Lição 6 O
avanço científico.
09 de agosto de 2015.
Texto do
dia.
"E, de mais disso, filho meu, atenta: não
há limite para fazer livros, e o muito estudar enfado é da carne." (Ec
12.12)
Síntese.
A igreja não é contrária ao saber, mas este não
pode servir às ideologias que têm como finalidade desacreditar a existência de
Deus.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - 2 Cr 1.10 Pedindo sabedoria e
conhecimento
TERÇA - 2 Cr 30.22 Bom conhecimento do Senhor
QUARTA - Jó 21.14; OS 4.6 A triste decisão pela
ignorância
QUINTA - Jó 42.3 O melhor reconhecimento
SEXTA - Os 6.6 O conhecimento de Deus é
superior aos sacrifícios
SÁBADO - Tt 1.1 O conhecimento segundo a
piedade
Texto
bíblico
Eclesiastes 1.13,14,16-18
13. E apliquei o meu coração a esquadrinhar e a
informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; essa enfadonha
ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar.
14. Atentei para todas as obras que se fazem
debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito.
16. Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis
que eu me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de
mim, em Jerusalém; na verdade, o meu coração contemplou abundantemente a
sabedoria e a ciência.
17. E apliquei o meu coração a conhecer a
sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras e vim a saber que também isso
era aflição de espírito.
18. Porque, na muita sabedoria, há muito
enfado; e o que aumenta em ciência aumenta em trabalho.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A presente lição tem como finalidade estudar
alguns dos principais avanços científicos ocorridos nesta primeira década do
século 21. Diferentemente do que se ouve por aí, a igreja não é contrária ao
avanço científico, ao conhecimento e ao saber.
No início deste novo século, deu-se a conclusão
do mapeamento do genoma humano. A bioética nunca foi tão popular quanto agora.
Há pouco tempo, discussões envolvendo as células-tronco foram acompanhadas por
todo o país, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu aprovar a utilização das
pesquisas com células-tronco.
Esta e muitas outras questões eram inexistentes
há poucos anos, porém, a igreja da atualidade não pode esquivar-se de, à luz da
Palavra de Deus, oferecer respostas às grandes e inquietantes indagações que
desafiam nossos filhos, desde a infância até a fase adulta na universidade, a
responderem com "mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da
esperança" que neles - e em nós - há (1 Pe 3.15).
I - A
OBSESSÃO PELO SABER
1.
Investigar o mundo.
Conhecer e produzir conhecimento são capacidades dadas por Deus ao ser humano.
Adão, por exemplo, recebeu a ordem de administrar a terra, iniciando pela
nominação dos animais (Gn 1.26-28; 2.5-20). Esse trabalho certamente demandou,
além de tempo, muita observação e esforço.
2.
Salomão, o homem que se dedicou a pensar e a conhecer. Conhecido como o
homem mais sábio que já existiu (1 Rs 4.29-34), Salomão denota em Eclesiastes
que, apesar de ter dedicado a sua vida à investigação de tudo quanto acontece
"debaixo do céu", tal exercício é, assim como as demais atividades
humanas, "correr atrás do vento" (Ec 1.14,17,18 - ARA). Seria tal
expressão um desincentivo à busca do saber? Evidentemente que não, mas uma
forma de dizer que a vida não pode apoiar-se sobre a investigação puramente
humana, pois isso não lhe trará sentido.
3. A
obsessão pelo saber.
Se a busca pelo saber é legítima, as motivações que a impulsionam nem sempre o
são. Escrevendo aos coríntios, Paulo diz que o conhecimento de alguns os
tornavam inchados, ou seja, orgulhosos e sem amor (1 Co 8.1-13).
Semelhantemente, muitos cientistas fazem do seu ateísmo a fundamentação
filosófica para produzir ciência, visando influenciar as pessoas a desacreditar
em Deus (Rm 1.22).
Pense
Por causa da incredulidade de alguns
cientistas, devemos desprezar o conhecimento?
Ponto
Importante
A busca pela aquisição do saber é legítima e
uma das características humanas.
