segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Lição 6 O segredo dos milagres apostólicos.



Lição 6 O segredo dos milagres apostólicos.
9 de agosto de 2015.

Texto Áureo.
“Mas recebereis virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. At 1.8.

Verdade Aplicada.
Os milagres autenticam a pregação e são o cartão postal de uma Igreja viva e movida pelo Espírito santo.

Objetivos da Lição.
- Ensinar o que é ser testemunha e o que é o revestimento do Espírito Santo.
- Mostrar que o futuro da Igreja necessitava que o projeto estivesse sólido antes da execução;
- Expor o tempo que Jesus levou para ensinar Seu modelo aos discípulos.

Glossário.
Dissertação: Escrita que apresenta argumentos e fatos;
Discorrer: Falar sobre algo;
Outorgar: Conceder poderes a outrem.

Leituras complementares.
Segunda       Lc 14.33, 34
Terça              At 4.23-31
Quarta           Cl 1.13
Quinta           At 26.18
Sexta             2Co 4.4
Sábado          Ef 6.10-12

Textos de Referência.
Atos 1.1-4
1 Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar,
2 Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera;
3 Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando das coisas concernentes ao Reino de Deus.
4 E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes.

Hinos sugeridos.
5, 24,155

Motivo de oração.
Ore para que o espírito Santo tenha liberdade de agir em sua vida.

Esboço da Lição.
Introdução
1. Poder para testemunhar.
2. A paciência de esperar antes de avançar.
3. Não somente ver, mas realizar.
Conclusão

Introdução.
Esse livro da Bíblia sagrada recebe o nome de “Atos” porque mostra exatamente o que os apóstolos começaram a realizar movidos pelo poder do Espírito santo e alicerçados na ressurreição de Cristo (At 1.8).

1. Poder para testemunhar.
Lucas começa a dissertação discorrendo acerca das coisas que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar (At 1.1). Aqui se finda Seu ministério terreno e tem início o ministério terreno e tem início o ministério dos apóstolos. Veremos como foram instruídos antes da Sua ascensão e como deveriam agir após ser recebido nos céus.

1.1. Poderosas testemunhas
Como testemunhas, os apóstolos deveriam atuar em uma série de círculos concêntricos em continua expansão. Primeiro, Jerusalém, depois através da Judeia; passando por Samaria, um estado semi judeu, que seria uma espécie de ponte que ligaria o mundo pagão; e, finalmente, deveriam testemunhar até os confins da terra (At 1.8). Por não se tratar de uma fácil missão, eles deveriam primeiro ser revestidos de um poder sobrenatural, pois sem ele a missão estaria ameaçada (At 1.4,5).

Mostre aos alunos a definição do dicionário Salvat acerca da Palavra testemunha: “Pessoa que testifica alguma coisa; que adquire direto conhecimento de uma coisa”. Explique para eles que a razão principal pela qual os apóstolos receberiam o poder do Espírito Santo em suas vidas era para que testemunhassem da obra salvadora de Cristo e de Sua ressurreição entre os mortos. Cristo sairia de cena, mas Seus representantes atuariam fortalecidos pelo mesmo poder que atuou em Seu ministério terreno (Mt 10.25a). Informe ainda que os discípulos se tornaram apóstolos e, saindo da função de aprendizes, foram promovidos a mestres.

1.2. Convicção para prosseguir.
Durante três anos e meio Jesus mostrou através de sinais e maravilhas que havia um governo de trevas que dominava os homens e cegava seus entendimentos (2Co 4,4). Eles sabiam que havia um poder contrário, um governo de trevas sobre o mundo e eles deveriam desapossá-lo. Mas sem poder isso seria impossível. Por esse motivo, Jesus ficou com eles por espaço de quarenta dias falando somente acerca do Reino de Deus. Jesus lhes revelou que havia outro reino, o das trevas (At 26.18; Cl 1.13; 26-29). Para que o Reino de Deus fosse bem sucedido, era preciso que tivessem a convicção de quem eram a partir de então e como deveriam agir (Ef 6.10, 12). Porque melhor do que agir é saber o porquê da ação! Talvez esse seja nosso maior problema nesse mundo. Saber quem somos e o que podemos fazer.

Informe aos alunos que o poder do Espírito é o segredo do sucesso da missão da Igreja. Lembremos que os discípulos de Jesus foram homens que andaram cerca de três anos com o Mestre. Conheceram-no intimamente, foram ensinados por Ele, ouviram Seus sermões e viram Seus milagres. Viram Seus sofrimentos, morte, ressurreição e ascensão. Se alguma vez existiram homens que estivessem em melhor posição e condição de falar ao mundo acerca da ressurreição de Jesus e de todos os fatos a respeito dEle, estes homens eram os Seus discípulos. Entretanto, o que o Senhor Jesus diz é que eles seriam totalmente incapazes de fazê-lo se do alto não fossem revestidos do poder do Espírito.

