segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Lição 9 A NOVA RELIGIOSIDADE



Lição 9 A NOVA RELIGIOSIDADE
30 de agosto de 2015

Texto do dia
"Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós." (Cl 3.13 - ARA)

Síntese
Se não agirmos como sal da terra e luz do mundo, não seremos conhecidos como discípulos de Cristo.

Agenda de leitura
Segunda - Ez 34.1-10 A condenação dos pastores de Israel
Terça - Os 6.6; Am 5.21-27; Mq 6.1-8 A exposição profética do desejo divino
Quarta - Mt 15.9,14 Doutrinas de guias cegos
Quinta - Jo 13.34,35 Devemos ser conhecidos pelo amor
Sexta - 1 Pe 2.12; 3.16 Devemos ser conhecidos pelo bom exemplo
Sábado - Tg 1.26,27 A verdadeira religião

Texto bíblico
Romanos 2.17-24
17. Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
18. e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;
19. e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
20. instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
21. tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
22. Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
23. Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24. Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Desde o início do século passado, com as novas descobertas científicas, temia-se que o mundo se tornasse ateu. Todavia, o mundo tem se mostrado extremamente propenso à religiosidade. Dentro de cada ser humano existe um vazio existencial que só pode ser preenchido pelo Criador.
Neste início de século, um novo fenômeno já começa a despontar; trata-se do que está sendo chamado de movimento dos "desigrejados". A cada dia muitos dizem estar desiludidos com a igreja enquanto instituição. Porém, não podemos nos esquecer de que a Igreja, como Corpo de Cristo, deve reunir-se e os irmãos precisam estar juntos, pois tal postura não é algo opcional (Hb 10.25). Esse fenômeno é, na verdade, cumprimento das Escrituras, que afirmam que "por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará" (Mt 24.12).
Como lidar com estes que se dizem desiludidos com a igreja? É sobre este assunto que estaremos refletindo neste domingo.

I - A FALÊNCIA DA RELIGIÃO OFICIAL DE ISRAEL

1. O nascimento da religião oficial de Israel. A religião de Israel, o judaísmo, é a institucionalização do sistema de vida prescrito por Deus para o povo eleito (Dt 4.5-8). Ao passar 430 anos no Egito, o povo da promessa assimilou suas práticas gentias, inclusive religiosas, que passaram a ser reproduzidas entre os santos (Êx 12.40; 32.1-24; Lv 18.1-5). Após o cisma israelita que dividiu Israel em Reino do Sul e Reino do Norte (1 Rs 12.1-33), os profetas tornaram-se cada vez mais incisivos em suas denúncias da apostasia nacional, principalmente em relação aos reis e aos sacerdotes (Jr 7.21-26; 25.4; 29.19).
Tal denúncia chamava a atenção para a verdade de que os rituais sem a observação dos mandamentos era apenas liturgia mecânica e vazia.
Assim, após a extinção de ambos os Reinos, quando o povo foi para o cativeiro e retornou, é que, segundo alguns estudiosos, de fato nasceu o judaísmo - a religião oficial e institucionalizada de Israel -, durante a restauração dos muros de Jerusalém sob a liderança política de Neemias, e a religiosa de Esdras (Ne 8.1-18).

2. A boa consciência de Esdras e a distorção posterior. Além de sacerdote, Esdras também era escriba, ou seja, um copista que, ao retornar do cativeiro babilônico, inspirado pelo Senhor, tornou-se "hábil na Lei de Moisés, dada pelo SENHOR, Deus de Israel" (Ed 7.6). Assim, como "Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos" (Ed 7.10), depois do assentimento desse propósito, ele deixa de ser apenas um copista estatal e passa a ser "o escriba das palavras, dos mandamentos do SENHOR e dos seus estatutos sobre Israel" (Ed 7.11). Depois dessa decisão, uma mudança de paradigma ocorreu: Não somente o próprio Esdras, mas toda a classe de escribas (contemporânea e posterior), passaram a ser professores do povo.
O fato de o Senhor Jesus, séculos depois, referir-se aos escribas de forma negativa (Mt 23.1-39; Lc 11.37-54) é claramente explicável, visto que nesse tempo eles já pertenciam à seita dos fariseus, que "complementavam" a Lei com suas tradições, tornando-a obscura e sem efeito. É assim que, em o Novo Testamento, Jesus depara-se com um Israel em que não faltava ensino da Lei, mas vivência (Mt 7.28,29); havia prática tradicionalista exterior e mecânica, mas não sinceridade interior (Mt 15.1-9).

