Lição 9 É preciso
buscar crescimento espiritual.
27 de Maio de 2018
Texto
Áureo
2 Pedro 3.18
“Antes, crescei na graça e conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora
como no dia da eternidade. Amém”.
Verdade
Aplicada
O novo nascimento é o início do processo de
crescimento espiritual, que deve ser contínuo e progressivo.
Objetivos
da Lição
Enfatizar a importância de
estar em Cristo e a necessidade do crescimento;
Ressaltar que o processo do
crescimento espiritual é contínuo;
Destacar que a Palavra de Deus
nos incentiva ao crescimento espiritual.
Glossário
Hipófise: Glândula endócrina,
cujas perturbações de desenvolvimento ou funcionamento resultam em alterações
no crescimento;
Indolente: Apático; descuidado;
Metáfora: Figura de linguagem
que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas.
Leituras
complementares
Segunda Sl 92.12-13
Terça 1Co 3.1-3
Quarta Ef 2.20-22
Quinta Ef 4.11-16
Sexta Hb 5.11-14; 6.1
Sábado 2Pe 1.5-11
Textos
de Referência.
1 Pedro 1.23-25; 2.1-2
23 Sendo de novo gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece
para sempre.
24 Porque: Toda carne é como erva, e toda a
glória do homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor;
25 Mas a palavra do Senhor permanece para
sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.
1 Deixando, pois, toda malícia, e todo
engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações,
2 Desejai
afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não
falsificado, para que, por ele, vades crescendo,
Hinos
sugeridos.
69, 299, 519
Motivo
de Oração
Ore, para que os jovens cresçam com Cristo em
meio à oposição da sociedade em que vivem.
Esboço
da Lição
Introdução
1. O que se espera do nascido
de novo?
2. O processo do crescimento
espiritual.
3. A importância do
crescimento.
Conclusão
Introdução
É certo que o ambiente e as circunstâncias
influenciam, porém as atitudes e escolhas do discípulo de Cristo podem
determinar o seu crescimento espiritual. Nesta lição, veremos que é essencial o
crescimento espiritual do povo de Deus.
1. O
que se espera do nascido de novo?
Os especialistas afirmam que o
desenvolvimento do corpo está ligado à uma vida saudável. A glândula hipófise,
localizada na base do crânio, produz o GH, que se refere ao hormônio do
crescimento. Alguns fatores muito contribuem no processo de crescimento, entre
outros: sono, alimentação, exercícios físicos.
1.1. Jesus
Cristo experimentou o crescimento.
Ao se fazer carne (Jo 1.14), o próprio Senhor
Jesus passou pelo processo de crescimento (Lc 2.40, 52). Ele não nasceu adulto.
Somente iniciou Seu ministério na terra com cerca de trinta anos de idade (Lc
3.23). Do mesmo modo, o discípulo de Cristo inicia a nova vida com o novo
nascimento (1Pe 1.23). Antes estávamos mortos em nossos pecados, ou seja,
separados de Deus, mas Ele nos vivificou pelo poder da Sua Palavra e pela ação
do Seu Espírito DM nós. Assim, nascemos de novo (Jo 3.5; Ef 2.1, 5; Tt 3.5).
Porém, também é certo que, no aspecto espiritual da vida, quando alguém nasce
de novo, não nasce adulto, crescido e amadurecido na fé e no conhecimento.
O processo de crescimento
espiritual deve ser contínuo enquanto estivermos aqui na terra (Ef 4.15-16). No
Novo Testamento encontramos a expressão grega “auxanõ”, que indica crescer e
aumentar (Ef 4.15; Cl 1.10; 1Pe 2.2; 2Pe 3.18). Interessante notarmos que a palavra
grega citada acima tem a ver com a vida das plantas, significando o processo
natural de crescimento.
1.2. Metáforas
que indicam crescimento.
