Lição 9 A
NOVA RELIGIOSIDADE
30 de agosto de 2015
Texto do
dia
"Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos
mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o
Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós." (Cl 3.13 - ARA)
Síntese
Se não agirmos como sal da terra e luz do
mundo, não seremos conhecidos como discípulos de Cristo.
Agenda de
leitura
Segunda - Ez 34.1-10 A condenação dos pastores
de Israel
Terça - Os 6.6; Am 5.21-27; Mq 6.1-8 A
exposição profética do desejo divino
Quarta - Mt 15.9,14 Doutrinas de guias cegos
Quinta - Jo 13.34,35 Devemos ser conhecidos
pelo amor
Sexta - 1 Pe 2.12; 3.16 Devemos ser conhecidos
pelo bom exemplo
Sábado - Tg 1.26,27 A verdadeira religião
Texto
bíblico
Romanos 2.17-24
17. Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e
repousas na lei, e te glorias em Deus;
18. e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas
excelentes, sendo instruído por lei;
19. e confias que és guia dos cegos, luz dos
que estão em trevas,
20. instruidor dos néscios, mestre de crianças,
que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
21. tu, pois, que ensinas a outro, não te
ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
22. Tu, que dizes que não se deve adulterar,
adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
23. Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus
pela transgressão da lei?
24. Porque, como está escrito, o nome de Deus é
blasfemado entre os gentios por causa de vós.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Desde o início do século passado, com as novas
descobertas científicas, temia-se que o mundo se tornasse ateu. Todavia, o
mundo tem se mostrado extremamente propenso à religiosidade. Dentro de cada ser
humano existe um vazio existencial que só pode ser preenchido pelo Criador.
Neste início de século, um novo fenômeno já
começa a despontar; trata-se do que está sendo chamado de movimento dos
"desigrejados". A cada dia muitos dizem estar desiludidos com a
igreja enquanto instituição. Porém, não podemos nos esquecer de que a Igreja,
como Corpo de Cristo, deve reunir-se e os irmãos precisam estar juntos, pois
tal postura não é algo opcional (Hb 10.25). Esse fenômeno é, na verdade,
cumprimento das Escrituras, que afirmam que "por se multiplicar a iniquidade,
o amor de muitos se esfriará" (Mt 24.12).
Como lidar com estes que se dizem desiludidos
com a igreja? É sobre este assunto que estaremos refletindo neste domingo.
I - A FALÊNCIA DA RELIGIÃO OFICIAL DE ISRAEL
1. O nascimento da religião oficial
de Israel.
A religião de Israel, o judaísmo, é a institucionalização do sistema de vida
prescrito por Deus para o povo eleito (Dt 4.5-8). Ao passar 430 anos no Egito,
o povo da promessa assimilou suas práticas gentias, inclusive religiosas, que
passaram a ser reproduzidas entre os santos (Êx 12.40; 32.1-24; Lv 18.1-5).
Após o cisma israelita que dividiu Israel em Reino do Sul e Reino do Norte (1
Rs 12.1-33), os profetas tornaram-se cada vez mais incisivos em suas denúncias
da apostasia nacional, principalmente em relação aos reis e aos sacerdotes (Jr
7.21-26; 25.4; 29.19).
Tal denúncia chamava a atenção para a verdade
de que os rituais sem a observação dos mandamentos era apenas liturgia mecânica
e vazia.
Assim, após a extinção de ambos os Reinos,
quando o povo foi para o cativeiro e retornou, é que, segundo alguns
estudiosos, de fato nasceu o judaísmo - a religião oficial e institucionalizada
de Israel -, durante a restauração dos muros de Jerusalém sob a liderança
política de Neemias, e a religiosa de Esdras (Ne 8.1-18).
2. A boa consciência de Esdras e a
distorção posterior.
Além de sacerdote, Esdras também era escriba, ou seja, um copista que, ao
retornar do cativeiro babilônico, inspirado pelo Senhor, tornou-se "hábil
na Lei de Moisés, dada pelo SENHOR, Deus de Israel" (Ed 7.6). Assim, como
"Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do SENHOR, e para
a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos"
(Ed 7.10), depois do assentimento desse propósito, ele deixa de ser apenas um
copista estatal e passa a ser "o escriba das palavras, dos mandamentos do
SENHOR e dos seus estatutos sobre Israel" (Ed 7.11). Depois dessa decisão,
uma mudança de paradigma ocorreu: Não somente o próprio Esdras, mas toda a
classe de escribas (contemporânea e posterior), passaram a ser professores do
povo.