3. Um perigo para a igreja do primeiro século e para a de hoje. Um dos grandes adversários internos da igreja do primeiro século foi justamente o judaísmo (At 15.1-29). Quem continuasse apegado a ele não poderia servir a Cristo verdadeiramente (Gl 2.1-21; 5.1-15). Apesar de Israel ter sido escolhido para representar a Deus, Paulo diz que o tradicionalismo os cegou e eles então promoviam a vergonha do nome do Senhor por causa do mau testemunho (Rm 2.17-24). Jesus então inicia um novo tempo (Mc 1.1,15), institui a Igreja (Mt 16.18) e esta agora passa a ser a fiel representante de Deus na terra (1 Pe 2.9).
É importante relembrar que tal representatividade significa cumprir o que Israel fora chamado para fazer, e não desfrutar de benefícios que, de forma equivocada, o Povo Escolhido pensou que tinha. Em Êxodo 19.6, o texto mostra claramente que Deus chamou Israel para ser um "reino sacerdotal". Em o Novo Testamento, especificamente em 1 Pedro 2.9, a Palavra de Deus afirma que a igreja é o "sacerdócio real". O que fazia o sacerdote? Além de oficiar o culto, intercedia a Deus pelo povo (Êx 30.30; 1 Sm 2.35; Hb 5.1). A igreja foi chamada para apresentar sacrifícios espirituais, que consiste no ato de anunciar as obras maravilhosas do Deus que nos tirou das trevas e nos trouxe para sua maravilhosa luz (1 Pe 2.5,9). Portanto, a Igreja assim deve proceder como forma de gratidão e chamado, e não a fim de ser premiada.

Pense
O que significa dizer que a Igreja é, atualmente, a fiel representante de Deus na face da terra?

Ponto Importante
O sacerdócio da Igreja consiste em representar o Senhor na face da terra de tal forma, que as pessoas tenham desejo de servir a Jesus Cristo por causa do bom exemplo de seus representantes.

II - O "FENÔMENO DOS DESIGREJADOS"

1. O fenômeno. O fenômeno dos desigrejados é novo, nasceu no final do século 20 nos Estados Unidos, e lá foi denominado de Emerging Church (Igreja Emergente). Há no Brasil adeptos dessa nova forma de "ser igreja". Porém, não é este fenômeno específico apontado pelo censo 2010 do IBGE, mas algo que possivelmente faça parte do que o instituto classifica como sendo os "sem religião". Esse "grupo" - que não tem nada em comum a não ser a crença, ou não, em Deus e o não nutrir simpatia por nenhuma denominação - já é o segundo maior do país. É possível que entre as pessoas pesquisadas haja adeptos do "movimento igreja emergente", porém, tanto um quanto o outro, erroneamente, desistiram das igrejas convencionais (1 Jo 2.19). Sabemos que "estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontram" (Mt 7.14).

2. As possíveis causas. Não há dúvida que muitos desse grupo foram enganados e seduzidos por ideias, doutrinas e demais pensamentos que têm origem nas ações ou nas astutas ciladas do Maligno (Ef 6.11). Outros saem por insubordinação, falta de compromisso e também por quererem dominar sobre o povo (At 15.24; Tt 1.10-16). Contudo, é preciso ponderar o fato inegável de que existem também outras causas, dentre estas, questões de ordem pessoal (Rm 2.24). A despeito disso, a recomendação da Palavra de Deus é clara: O crente não pode deixar de congregar com os irmãos (Hb 10.25).

