Lição 7 A
ANSIEDADE PELA VIDA
14 de maio de 2017
Texto do
dia
(Mt 6.34)
"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de
amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu
mal."
Síntese
Desde sempre a humanidade tem pautado sua
existência pela ansiedade e preocupação com o amanhã, porém, os filhos do Reino
são ensinados a confiar no Senhor.
Agenda de
leitura
Segunda - Sl 37.25 O testemunho de Davi
Terça - Lc 12.31 O Reino de Deus em primeiro
lugar
Quarta - 1 Tm 4.8 A promessa para o presente e
para o futuro
Quinta - Tg 4.13-16 O amanhã só virá com a
permissão divina
Sexta - Pv 27.1 A imprevisibilidade do amanhã
Sábado - Lc 12.13-21 A precariedade dos bens
materiais
Objetivos
AVALIAR onde se encontra o
"coração" e mostrar-se disponível à necessária mudança e conversão de
rumos;
VERIFICAR a forma de ver o mundo
e o quanto é preciso reformulá-la;
AUTOAVALIAR com o intuito de
decidir pelo Senhor e também fugir da ansiedade.
Interação
A ansiedade vai muito além de um sentimento ou
estado psíquico, pois hoje já se sabe que ela é fonte de doenças não apenas
emocionais, mas também físicas, sendo ela mesma, quando persistente e em um
nível drástico, uma patologia conhecida como "transtorno de
ansiedade". A organização social favorece o desenvolvimento desse
mal-estar físico e psíquico, levando as pessoas a manterem-se permanentemente
ansiosas. O resultado desastroso dessa estratégia é que a sociedade termina
pensando que tal estado de correria é "normal". Técnicas comerciais
levam a população a consumir, sem necessidade, tendo que por isso aumentar sua
jornada de trabalho. Assim, forma-se uma "bola de neve", pois as
pessoas querem se sentir atuais, isto é, "na moda", para serem
aceitas e incluídas, endividando-se além de suas condições, tendo então que
trabalhar mais do que o recomendável. Como resultado, muitos adoecem. Outras,
ansiosas por causa da "ditadura da beleza" e do corpo perfeito,
adotam "dietas desproporcionais" ou a ingestão de anabolizantes,
recorrendo a artifícios para "ficar em forma". Por outro lado, a
ansiedade também é uma fonte de obesidade. As pessoas comem mais do que
precisam para saciar de alguma forma sua ansiedade. O fato é que a ansiedade
predispõe o ser humano à fácil dominação. Pesquisadores dizem que não é
recomendável ir ao mercado quando se está com fome, pois a pessoa acaba
comprando mais do que precisa. Enfim, sob todos os aspectos, a ansiedade é
nociva.
Orientação
Pedagógica
Uma distinção importante a se fazer é entre
ansiedade e estresse. Segundo o psicólogo industrial, Frederick Sale, em sua
obra Você & Deus no Trabalho (CPAD), a "dinâmica psicológica do
estresse está bem entendida", pois o "processo tem início com um
abalo emocional" fazendo com que você perceba "algo que lhe causa
medo, pesar, culpa, ira, excitação, etc. (Experiências positivas intensas
também podem ser estressantes.) Uma vez que o agente estressante é registrado
pelo córtex cerebral (que é uma parte do cérebro), a sequência se desenvolve do
seguinte modo:
Outras partes do cérebro são despertadas;
O hormônio pituitário desperta o restante do
seu corpo;
A atividade autônoma do sistema nervoso é
aumentada;
Sua taxa de metabolismo sofre um aumento;
Seu consumo de oxigênio aumenta;
Sua pressão sanguínea aumenta;
Suas taxas de batimentos cardíacos e de
respiração aumentam;
Maior quantidade de sangue é bombeada aos seus
músculos;
A adrenalina é bombeada para sua corrente
sanguínea;
Seu fígado aumenta a secreção de colesterol;
Sua atividade renal é aumentada;
O teor de açúcar no seu sangue aumenta;
Seus músculos se tornam tensos;
As palmas de suas mãos começam a suar".
O autor finaliza dizendo que fomos feitos
"para funcionar deste modo", e que o "estresse é, de fato, um
mecanismo de sobrevivência" que nos "capacita a lidar com
circunstâncias ameaçadoras que causem rupturas". Se rapidamente reagirmos
e, se tivermos sucesso para eliminar a fonte de estresse, "todos os
sistemas do organismo voltarão à sua condição normal mais rápida e
completamente" (pp.143-44). Portanto, se mantivermos a ansiedade,
certamente viveremos permanentemente estressados, aumentando o risco de doenças
e até mesmo o óbito.
Texto
bíblico
Mateus 6.19-34
19 Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça
e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.
20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a
traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí
estará também o vosso coração.
22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte
que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.
23 Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu
corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes
serão tais trevas!
24 Ninguém pode servir a dois senhores, porque
ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não
podeis servir a Deus e a Mamom.
25 Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos
quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem
quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o
mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?
26 Olhai para as aves do céu, que não semeiam,
nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não
tendes vós muito mais valor do que elas?
27 E qual de vós poderá, com todos os seus
cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
28 E, quanto ao vestuário, porque andais
solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem
fiam.
29 E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda
a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
30 Pois, se Deus assim veste a erva do campo,
que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós,
homens de pequena fé?
31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que
comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?
32 (Porque todas essas coisas os gentios
procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas
coisas;
33 Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua
justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
34 Não vos inquieteis, pois, pelo dia de
amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Em continuidade ao célebre Sermão do Monte, o
Mestre passa agora a expor a justiça do Reino, portanto, a que deve prevalecer
para os seus discípulos (6.19-7.27). Nessa primeira seção de ensino, Jesus
aborda pontos básicos do dia a dia que dizem respeito não apenas ao seu núcleo
apostólico, mas a todos os discípulos que, em todos os tempos e lugares,
aceitarem o chamado para seguir a Cristo, devem orientar suas vidas de acordo
com o que aqui está exposto (vv.19-34). Mesmo porque, para quem ora e se
expressa com a oração do Pai-Nosso, nada diferente pode ser esperado.
I -
TESOUROS TERRESTRES X TESOUROS CELESTES: EM QUAL DELES ESTÁ O NOSSO
CORAÇÃO?
1. O desestímulo ao acúmulo de
tesouros terrestres. Em
uma sociedade cujo valor maior está em "ter" cada vez mais e assim
conquistar prestígio, Jesus ensina justamente o contrário (Lc 12.15).
Exaurir-se em uma busca frenética para acumular bens terrestres não é uma forma
saudável para viver, pois a fragilidade de tais bens ("traça",
"ferrugem" e "ladrões"), demonstra claramente tal verdade
(v.19).
2. O incentivo ao acúmulo de tesouros
celestes. O
estilo de vida do discípulo não é outro, senão o do Mestre (Lc 6.40). Jesus
disse que a sua "comida" era cumprir a vontade do seu Pai e assim
realizar o que Ele veio executar (Jo 4.31-34). É importante lembrar que tal
obra é abrangente (Lc 4.18,19). O Mestre a destinou aos seus seguidores para
que dessem continuidade e a levassem adiante (Lc 10.19,20; Mt 28.19,20; Jo
20.19-23 etc.). Assim, ser "rico para com Deus" (Lc 12.21) significa
orientar-se pelos valores e justiça do Reino onde o bem é realizado, ou seja,
"acumulado", gerando tesouros celestes que serão revelados no fim
como galardão (Mt 6.20 cf. Mt 25.31-46; Lc 12.22-34; 1 Co 3.13-15).
