segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Lição 1 Daniel, nosso contemporâneo

Lição 1       5 de Outubro de 2014

Daniel, Nosso "Contemporâneo"

TEXTO ÁUREO


"Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda)"    (Mt 24.15).

VERDADE PRÁTICA


Daniel é um exemplo de perseverança na fidelidade a Deus e de integridade moral, estimulando-nos a confiar no projeto divino.

HINOS SUGERIDOS 58, 61, 84

LEITURA DIÁRIA


Segunda - Gn 3.15   A primeira profecia escatológica
S
Terça  - Gn 22.18; 26.4; 28.14; 49.10       A promessa para Abraão
T
Quarta - Is 7.14; 9.6; 42.1-4; 52.13-15      A predição da vinda do Rei e Redentor
Q
Quinta - Dn 2.44,457.13,14     A predição do reino vindouro
Q
Sexta - Jr 23.3; Is 11.11; Ez 37.1-11   A promessa de restauração de Israel
S
Sábado -  Mt 24.15      Jesus cita Daniel
S

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE



Daniel 1.1,2; 7.1; 12.4

INTERAÇÃO


Prezado professor, neste trimestre estudaremos o livro do profeta Daniel. Este livro é um dos preferidos das pessoas que gostam de estudar a escatologia bíblica. Aprendemos com Daniel não somente acerca de assuntos escatológicos, pois o seu testemunho é um exemplo de fidelidade a Deus e de integridade moral. Daniel viveu grande parte dos seus anos como exilado em uma sociedade idólatra, servindo a reis ímpios, todavia não se contaminou.  O comentarista do trimestre é o pastor Elienai Cabral - conferencista e autor de várias obras publicadas pela CPAD, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e também da Casa de Letras Emílio Conde. Que Deus abençoe a sua vida e a de seus alunos. Bons estudos!

OBJETIVOS



Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer panoramicamente o livro de Daniel.
Explicar a autoria e a história por trás do livro de Daniel.
Compreender os fatos que propiciaram o exílio na Babilônia.



ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Professor, a fim de introduzir a primeira lição do trimestre, reproduza o esquema abaixo para os alunos. Utilizando o quadro, faça uma exposição panorâmica do livro de Daniel, explicando o propósito e suas principais divisões. Enfatize os personagens centrais, os acontecimentos mais importantes e as principais profecias. Que você possa extrair importantes lições deste grande livro do Antigo Testamento.


LIVRO  DE  DANIEL
Autor:   
Daniel
Tema:    
A soberania de Deus na história.
Data:      .
Cerca de 536 - 530 a.C
Propósitos:          
(1) Dar ao povo do concerto do AT a certeza de que o juízo de seu cativeiro entre as nações gentias não seria permanente;
(2) Legar ao povo de Deus, no decurso da sua história, as visões proféticas da soberania de Deus sobre as nações.
Personagens centrais:       
Daniel e Nabucodonosor.
Principais acontecimentos:
Daniel interpreta o sonho de Nabucodonosor (Dn 2); A fornalha de fogo ardente (Dn 3); A loucura de Nabucodonosor (Dn 4); Daniel na cova dos leões (Dn 6).
Principais profecias:           
As visões dos anos vindouros (Dn 7-8); A revelação das setenta semanas (Dn 9); Imagens da história do fim (Dn 11-12).
Extraído de "Guia do Leitor da Bíblia", CPAD.
COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

Dada a importância do livro de Daniel, nós o estudaremos sob a perspectiva da escatologia bíblica. Indiscutivelmente, Daniel é um profeta bíblico que não ficou restrito ao passado. Ele é contemporâneo! O seu nome, a sua vida e obra são um exemplo de perseverança em Deus. Embora vivendo em circunstâncias adversas e numa cultura pagã, Daniel não perdeu a fé no Deus Altíssimo e o vínculo com o seu povo.
O capítulo 24 do Evangelho de Mateus revela um dos mais importantes discursos proféticos de Jesus. Ali, o Mestre de Nazaré cita o profeta Daniel (v.15). Conquanto as profecias de Jesus nos remetam ao contexto de Israel, as evidências proféticas descritas em Mateus 24 não se aplicam apenas à história do povo judeu, mas igualmente à todas as etapas da história humana como descrita no livro de Daniel.