Encontramos na Bíblia que aquele que vive em
comunhão com Deus é comparado a uma planta, ou árvore, ou ramo (Sl 1.3;
92.12-13; Jr 17.7-8; Jo 15.1-8). A mensagem apontando para o crescimento também
é encontrada em Efésios 2.21, expressando a ideia de construção com o sentido
espiritual de “edificação”. A Palavra de Deus também nos compara a “pedras
vivas” (1Pe 2.5). O Senhor Jesus é a pedra principal, o firme fundamento (Ef
2.20). É nEle que somos edificados e crescemos. Já em Efésios 4.15-16
encontramos a ideia do discípulo de Cristo como membro do Corpo de Cristo, no
processo de crescimento orgânico. Cada membro do Corpo de cristo, a Igreja,
crescendo, “faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef 4.16).
É necessário que cada discípulo de
Cristo esteja consciente da verdade bíblica de que, enquanto estivermos na
terra, Deus nos exorta a crescimento. Para que entendamos Seus propósitos, Ele
usa figuras de linguagem. Vemos isso quando Ele nos compara a uma criança
(acerca do novo nascimento), planta, pedra ou a um membro do corpo.
1.3. A
necessidade do crescimento.
O novo nascimento, os vários outros aspectos
da salvação (libertação, adoção, justificação, perdão, entre outros), o
recebimento do Espírito Santo, o batismo em águas e a participação na Ceia do
Senhor podem dar a impressão de que já estamos prontos e completos, porém, se
estivermos atentos às Sagradas Escrituras, veremos que ainda precisamos
aprender muito.
O Dr. Russell Shedd, comentando Efésios 4.15,
escreveu: “Os alemães têm uma frase que diz: ‘werde was du bist’, ou seja,
“torna-te aquilo que tu já és”. Nós já somos membros da plenitude, pois fazemos
parte da feitura de Cristo; mas de certo modo somos isso de modo embrionário ou
como crianças. Nossa posição já está aí, com toda sua possibilidade e
potencial, mas temos que caminhar para a maturidade”. Sabemos quem somos? Temos
procurado compreender o chamado de Deus? Como disse o poeta grego, Píndaro:
“Transforme-se em quem você é, mas primeiro aprenda que você é”.
2. O
processo do crescimento espiritual.
Quanto ao desenvolvimento do corpo físico,
vários fatores influenciam para o adequado crescimento. Ocorre o mesmo com o
processo de crescimento do discípulo de Cristo no aspecto espiritual.
Importante lembrar que não se trata de algo opcional, mas uma determinação
divina, como se encontra em 1 Pedro 2.2 e 2 Pedro 3.18.
2.1. A
participação humana.
Precisamos obedecer, desejar e buscar, pois
no processo do crescimento espiritual existe a participação humana, como
veremos no presente tópico. Estejamos certos de que a participação humana nunca
será dissociada da ação divina por intermédio da Palavra e do Espírito Santo.
Logo, de acordo com o ensino do apóstolo Paulo expresso em Colossenses 1.6, o
crescimento espiritual ocorre a partir do Evangelho, ou seja, “a graça de Deus
em verdade”. Quando o discípulo de Jesus é movido pelo Evangelho, há
crescimento no conhecimento de Deus (Cl 1.10) e na graça (2Pe 3.18).
O Dr. Russel Shedd citou
Crisóstomo, ao comentar Colossenses 1.10: “O crescimento externo acompanha os passos
da sua energia interna”. E escreveu: “Essa energia espiritual existe em virtude
do senhorio de Cristo, ativo em sua igreja onde quer que esta se encontre, na
Ásia de então ou no Brasil de hoje”. Antes do apóstolo Pedro exortar sobre a
necessidade do crescimento, ele menciona a importância da atitude de “deixar”
(1Pe 2.1). Ou seja, “colocar de lado”, “lançar fora” atitudes, hábitos e
comportamentos que, se mantidos pelo nascido de novo, comprometerão o seu
crescimento espiritual. Esta exortação nos remete à recomendação de deixar os
embaraços e pecados que atrapalham a nossa carreira cristã (Hb 12.1). Assim,
também, um terreno repleto de pedras ou cheio de espinhos irá impedir o
adequado crescimento das plantas (Mt 13.20-22). No processo do crescimento
espiritual é importante atentarmos para as coisas que podem atrapalhar e ir
deixando-as, pois se os “espinhos” crescerem juntos, sufocarão a semente (Mt
13.7). Não basta desejar o bom, é preciso lançar fora o ruim.
2.2. A Palavra de Deus gera crescimento.
Pedro escreve que o discípulo de Cristo deve
“desejar afetuosamente” a Palavra de Deus (1Pe 2.2). A versão NTLH diz: “como
criancinhas recém-nascidas”. Ou seja, faz menção ao novo nascimento descrito em
1 Pedro 1.23. Assim como o Bebê depende de leite puro (não misturado com
nenhuma outra substância) para a nutrição, o discípulo de Jesus depende do
“leite racional”, ou seja, “o leite não adulterado da palavra” (BJ), mencionado
em 1 Pedro 1.25. Desejar denota interesse, busca e esforço. Portanto, por
intermédio do alimento da Palavra é que há crescimento.
Quando o apóstolo Paulo escreve
sobre o crescimento no corpo, ele enfatiza que os discípulos do Senhor somente
serão saudáveis e fortes para crescerem caso estejam sob o controle Daquele que
é a cabeça, Cristo (Ef 4.15-16). Somente de Cristo, cabeça do corpo, é que cada
membro recebe a capacitação necessária para crescer e, assim, desenvolver sua
atividade no corpo. Da mesma maneira, as varas da videira verdadeira dependem
totalmente da videira para produzir fruto e manter-se saudável (Jo 15.5). Sem
Jesus nada podemos fazer.
2.3. Crescimento
processo contínuo.
Na dinâmica do crescimento espiritual há a
participação de Deus e do discípulo de Cristo. É um processo contínuo. H.
Schlier, teólogo alemão, em seu comentário sobre a carta aos Efésios, sobre a
expressão grega “auxein” (uma das derivações da expressão mencionada no tópico
anterior, usada em vários textos no Novo Testamento, traduzida como
“crescimento”), comentou o seguinte: “O crescimento da igreja na santidade
pessoal em Cristo é um processo contínuo...tempo presente de auxein (“cresce” –
Ef 2.21) torna claro este fato... “crescer” é o modo de ser igreja”.
É incrível, mas precisamos voltara enfatizar
a importância da vida devocional (separar um tempo em casa para leitura bíblica
e oração). Participação na Escola Bíblica Dominical, Culto de Ensino, reuniões
de oração e jejum, envolvimento de atividades na igreja como hábitos saudáveis
que muito contribuem no processo de crescimento espiritual. Além da importância
de sermos pastoreados. Nosso crescimento e aperfeiçoamento como membros do
Corpo de Cristo passa pelo pastoreio. Leia Efésios 4.11-16 e reflita: Jesus dá
dons e ministérios à Igreja visando o quê? Não são poucos na igreja evangélica
brasileira que retardam o próprio crescimento espiritual por não se submeterem
ao discipulado e pastoreio.
3. A
importância do crescimento.
Há a tendência em muitos de justificar o não
crescimento espiritual usando as circunstâncias contrárias como causa. Contudo,
ao observarmos o contexto histórico dos primeiros destinatários das epístolas
do apóstolo Pedro, verificamos que as circunstâncias eram bastante
desafiadoras: perseguição, tribulações, sofrimento, falsos mestres, entre
outros. Porém, ambas as epístolas fazem um chamado ao crescimento espiritual
(1Pe 2.2; 2Pe 3.18).
3.1.
Crescer enquanto caminha.
Com o crescimento, aprendemos que há uma ação
pedagógica no sofrimento e nas adversidades, visando o nosso amadurecimento
(1Pe 5.9-10; Hb 12.5, 10). O apóstolo Pedro identifica os discípulos de cristo
como “peregrinos e forasteiros” (1Pe 2.11) e que a vinda do Senhor se aproxima
(2Pe 3.9). Estamos aqui só de passagem, como peregrinos neste mundo. Portanto,
ainda não chegamos ao destino. Não podemos parar. É perigoso.
Paulo exorta aos discípulos de
Cristo que estavam em Éfeso sobre a importância do crescimento em Cristo, para
que não permanecessem como “meninos inconstantes” (Ef 4.14). A palavra grega
utilizada é “nepios”, sugerindo alguém sem instrução, sem esclarecimento, um
discípulo imaturo. São os hesitantes e mal orientados que são levados por todo
vento de doutrina. O imaturo é caracterizado pela instabilidade diante das
pressões das várias doutrinas sem respaldo bíblico e dos padrões mundanos da
vida.
3.2. Os
perigos do não crescimento.
São muitos os “ventos de doutrina” e os
modismos teológicos que têm causado grandes prejuízos na vida dos que “se
estavam afastando dos que andam em erro” (2Pe 2.18). Paulo, em 1 Coríntios 3.1,
lembra o início da instrução aos discípulos naquela cidade. É evidente que
aquele que acaba de passar pela experiência do novo nascimento é como um
“menino em Cristo”; ainda não está amadurecido. A alimentação pela Palavra era
adaptada à capacidade dos alunos. Por isso era baseada no leite. A dificuldade
é que os discípulos de Corinto ainda não podiam receber o alimento mais sólido
(1Co 3.2).
Os membros da igreja em Corinto,
pelo tempo, já deveriam ter superado o estágio de “meninos em Cristo”. Já
deveriam ter feito progresso. Então, Paulo aponta várias condutas que resultam
de uma vida cristã sem amadurecimento: inveja, contendas e dissensões” (1Co
3.3).
3.3. Não
sejamos negligentes.
O fator tempo (no que se refere ao início do
novo nascimento até um determinado momento), como em 1 Coríntios, também é
mencionado na epístola aos Hebreus. O escritor aos hebreus menciona que alguns
discípulos de Cristo “pelo tempo” (de conversão, de nascido de novo) já
deveriam estar ensinado outros, ajudando os novos convertidos, porém ainda
estavam necessitando que alguém lhes ensinasse as doutrinas básicas (Hb 5.12).
No lugar de alimento sólido, ainda precisavam de leite (Hb 5.12-14). Mas, no
versículo 11 de Hebreus 5, o escritor identifica o problema como resultado de
negligência “para ouvir”, por parte daqueles discípulos de Cristo. Ou seja,
eram indolentes, preguiçosos e lentos. Não queriam se esforçar para aprender.
Em Hebreus 6.1, o escritor faz um
fervoroso chamado: “deixando... prossigamos”. É preciso sair da estagnação ou
acomodação espiritual. Na versão da ERA, encontramos: “deixemo-nos levar para o
que é perfeito”. Lembra consentimento, humildade, interesse em crescer,
progredir espiritualmente.
Conclusão.
Precisamos diariamente ir abandonando as
práticas da velha maneira de viver a fim de que o nosso desenvolvimento não
seja impedido (Ef 4.13). Como no tempo da Igreja Primitiva, as circunstâncias
contrárias não impedem o crescimento para salvação (1Pe 2.2).
Questionário.
1. Como o discípulo de Cristo inicia a nova
vida?
R: Com o novo nascimento (1Pe
1.23).
2. O que Paulo ensina em Colossenses 1.6?
R: Que o crescimento espiritual
ocorre a partir do Evangelho, ou seja, “a graça de Deus em verdade” (Cl 1.6).
3. O que o discípulo de cristo deve “desejar
afetuosamente”?
R: A Palavra de Deus (1Pe 2.2).
4. Qual chamado as epístolas de Pedro fazem?
R: Ao crescimento espiritual
(1Pe 2.2; 2Pe 3.18).
5. Como o apóstolo Pedro identifica os
discípulos de Cristo?
R: Como “peregrinos e
forasteiros” (1Pe 2.11).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o
discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos
Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral,
ISSN 2448-184X.
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