Lição 10 AS
DUAS PORTAS E OS DOIS CAMINHOS
04/06/2017
Texto do
dia.
"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim."
(Jo 14.6)
Síntese
Seguir o fluxo é o comportamento normal e
corriqueiro, porém, o discípulo é convidado a tomar o caminho da justiça do
Reino.
Agenda de
leitura
Segunda - Dt 11.26-28
A bênção e a maldição
Terça - Dt 30.11-20
A vida e o bem, a morte e o mal
Quarta - Sl 1.6
O caminho dos justos e o caminho dos
ímpios
Quinta - Sl 119.29,30
O caminho da falsidade e o caminho da verdade
Sexta - Jr 21.8
O caminho da vida e o caminho da morte
Sábado - Lc 13.24
A porta estreita
Objetivos
INTERPRETAR as metáforas
apresentadas por Jesus;
REAFIRMAR que a
"opção" é apenas em relação à porta estreita;
EXPERIMENTAR a realidade, da porta
estreita e do caminho apertado, colocada por Jesus.
Interação
O tempo atual não comporta a ideia de as coisas
não darem certo. O pensamento corrente é que servir a Deus significar
blindar-se ou proteger-se de todo e qualquer tipo de problema. Contudo, o
caminho feito por Jesus Cristo evidencia uma trajetória que nenhuma semelhança
tem com a época de hoje e a expectativa messiânica daquele tempo. Por mais que
se queira romantizar, a vida cristã implica o esforço de seguir a Cristo,
tomando decisões que leva o crente a fazer o mesmo caminho que o Salvador fez.
Não apenas o caminho é apertado, mas a própria porta, que leva a este caminho,
é estreita. Portanto, caminhar com o Mestre é estar disposto a entrar pela
porta estreita. E a dificuldade não estará apenas na decisão de entrar por esta
porta, mas durará por todo o caminho, pois "larga é a porta, e espaçoso, o
caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela". A
salvação não é uma conquista particular de quem quer que seja, pois foi
conquistada na cruz por Cristo, mas a decisão de adentrar a porta da salvação,
e a permanência no "caminho que leva à vida", são de nossa livre e
espontânea vontade e, por isso mesmo, "poucos há que a
encontrem".
Orientação
Pedagógica
Antes de realizar qualquer tipo de atividade,
observe bem sua classe e verifique se a sugestão desta orientação pedagógica se
adéqua a sua realidade, pois a intenção é facilitar o aprendizado e não causar
constrangimento. Pergunte para a classe se alguém já teve de fazer dieta.
Privar-se daquilo que o paladar queria, mas que por uma questão de orientação
médica não podia comer. Se a pessoa quiser, peça para ela relatar o quanto foi
difícil passar por esse período. Questione se alguém, por decisão própria, e
por sentir-se cansado, acima do peso, com problema de saúde ou mesmo incomodado
com o tamanho do manequim que usava em relação ao número que passou a usar, e
que por isso fez alguma vez um regime, privando-se de fast-foods e outros
alimentos calóricos para emagrecer. Veja se, além disso, a pessoa não teve
igualmente de desenvolver hábitos saudáveis, mudando radicalmente a alimentação
e praticando atividades físicas. Se a pessoa não se sentir constrangida (e nem
provocar algum constrangimento em terceiros), e quiser relatar sua experiência,
ela servirá de parâmetro para demonstrar o quão difícil é tomar uma decisão e
nela perseverar para que os bons resultados atingidos não regridam.
Texto
bíblico
Mateus 7.13,14
13 Entrai pela porta estreita, porque larga é a
porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram
por ela;
14 E porque estreita é a porta, e apertado, o
caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Encaminhando-se para o final do Sermão do
Monte, o Mestre agora inicia seu apelo e desafio à escolha da justiça do Reino
(Mt 7.13-27). Trata-se de um momento decisivo, pois Jesus Cristo não convida as
pessoas para se reunir em torno dEle e, posteriormente, em seu nome a fim de
discutir, teoricamente, o que foi ensinado. O convite é à prática, e isso
ninguém pode fazer por outro, antes é uma decisão individual que interpela a
uma ou a outra opção, sem meio-termo, pois essa possibilidade não existe (Jo
14.6).
I - A
METÁFORA DA PORTA E DO CAMINHO
1. Uma metáfora conhecida. Desde os tempos do
Antigo Pacto, a imagem dos dois caminhos é muito conhecida (Dt 11.26,28;
30.11-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8). Trata-se de um recurso linguístico
apropriado para se demonstrar a impossibilidade de se andar, simultaneamente,
nos dois caminhos, ou de se pensar que possa existir um "terceiro caminho".
O raciocínio é simples, se o caminhante está em um não pode, automaticamente,
estar no outro. O uso do plural também é recorrente e abundante, mas de igual
forma, há caminhos do Senhor e há caminhos da perdição, isto é, existem apenas
dois tipos de caminho (Dt 8.6; 10.12; 19.9; 26.17; 28.9; 32.4; Jz 2.19; 5.6; 1
Rs 15.26; 2 Rs 17.13 etc.).