I. - A HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE DANIEL

1.  A  formação histórica de Israel. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3). Eles tiveram
um filho chamado Isaque, o filho da promessa de Deus (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Isaque, por sua vez, gerou dois filhos, Esaú e Jacó. Do segundo filho, Jacó, surgiu um clã de 12 filhos. O clã cresceu e multiplicou-se e, posteriormente mudou-se para o Egito. Ali a família de Jacó aumentou em número, tornando-se um povo altamente abundante em terra estrangeira. A partir de então, formou-se Israel, a futura nação projetada por Deus. Mas com o passar do tempo a família judaica perdeu as benesses que desfrutava nos anos do rei egípcio que respeitava a liderança e a história de José no Egito. Entretanto, através de uma intervenção divina, e sob a liderança de Moisés, os israelitas saíram do Egito e peregrinaram pelo deserto até a terra de Canaã por quarenta anos. A partir da libertação egípcia, Israel viveu s o b  a  égide  d e  um  governo teocrático, isto é, governado diretamente por Deus e através de homens chamados por Ele para esta função.
2. O governo teocrático. Moisés morreu e o seu substituto foi Josué. Sob o seu comando, Israel conquistou a terra de Canaã e instituiu um governo em que a autoridade governamental vinha de Deus - a teocracia. Esse período perdurou aproximadamente trezentos anos, incluindo o período dos juízes. Foi um tempo difícil porque Israel afastou-se da direção divina e "cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos" ( Jz 21.25).
3. O governo monárquico. O reino de Israel esteve sob a liderança de Saul, Davi e Salomão por cento e vinte anos. O rei Salomão morreu em 931 a.C. marcando assim a decadência política, moral e religiosa da monarquia. Roboão, o seu filho, assumiu o reino, mas acabou dividindo-o em dois: o do Norte e o do Sul.
O reino do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e Benjamim. No ano de 722 a.C. o Império Assírio dominou o reino do Norte e subjugou o seu rei, os príncipes e todo o povo.
O reino do Sul teve momentos de glória, mas igualmente de calamidades. Constituído por alguns reis piedosos e outros ímpios, acabou por ser invadido pelo Império da Babilônia. Entre os anos 606 a.C. e 587 a.C., Nabucodonosor levou em cativeiro os nobres de Jerusalém: príncipes, intelectuais e homens de guerra, etc., deixando em Judá apenas os pobres e os deficientes. Toda esta história propiciou a intervenção divina na vida de Israel para preservação do projeto original de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (1)

Deus chamou Abraão e a partir dele deu início à história do povo judeu.

II. OS FATOS QUE PROPICIARAM O EXÍLIO NA BABILÔNIA

1. O contexto  político do reino  de Judá. Em 606 a.C. Nabucodonosor invadiu Jerusalém e, além da nobreza, tomou da cidade todos os utensílios do Templo: ouro, prata e pedras preciosas. Jeoaquim, rei de Judá, não resistiu e tornou-se tributário da Babilônia, perdendo o domínio do seu reino e também a confiança dos seus valentes. Entre os c ativos expatriados para Babilônia estava o profeta Ezequiel (Ez 1.1-3). O exército de Nabucodonosor destruiu o Templo, saqueou Jerusalém e arrasou política, moral e espiritualmente o reino de Judá. Babilônia se impôs como império por mais de quatro décadas. Israel foi humilhado, passando de nação próspera à tributária da Babilônia!
2. Israel no exílio  babilônico. Quando uma liderança perde a intimidade com Deus e, por consequência, a credibilidade entre os homens, como aconteceu com os últimos reis de Israel e de Judá, a tragédia espiritual e moral é inevitável. O cativeiro de 70 anos na Babilônia, profetizado por Jeremias, foi cabalmente cumprido (2 Cr 36.21). Por outro lado, Deus nos ensina a conhecer os seus desígnios. Foi no exílio babilônico que Israel aprendeu a conhecer a Deus e não aceitar outro deus em seu lugar. O cativeiro propiciou a volta do povo de Deus à comunhão com o Altíssimo.
A partir desse panorama histórico compreenderemos o livro do profeta Daniel. Para isto, precisamos igualmente conhecer os aspectos gerais e a importância do livro e da pessoa do chamado "profeta do cativeiro".

SINOPSE DO TÓPICO (2)

O povo de Deus se rebelou contra o Senhor e como não se arrependeu, sofreu com o exílio na Babilônia

III. DANIEL, O AUTOR E O LIVRO

1. O homem  Daniel. Há pouca informação histórica sobre a família de Daniel, senão a de que ele era da linhagem real de Israel (Dn 1.3). Levado para a Babilônia ainda muito jovem, Daniel destacava-se como um judeu inteligente e bem instruído. