Lição 9
CORAGEM EM MEIO À PERSEGUIÇÃO
27/05/2018
Texto
do dia
(2 Ts 1.11)
"Pelo que também rogamos sempre por vós,
para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo desejo da
sua bondade e a obra da fé com poder."
Síntese
Não existem contrariedades que sejam capazes
de destruir o projeto de Deus para nós.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - 1 Co 11.19
Em meio às crises os fiéis se revelam
TERÇA - Sl 11.5
O justo passa por provas
QUARTA - Rm 8.38,39
As aflições não podem nos separar do amor de
Deus
QUINTA - Hb 4.1-11
Há um lugar de descanso para nós
SEXTA - Cl 1.12
Somos chamados para uma vida digna
SÁBADO - 1 Co 10.31
Devemos viver para a glória de Deus
Objetivos
DISCUTIR a respeito do comportamento dos irmãos
tessalonicenses diante da perseguição;
COMPREENDER que mesmo em meio às
tribulações o Senhor está conosco;
ANALISAR a postura de Paulo
como líder diante da perseguição aos tessalonicenses.
Interação
Estimado professor, você já parou para pensar
a honra que é servir a Deus por meio do ministério do ensino? Se não houvesse a
Escola Dominical como seria o processo de discipulado e formação bíblica
continuada em nossas igrejas? O quanto de seu ministério seria diminuído se
você não atuasse como ensinador? Ao refletir essas questões é necessário
reconhecermos o quanto somos agraciados por militarmos no ministério do ensino,
pois no processo de preparo de cada aula, no esmero semanal de fazer o melhor
para Cristo, não apenas nossos alunos são abençoados, mas nós individualmente,
somos também ricamente edificados por intermédio da Palavra de Deus. Por isso,
faça de seu ministério um motivo de gratidão contínua em suas orações,
compreendendo que servir à Igreja de Cristo como educador é um privilégio para
alguns poucos filhos de Deus, e você caro professor, é um desses
bem-aventurados.
Orientação
Pedagógica
Por vivermos em um país pacífico e receptivo
aos princípios do Evangelho temos, muitas vezes, dificuldade de compreender com
clareza o que de fato é ser perseguido por amor a Cristo. Uma estratégia para
utilizar-se nesta lição é pesquisar em sites especializados informações sobre
como é a vida de cristãos em países fechados para a pregação do Evangelho. Existe
inclusive uma mobilização nacional por igrejas que vivem em contextos de
perseguição que é o DIP (Domingo da Igreja Perseguida). Este sempre ocorre no
domingo após a comemoração do Pentecostes - em alusão ao contexto de Atos 4.
Promova entre seus alunos um momento de
conscientização missionária, com o foco voltado para nações onde declarar-se
cristão é assumir para si uma sentença de morte. Ore em sala por nossos irmãos
perseguidos, e demonstre que os desafios enfrentados pelos tessalonicenses são
compartilhados por muitos ainda hoje.
Texto
bíblico
2 Tessalonicenses 1.3-12
3 Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus
por vós, como é de razão, porque a vossa fé cresce muitíssimo, e o amor de cada
um de vós aumenta de uns para com os outros,
4 de maneira que nós mesmos nos gloriamos de
vós nas igrejas de Deus, por causa da vossa paciência e fé, e em todas as
vossas perseguições e aflições que suportais,
5 prova clara do justo juízo de Deus, para
que sejais havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também padeceis;
6 se, de fato, é justo diante de Deus que dê
em paga tribulação aos que vos atribulam,
7 e a vós, que sois atribulados, descanso
conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu
poder,
8 como labareda de fogo, tomando vingança dos
que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor
Jesus Cristo;
9 os quais, por castigo, padecerão eterna
perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder,
10 quando vier para ser glorificado nos seus
santos e para se fazer admirável, naquele Dia, em todos os que creem (porquanto
o nosso testemunho foi crido entre vós).
11 Pelo que também rogamos sempre por vós,
para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo o desejo da
sua bondade e a obra da fé com poder;
12 Para que o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do
Senhor Jesus Cristo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Provavelmente, alguns meses depois da escrita
de 1 Tessalonicenses, a persistência de três problemas leva Paulo a escrever
uma nova carta à Igreja em Tessalônica com o objetivo de novamente denunciar
tais situações. As dificuldades enfrentadas pelos tessalonicenses englobam três
grandes áreas: política-cultural, teológica e social; são estes: uma ferrenha
perseguição promovida por judeus e pelo império, uma interpretação
completamente errônea com relação a parousia (a vinda do Senhor), e o
desagradável testemunho pessoal de alguns irmãos que simplesmente não queriam
mais trabalhar.