1.3. Entendendo o porquê do revestimento.
Por que Jesus gastou tantos dias de revelação e ordenou que esperassem o revestimento do Espírito Santo antes de qualquer missão? O termo grego usado para “testemunha” é “martyr”. Alguns estudiosos entendem que o significado da missão dada por Jesus seria originalmente que Seus apóstolos morreriam defendendo a fé. Eles seriam mártires. Por isso, deveriam estar revestidos (At 1.3, 4). Um único destino lhes esperava, era a morte pela propagação da verdade e deveriam estar prontos para isso (At 1.8).

Apresente para os alunos a definição do dicionário Michaelis acerca da palavra mártir: “pessoa que sofreu tormentos ou a morte pela fé cristã, ou pessoa que sofre por sustentar as suas crenças ou as opiniões”. Ressalte para eles que o que mais vemos em nossos dias é o surgimento de pessoas desavisadas. Gente que pensa que o Evangelho é fonte de lucro ou um clubinho de diversões que satisfaz o público com belos espetáculos. Pessoas que vivem de qualquer jeito, sem sequer entender porque existem ou qual a missão que devem cumprir (1Co 8.2).

2. A paciência de esperar antes de avançar.
Sabemos que toda grande construção deve haver um grande alicerce. É o alicerce que garante o peso que poderá suportar. Jesus sabia muito bem disso. Ele sempre falou em calcular antes de construir (Lc 14.26-32). O que estava em jogo naqueles quarenta dias era o futuro da Igreja e o projeto necessitava estar sólido antes da execução.

2.1. Quarenta dias de seminário.
Mediante manifestações da vida ressurreta, durante 40 dias, Jesus se revelou aos Seus discípulos, aparecendo e desaparecendo. Seu intento era leva-los gradualmente a perceber que Ele pode estar presente no Espírito, embora ausente no corpo. Não sabemos o que Jesus falou. Mas sabemos que era tão grande, que foram capazes de esperar e depois rasgaram os arquivos de suas vidas passadas, se importando apenas com a missão que lhes fora outorgada. A priori pensavam que o Reino de Deus se expressaria pela restauração de Israel (At 1.7). Mas Jesus os fez entender que Seu plano abrangia o mundo e não apenas um país. Como resposta às suas curiosidades receberam uma promessa e uma comissão (At 1.8).

Esclareça aos alunos que, por mais que Jesus ensinasse acerca do Reino de Deus, Seus seguidores ainda tinham muito que aprender sobre Sua natureza. Devemos descobrir em qual direção Deus está guiando as coisas e remover do caminho tudo quanto há em nós que possa impedir Sua obra.

2.2. A arte de esperar.
Há várias maneiras de se esperar e a melhor de todas é quando sabemos que o que esperamos vai melhorar para sempre nossas vidas. Até Jesus esperou. Ele viveu durante trinta anos observando injustiças e vendo pessoas enfermas sem poder fazer nada por elas porque não havia chegado o momento (Jo 2.4). Se até o próprio Jesus precisou atuar movido pelo Espírito Santo, não seria diferente com os apóstolos que escolhera (At 1.2). Jesus revelou a Seus discípulos o caráter e o objetivo do Reino, e lhes fez entender que estavam ligado a Ele, sendo pessoalmente o principal responsável tanto antes quanto depois de Sua morte. É importante saber o que se espera, pois a esperança não traz confusão (Pv 10.28; Rm 5.5a).

Comente com os alunos que a palavra de Deus fala da necessidade de esperar – e nos ordena a fazê-lo (Sl 37.7). O segredo é esperar nEle é na verdade uma bênção em nossa vida (Pv 8.34). Somos abençoados quando damos ouvidos a Deus, vigiamos e esperamos diariamente ás Suas portas. Mas como é que Deus usa os períodos de espera para abençoar-nos? Quando Deus permite que circunstâncias nos impeçam de chegar ao alvo, podemos estar certos de que Ele tem uma boa razão. Pode ser que o propósito seja edificar nossa fé (Hb 11.1). Deus pode também usar os tempos de espera para edificar nosso caráter, enquanto aguardamos que o caráter de Cristo se forme em nós (2Co 3.18). Ressalte que Deus pode ainda desejar que aprendamos a ser pacientes. Ele nos ama, portanto o tempo de espera nEle deve ser benefício para o crescimento emocional e espiritual.

2.3. A promessa do Pai.
Jesus traça um contraste entre o batismo de João e o revestimento do Espírito Santo que deveriam aguardar (At 1.5). O batismo em água era oferecido somente àqueles que davam provas de verdadeiro arrependimento, pois atuava externamente (Lc 3.8). Jesus estava lhes falando de mudança interior. Em muitas situações passadas, esses homens haviam fraquejado, mas revestidos se tornariam despertos para com a presença do Espírito e mais receptivos à Sua presença e poder.

Oriente aos alunos que a espera exige quietude e paciência. Muitos de nós, porém, nos deixamos levar pelo espírito inquieto dos nossos dias. Existe um tipo de espera que significa acomodar-se, sem fazer esforços físicos ou mentais. A verdadeira espera inclui expectativa, oração e fé.