2. A metáfora da porta. O Mestre utilizou a
metáfora da porta para dizer aos seus discípulos que Ele era a "porta das
ovelhas" (Jo 10.7) e reiterou: "Eu sou a porta; se alguém entrar por
mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" (Jo 10.9). A
indicação é oportuna, sobretudo, se nos lembrarmos da lição passada que falou
acerca de "bater" (Mt 7.7,8). Só se bate em uma porta, e essa porta
que abre passagem para outra realidade, é o próprio Mestre e não algum
conhecimento teórico de que alguns se acham proprietários (Lc 11.52). Quem se
dirige a essa "Porta", certamente encontrará a liberdade que procura
(Jo 10.9).
3. A metáfora do caminho. Jesus igualmente
ensinou que Ele era o Caminho (Jo 14.6). O Mestre é a porta e o caminho que
conduz ao Pai. Não existe qualquer subterfúgio ou atalho, é preciso
comprometer-se em entrar por Ele, caminhar nEle e assim permanecer até o
destino final (Mt 24.13).
Pense
Diante da verdade de que só há dois caminhos,
você saberia dizer em qual deles você está?
Ponto
Importante
Como porta e caminho de acesso a Deus, Jesus
está à disposição de todos que quiserem aceitá-lo, pois Ele não é propriedade
de ninguém.
II - A
PORTA LARGA E O CAMINHO DA PERDIÇÃO
1. A opção pela porta estreita. Antes de apresentar a
porta larga e ao que conduz o caminho espaçoso, o Mestre convida os discípulos
a entrar "pela porta estreita" (v.13). Por quê?
2. Porta larga e caminho espaçoso. Sob qualquer ângulo que
se analisar, é muito mais fácil que, entre uma porta larga e outra estreita e
entre um caminho espaçoso e outro apertado, o caminhante opte pelos primeiros
(v.13). O "normal" é seguir a multidão que, pelo próprio
"tamanho" da porta e a largueza do caminho, é a maioria. No
ensinamento de Jesus, tais metáforas representavam a religiosidade oficial de
Israel que, com todo o seu legalismo, era incomparavelmente mais
"fácil" de seguir que a justiça do Reino (Mt 15.14; Lc 11.52).
3. O destino final da porta larga e
do caminho espaçoso.
Não obstante, serem a porta larga e o caminho espaçoso mais convidativos, o
destino final de ambos é trágico, pois "conduz à perdição" (v.13).
Muitos, porém, ignorando o destino, valorizam a facilidade do trajeto. Isso
porque, no momento da peregrinação, não há necessidade alguma de renunciar a
nada, e a aceitação popular acaba falando mais alto. Todavia, ao final a
perdição será eterna (Lc 12.4-12 cf. Mt 10.16-30).
Pense
Entre uma porta estreita e outra larga, e entre
um caminho espaçoso e outro apertado, quais são os mais fáceis de serem
aceitos?
Ponto
Importante
Considerando a estimativa de vida de uma
pessoa, parece ser mais "fácil" decidir optar por ter
"facilidades" nesta vida em relação a vida eterna.
III - A
PORTA ESTREITA E O CAMINHO DA VIDA
1. A conformidade com a porta larga e
o caminho espaçoso. O
convite só acontece em relação à porta estreita e o motivo é óbvio: o estar na
vida leva as pessoas a seguirem pelo rumo mais fácil. Neste caso, o da porta
larga e do caminho espaçoso que, visivelmente, é mais bem popular (v.13).
2. Porta estreita e caminho apertado.
São poucos
os que decidem por entrar pela porta estreita e andar pelo caminho apertado
(v.14). A justiça do Reino exige renúncia. Mesmo tendo razão, abrir mão de si
em favor dos outros, amar os inimigos e não retribuir o mal, ser rejeitado até
mesmo pela família por causa da fé e assim por diante (Mt 5.20; Lc 14.25-27,33;
Jo 15.18-21; 16.1-3, etc.). Em outras palavras, abrir mão de seguir o fluxo
para tornar-se discípulo exige uma decisão radical.
3. A vida plena como destino final
dos que são discípulos. Como
o próprio caminho e também a vida (Jo 14.6), Cristo promete vida em abundância
(Jo 10.10). Tal vida inicia-se aqui e prolonga-se até a eternidade (Jo
4.13,14). Por isso, o discípulo é informado acerca dos percalços que certamente
serão encontrados durante o trajeto. Nesse caso, não há uma negação mágica
prometida pela religiosidade retributiva, onde o certo é feito para se obter o
bem e o errado evitado apenas para não se atrair o mal. Na perspectiva da
justiça do Reino, o bem é realizado sem que haja nenhuma expectativa de retorno
ou reciprocidade, mas sim porque a nova natureza leva-nos a agir assim (Mt
5.13-16). Só é possível viver dessa forma sob a égide do Reino (Mc 8.34-38; Lc
9.23-26).