Neste primeiro capítulo o apóstolo dedica-se
a uma palavra de ânimo e fortalecimento àqueles irmãos que, desde a saída de
Paulo daquela cidade, passavam por severas situações de intolerância, mas mesmo
assim continuavam firmes no propósito de servir a Deus. Sobre esta situação,
Paulo os conforta afirmando que o Senhor fará justiça.
I- COMO
SE PORTAR DIANTE DAS TRIBULAÇÕES?
1. Com uma fé amadurecida. A fé dos
tessalonicenses não estagnou (2 Ts 1.3). Apesar das severas tribulações, das
heresias que se infiltravam naquela comunidade, eles cresceram em confiança
diante do Senhor. A máxima de Paulo direcionada à Igreja em Corinto em 1
Coríntios 11.19 parece fazer todo sentido em Tessalônica: é na crise que os
verdadeiros e fiéis se manifestam, assim como os fraudulentos e hipócritas
também (1 Tm 5.24,25). Um contexto de adversidades não deve nos intimidar,
antes, devemos encará-lo como uma possibilidade de aprofundarmo-nos na fé em
Jesus Cristo. A vivência de oposições deve colaborar para nosso amadurecimento,
isto é, quando vivemos em tempos difíceis passamos a valorizar as coisas
certas, assim como a desconsiderar como relevante aquilo que não edifica. As
muitas dificuldades que os tessalonicenses enfrentavam serviram de combustível
para o desenvolvimento da fé daqueles irmãos.
2 . Com um amor que se multiplica. Um dos erros mais
comuns, mas ao mesmo tempo mais perigosos que cometemos em tempos difíceis, é
permitir que o ódio ganhe espaço em nosso ser. Os sentimentos de injustiça,
desrespeito e medo que se levantam contra nós, não podem ser alimentados,
senão, enraízam em nossos corações impedindo-nos de compreender com clareza a
vontade de Deus (Hb 12.15). Lembremo-nos: nossos inimigos não são terrenos ou
humanos, mas espirituais e diabólicos (Ef 6.12). Ao contrário disso, diante da
crise, o amor entre os tessalonicenses se multiplicou, e não apenas, como
alguém poderia pensar, de maneira egoísta, internamente, mas também para com a
comunidade que estava à volta deles. Por meio do amor aquela comunidade se
fortalecia e conseguia superar suas limitações e oposições. Não se vence o mal
com mal, mas por meio do bem, do amor, da justiça e da misericórdia.
3. Com uma paciência inspiradora. A reação daquela
jovem igreja perante tantas tribulações era exemplar; o próprio apóstolo
testemunha que durante sua estadia em outras igrejas daquela região, a postura
dos irmãos em Tessalônica servia de inspiração. De modo especial, Paulo fala
sobre a paciência daquela comunidade, que mesmo em meio a "perseguições e
aflições" (2 Ts 1.4) persiste pacientemente confiando em Cristo. Este é o
segredo de uma vida vitoriosa: nunca agir precipitadamente em momentos de tensão,
mas ao contrário, orientar-se por uma postura paciente. Nossa paz não se deriva
de posses, poderes ou palavras. Temos a capacidade de parcimoniosamente
enfrentar os percalços da vida porque temos um supremo alívio vindo do Senhor
(Jo 16.33). A paciência dos tessalonicenses, que se fundamentava numa fé
inabalável no amor de Deus, deve inspirar-nos a crer que nenhum problema é
capaz de mudar o que o Senhor sente por nós.
Pense
Não somos chamados para sermos cristãos
infantis.
Ponto
Importante
Em tempos de ódios culturais aflorados,
precisamos, mais do que nunca, ser multiplicadores do amor.
II- O
QUE ESPERAR EM TEMPOS DE TRIBULAÇÃO?
1. Que a tribulação converta-se em
instrumento de testemunho de nossa fé. Levando em consideração tudo o que aquela
igreja enfrentava, mui especialmente a intolerância por parte da população
local, o que poderia garantir que eles estavam no caminho certo? Esse é um
sério questionamento com o qual comumente nos deparamos em tempos de
adversidade: será que estou fazendo as escolhas corretas? Que garantias tenho
que Cristo está comigo se estou enfrentando tudo isso? A resposta para estas
questões, segundo o próprio Paulo afirma (2 Ts 1.5; Sl 11.5), são as
tribulações. Isto é, as lutas que enfrentamos, e superamos com paciência e fé
(v.4), é o testemunho que fala mais alto acerca de nossa espiritualidade e
dignidade em Cristo. Não devemos procurar problemas.Todavia, não devemos
temê-los quando esses chegam, pois Cristo está conosco.
2. Que a devida justiça seja
exercida sobre os perseguidores. Em um contexto ostensivo e de ferrenha
oposição, devemos ter a certeza de que o Senhor está ao lado do justo, e que
por isso o ímpio jamais prosperará (2 Ts 1.6,8,9). O aparente bem-estar do
injusto não deve angustiar nossos corações, pois a estabilidade de tal
felicidade é frágil e de rápida desestruturação. A alegria e descanso que o Pai
tem programado para nós, todavia, são eternos, estáveis e abençoadores. Não nos
cabe a execução de nenhum juízo, e sim a prática cotidiana da justiça. A ação
de julgar é exclusiva do Pai (Hb 10.30), quanto a nós, basta-nos acreditar que
nenhum culpado será tomado como inocente, e nenhum puro será condenado pelo
Senhor como perverso (Na 1.3). No dia do juízo, justos e ímpios, serão
separados pelo Senhor, os primeiros para descanso eterno, já esses últimos,
infelizmente para desprezo e castigo eternos (Mt 25.33-45).
3. Que o dia do descanso virá. As tribulações um
dia terão um fim! (2 Ts 1.7,10) Nossa jornada, por mais cheia de percalços que
possa ser, terá um ponto final, pois o plano eterno de Deus desenrola-se desta
forma. Não é para o caos e o descontrole que tendem todas as coisas, o Senhor
ainda coordena o universo, Ele está assentado no trono (Sl 11.4; 96.10). Para
os seus santos, o Altíssimo tem preparado lugar de descanso e paz (Hb 4.1-11).
É para essa esperança que devemos direcionar nossos corações, isto é, não é
aqui que acaba nossa história. As muitas lutas e tribulações que enfrentamos
não serão capazes de impedir o estabelecimento da eterna vontade do Pai. Nossa
trajetória tem um rumo, nossos passos possuem uma direção certa; não demorará
muito, e nós ouviremos do Senhor o chamado eterno para morarmos para sempre ao
lado daquele que infinitamente nos ama.
Pense
Não é necessário desejar o mal de ninguém. Cada
um colherá aquilo que pessoalmente plantou.
Ponto
Importante
Não devemos fazer uma apologia ao sofrimento,
como se devêssemos desejá-lo, contudo, é preciso ter consciência de que
enfrentaremos problemas.
III- A
ORAÇÃO DE PAULO PELOS TESSALONICENSES
1. Tenham sua vocação confirmada. Não vem dos
tessalonicenses o direito à salvação; esta é uma obra exclusivamente realizada
por Deus (Ef 2.8). Contudo, o Eterno exige de seus filhos um padrão ético
elevado; a vida digna para qual somos chamados também é uma realização de Deus
em nosso ser. Sendo o Altíssimo o protagonista de todos os atos referentes à
salvação, a oração de Paulo é para que os tessalonicenses aguardassem, de modo
ativo (com testemunho, obediência e fervor), a ação salvadora do Senhor (2 Ts
1.11). Grandes coisas o Salvador tem a realizar na vida de todos os seus
filhos.Nosso esforço, desta maneira, deve estar em crer naquilo que o Senhor é
poderoso para fazer. Sabendo que é Ele quem continuamente restaurará nosso ser
à imagem do Pai enquanto aguardarmos a salvação.
2. Vivam a vontade de Deus. Paulo esclarece aos
tessalonicenses que a vocação daqueles irmãos tem como finalidade cumprir a
vontade do Pai. Esta é uma importante intercessão que o apóstolo faz por aquela
jovem igreja, pois cotidianamente somos confrontados com essa situação a ser
resolvida: obedecemos a voz do Mestre ou fazemos tudo do nosso jeito? É claro
que qualquer pessoa responderá que é melhor fazer a vontade do Senhor. Contudo,
muitas vezes o plano de Deus nem sempre é o mais fácil ou conveniente a nós.
Que nos inspiremos no clamor de Paulo pelos tessalonicenses para crer que a
mais excelente escolha é cumprir cada plano do Senhor (Sl 143.10). Sempre
viveremos tribulações e adversidades, mas isso não quer dizer que estamos sozinhos.Na
maioria das vezes, continuar de pé em tempos de calamidade é a prova mais
contundente de que Deus está conosco (Sl 118.6,7).
3. Glorifiquem ao Senhor com suas
vidas.
Aquela era uma Igreja que enfrentava fortes dificuldades. A possibilidade de haver
algum tipo de repercussão negativa na espiritualidade daqueles novos irmãos era
algo real. Todavia, a intercessão de Paulo pelos tessalonicenses direcionava-se
no sentido de que estes reconhecessem que suas vidas tinham como finalidade a
glória de Deus, e por isso, não deveriam permitir que nada lhes separassem do
amor do Pai (Rm 8.35-39). Tal como os irmãos de Tessalônica, devemos viver de
maneira que tudo que façamos seja para o louvor do Senhor. Muito mais
importante que glorificar a Deus apenas com palavras ou discursos é viver
inteiramente para a honra do Senhor.
Pense
A salvação não vem de nós, é uma dádiva de
Deus.
Ponto
Importante
Somos comissionados para uma vida de doação
ao Reino e ao seu Rei.
SUBSÍDIO
"A Completa Recompensa Virá (1.6-10)
Saber que qualquer tipo de injustiça cometida
um dia terá seu julgamento é um grande incentivo que gera um sentimento de
bem-estar. Deus deseja que a justiça corra como um ribeiro impetuoso (Am 5.24).
Seus filhos podem ter certeza de que a impiedade não escapará do julgamento,
nem a justiça deixará de ser recompensada. Paulo reafirma os dois lados da
justiça de Deus. Primeiramente fala do lado negativo - aqueles que perturbarem
os tessalonicenses não escaparão impunes (v. 6). Esse ato de Deus não deveria
ser visto como um 'embrulho de brutalidade cruel' que proporcionará alegria,
embora a simplicidade da expressão no versículo 6 possa levar a tal pensamento
(também os vv. 8 e 9; 2 Pe 2.12- 17; Jd 10-13). Talvez estas expressões
bíblicas sejam como os salmos imprecatórios, que exigem dolorosos julgamentos
sobre os opressores (por exemplo, Sl 3; 58; 59), não porque alguém esteja
sedento de sangue, mas por se esperar tão ansiosamente que a justiça de Deus
resgate o seu povo do mal. O salário do pecado será pago pelos perseguidores -
a não ser, é claro, que lhes aconteça o mesmo que aconteceu a Saulo, ou seja,
que se arrependam durante a sua jornada" (ARRINGTON, French L. e
STRONSTAD, Roger (Ed). Comentário Bíblico Pentecostal. 4 ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006. p. 1414).
ESTANTE
DO PROFESSOR
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as
Aflições da Vida. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
CONCLUSÃO
Os desafios que aquela jovem igreja
enfrentava eram enormes. Se fizéssemos uma avaliação meramente humana da
situação, o prognóstico seria dos piores. Todavia, aquela comunidade não andava
por critérios humanos, mas por obra de Deus. Inspiremo-nos no exemplo de
Tessalônica para enfrentar nossas lutas particulares, sempre crendo que o
Senhor é nosso bondoso Pai, que jamais nos abandona.
Hora da
revisão
Quais os três problemas que levaram Paulo a
escrever uma segunda carta aos irmãos tessalonicenses?
Uma ferrenha perseguição
promovida por judeus e pelo império, uma interpretação completamente errônea
com relação a parusia (a vinda do Senhor), e o desagradável testemunho pessoal
de alguns irmãos que simplesmente não queriam mais trabalhar.
Que atitudes a comunidade em Tessalônica
tomou diante da contínua tribulação que ali se levantou?
Demonstrou uma fé amadurecida,
multiplicou a prática do amor e pacientemente esperou a ação de Deus.
De que modo as lutas e tribulações que
enfrentamos podem se tornar em testemunho de nossa fé?
Através de um comportamento que
espelhe confiança no cuidado e amor do Pai.
De que modo devemos nos portar ante a
prosperidade do ímpio nos tempos em que somos angustiados?
Com serenidade, sabendo que o
prazer deles é fútil e logo passa, mas nossa alegria é/será eterna.
É possível glorificar a Deus com nossas
vidas? Justifique sua resposta.
Sim, por meio do entendimento
que a finalidade de nossas vidas é glorificar ao Senhor Jesus.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, A Igreja do Arrebatamento – O Padrão dos
Tessalonicenses para Estes Últimos Dias,
Comentarista Thiago Brazil, 2º trimestre 2018.
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