II - O
CRISTIANISMO E A CIÊNCIA
1. A
ciência e sua importância. Em sua obra E agora, como viveremos? (CPAD), Charles
Colson e Nancy Pearcey afirmam que a "ciência afeta toda a nossa visão de
mundo - não só as ideias sobre a religião e a ética, mas também sobre a arte, a
música e a cultura popular". Uma vez que a ciência tem tamanha repercussão
sobre a nossa vida, indiscutivelmente, ela deve ser considerada à luz da Bíblia
(2 Co 10.5), evitando-se os equívocos ou extremos que ora a demonizam, ora a
divinizam. Isso porque, como qualquer outra atividade humana, ela não é, em si
mesma, boa ou má, podendo ser usada para o bem, ou para o mal, dependendo da
intenção e caráter de seus agentes.
2. Os
pressupostos do cristianismo possibilitaram a criação da ciência moderna. Desde a criação da
chamada "ciência moderna", o homem vive a ilusão de que pode viver de
maneira autônoma e à parte de Deus (Sl 14.1). Pouquíssimas pessoas, porém,
sabem que o que possibilitou à ciência moderna tornar-se uma realidade devido
aos pressupostos do pensamento cristão.
A visão mítica e animista de mundo, que
prevaleceu por séculos na antiguidade, passou a ser questionada por cientistas
cristãos que diziam que a terra não era uma divindade, mas criação de Deus (Gn
1.31-2.3). Logo, ela poderia - e deveria! - ser pesquisada e administrada
através do trabalho e do conhecimento. Copérnico, Galileu, Kepler e Newton são
alguns exemplos de cientistas cristãos que possibilitaram, a partir de sua fé,
as condições para que a ciência moderna viesse a ser criada.
Baseados no caráter do Deus apresentado na
Bíblia, cuja criação não fora um castigo, mas sim um projeto intencionalmente
executado para a glória dEle (Sl 148), esses cientistas propuseram suas teorias
que explicavam cientificamente o funcionamento do universo, deixando de vê-lo
como algo "divino" e, portanto, inescrutável e imprevisível.
3.
Resgatando a relação do cristianismo com a ciência. Devido ao fato de a
ciência em si mesma não ser boa nem má - e sim o que os cientistas fazem com
ela é que podem torná-la uma ou outra coisa (Tt 1.15) -, é necessário que a
igreja apoie os seus membros que militam nessa área.
É preciso que os cristãos resgatem o princípio
exposto pelo inventor da tabela periódica, Mendeleev, que dizia que a
"função da ciência é descobrir a ordem que governa o mundo e as causas
dessa ordem". É urgente reformar a ciência para que ela volte a servir
para o melhoramento da qualidade de vida e ao cuidado com o meio ambiente, sem
comprometer-se com a tirania do mercado ou com a inventividade que visa
modificar o estado normal das coisas a fim de afrontar o Criador (Rm 1.19-28).
Se os cristãos não ocuparem os espaços de produção científica, outros o farão
(Pv 28.12; 29.2).
Pense
Você acha que estudar e adquirir conhecimento
contribui para que as pessoas se tornem incrédulas?
Ponto
Importante
A boa ou má utilização da ciência e do saber
depende do caráter do pesquisador, portanto, quanto mais pessoas que conhecem a
Deus tivermos nessa área, melhor.
III -
DESAFIOS CIENTÍFICOS À ÉTICA CRISTÃ
1.
Avanços científicos da primeira década do século 21. Ficções científicas
estão se tornando realidade. A fusão híbrida entre homem e máquina está cada
vez mais próxima. Recentemente, a Revista Science, publicação norte-americana
destinada à divulgação científica, listou as dez maiores áreas em que aconteceram
descobertas científicas na primeira década do século: cosmologia, DNA antigo,
água em Marte, reprogramação celular, micróbios, exoplanetas, inflamações,
metamateriais, mudanças climáticas e Genoma "Escuro".
Tais avanços não aconteceram a partir do "nada";
eles só foram possíveis devido às descobertas que os precederam. Infelizmente,
há muito tempo grande parte da comunidade científica se "esqueceu" do
objetivo da ciência e passou a desenvolver seu trabalho motivado por propósitos
que não dignificam a atividade e ainda menos o ser humano (Rm 1.22).