Pense
Embora seja a opção mais difícil, entrar pela
porta estreita e andar no caminho apertado, é uma decisão consciente e radical.
Você já a fez?
Ponto
Importante
O caminho feito por Jesus Cristo - da rejeição
popular e da aceitação e aprovação divinas - é o caminho que o discípulo deve
também trilhar.
A justiça do Reino exige renúncia. Mesmo tendo
razão, abrir mão de si em favor dos outros, amar os inimigos e não retribuir o
mal, ser rejeitado até mesmo pela família por causa da fé e assim por diante.
SUBSÍDIO
1
"Entrai pela porta estreita (7.13,14)
A imagem fica mais clara no texto original.
Devemos escolher entre dois caminhos. Um caminho é 'apertado' ou 'difícil'
(tehlimmene, não 'estreito'), e a porta a que ele leva é 'estreita' (stene).
Assim, poucos o escolhem. Por outro lado, multidões fluem ao caminho que parece
mais espaçoso e fácil, que leva a uma porta larga e de fácil entrada. Aqui,
como sempre, as multidões estão erradas, pois é o caminho difícil e a porta
estreita que levam à vida.
Se parece fácil, e é popular entre a multidão,
é provavelmente a escolha errada" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, p.33).
"Dois Caminhos (7.13,14). A ideia de dois
caminhos é familiar no Antigo Testamento (cf. Sl 1; Jr 21.8). Mas Jesus chamou
a atenção para as portas. Estreita (13); a mesma palavra do versículo 14. A
tradução literal é 'apertada'. O termo grego para larga significa 'espaçosa'. O
'cristianismo do caminho largo' não levará ninguém para o céu. Este é um
pensamento solene que Jesus declarou; poucos encontrariam o caminho que leva à
vida" (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.)
Comentário Bíblico Beacon. Mateus a Lucas. Vol.6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2006, pp.68-69).
SUBSÍDIO
2
"Dois Caminhos: O Largo e o Estreito
(7.13,14).
O caminho da morte e o da vida aparecem no
Antigo Testamento, na literatura intertestamental, nos escritos de Qumran e na
literatura cristã primitiva (Dt 11.26-28; 30.15-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8,
2 Enoque 30.15; Testamento de Aser 1.3,5; 4 Esdras 7.1-9; Didaquê 1.1; 5.1;
Normas da Comunidade 3.20,21). Na literatura de Qumran os dois caminhos são
expostos como o 'caminho da luz' e o 'caminho das trevas'. Jesus, de forma
típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antitético: uma
porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o
caminho fácil, o qual é desastroso. A porta para a vida é difícil e restritiva;
os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade
da porta estreita é o caminho da justiça, na qual Jesus há pouco instruiu as
pessoas" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário
Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.61).
ESTANTE
DO PROFESSOR
Bíblia de Estudo Palavra-Chave. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD.
CONCLUSÃO
A mensagem do Mestre é clara e não permite
devaneios linguísticos, quem quiser segui-lo o fará através da passagem por uma
porta estreita e da permanência em andar em um caminho apertado. Já em seu
tempo, relata-nos João em seu Evangelho, que "apesar de tudo, até muitos
dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para
não serem expulsos da sinagoga" (Jo 12.42). Na verdade, informa-nos ainda
o apóstolo do amor, tais pessoas não assumiram a fé no Mestre, "porque
amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus" (Jo 12.43).
Hora da revisão
Muitas vezes Jesus ensinava através de figuras
de linguagem. Ele se exemplificou como várias coisas em algumas oportunidades.
Fale sobre as duas do tópico I.
A porta e o caminho.
No ensinamento de Jesus, o que significava as
metáforas da porta larga e do caminho espaçoso?
No ensinamento de Jesus, tais
metáforas representavam a religiosidade oficial de Israel que, com todo o seu
legalismo, era incomparavelmente mais "fácil" de seguir que a justiça
do Reino (Mt 15.14; Lc 11.52).
Por que é mais fácil adentrar a porta larga e
andar no caminho espaçoso?
Porque no momento da peregrinação,
não há necessidade alguma de renunciar a nada, e a aceitação popular acaba
falando mais alto.
O convite de Jesus se dá apenas em relação à
porta estreita. Por quê?
O convite só acontece em relação à
porta estreita e o motivo é óbvio: o estar na vida leva as pessoas a seguirem
pelo rumo que for mais fácil, neste caso, o da porta larga e do caminho
espaçoso que, visivelmente, é mais numeroso e bem popular (v.13).
Na perspectiva do Reino, o que significam as
metáforas da porta estreita e do caminho apertado?
Estar em Jesus e andar na presença
dEle.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, O Sermão do Monte – A Justiça sob a Ótica de Jesus, Comentarista César Moisés Carvalho, 2º
trimestre 2017.
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