segunda-feira, 14 de maio de 2018

Lição 8 Os propósitos de Deus nos milagres.

Lição 8 Os propósitos de Deus nos milagres.
20 de Maio de 2018.

Texto Áureo
João 6.26
“Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes”.

Verdade Aplicada
Precisamos perceber nos milagres, à luz da Palavra de Deus, além dos benefícios imediatos e temporais, pois há sinal no milagre.

Objetivos da Lição
Lembrar que Deus operou e ainda opera milagres;
Mostrar a relação entre milagres e sinais;
Enfatizar que os milagres não substituem a Palavra de Deus.

Glossário
Ascensão: Elevação de Jesus ao céu, quarenta dias depois de ressuscitado;
Concepção: Ato de conceber ou gerar um ser vivo; fecundação;
Vindouro: Que há de vir ou acontecer; que está por vir.

Leituras complementares
Segunda Nm 14.22-23
Terça Dt 4.35-40
Quarta Dt 11.7-8
Quinta Dt 13.1-4
Sexta Mt 11.20-24
Sábado Hb 2.1-4

Textos de Referência.
Marcos 16.20
20 E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.

Atos 4.14
14 E, vendo estar com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário.

Atos 8.6
6 E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia.

Atos 9.41-42
41 E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva.
42 E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor.

Hinos sugeridos.
6, 7, 577

Motivo de Oração
Peça ao Senhor para cobrir os Seus Filhos com a Sua proteção divina.

Esboço da Lição
Introdução
1. Deus, o Operador de milagres.
2. A relação entre milagres e sinais
3. Os milagres e a Palavra de Deus.
Conclusão

Introdução
Reduzir o significado e o propósito dos muitos milagres operados por Deus no passado, e também no presente, é não refletir sobre as consequências e a influência dos mesmos em outras áreas da vida.

1. Deus, o Operador de milagres.
Iniciaremos o estudo deste tema lembrando que o Senhor Deus operou milagres e os realiza ainda hoje, pois o Seu poder não diminuiu, Ele é o mesmo (Tg 1.17; Hb 13.8). Para Deus nada é impossível (Lc 1.37). Uma prova disso é que encontramos na Bíblia o registro de centenas de milagres.

1.1. O que é um milagre?
Segundo o dicionário, “milagre” é definido como “feito ou ocorrência extraordinária, que não se explica pelas leis da natureza”. Biblicamente a ênfase recai sobre os atos maravilhosos de Deus, que retratam Sua atividade na criação e na história. Estamos usando a expressão “ênfase”, pois a Bíblia também registra sinais e prodígios operados por espíritos enganadores (2Ts 2.9-10; Ap 13.3-4, 12-15). No Antigo Testamento o termo em hebraico “´ôt” em várias passagens se refere a “sinais miraculosos”, como as pragas que vieram sobre os egípcios. Também há o termo “môpet”, no sentido de “maravilhas” ou “milagre”.

Os termos citados designam os muitos acontecimentos extraordinários produzidos pelo poder de Deus ao longo da história (Êx 7.3; Dt 4.34; Sl 135.9; Jr 33.20, entre outros textos). C. S. Lewis assim definiu milagre: “Milagre é uma interferência na natureza por um poder sobrenatural”. Os milagres de Deus em favor do Seu povo demonstram, assim, atos salvíficos e apontam para uma salvação ainda mais abrangente no futuro, como se expressou o professor de Teologia Sistemática na Califórnia, C. Brown. Os propósitos de Deus para o Seu povo alcançam a eternidade. Não se limitam à existência debaixo do sol.

1.2. Os milagres de Cristo.
No novo testamento a expressão grega “semeion” indica “sinal”, “maravilha”, “milagre” (Jo 2.11, 18, 23; 4.48). Também é utilizado, dentre outros, o termo “dunamis”, ou seja, “poder”, para indicar ações sobrenaturais (At 2.22; 8.13; entre outros). A passagem de Jesus Cristo aqui na terra, desde a concepção até a Sua ascenção, foi marcada por milagres e maravilhas. Gerado no ventre de Maria pela ação do Espírito Santo, efetuou curas, ressurreições e expulsão de demônios, ressuscitou ao terceiro dia e foi elevado aos céus à vista de Seus discípulos (Mt 1.20; 4.23-24; 28.1-6; At 1.9-10; 2.22).

Tais atos sobrenaturais socorreram necessitados, atraíram multidões, provocaram invejas, atestaram a missão messiânica de Jesus e levaram pessoas a glorificar a Deus. E evidente que os evangelhos não registram todos os milagres operados por Jesus (Jo 20.30), pois muitos livros precisariam ser escritos (Jo 21.25). Contudo, o que chegou até nós testifica que o Deus que operava sinais e maravilhas no período do Antigo Testamento continuou operando maravilhas por intermédio de Jesus Cristo (At 2.22). E Jesus Cristo, ressuscitado e à direita de Deus, é o mesmo para sempre (Hb 13.8).

1.3. Milagres após a ascenção de Cristo.
A continuidade dos milagres tem sido uma realidade ao longo da história da Igreja. O próprio Jesus, antes de retornar ao céu, disse aos Seus discípulos que sinais seguiriam aos que cressem (Mc 16.17). A Bíblia registra que, após a ascensão, o Senhor cooperava com os discípulos confirmando a Palavra pregada com sinais (Mc 16.20). Alguns dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja são os dons de curar e a operação de maravilhas (1Co 12.9-10).

No livro de Atos encontramos diversos relatos acerca da operação de milagres por intermédio dos discípulos, enquanto ocorria a proclamação do Evangelho. Palavras e atos; pregação e sinais (At 3.9-12, 19; 8.5-6; 14.3; 15.12; 19.11). Interessante refletir que a ausência de milagres não significa que findou a “era dos sinais de maravilhas”, até porque não há base bíblica para afirmarmos que os milagres se restringiram ao período apostólico. Notemos dois motivos para a não operação de muitas maravilhas: incredulidade (Mt 13.58; Mc 6.1-6) e curiosidade (Lc 23.8). Até mesmo no tempo do Antigo Testamento houve períodos nos quais o povo não estava testemunhando sinais e mensagens proféticas (Sl 74.9).

2. A relação entre milagres e sinais.
Neste tópico vamos considerar a palavra “sinal” de acordo com os significados que encontramos no dicionário da língua portuguesa, entre outros: “aquilo que serve de advertência; que possibilita conhecer; demonstração exterior duma intenção; aceno”.

2.1. A importância de perceber os sinais.
Devemos refletir na importância de enxergarmos nos milagres, maravilhas e prodígios do Senhor, sinais de Deus para nós. Ou seja, olhar além do milagre em si. O próprio Cristo lançou em rosto da multidão que o buscava o fato de que O procuravam “não pelos sinais”, mas porque haviam desfrutado do milagre da multiplicação dos pães e peixes (Jo 6.26). Não haviam enxergado no milagre o sinal de Deus: Jesus Cristo é o verdadeiro pão do céu. Ele é o pão da vida (Jo 6.32, 35).

Os milagres operados por Cristo não eram o objetivo final em si, mas, sim, fazer com que os beneficiados passassem a crer em Cristo como o messias prometido e que veio para “buscar e salvar o que se havia perdido” (Jo 4.48; Lc 19.10). Há sinal em cada milagre! Desse modo, podemos dizer que a realização de um milagre não é sinônimo de que Deus está aprovando o modo de vida do beneficiado ou da pessoa por quem o milagre e as maravilhas estão sendo realizadas (Mt 7.21-23).

2.2. Milagres e relacionamento com Deus.
É muito comum a associação entre a operação de maravilhas e milagres com a aprovação divina. Contudo, Jesus operou muitos prodígios em Cafarnaum, mas disse que no juízo vindouro aquela geração sofreria mais rigor do que os de Sodoma, pois, apesar de tantos milagres, não se arrependeram (Mt 11.20-24). O Senhor estava dizendo que os habitantes daquela cidade deveriam ter se voltado para Deus, pois ele estava se manifestando de maneira tão poderosa. Porém, eles demonstraram que estavam interessados tão somente em desfrutar dos milagres produzidos pelo poder de Jesus. Eles não queriam relacionamento ou compromisso. Queriam continuar vivendo suas vidas do mesmo jeito.

Muitos hoje também só querem ser beneficiados pelos milagres, mas não querem mudança de vida e passar a viver como discípulos de Jesus. Querem receber e ouvir sobre milagres, contudo, não estão interessados em serem confrontados pela Palavra de Deus. No tempo de Jesus muitos creram nEle pelo que viam Ele fazer, mas não havia mudança no coração. O apóstolo João registrou acerca destes, dizendo que o próprio Jesus “não confiava neles” (Jo 2.23-25).

2.3. Lições a partir dos milagres.
Considerando três expressões do significado da palavra “sinal”, conforme exposto no início do tópico, podemos extrair preciosas lições sobre como lidar com os milagres e maravilhas de Deus: advertência, conhecimento e aceno. Deus tem utilizado meios para advertir, se revelar e acenar para o ser humano acerca da Sua existência, do Seu interesse por nós, da Sua providência, do Seu plano de salvação e de Seus propósitos. Precisamos procurar conhecer os caminhos do Senhor (Sl 103.7) e não apenas desfrutar dos Seus feitos. Apesar de ter visto e desfrutado das obras de Deus, toda uma geração pereceu no deserto, porque não conheceu os caminhos do Senhor (Hb 3.9-10).

Não conheceram por não terem atentado para a Palavra de Deus. Não procuraram obedecer às orientações divinas. Ou seja, não perceberam que Deus estava operando tantas maravilhas não apenas para suprir necessidades físicas (fome, sede, proteção, etc.), mas, também (e principalmente), atraí-los a Si para ensinar-lhes verdades espirituais (Nm 14.11, 22). Desfrutaram dos milagres e prodígios, “mas Deus não se agradou da maior parte deles” (1Co 10.5). É preciso perceber o sinal no milagre.

3. Os milagres e a Palavra de Deus.
Antes de Deus falar com Moisés no monte Horebe, primeiro lhe mostrou uma sarça que ardia e não se consumia. Moisés ficou maravilhado com o que via e decidiu chegar mais perto para ver. Então, quando o Senhor viu que ele estava chegando mais perto, o chamou e começou a falar com ele sobre Seus planos e propósitos (Êx 3.1-4).

3.1. Impactados pela ação divina.
A sarça que ardia e não se consumia era tão somente um sinal para despertar a atenção de Moisés sobre o que Deus queria falar com ele. Podemos observar, novamente, o impacto da ação divina nos dois relatos encontrados no Evangelho de João sobre os samaritanos (Jo 4.39-42) e os galileus (Jo 4.43-45). Ambos os povos receberam e tiveram um encontro com Jesus. A diferença é a ênfase que o apóstolo João dá sobre os samaritanos. Considerando os quatro versículos citados acima, as expressões que se destacam para descrever este encontro são que eles creram pela palavra, primeiro do testemunho da mulher e depois do próprio Cristo, a tal ponto que testemunharam que haviam crido em Jesus porque ouviram e, assim, passaram a conhecer que Ele verdadeiramente era o Salvador do mundo.

Não há no texto de João 4.39-42 menção da realização de milagres de curas e libertação dos possuídos por demônios. Podemos crer que o grande milagre foi produzido pela Palavra de Jesus no coração dos samaritanos. Enquanto que os galileus “o receberam, porque viram” (Jo 4.45).