3. A pior causa da rejeição. Em relação aos que já pertenciam às igrejas e por uma razão ou outra saíram, talvez a preocupação seja menor. Entretanto, para os que nunca pertenceram a igreja alguma e dizem acreditar em Deus, mas não querem pertencer a nenhuma denominação por causa de maus testemunhos, é algo que deve nos preocupar (Lc 17.1). A igreja deve comportar-se como sal da terra e luz do mundo. Precisa demonstrar à sociedade secularizada e relativista que não existe outro caminho, outra verdade que não seja Jesus Cristo - cabeça da Igreja (Ef 4.15). Além do mais, não podemos nos esquecer que, um dia, todos - líderes, liderados e desigrejados - teremos de prestar contas dos nossos atos Àquele que conhece todas as coisas e sonda os corações (Rm 14.12).

Pense
O que podemos fazer para conter o crescimento desse novo grupo de pessoas?

Ponto Importante
Apesar de não ser correto deixar de congregar, é preciso sensibilidade para compreender as causas específicas que ocasionaram o afastamento de cada uma dessas pessoas.

III - PRESERVANDO A IGREJA COMO ORGANISMO VIVO

1. O perigoso ciclo da igreja como instituição. Um perigoso ciclo forma o caminho da igreja enquanto instituição. Ele é composto de avivamento, movimento e monumento. De fato, a história mostra-nos esse percurso: A Igreja nasceu no Pentecostes (At 2.1-13), tornou-se um poderoso movimento (At 2.42-47) e foi preciso reformá-la na Idade Média, por ter se transformado em um monumento. E quando no século 17 ela caiu no formalismo, Deus soprou o seu Espírito, culminando em avivamentos, a exemplo dos que aconteceram nos EUA no início do século passado, alcançando-nos aqui no Brasil.

2. Avaliando nossa atuação. Se por um lado o fenômeno dos sem-igreja é um sinal da falta do senso de pertença que está em sintonia com o espírito dos novos tempos, por outro, deve, no mínimo, levar-nos a refletir qual tem sido o nosso testemunho (1 Co 10.32). Como novos representantes de Deus na face da terra, precisamos ter muito cuidado para não escandalizarmos o nome do Senhor. O exemplo de Israel deve nos ensinar tal cuidado (Rm 2.24).

3. O valor do pentecostalismo clássico. Uma das características desse novo "grupo religioso" é a valorização da experiência religiosa que, para eles, deve ser pessoal e significativa. Não existe segmento do cristianismo que valorize mais esse aspecto que o pentecostalismo clássico. Por isso, podemos oferecer-lhes, de forma bíblica, exatamente o que tanto procuram (At 19.2-6).
Por outro lado, mesmo entre aqueles que pertencem a uma denominação, é inegável o fato de que existe um clamor, praticamente geral, por um novo avivamento ou por uma nova reforma. Isso aponta para a verdade de que carecemos diuturnamente da presença do Espírito Santo de Deus.

Pense
O clamor por uma nova reforma aponta para o quê?

Ponto Importante
O valor da experiência de fé onde cada pessoa, individualmente, experimenta o seu encontro com Deus é algo que deve ser preservado.

CONCLUSÃO
É urgente que vivamos como sal e luz deste mundo, pois temos uma tarefa que é inadiável e intransferível (Mt 28.19,20). Sejamos exemplo em tudo, para que o nome do nosso Pai celestial seja glorificado pelas nossas boas obras (Mt 5.16).

Hora da revisão
1.     O que era a religião oficial de Israel?
2.     Quem fundou o judaísmo?
3.     Qual é a pior causa da rejeição da igreja pelos "desigrejados"?
4.     Quais são os três estágios da igreja enquanto instituição?
5.     O que os "sem-igreja" mais valorizam?


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 3º trimestre 2015.





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