Lição 9 –
A irreverência destruiu Ananias e Safira.
30 de agosto de 2015.
Texto
Áureo.
Atos 5.11
“E houve um grande temor em toda a igreja, e em
todos os que ouviram estas coisas”.
Verdade
Aplicada.
Deus conhece o interior da alma de cada ser
humano, Ele jamais é injusto. Quando age com juízo, é porque viu o que nenhum
de nós poderia ter visto.
Objetivos
da Lição.
Alertar a Igreja quanto aos
ardis de Satanás e frisar a importância do discernimento espiritual;
Falar sobre a cultura
orgulhosa e materialista do primeiro século, e a transformação produzida pelo
Espírito Santo;
Apresentar como o juízo pode
surgir em meio à graça e o temor produzido pelo julgamento divino.
Glossário.
Discernir: Significa perceber,
distinguir ou diferenciar;
Baluarte: Uma fortaleza;
Disseminar: Espalhar, propagar.
Leituras
Complementares.
Segunda: Tg 1.15
Terça: Gl 6.7
Quarta: At 20.28-31
Quinta Pv 26.2
Sexta Ef 4.7
Sábado: Jr 17.10
Textos de
Referência.
Atos 5.3-5, 9
3 Disse então Pedro: Ananias, por que encheu
Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte
do preço da herdade?
4 Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida,
não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não
mentiste aos homens, mas a Deus.
5 E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e
expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram.
9 Então Pedro lhe disse: Por que é que entre
vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés
dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti.
Hinos
sugeridos.
193, 304, 370
Motivo de
oração.
Ore para que haja mais discernimento espiritual
na Igreja.
Esboço da
Lição.
Introdução.
1. A Graça é interrompida pelo juízo.
2. Uma cultura orgulhosa e materialista.
3. Lições de um juízo inesperado.
Conclusão.
Introdução.
Corremos grandes riscos quando tentamos
aparentar ser o que não somos. Tal ação e denominada hipocrisia. É a
dissimulação deliberada. É a tentativa de fazer as pessoas acreditarem que
somos mais espirituais do que somos.
1.1.
Ananias e Safira.
Lucas faz questão de relatar a oferta de
Barnabé antes da oferta de Ananias e Safira (At 4.36,3 7). Seu intento é
mostrar a motivação do casal, os quais buscavam reconhecimento entre os
apóstolos. Ananias e Safira forma instigados por Satanás a buscarem glória
humana e, tomados pelo orgulho, cederam e planejaram uma estratégia (At 5.3).
Satanás sabe que não pode destruir a Igreja, por isso, tenta misturá-la perder
a credibilidade (At 20.28-31.
Merece ser especialmente destacado
para os alunos que Satanás sabe como enganar a mente e o coração dos membros da
Igreja, e como os manipular de modo que sigam suas ordens, mesmo sendo cristãos
sinceros (Ef 6.5-9). Devemos ter em mente que Ananias e Safira não foram
condenados por roubar dinheiro de Deus, mas sim pela mentira arquitetada em
seus corações. Eles não tinham obrigação alguma de ofertar qualquer valor pela
propriedade vendida (At 5.4). A origem de seu pecado se deu pelo desejo de
reconhecimento (At 5.4, 9), um pecado que, infelizmente, lhes custou a vida (Tg
1.15).
1.2. A
palavra de juízo.
A igreja vivia um altíssimo nível espiritual
naquele tempo e qualquer pessoa que fizesse parte dela não conseguira participar
da comunhão por muito tempo sem que sua falsidade fosse percebida. A
intervenção poderosa de Pedro condenou a raiz do pecado e manifestou um dom
pouco ativado pelos cristãos em nossos dias: o dom de discernir os espíritos,
que é a habilidade ou capacidade, dada por Deus, de se reconhecer a identidade,
a personalidade e a condição dos espíritos em suas diferentes manifestações ou
atividades. Ananias e Safira teriam se tornado pessoas influentes dentro da
Igreja, caso Pedro não discernisse e a palavra de juízo os julgasse (1Co
12.1-11; 1Jo 4.1).