3.2. A relevância da Palavra.
Tendo em vista as palavras de Jesus para o oficial do rei que foi procurá-Lo (Jo 4.48), podemos extrair uma importante lição: o milagre e os sinais podem despertar a atenção e o interesse das pessoas, mas somente a Palavra de Deus produz a fé e o conhecimento necessários para a salvação (Jo 17.3; 20.30-31). Por isso, Jesus não atendeu o pedido do homem para acompanhá-lo, mas o estimulou e desafiou a crer em Sua Palavra: “Vai, o teu filho vive” (Jo 4.50). E aquele servo do rei creu na Palavra de Jesus e testemunhou o milagre. Ou seja, o milagre, os prodígios e as maravilhas não substituem a Palavra de Deus. A Bíblia diz que a fé é pelo ouvir (Rm 10.17).

A fé firme e consistente, que está centrada em Cristo e conduz o discípulo de Jesus a uma vida perseverante, é produzida pela Palavra de Deus. Acima do milagre está a Palavra de Deus (Dt 13.1-4). Deus alertou o povo de Israel quanto a possibilidade de surgir um profeta no meio da congregação e operar um sinal ou prodígio, buscando, assim, desviar o povo da palavra revelada por Deus. Lembremo-nos de que os magos do Egito também fizeram sinais diante de Faraó (Êx 7.11, 22; 8.7).

3.3. Analisar o milagre a luz da Palavra.
Deuteronômio 4.34-40 é outro texto que demonstra a relação entre sinais e Palavra de Deus. O Senhor Deus revela que mostrou ao povo sinais e milagres para que soubesse que não há outro Deus, para ensinar e para que guardasse os estatutos e mandamentos. O inimigo sabe da tendência do ser humano de supervalorizar um milagre e interpretá-lo somente à luz dos acontecimentos imediatos e dos benefícios recebidos. Mas Deus deixou revelado em Sua Palavra, a Bíblia, sobre o perigo de se desprezar a Palavra. A Bíblia diz que, aos que não receberam a Palavra, será enviada a operação do erro, com poder, sinais e prodígios de mentira (2Ts 2.9-12).

Jesus, em Seu sermão profético, disse que se levantarão falsos profetas operando sinais e prodígios (Mc 13.22). O inimigo fará até mesmo descer fogo do céu à terra (Ap 13.13) e enganará com sinais. Precisamos atentar para os milagres e refletir junto com a Palavra de Deus. Não podemos analisar o milagre isoladamente. Devemos procurar perceber qual é a fonte, o propósito visado e o resultado produzido. O Doutor em Teologia e professor Otfried Hofius assim comentou acerca dos numerosos milagres registrados nos evangelhos: “De modo geral, as narrativas prestam pouca atenção ao processo milagroso propriamente dito; concentram sua atenção no encontro entre Jesus e o homem inteiro, com suas necessidades físicas e espirituais”.

Conclusão.
Os milagres, prodígios e as maravilhas de Deus são ações de socorro e providência, bem como sinais de advertência e acenos do Senhor para nós. Ainda não terminou o período da Igreja na terra, portanto precisamos permanecer crendo, proclamando e esperando o agir sobrenatural de Deus.

Questionário.
1. O que a expressão grega “semeion” indica?
R: “Sinal”, “maravilha”, “milagre” (Jo 2.11, 18, 23; 4.48).

2. O que Jesus, antes de retornar ao céu, disse aos Seus discípulos?
R: Que sinais seguiriam aos que cressem (Mc 16.17).

3. Por que toda uma geração pereceu no deserto?
R: Porque, apesar de ter visto e desfrutado das obras de Deus, não conheceu os caminhos do Senhor (Hb 3.9-10).

4. O que o milagre, os prodígios e as maravilhas não substituem?
R: A Palavra de Deus (Rm 10.17).

5. O que o texto de Deuteronômio 4.34-40 demonstra?
R: A relação entre sinais e palavra de Deus.

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.


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