3. Não somente ver, mas realizar.
Lucas começa o diálogo falando acerca do que Jesus fez e ensinou a fazer. O que fez e o que disse são coisas inseparáveis. O que Ele fez deve ser interpretado à luz do que disse; e o que Ele disse deve ser interpretado à luz de tudo o que Ele fez. O que se seguiu no movimento Cristão teve lugar por causa daquilo que Jesus fizera e dissera (At 1.1).

3.1. Parem de olhar para cima.
Jesus deu as coordenadas, mas parece que faltava algo para impulsionar os discípulos a marchar. As palavras dos anjos soam como uma última advertência: “é hora de dar segmento a obra, parem de olhar para cima, mais tarde ele vai voltar” (At 1.10,11). Existe o perigo de nos ocuparmos com os mistérios da Trindade e nos esquecermos do próprio Senhor. De nos dedicarmos ao estudo da expiação e nos esquecer daqueles pelos quis Jesus morreu.

Explique para os alunos que a sequência da obra dos discípulos não podia abrir mão da unção do Espírito Santo. Daí vem o convite – ordenança de Jesus aos discípulos (Lc 24.48, 49). Eles ficaram e o Espírito Santo veio sobre eles no dia do Pentecostes. Assim, o Pentecostes, além de marco histórico na caminhada da Igreja, é referência de visitação do Espírito Santo. Cada Igreja, cada geração, cada cristão precisa ter o seu Pentecostes. Pentecostes é ser íntimo de Jesus e de Seu Espírito Santo; é sentir a cada dia o coração ardendo em fé, confiança disposição para fazer a obra que Deus vocacionou a Igreja (At 1.8).

3.2. Testemunho de poder.
O Evangelho sem milagres é como um mar de peixes. Durante três anos e meio o mundo se maravilhou com o ministério de Jesus aqui na Terra e, após Sua ascensão, os discípulos testemunhavam Sua ressurreição com grande poder (At 4.33). É impossível entender como alguém pode falar de Cristo e não fazer uso do poder de Seu nome para libertar oprimidos, curar enfermos e operar maravilhas, prodígios que atraem as multidões (Jo 6.2). Esse foi o modelo ensinado por Jesus e não adianta inventar outra forma de apresentar o cristianismo. Ele afirmou que se crêssemos faríamos obras ainda maiores (Jo 14.12). O tempo passou e, em vez de homens poderosos, nos tornamos hábeis pensadores. Para que esse tempo volte, precisamos não de reforma, mas sim, de retorno (At 11.15).

Comente que a Igreja Primitiva levou muito a sério o encargo de ser testemunha de jesus até os confins da terra (At 1.8). Tal ato começou por suas próprias casas, amigos e familiares através da manifestação de sinais e prodígios (At 5.12-14).

3.3. O segredo do sucesso apostólico.
Até hoje vivemos a nos perguntar como esses homens alcançaram tão grande feito em seus dias. E aqui está a resposta: eles fizeram coisas extraordinárias. Mas, por que fizeram? Porque se prepararam antes de agir. E qual foi o preparo? Deixar de amar a própria vida por causa da missão. Eles trocaram a vida pela glória (Lc 14.33). Nós saímos do mundo, é certo que tanto nossa influência quanto resistência dependem de nossa separação e renúncia. É preciso entender que o sal vem do mar, mas se outra vez for misturado com a agua desaparecerá (Lc 14.34).

É extremamente importante lembrar aos alunos que os discípulos estavam preparados para obedecer a Deus como o Senhor e soberano, continuando a testificar a ressurreição de Jesus e a realizar portentos em Seu nome. Estavam prontos para enfrentar as forças opositoras e o poder religioso que tentava freá-los a todo custo (At 4.26-31). Para eles era importante que o fato de Jesus ter ressuscitado fosse comprovado pelos milagres.

Conclusão.
Os evangelhos relatam o que Jesus Cristo fez através de um corpo mortal. No entanto, o livro de Atos apresenta o que Ele fez por meio da Igreja que é o Seu Corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos (Ef 1.23).

Questionário.
1. Do que os discípulos precisavam para ser poderosas testemunhas?
R: Eles precisavam ser revestidos de um poder sobrenatural, o poder do Espírito Santo (At 1.8).

2. Qual o termo grego usado para testemunha?
R: O termo grego é martyr (At 1.8).

3. Qual foi a ordem de Jesus para os discípulos?
R: A ordem foi para que não se ausentassem de Jerusalém, pois deveriam esperar a promessa do Pai (At 1.4).

4. O que é o Evangelho sem milagres?
R: É como um mar sem peixes (Jo 14.12).

5. Qual foi o segredo do sucesso apostólico?
R: O Espírito Santo (At 1.8).


Fonte: Revista Jovens e Adultos, professor, 3º trimestre de 2015, ano 25, Nº 96, Sinais, Milagres e Livramentos do Novo Testamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário