo de Deus espalhado pelo mundo.

SINOPSE DO TÓPICO (1)

O autor da epístola é Tiago, o meio-irmão de Jesus. A carta foi escrita provavelmente em Jerusalém, entre os anos 45 e 49 d.C. e dirigida aos cristãos dispersos da Palestina bem como as igrejas de outras regiões.

II. O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO

1. Orientar. Em um tempo marcado pela falsa espiritualidade e egoísmo, as orientações de Tiago são relevantes e pertinentes. Isso porque a Escritura nos revela o serviço a Deus como a prática concreta de atitudes e comunhão: guardar-se do sistema mundano (engano, falsidade, egoísmo, etc.) e amar o próximo. Assim, através de orientações práticas, Tiago almeja fortalecer e consolar os cristãos, exortando-os acerca da profundidade da verdadeira, pura e imaculada religião para com Deus a qual é: a) visitar os órfãos e as viúvas nas tribulações; b) não fazer acepção de pessoas e c) guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1.27).
2. Consolar. Numa cultura onde não se dobrar a César, honrando-o como divindade, significava rebelião à autoridade maior, os crentes antigos foram impiedosamente perseguidos, humilhados e mortos. Entretanto, a despeito de perder emprego, pais, filhos e sofrer martírios em praças públicas, eles se mantiveram fiéis ao Senhor. Por isso, a epístola é, ainda hoje, um bálsamo para as igrejas e crentes perseguidos espalhados pelo mundo (Tg 1.17,18; 5.7-11).
3. Fortalecer. Além das perseguições cruéis, os crentes eram explorados pelos ricos e defraudados e afligidos pelos patrões (Tg 5.4). Apesar de a Palavra de Deus condenar com veemência essa prática mundana, infelizmente, ela ainda é muito atual (Ml 3.5; Mc 10.19; 1 Ts 4.6). A Epístola de Tiago não foge à tradição profética de condenar tais abusos, pois, além de expor o juízo divino contra os exploradores, o meio-irmão do Senhor exorta os santos a não desanimarem na fé, pois há um Deus que contempla as más atitudes do injusto e certamente cobrará muito caro por isso. A queda de quem explora o trabalhador não tardará (Tg 5.1-3).

SINOPSE DO TÓPICO (2)

Nenhum membro do corpo de Cristo é autossuficiente,  dependemos O propósito geral da epístola de Tiago era orientar, consolar e fortalecer a Igreja de Cristo que estava sendo perseguida.

III. ATUALIDADE DA EPÍSTOLA

1. Num tempo de superficialidade espiritual. Outro propósito da epístola é levar o leitor a um relacionamento mais íntimo com Deus e com o próximo. A carta traz diversas citações do Sermão do Monte como prova de que o autor está em plena concordância com o ensino de Jesus Cristo. Tiago chama a atenção para a verdade de que se as orientações de Jesus não forem praticadas, o leitor estará fora da boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Portanto, a Igreja do Senhor não pode abandonar os conselhos divinos para desenvolver uma espiritualidade sadia e profunda.  
2. Num tempo de confusão entre "salvação pela fé" ou "salvação pelas obras". O leitor desavisado pode pensar que a Epístola de Tiago contradiz o apóstolo Paulo quanto à doutrina da salvação mediante a fé. Nos tempos apostólicos, falsos mestres torceram a doutrina da salvação pela graça proclamada pelo apóstolo dos gentios (2 Pe 3.14-16 cf. Rm 5.20-6.4). Entretanto, a Epístola de Tiago evidencia que não se pode fazer separação entre a fé e as obras. Apesar de as obras não garantirem a salvação, a sua manifestação dá testemunho da experiência salvífica do crente (Ef 2.10; cf. Tg 2.24).
3. Uma fé posta em prática. Muitos dizem ser discípulos de Cristo, mas estão distantes das virtudes bíblicas. Estes não evidenciam sua fé por intermédio de suas atitudes. Os pseudodiscípulos visam os seus interesses particulares e não a glória de Deus. Precisamos urgentemente priorizar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33). Tiago nos ensina, assim como João Batista (Lc 3.8-14), que precisamos produzir frutos dignos de arrependimento.

SINOPSE DO TÓPICO (3)

Num tempo de superficialidade espiritual e de confusão entre "salvação pela fé" e "salvação pelas obras", a epístola de Tiago é uma mensagem atual sobre a fé posta em prática.

CONCLUSÃO

Como em toda a Escritura Sagrada, a Epístola de Tiago é um farol acesso e permanentemente atual. Ela nos alerta contra a mediocridade da vida supostamente cristã e nos exorta a fazer das Escrituras o nosso pão diário. Jesus Cristo sempre foi zeloso pelo bem estar do seu rebanho (Jo 10.10). Em todas as épocas Ele é o bom pastor que cuida das suas ovelhas (Jo 10.11). É do interesse do Mestre que os discípulos vivam em harmonia e amor mútuo, a fim de não trazerem escândalo aos de dentro e, muito menos, aos de fora (1 Co 10.32). E não nos esqueçamos: A religião pura e imaculada é a fé que se mostra através de nossas práticas e obras


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI


Subsídio Bibliológico
"Deve ser observado que existem resultados mais abençoados e reais quando um indivíduo realmente confia no Senhor Jesus Cristo. Há não apenas uma mudança de posição diante de Deus (justificação), mas há o início da obra redentora e santificadora de Deus. Embora a transformação da vida não seja a base da salvação, ela é a evidência da salvação. E sem tal evidência (em maior ou menor grau) deve ser levantada uma questão quanto à autenticidade da fé do indivíduo. [...]
As boas obras de um cristão são o resultado e a evidência da autenticidade da sua fé. É o entendimento deste fato que resolverá o problema de alguns quanto a uma alegada discrepância entre Paulo e Tiago. Paulo certamente relaciona as boas obras com a fé (Ef 2.8-10). Fica claro que Tiago está falando da justificação diante dos homens (Tg 2.18 - 'mostra-me', 'te mostrarei'; v.22 - 'bem vês'; v.24 - 'vedes'; v.26), e que a fé é provada pelas obras (v.22)" (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.779,80).

VOCABULÁRIO

Compatriota: Que se origina da mesma terra.
Dispersa: Espalhada, separada.
Imaculada: Pura, sem qualquer mancha.
Pseudodiscípulos: Falsos discípulos

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
STAMPS, Donald C (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

SAIBA MAIS


Revista Ensinador Cristão CPAD
 nº 59, p.36.

EXERCÍCIOS


1. Quem é o autor da Epístola de Tiago?
R. Tiago, filho de José e Maria e meio-irmão do nosso Senhor.

2. Quem são os destinatários da Epístola de Tiago?
R. Os cristãos dispersos na Palestina e variadas igrejas estabelecidas em outras regiões, isto é, todo o povo de Deus espalhado pelo mundo.

3. Segundo a lição, quais são os propósitos da Epístola de Tiago?
R. Orientar, consolar e fortalecer a Igreja de Cristo.

4. O que provam as várias citações do Sermão da Montanha na Espítola de Tiago?
R. Que o autor está em plena concordância com o ensino de Jesus Cristo.

5. Por que não podemos fazer separação entre a fé e as obras?
R. Porque apesar de as obras não garantirem a salvação, a sua manifestação dá testemunho da experiência salvífica do crente (Ef 2.10; cf. Tg 2.24).