3. O "lugar" do coração. A
contraposição, ou antítese, entre os dois "lugares" de acúmulo (Terra
e Céu), se dá por causa do "coração" (v.21). Os desejos, a vontade,
as emoções e o intelecto, enfim, todo o nosso ser, estará voltado para o que
nos for mais caro e importante, ou seja, o nosso "tesouro". Se o
nosso "tesouro" estiver nas coisas transitórias e efêmeras da vida,
estaremos então perdidos, pois elas perecem facilmente, fazendo com que
percamos a esperança (Lc 12.13-21; 1 Co 15.19). Todavia, se a nossa confiança
estiver em Deus e em seu Reino, nosso tesouro estará em lugar seguro, devendo
perdurar por toda a nossa existência terrena e até na eternidade (Lc 12.33,34).
Pense
De acordo com o que aprendemos, você é capaz de
responder, sinceramente, sobre a "localidade" do seu coração?
Ponto
Importante
Se o nosso coração está naquilo que nos é mais
importante, torna-se obrigatório fazermos uma autoavaliação diária a fim de
verificar onde o estamos "colocando".
II - A
MALÍCIA E A PUREZA DOS OLHOS
1. O olho como lâmpada do corpo. A visão é um dos
sentidos mais utilizados, por isso, os olhos são apontados pelo Mestre como
fonte de saúde para todo o corpo (v.22a). Tanto os "olhos" quanto o
"corpo" aqui não devem ser entendidos simplesmente de forma literal
(vide "olhos do entendimento" em Ef 1.18). Na verdade, o sentido das
expressões é bem mais profundo, pois os olhos podem ser bons ou maus, puros ou
impuros, sadios ou doentes, isto é, dependem da visão de mundo de quem olha (Mt
20.15). O "corpo", por sua vez, não se trata unicamente da matéria,
mas refere-se à totalidade do ser; logo, a existência e a condução da vida
dependem da qualidade da visão de mundo da pessoa (Lc 11.34-36).
2. Olhos bons, corpo iluminado. Pelo fato de esta
instrução estar sucedendo o assunto referente aos tesouros, certamente a saúde
dos olhos está relacionada à perspectiva de vida de quem "olha"
(v.22). Assim, se os valores da pessoa estão nos tesouros que se guardam para a
eternidade (v.20), certamente ela será abençoada, ou seja, o seu
"corpo" terá luminosidade real e verdadeira (Pv 22.9).
3. Olhos maus, corpo tenebroso. Contrariamente, se a
visão de mundo da pessoa for mesquinha e tacanha, ela verá com maus olhos toda
atitude de benevolência e generosidade (Mt 20.8-15; Jo 12.4-6). Se a lâmpada do
corpo, ou seja, se o que era para ser luz vê todas as coisas por um prisma
materialista e, portanto, negativo, a "luz" que deveria haver nessa
pessoa são trevas. Tais trevas se tornarão mais densas, posto que tal pessoa
tende a tornar-se cada vez mais dependente das circunstâncias e condição
social, tornando-se sempre mais obscurecida pelos valores terrenais (Lc
12.13-21).
Pense
Tendo em mente o que acabamos de estudar, o que
é mais importante: O "que" olhamos ou "como" olhamos?
Ponto
Importante
Se o curso de nossa vida depende da saúde da
nossa maneira de enxergar a realidade, é imprescindível que cada um cuide com
muito carinho de sua visão de mundo (Rm 12.2).
III - OS
DOIS SENHORES, A ANSIEDADE PELA VIDA E O DIA DE AMANHÃ
1. Os dois senhores. O versículo 24 é
contundente e aparece também em Lucas 16.13. O ensino que abre essa parte é
iniciado com um "por isso", indicando a orientação prática do Mestre
a respeito de se ter uma visão de mundo cujos valores estão nos tesouros
celestes. Não está sendo considerada a questão do trabalho que deve ser
atendido como fonte de sustento. O que o Mestre está dizendo é que uma vida que
se orienta de forma praticamente idolátrica em relação aos bens, ou à sua
aquisição, não pode pretender servir a Deus, visto que o Criador não aceita tal
divisão (Mt 19.16-30).