Ademais, a tentativa de desacreditar Deus
parece ser uma das bandeiras mais ostentadas pela comunidade científica. Como
já foi dito, quanto menos servos de Deus houver entre os cientistas, pior será.
Cabe à igreja incentivar os que estão se formando nas áreas de biologia e
física, pois tais cristãos podem - e devem - glorificar a Deus com suas
profissões (Ef 6.6-8; Cl 3.23).
2.
Conclusão do sequenciamento do genoma humano e células-tronco. O sequenciamento do
genoma humano que foi iniciado em 1990 e teve o seu primeiro rascunho anunciado
em 1999 só foi concluído em 2003. A ideia de que a vida tenha se desenvolvido
por um processo aleatório e cego só pode continuar dominando a mentalidade nos
círculos científicos por opção ideológica, mas não por evidências, pois, ao
final do referido projeto, um dos seus diretores, o cientista Francis Collins,
de ateu tornou-se cristão. Sua conversão foi o resultado, entre outras coisas,
do fato de o referido cientista concluir que o código genético possui tal
ordenação e planejamento que seria impossível não ter sido projetado por um Ser
Inteligente. Por outro lado, outros cientistas usam a mesma lógica para
defender o ateísmo e a descrença (Sl 14.1; 53.1).
Apesar de a pesquisa com células-tronco ter
sido iniciada no outro século, somente neste é que o seu uso tornou-se, de
fato, amplamente conhecido. Com a promessa de substituir células que o
organismo deixou de produzir por alguma deficiência, ou em tecidos lesionados
ou doentes, as pesquisas com células-tronco sustentam a esperança de encontrar
tratamento, e talvez até mesmo cura, para doenças que até pouco tempo eram
consideradas incontornáveis, como diabetes, esclerose, infarto, distrofia
muscular, Alzheimer e Parkinson.
A polêmica em torno do uso das células-tronco
refere-se apenas às embrionárias, pois as do cordão umbilical e em tecidos
adultos (como o sangue, a medula óssea e o trato intestinal, por exemplo), não
encontram barreira ética alguma (Sl 139.13-16).
3. Engenharia
genética. Tais
avanços, para ficar apenas no campo biológico, possibilitaram determinadas
manipulações que esbarram na ética da vida e, obviamente, na cristã. Se por um
lado a ciência deve melhorar a vida humana, por outro, ela não pode servir de desculpa
para acabar com essa mesma vida, como é o caso da utilização de células-tronco
embrionárias. Sabe-se que atualmente a engenharia genética já tornou possível a
escolha do sexo do bebê e também a seleção de embriões sem distúrbios graves.
De certa forma, isso significa que a humanidade já é capaz de decidir como
serão os novos habitantes do planeta. Esse "poder", longe de servir
ao bem, lamentavelmente servirá ao mal por mentes inescrupulosas e sem temor.
Não nos enganemos, a vida pertence a Deus (1 Co 6.20).
Pense
A engenharia genética pode ser usada para a
glória de Deus?
Ponto
Importante
Os desafios trazidos pelos avanços científicos,
obriga-nos a estar prontos, inclusive cientificamente, para continuar
instruindo as novas gerações.
CONCLUSÃO
É imprescindível que a Igreja de Nosso Senhor
Jesus Cristo ocupe posições sociais estratégicas por meio de seus membros.
Somente pessoas que se veem dependentes da graça divina poderão desenvolver
ciência como forma de glorificar o nome do Senhor.
Hora da revisão
1 - As expressões encontradas em Eclesiastes
1.14,17,18 são um desincentivo à busca do saber? Por quê?
2 - Segundo os autores Charles Colson e Nancy
Pearcey, por que a ciência é importante?
3 - Qual a contribuição do cristianismo para o
desenvolvimento da "ciência moderna"?
4 - Por que a igreja deve incentivar os seus
membros que estão se formando?
5 - Quais os desafios que a engenharia genética
trouxe à igreja do século 21?
Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 3º trimestre 2015.
Parabéns meu irmão pelas postagens.
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