Lição 8
A VIDA CRISTÃ E A ESTIMA PELA LIDERANÇA
20/05/2018
Texto
do dia
(1 Ts 5.15)
Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas
segui, sempre, o bem, tanto uns para com os outros como para com todos."
Síntese
Somente uma igreja autêntica reconhecerá a
vocação de seus líderes e servirá ao Pai e a sua geração com o objetivo
de glorificar o santo nome do Senhor.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - At 6.3
Homens de boa reputação
TERÇA - At 6.1-4
Escolhidos para servir
QUARTA - 1 Co 12.28
Alguns foram chamados para liderar
QUINTA - 1 Co 9.27
A necessidade de disciplina na vida cristã
SEXTA - Cl 3.23
Fazei tudo de coração, como ao Senhor
SÁBADO - 1 Ts 5.21
É necessário examinar tudo e ter
discernimento
Objetivos
RECONHECER a Igreja como espaço
de uma liderança fiel;
DISCUTIR a respeito das
características de uma igreja relevante;
REFLETIR a respeito das
atitudes práticas a serem adotadas para uma vida cristã frutífer
Interação
Nesta lição trataremos a respeito do valor
das lideranças biblicamente constituídas, assim como sobre as características
de uma igreja local espiritualmente relevante. Faça de sua aula um maravilhoso
momento de reflexão sobre a urgente necessidade de novas lideranças
constituírem-se no interior da igreja local. Indague a seus alunos se eles
estão conscientes de que sairão do meio deles as futuras lideranças que
conduzirão a obra de Deus daqui a poucos anos.
Reflita com seus educandos a respeito dos
desafios que se impõe diante de um líder que de maneira séria e dedicada
compromete-se com o bem-estar da obra de Deus.
Caro professor(a) da Escola Dominical, nunca
se esqueça, você também tem uma grande honra e uma grande responsabilidade de
liderar e encaminhar as futuras gerações de líderes da igreja.
Orientação
Pedagógica
Crie um estudo de caso para seus jovens
analisarem. Esta metodologia concentra-se no protagonismo do educando, uma vez
que o educador previamente constrói toda uma situação que, segundo o contexto
da aula, servirá de instrumento de contextualização para a temática a ser
abordada. Assim, é necessário perceber que a análise do caso não tem uma
finalidade em si mesma, mas visa ambientar o educando, a partir de uma situação
plausível de ser vivida concretamente, num debate maior e mais complexo a ser
discutido.
Como nossa lição tratará a respeito da
liderança relevante e uma igreja autêntica, crie uma situação que envolva um
líder na solução de um problema, quanto mais real e próximo do contexto de sua
comunidade melhor. Você pode dividir sua sala em grupos e depois solicitar que
eles socializem as respostas; após os debates, faça o fechamento desta dinâmica
refletindo os desafios reais de liderar.
Texto
bíblico
1 Tessalonicenses 5.12-22
12 E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os
que trabalham entre vós, e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam;
13 e que os tenhais em grande estima e amor,
por causa da sua obra. Tende paz entre vós.
14 Rogamo-vos também, irmãos, que admoesteis
os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos e sejais
pacientes para com todos.
15 Vede que ninguém dê a outrem mal por mal,
mas segui, sempre, o bem, tanto uns para com os outros como para com todos.
16 Regozijai-vos sempre.
17 Orai sem cessar.
18 Em tudo dai graças, porque esta é a
vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
19 Não extingais o Espírito.
20 Não desprezeis as profecias.
21 Examinai tudo. Retende o bem.
22 Abstende-vos de toda aparência do mal.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
No momento final desta carta o apóstolo Paulo
concentra-se em uma série de prescrições práticas para o desenvolvimento da
obra de Deus naquela comunidade. As orientações concentram-se basicamente em
duas grandes temáticas: a necessidade de apreço pelas lideranças constituídas e
ações práticas para o desenvolvimento da espiritualidade. Paulo, num destacável
exercício de síntese de conceitos, passa a apontar algumas ações que não
poderiam deixar de ser realizadas para a manutenção da saúde espiritual daquela
comunidade.