2. A ansiedade pela vida. Nos versículos 25 a 33,
o Mestre explicita o seu ensino a respeito do estilo de vida e também da
justiça para os discípulos. Através de vários exemplos, Jesus trata da
"natural" ansiedade pela vida, contrapondo as preocupações adquiridas
socialmente com a existência dada por Deus graciosamente (Lc 12.22-32). Assim,
Ele mostra que a vida é mais valiosa que o alimento e o corpo, mais valioso que
a roupa (v.25). As aves têm suas necessidades supridas pelo Criador e nós, pela
nossa fragilidade social (seres humanos precisam construir sua realidade, pois
não a recebe "naturalmente" como os demais seres vivos), somos mais
importantes que elas (v.26). As preocupações não podem aumentar a nossa
estatura ou prolongar os nossos dias de vida, que dirá resolver os problemas
inerentes ao existir. Por isso, a inquietação pelo vestuário é desaconselhada,
pois as flores do campo são mais belas em sua singeleza do que jamais foi
Salomão em toda a sua grandeza (vv.28-30). Assim, o discípulo que está a
serviço do Mestre não deve estar ansioso por nada deste mundo, pois o Criador
sabe das necessidades do ser humano (vv.31,32). A recomendação a esse respeito
é buscar viver a justiça do Reino de Deus, e também promovê-la, pois essas
coisas básicas (comida, vestuário), certamente haverão de ser supridas (v.33).
Não se deve viver nessa busca frenética, pois assim se comportam os que não
conhecem a Deus (v.32).
3. O dia de amanhã. "Sofrer por
antecipação". Esse ditado popular resume a ideia censurada por Jesus no
versículo 34. Não cabe ao discípulo sofrer o dia de amanhã, pois ao filho do
Reino é ensinado que o dia de amanhã deve ser vivido quando tiver se tornado
presente (v.34). Isso não significa que não devemos planejar e pensar o futuro,
vivendo uma vida irresponsável, mas é preciso confiar plenamente no Senhor e
submeter-se à sua vontade (Tg 4.13-17 cf. Lc 14.25-33).
Pense
É possível adorar a Deus e ao dinheiro?
Ponto
Importante
Buscar o Reino de Deus e a sua justiça é
colocar em prática o estilo de vida ensinado por Jesus.
As preocupações não podem aumentar a nossa
estatura ou prolongar os nossos dias de vida, que dirá resolver os problemas
inerentes ao existir.
SUBSÍDIO
1
"Não podeis servir a Deus e às riquezas
(6.24, versão RA)
Nós sabemos o que significa servir a Deus. Mas
como pode uma pessoa servir ao Dinheiro? A palavra grega para 'servir',
douleuein, enfatiza a sujeição da vontade. Ela tem a mesma raiz que a palavra
'escravo'.
Podemos parafrasear este versículo do seguinte
modo: 'Ninguém pode ser escravo do dinheiro e ainda servir a Deus'.
Jesus está afirmando uma profunda verdade
espiritual e psicológica. Podemos ser capazes de compartimentar nossos
pensamentos, de modo que o trabalho, o lar, a diversão e a igreja sejam
mantidos separadamente. No fundo, no entanto, elas serão um valor que orienta a
maneira como cada escolha é avaliada. Para alguns, este valor é a popularidade,
e tais pessoas farão qualquer coisa para obter a aprovação da multidão. Para
muitos, o valor básico é a riqueza, e cada escolha é, em última análise,
avaliada pelo resultado econômico final. Jesus nos diz que o valor orientador
do reino é a vontade de Deus, e Deus deve ter prioridade em nossas vidas. Se
não decidirmos servir a Deus, e fazer com que agradar a Ele seja a coisa mais
importante das nossas vidas, certamente seremos escravizados a alguma coisa que
não tem nenhum valor.