O fato de o Senhor Jesus, séculos depois,
referir-se aos escribas de forma negativa (Mt 23.1-39; Lc 11.37-54) é
claramente explicável, visto que nesse tempo eles já pertenciam à seita dos
fariseus, que "complementavam" a Lei com suas tradições, tornando-a
obscura e sem efeito. É assim que, em o Novo Testamento, Jesus depara-se com um
Israel em que não faltava ensino da Lei, mas vivência (Mt 7.28,29); havia
prática tradicionalista exterior e mecânica, mas não sinceridade interior (Mt
15.1-9).
3. Um perigo para a igreja do
primeiro século e para a de hoje. Um dos grandes adversários internos da igreja
do primeiro século foi justamente o judaísmo (At 15.1-29). Quem continuasse
apegado a ele não poderia servir a Cristo verdadeiramente (Gl 2.1-21; 5.1-15).
Apesar de Israel ter sido escolhido para representar a Deus, Paulo diz que o
tradicionalismo os cegou e eles então promoviam a vergonha do nome do Senhor
por causa do mau testemunho (Rm 2.17-24). Jesus então inicia um novo tempo (Mc
1.1,15), institui a Igreja (Mt 16.18) e esta agora passa a ser a fiel
representante de Deus na terra (1 Pe 2.9).
É importante relembrar que tal
representatividade significa cumprir o que Israel fora chamado para fazer, e
não desfrutar de benefícios que, de forma equivocada, o Povo Escolhido pensou
que tinha. Em Êxodo 19.6, o texto mostra claramente que Deus chamou Israel para
ser um "reino sacerdotal". Em o Novo Testamento, especificamente em 1
Pedro 2.9, a Palavra de Deus afirma que a igreja é o "sacerdócio
real". O que fazia o sacerdote? Além de oficiar o culto, intercedia a Deus
pelo povo (Êx 30.30; 1 Sm 2.35; Hb 5.1). A igreja foi chamada para apresentar
sacrifícios espirituais, que consiste no ato de anunciar as obras maravilhosas
do Deus que nos tirou das trevas e nos trouxe para sua maravilhosa luz (1 Pe
2.5,9). Portanto, a Igreja assim deve proceder como forma de gratidão e
chamado, e não a fim de ser premiada.
Pense
O que significa dizer que a Igreja é,
atualmente, a fiel representante de Deus na face da terra?
Ponto
Importante
O sacerdócio da Igreja consiste em representar
o Senhor na face da terra de tal forma, que as pessoas tenham desejo de servir
a Jesus Cristo por causa do bom exemplo de seus representantes.
II - O "FENÔMENO DOS DESIGREJADOS"
1. O
fenômeno.
O fenômeno dos desigrejados é novo, nasceu no final do século 20 nos Estados
Unidos, e lá foi denominado de Emerging Church (Igreja Emergente). Há no Brasil
adeptos dessa nova forma de "ser igreja". Porém, não é este fenômeno
específico apontado pelo censo 2010 do IBGE, mas algo que possivelmente faça
parte do que o instituto classifica como sendo os "sem religião".
Esse "grupo" - que não tem nada em comum a não ser a crença, ou não,
em Deus e o não nutrir simpatia por nenhuma denominação - já é o segundo maior
do país. É possível que entre as pessoas pesquisadas haja adeptos do
"movimento igreja emergente", porém, tanto um quanto o outro,
erroneamente, desistiram das igrejas convencionais (1 Jo 2.19). Sabemos que
"estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há
que a encontram" (Mt 7.14).
2. As
possíveis causas.
Não há dúvida que muitos desse grupo foram enganados e seduzidos por ideias,
doutrinas e demais pensamentos que têm origem nas ações ou nas astutas ciladas
do Maligno (Ef 6.11). Outros saem por insubordinação, falta de compromisso e
também por quererem dominar sobre o povo (At 15.24; Tt 1.10-16). Contudo, é
preciso ponderar o fato inegável de que existem também outras causas, dentre
estas, questões de ordem pessoal (Rm 2.24). A despeito disso, a recomendação da
Palavra de Deus é clara: O crente não pode deixar de congregar com os irmãos
(Hb 10.25).