Comunique aos alunos que Pedro tinha
o dom de discernimento espiritual. Ele foi informado pelo Espírito Santo que
Ananias e Safira estavam mentindo. As palavras do apóstolo Pedro deixam bem
claro que Ananias tinha completa liberdade para conservar ou vender sua
propriedade conforme bem entendesse. Seu pecado se achava na sua mentira ao
Espírito Santo e consistia, assim, não em dar uma mera parte do preço ao fundo
comum, mas, sim, em alegar que o dinheiro representava a totalidade e não
apenas parte do preço da propriedade. Nem sequer se tratava apenas de procurar
enganar os líderes humanos da Igreja. Os líderes eram homens inspirados pelo
Espírito e, portanto, eram os representantes de Deus.
1.3. A
providência divina.
Enquanto os ataques do inimigo forem externos,
a Igreja estará segura, mas, quando estes penetrarem em seu seio, esta ação
deve ser cortada. A Igreja foi comprada com o precioso sangue de Jesus e o zelo
de Deus está sobre ela (At 20.28; Ef 5.25). Satanás tem por finalidade
destruí-la ou enfraquecê-la com sua mentira, porque uma Igreja sem poder é
apenas mais uma religião no mundo (Jo 8.44; 10.10). Três qualidades distinguem
a Igreja e, por isso, é vítima dos ataques inimigos. Primeiro, ela é coluna e
baluarte da verdade (1Tm 3.15), por isso é atacada com as mentiras de Satanás.
Em segundo lugar, a Igreja é o templo de Deus, onde Ele habita (1Co 3.16), por
isso, ele deseja se mudar para dentro dela para roubar sua perfeição. Por
último, a Igreja é o exército de Deus e Satanás procura se infiltrar nela para
seduzir o maior número possível de traidores (2Tm 2.1-5).
Explique para os alunos que este
capítulo descreve um exemplo do julgamento pessoal de Deus (Hb 10.30, 31). Se
Ananias e Safira tivessem julgado o próprio pecado, não teriam sofrido o
julgamento de Deus (1Co 11.31). No entanto, ao concordarem em mentir, Deus teve
de lidar seriamente com eles.
2. Uma
cultura orgulhosa e materialista.
A nova vida produzida pelo Espírito Santo
capacitava os primeiros cristão a viver em comunhão e a dividir seus bens para
suprir a necessidade dos menos favorecidos. Esta atitude desafiava o espírito
ambicioso dos moradores de Jerusalém, lugar onde o Espírito Santo imprimia em
cada cristão um modelo de Cristo (1Co 11.1).
2.1. Uma
cultura arrogante.
Na época do derramamento do Espírito, Roma
estava no poder e disseminava uma cultura de orgulho, arro0gância e
materialismo, onde os oprimidos, as viúvas, órfãos e os pobres não tinham vez
(Sl 9.6). Por toda a extensão do império encontravam-se monumentos e palácios
que foram construídos para os heróis de guerra. Porém, não havia qualquer
preocupação com os pobres (Sl 9.18). Do lado judeu, a cobiça e o orgulho também
predominavam. Os líderes religiosos se inclinavam para a aquisição das riquezas
e de propriedades (Ec 5.10; 1Tm 6.10). Enquanto isso os fariseus viviam de
artimanhas legais para roubar as casas das viúvas. Assim, os órfãos eram
abandonados e os desabrigados sofriam ofensas.
Esclareça para os alunos que a classe
trabalhista era sabotada no salário. Não havia mais justiça, nem temor a Deus.
Por todo Israel, a atitude predominante era a seguinte: “Cada um por si”. Não
havia satisfação porque cobiçosamente se desejava mais e mais.
2.2.
Pregando sem palavras.