Somente o serviço a Deus é que traz as riquezas
eternas" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.32-33).
SUBSÍDIO
2
"Vos digo: não andeis cuidadosos quanto à
vossa vida (6.25)
'Andar cuidadoso' é merimnao, estar ansioso,
distraído pelos medos. Em um segundo sentido pode significar simplesmente
preocupar-se. A vida é psuche, uma palavra que reflete o significado da
hebraica nephish e chama a atenção para nossa natureza como seres que vivem no
mundo material.
Como existimos em corpos, precisamos de comida,
bebida e abrigo, para mantermos a vida biológica. Alguns se vêem como seres que
têm apenas a vida biológica, e vêem a vida propriamente dita como nada mais do
que uma luta para obter as coisas materiais. Um moderno adesivo de para-choques
capta bem este ponto de vista: 'Quem tem mais briquedos, quando morre, ganha o
jogo'.
Jesus não objeta o fato de que os seres humanos
precisam de comida, roupas e abrigo. Mas Ele nos lembra que os seres humanos
não são essencialmente biológicos por natureza. Nós temos uma participação na
imagem de Deus, e o espiritual tem um significado mais fundamental para nós do
que o material.
Quanto às nossas necessidades de psuche, temos
o Pai que proverá por nós. Assim, nós, cidadãos do reino de Deus, estamos
livres da preocupação com as necessidades mundanas, livres para dar prioridade
ao espiritual" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do
Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.32-33).
ESTANTE
DO PROFESSOR
PEARLMAN, Myer. Mateus: O Evangelho do Grande
Rei. 5.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
CONCLUSÃO
A mensagem do Mestre nessa primeira seção em
que se tratou das coisas básicas do ser humano é uma só: A orientação da vida.
O discípulo não deve orientá-la da mesma forma que os pagãos, ou seja, dos que
não conhecem a Deus (v.32), visto que aqueles que atenderam ao chamado de
Cristo, devem confiar nEle, ao passo que os outros confiam em si.
Hora da revisão
Os ensinos de Jesus nessa seção do Sermão do
Monte são referentes à justiça de quem?
A todos os discípulos que, em
todos os tempos e lugares, aceitarem o chamado para seguir a Cristo, devem
orientar suas vidas de acordo com o que aqui está exposto (vv.19-34).
O que significa "coração" no
versículo 21?
A sede dos desejos, da vontade,
das emoções e do intelecto, enfim, todo o nosso ser, que se volta para o que
nos for mais caro e importante, ou seja, o nosso "tesouro".
Qual o sentido de "olhos" no
ensinamento do Mestre?
A visão de mundo de quem olha (Mt
20.15).
Por que é impossível servir a Deus e ao
dinheiro?
Uma vida que se orienta de forma
praticamente idolátrica em relação aos bens, ou à sua aquisição, não pode
pretender servir a Deus, visto que o Criador não aceita tal divisão (Mt
19.16-30).
A ansiedade "natural" é construída
socialmente, ao passo que o dom da vida é outorgado pelo Criador graciosamente.
Como o Mestre exemplifica essa verdade?
Através de vários exemplos,
mostrando que a vida é mais valiosa que o alimento e o corpo, mais valioso que
a roupa (v.25). As aves têm suas necessidades supridas pelo Criador e nós, pela
nossa fragilidade social (seres humanos precisam construir sua realidade, pois
não a recebe "naturalmente" como os demais seres vivos), somos mais
importantes que elas (v.26). As preocupações não podem aumentar a nossa estatura
ou prolongar os nossos dias de vida, que dirá resolver os problemas inerentes
ao existir. Por isso, a inquietação pelo vestuário é desaconselhada, pois as
flores do campo são mais belas em sua singeleza, do que jamais foi Salomão em
toda a sua grandeza (vv.28-30).
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, O Sermão do Monte – A Justiça sob a Ótica de Jesus, Comentarista César Moisés Carvalho, 2º
trimestre 2017.
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