I- A
IGREJA COMO ESPAÇO DE CONCRETIZAÇÃO DA VERDADEIRA LIDERANÇA CRISTÃ
1. Uma liderança constituída para a
Igreja.
Não foi a Igreja que nasceu para a liderança, mas a liderança que foi
constituída em função da Igreja (At 6.3-5). É a Igreja quem confirma o
ministério frutífero de um líder. É por isso que Paulo roga aos irmãos em
Tessalônica que reconheçam o serviço daqueles irmãos (1 Ts 5.12,13), pois, se
não for a Igreja que fizer isso, instituições humanas não poderão fazê-lo.
Deste modo, repousa sobre a comunidade local a responsabilidade de discernir,
por meio da ação do Espírito de Deus, que se torna evidente em frutos
perceptíveis, a chamada para liderança de determinada pessoa. O líder precisa
ter o reconhecimento de sua comunidade local. No mundo secular, governa-se por
direitos legalmente constituídos, por nepotismo e até mesmo por usurpação do
poder. Todavia, na Igreja só há uma maneira: por meio da vocação de Cristo que
é referendada pela igreja local.
2. Liderando no Senhor. Os líderes são
levantados para serem ministros em suas comunidades, ou seja, servos. Liderar
no Senhor implica utilizar-se de princípios extraídos da Palavra, que espelhem
a vontade de Deus. Não se deve dirigir para uma instituição, muito menos para
uma pessoa específica; lideramos para a glória de Deus, a fim de que o nome do
Senhor seja exaltado em tudo o que realizarmos. Assim sendo, liderar no Senhor
significa, em muitos casos, abrir mão das opiniões pessoais em nome de
cumprir-se a vontade de Deus. Todo líder deve ter a convicção de que nunca terá
a equipe ideal; lembremo-nos de que nem mesmo Jesus a teve, por isso o líder
não deve desmotivar-se diante de adversidades.
3. Reconhecendo a liderança como
uma grande obra.
Como nos aponta a orientação paulina, o chamado para servir a Igreja como líder
é, ao mesmo tempo, um honroso e árduo ofício (1 Ts 5.12,13) e cabe-nos
reconhecer os verdadeiramente vocacionados. Devemos publicamente, e em
particular, atestar a existência de pessoas escolhidas por Deus para o governo,
liderança e presidência (Rm 12.8; 1 Co 12.28). Assim não falamos apenas de
pastores, mas também de líderes em outros níveis, por meio dos quais a obra de
Deus se desenvolve.
O chamado para servir a Igreja como líder é,
ao mesmo tempo, um honroso e árduo ofício.
II- O
QUE É SER IGREJA?
1. É ser um ambiente onde há espaço
para acolher todos.
Uma Igreja não pode ter um "público-alvo" específico; nosso campo de
evangelização é o mundo. Uma igreja não pode ser apenas para jovens, ou só para
adolescentes, ou exclusivamente para adultos. É um absurdo existirem igrejas
voltadas para o público intelectualizado, outras para o "povão".
Igrejas para ricos, igrejas para pobres. É intrínseco a Igreja ser composta por
indivíduos de todas as classes, grupos e culturas. Somos um espaço de acolhimento
onde o problemático, o fraco e o desacreditado devem ter o mesmo espaço que o
saudável, o forte e o fervoroso. Somos vocacionados para dar suporte uns aos
outros (Ef 4.1-6), isto é, nossa responsabilidade é auxiliar aqueles que ainda
não são capazes de seguir suas jornadas sozinhos, e por isso precisam de
amigos, abraços e orações.
2. É ter a palavra certa para cada
indivíduo.
A Igreja deve ser capaz de dialogar com todos os indivíduos de tal forma a ter
a palavra adequada para cada perfil de indivíduo. É por isso que os sermões não
devem ser "enlatados", copiados de um pregador estrangeiro, ou
padronizados, reproduzido irrefletidamente como uma "fórmula mágica"
copiada de um "megaevangelista", sem respeitar as especificidades e singularidade
de cada comunidade de fé e sujeito. A responsabilidade de sermos Igreja nos
leva ao compromisso de falar com austeridade com os que não levam o Reino de
Deus a sério (Hb 3.13). Fomos chamados a expressar amorosamente a graça e a
misericórdia do Pai àqueles que estão fragilizados (Rm 14.11; Co 9.22,23) e
apresentar as promessas do Reino para os que estão desesperançados (2 Co
1.18-20).
3. É eleger o bem como estilo de
vida.
Somos vocacionados para fazer o bem e servir uns aos outros (Jo 13.13-15). Já
fomos libertos da prática do mal, por isso este não pode sequer tornar-se uma
reação nossa (1 Ts 5.15). Rancor, mágoa, ressentimento, fúria, inveja, etc.,
não devem fazer sentido algum para nós. Não utilizamos as armas do Maligno; se
rejeitamos suas ações não devemos nos apropriar de suas metodologias. Como o
próprio Paulo afirma, somos espirituais, deste modo, nossas estratégias
precisam ser diferentes das utilizadas por aqueles que não conhecem o Pai (Gl
6.1,2; 2 Co 10.4). Todo e qualquer discurso de ódio, a quem quer que seja, não
nos é conveniente. Somos o povo da misericórdia, da graça e do perdão. Não que
de nós mesmos derivem tais princípios, na verdade eles são todos oriundos do
amor do Pai para conosco.
Todo e qualquer discurso de ódio, a quem quer
que seja, não nos é conveniente.
III-
TRÊS ORIENTAÇÕES PRÁTICAS PARA UMA VIDA CRISTÃ AUTÊNTICA
1. Fervor devocional. Sendo a vida cristã
comparada à rotina de treinamento de um atleta (1 Co 9.24-27), é necessário
compreender que existem algumas práticas que devemos realizar cotidianamente;
isto é, assim como um atleta possui disciplina corporal e alimentar, até mesmo
de sono, como cristãos devemos ser capazes de continuar orando, mesmo quando
aparentemente parece que não somos ouvidos (1 Ts 5.17). Nossa vida não deve ser
encarada como um fardo, mas como um maravilhoso privilégio. A gratidão deve ser
a marca de nosso relacionamento com o Pai (1 Ts 5.18), pois quando reconhecemos
o poder e a soberania do Senhor somos capazes de acreditar naturalmente que
tudo o que Ele faz é carregado de bondade e perfeição, tornando assim nossa
vida cheia de leveza.
2. Vigilância moral. Há um princípio de
conduta apresentado por Jesus nos Evangelhos que fundamenta de maneira bem
relevante a orientação paulina em 1 Tessalonicenses 5.22. Escrevendo aos
tessalonicenses, Paulo orienta-os a não só fazerem a coisa certa, mas a se
absterem da "aparência do mal". Ou seja, devemos evitar toda e
qualquer prática que escandalize o Evangelho. Assim, mesmo sabendo que
determinadas ações não incorrem em pecado, devemos evitá-las se elas produzem
confusão e alvoroço na mente e coração dos fracos na fé (1 Co 8.9; 10.32; 2 Co
6.3).
3. Discernimento espiritual. Uma das
características mais marcantes deste nosso tempo é a variedade de discursos,
ações e manifestações. São várias igrejas, inumeráveis pregadores e cantores, e
os meios de propagação de suas ideias nunca foram tão numerosos como hoje -
televisão, rádio, internet, redes sociais etc. Nessa selva de informações como
devemos nos portar? Paulo orienta-nos a sermos criteriosos com TODAS as coisas
(1 Ts 5. 21), isto é, examiná-las minuciosamente para conferir sua
autenticidade, assim como um ourives faz com os objetos que lhes são trazidos.
Sabemos que inerrante só a Palavra de Deus, entretanto, as interpretações
humanas, os usos (e abusos) que se faz da Palavra, tudo precisa ser examinado.
SUBSÍDIO
1
"O culto de adoração pentecostal é
conhecido pelas manifestações do Espírito Santo, como o falar em línguas, a
interpretação das línguas e a profecia (expressão vocal inspirada pelo Espírito
no idioma da própria pessoa). Já em pleno século XXI, observamos que esses
fenômenos estão se difundindo em mais igrejas, países e povos do que estavam no
começo deste século, quando o movimento pentecostal teve seu início.Contanto
que obedeçamos à Palavra de Deus e fiquemos abertos ao mover do Espírito Santo,
desfrutaremos da manifestação ou dons do Espírito Santo em nossos cultos de
adoração. Que nunca deixemos de manter diante de nós as palavras de 1
Tessalonicenses 5: "Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias.
Examinai tudo. Retende o bem "(vv. 19-21). [...] Em última instância, a
igreja pentecostal deve julgar sua adoração pelo que está acontecendo
interiormente, e não pelo que ocorre exteriormente. Jesus nos falou que a vinda
do Espírito Santo significaria que aquEle
que tinha estado conosco agora estaria em nós (Jo 14.17). É o grandioso
poder pentecostal em ação em nós que tornará nossa adoração significativa e
eficaz" (CARLSON, Raymond et al. Pastor Pentecostal. Teologias e práticas
pastorais. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.pp. 592, 593).
SUBSÍDIO
2
"Não obstante, ele também se refere 'os
que têm dons de administração' ( 1 Co 12.28 - NVI) e diz que se alguém tiver o
dom de 'exercer liderança, que a exerça com zelo' (Rm 12.8 - NVI). Ele também
incita os tessalonicenses 'que reconheçais os que trabalham entre vós, e que
presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam' (1 Ts 5.12). O verbo na
expressão 'presidem sobre vós" é proistêmi traduzido por 'liderança' em
Romanos 12.8 (NVI). Portanto, alguns exerciam responsabilidades administrativas
e de liderança na igreja. Mas não se determina o grau da autoridade que suas
responsabilidades acarretavam. É provável que essas lideranças cumpriam
principalmente as decisões da congregação.
Nessas epístolas, uma voz de autoridade
pertence ao próprio apóstolo. Ele comunica aos tessalonicenses: 'Pelo Senhor
vos conjuro que esta epístola seja lida a todos os santos irmãos' (1 Ts 5.27).
E que 'se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal' (2
Ts 3.14). Ele, ao advertir os coríntios de que falar de modo arrogante não
substitui o poder, pergunta-lhes: "Irei ter convosco com vara ou com amor
e espírito de mansidão?" (1 Co 4.21) (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. p. 317).
ESTANTE
DO PROFESSOR
CRUZ, Jader Fagundes. Manual Prático de
Liderança com Jovens. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
CONCLUSÃO
Nunca se fez tão necessário tomar cuidado com
os charlatões da fé e, ao mesmo tempo, dar suporte à vocação dos santos que
foram chamados por Deus para abençoar nossas vidas por meio da liderança.
Hora da
revisão
Comente a frase: "Não foi a Igreja que nasceu
para a liderança, mas a liderança que foi constituída em função da
Igreja."
Resposta pessoal. (A resposta
deve refletir sobre a natureza diaconal das lideranças.)
O que significa liderar no Senhor?
É utilizar-se de princípios
extraídos da Palavra, que espelhem a vontade de Deus; é liderar para a glória
de Deus, a fim de que o nome do Senhor seja exaltado em tudo o que realizarmos.
Apresente três características de uma Igreja
autêntica.
Acolhedora,
contextualizada/dialogal e benigna.
Quais são as características de uma vida de
fervor espiritual segundo Paulo em 1 Tessalonicenses?
Oração contínua, gratidão,
discernimento e vigilância moral.
Qual a importância do discernimento
espiritual para o desenvolvimento de nossas Igrejas?
Por meio do discernimento a
verdade de Deus torna-se mais evidente em nosso contexto eclesiástico e social.
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