Durante centenas de anos, os pobres haviam sido
desprezados, mas, de repente, o Espírito Santo soprou uma qualidade de vida
contagiante, onde as pessoas vendiam propriedades, compartilhavam suas alegrias
e tinham tudo em comum (At 2.43-46). O mundo presenciou o surgimento de crentes
que amavam uns aos outros, eram cheios de poder, não estavam presos a bens
materiais e se preocupavam com os necessitados. O Espírito Santo queria que
eles fossem uma carta lida, um testemunho vivo do amor de Deus para o mundo (2Co
3.2). Eles pregavam sem palavras, com atos.
Não esqueça de ressaltar para os
alunos que foi exatamente esse clima que Ananias e Safira tentaram sabotar. Não
custa entender porque perderam a vida. A aparente generosidade de Ananias não
foi um ato de fé. Ananias não agiu licitamente, pelo que inclui o verbo grego
(nosphizomai) traduzido por reter (At 5.2, 3). Informe aos alunos que esse
verbo no Novo Testamento só aparece aqui e em Tito 2.10 (traduzido por
defraudar). “Reter” aqui é no sentido de “subtrair”. Esse mesmo verbo aparece
em Josué 7.1, na Septuaginta, quando Acã tomou do “anátema” de Jericó.
2.3.
Servindo com reservas.
Muitas pessoas servem a Deus com reservas, não
permitindo que o senhor preencha as áreas escuras de suas almas. Ananias e Safira
não foram punidos por causa de um pedaço físico de terra, o juízo tem a ver com
o território interno dos seus corações. Eles se rebelaram contra a verdade.
Acreditaram que podiam servir a Deus e estar agarrados a alguma coisa. Pedro
afirma que mentiram ao Espírito Santo (At 5.3). A ganância em seus corações foi
a chave que deu acesso legal à entrada de Satanás e, com obstinada
desobediência, permitiram que o inimigo enchesse seus corações (Pv 26.2; Ef
4.7).
É extremamente importante lembrar aos
alunos que o preço de uma vida triunfante não é pequeno. Significa sujeitar a
vida toda à Palavra de Deus, não deixando mais nenhum lugar escuro, nenhuma
luxúria oculta ou rebelião. Não devemos dar espaço para Satanás entrar porque é
tudo o que ele precisa para ganhar o direito de entrar e estabelecer uma base
poderosa em nossos corações (Tg 4.7; 1Pe 2.13).
3. Lições
de um juízo inesperado.
O testemunho que se espalhou por toda Jerusalém
é a mensagem que o Espírito Santo desejava disseminar em todo o mundo. Somente
o poder de Deus poderia suplantar aquele espírito de materialismo que há
séculos asfixiava Israel.
3.1.
Juízo em tempo de graça.
Algumas pessoas confundem período de graça com
ausência de santidade divina. Embora não sejam comuns tais juízos. Deus ainda
os executa em nossos dias. Ninguém, exceto Deus, conheceu o que havia de tão
horrendo no coração de Ananias e Safira. Todavia, não há dúvidas de que eles
mexeram em casa de maribondo quando tentaram enganar a todos, inclusive a Deus
(At 5.3, 4). Ananias significa “Deus é cheio de graça”, mas ele descobriu que
Deus também é santo. Safira significa “bela” mas o pecado tornou seu coração
repugnante. Um avivamento não nos isenta de ter no seio da Igreja pessoas com
essa estirpe.
Explique para os alunos que, em
tempos de grande avivamento, a presença de Deus é real e quando essa presença é
real pode tanto salvar quanto matar (2Sm 6.6, 7). Ressalte para eles que, no
mesmo lugar que se produzia a vida, Ananias e Safira encontraram a morte. Assim
como Nadabe e Abiú e Uzá, eles foram irreverentes e a presença de Deus para
eles agiu como juízo em vez de graça (Lv 10.1-5; 1Cr 13.9, 10).
3.2. O
temor do Senhor.
Vivemos tempos difíceis onde as pessoas
misturam o santo com o profano, onde tudo é muito comum. Tempos em que se vive
uma graça sem responsabilidade, onde o temos a Deus parece não fazer parte da
vida de muitos cristãos. O que o Espírito Santo está tentando nos comunicar com
o juízo sobre esse casal? Será que sabemos o que significa temor? Temor não é
medo, é respeito, reverência! Eles tentaram enganar a Deus como se Deus fosse
uma pessoa qualquer! Eles não precisavam dar nada, a propriedade lhes
pertencia. Também não precisavam forjar valores. Era somente dizer: “eu quero
dar isso!”. Morreram por querer aparentar o que não eram. Por isso, eles se
tornaram exemplo para que todos vissem o quanto Deus é santo (Jó 28.28; Pv 1.7;
10.27).
Explique para os alunos que o motivo
da ira de Deus se encontra nos versículos 3 e 4 – eles mentiram ao Senhor!
Ananias e Safira venderam um terreno e afirmaram que o ofertaram o valor total
da venda para ajudar os irmãos pobres. Eles queriam parecer pessoas generosas,
mas, ao mesmo tempo, queriam ficar com uma parte do dinheiro. Decidiram mentir,
dizendo que sua oferta foi o valor integral da venda do terreno. Reforce para
eles que Deus não obrigou ninguém a vender terras ou a dar o valor total de
suas propriedades. Pedro reconheceu o direito de Ananias e Safira de ficar com
o seu terreno: “conservando-o, porventura, não seria teu? (At 5.4). Uma vez que
decidiram vender, não foram obrigados a doar o valor total. Pedro acrescentou:
“E, vendido, não estaria em teu poder?” (At 5.4). Ananias e Safira queriam o
“crédito” por uma doação generosa, sem o sacrifício de perder todo o valor do
terreno. Mentiram para Deus e para os homens e foram cobrados por essa infeliz
atitude!.
3.3.
Ananias e Safira foram salvos?
A irreverência matou Ananias e Safira. No
entanto, o grande questionamento é se foram ou não salvos. Segundo o que as
Escrituras nos informam, poderíamos acreditar que não (1Co 6.9, 10; Ap 22.15).
Todavia, o que convém é entendermos que Deus é soberano e não precisa dar
explicação de Seus atos. Somente Ele viu realmente o que havia em seus corações
e se agiu dessa forma é porque viu muito mais além daquilo que vemos (Jr
17.10).
Esclareça para os alunos que Pedro
também lhes deu a oportunidade de dizer a verdade, ele apenas condenou a
mentira. Entretanto, foi o Espírito de Deus que executou o julgamento (At
5.4-11; Gl 6.7). Ananias e Safira esperavam dar um pouco a Deus e receber
crédito por muito. O seu esquema era desonesto e o julgamento de Deus foi rápido
e severo. Não precisavam terminar dessa maneira. Esse é o preço da hipocrisia e
da insensatez. Em vez de fama e sucesso, alcançaram a vergonha e o fracasso.
Conclusão.
O juízo sobre a vida de Ananias e Safira nos
ensina que ninguém deve brincar com o Espírito Santo, nem deixar de levar a
sério a importância de se dizer a verdade. A graça é a oportunidade para se
viver retamente; o juízo é a resposta para quem se utiliza da graça para ser
desonesto.
Questionário.
1. O que é hipocrisia?
R: A tentativa de fazer as
pessoas crerem que somos o que não somos (Mt 7.5).
2. Quem encheu o coração de Ananias e Safira?
R: Satanás (At 5.3).
3. Cite uma qualidade cristã daquele tempo.
R: O desprendimento material (At
2.43-45).
4. O que significa temor?
R: Respeito, reverência (At
2.43).
5. O que nos ensina o juízo sobre o casal?
R: Ensina-nos que ninguém deve
brincar com o Espírito Santo, nem deixar de levar a sério a importância de se
dizer a verdade (At 5.3-5).
Fonte: Revista Jovens e
Adultos, professor, 3º trimestre de 2015, ano 25, Nº 96, Sinais, Milagres e
Livramentos do Novo Testamento.
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