3. A pior
causa da rejeição.
Em relação aos que já pertenciam às igrejas e por uma razão ou outra saíram,
talvez a preocupação seja menor. Entretanto, para os que nunca pertenceram a
igreja alguma e dizem acreditar em Deus, mas não querem pertencer a nenhuma
denominação por causa de maus testemunhos, é algo que deve nos preocupar (Lc
17.1). A igreja deve comportar-se como sal da terra e luz do mundo. Precisa
demonstrar à sociedade secularizada e relativista que não existe outro caminho,
outra verdade que não seja Jesus Cristo - cabeça da Igreja (Ef 4.15). Além do
mais, não podemos nos esquecer que, um dia, todos - líderes, liderados e
desigrejados - teremos de prestar contas dos nossos atos Àquele que conhece
todas as coisas e sonda os corações (Rm 14.12).
Pense
O que podemos fazer para conter o crescimento
desse novo grupo de pessoas?
Ponto
Importante
Apesar de não ser correto deixar de congregar,
é preciso sensibilidade para compreender as causas específicas que ocasionaram
o afastamento de cada uma dessas pessoas.
III - PRESERVANDO A IGREJA COMO ORGANISMO VIVO
1. O perigoso ciclo da igreja como
instituição.
Um perigoso ciclo forma o caminho da igreja enquanto instituição. Ele é
composto de avivamento, movimento e monumento. De fato, a história mostra-nos
esse percurso: A Igreja nasceu no Pentecostes (At 2.1-13), tornou-se um
poderoso movimento (At 2.42-47) e foi preciso reformá-la na Idade Média, por
ter se transformado em um monumento. E quando no século 17 ela caiu no
formalismo, Deus soprou o seu Espírito, culminando em avivamentos, a exemplo
dos que aconteceram nos EUA no início do século passado, alcançando-nos aqui no
Brasil.
2. Avaliando nossa atuação. Se por um lado o
fenômeno dos sem-igreja é um sinal da falta do senso de pertença que está em
sintonia com o espírito dos novos tempos, por outro, deve, no mínimo, levar-nos
a refletir qual tem sido o nosso testemunho (1 Co 10.32). Como novos
representantes de Deus na face da terra, precisamos ter muito cuidado para não
escandalizarmos o nome do Senhor. O exemplo de Israel deve nos ensinar tal
cuidado (Rm 2.24).
3. O valor do pentecostalismo
clássico. Uma
das características desse novo "grupo religioso" é a valorização da
experiência religiosa que, para eles, deve ser pessoal e significativa. Não
existe segmento do cristianismo que valorize mais esse aspecto que o
pentecostalismo clássico. Por isso, podemos oferecer-lhes, de forma bíblica,
exatamente o que tanto procuram (At 19.2-6).
Por outro lado, mesmo entre aqueles que
pertencem a uma denominação, é inegável o fato de que existe um clamor,
praticamente geral, por um novo avivamento ou por uma nova reforma. Isso aponta
para a verdade de que carecemos diuturnamente da presença do Espírito Santo de
Deus.
Pense
O clamor por uma nova reforma aponta para o
quê?
Ponto
Importante
O valor da experiência de fé onde cada pessoa,
individualmente, experimenta o seu encontro com Deus é algo que deve ser
preservado.
CONCLUSÃO
É urgente que vivamos como sal e luz deste
mundo, pois temos uma tarefa que é inadiável e intransferível (Mt 28.19,20).
Sejamos exemplo em tudo, para que o nome do nosso Pai celestial seja
glorificado pelas nossas boas obras (Mt 5.16).
Hora da
revisão
1.
O que era a religião oficial de Israel?
2.
Quem fundou o judaísmo?
3.
Qual é a pior causa da rejeição da
igreja pelos "desigrejados"?
4.
Quais são os três estágios da
igreja enquanto instituição?
5.
O que os "sem-igreja" mais valorizam?
Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 3º trimestre 2015.
Mt obrigado ir. Osny.
ResponderExcluirQue o Senhor continue lhe abençoando...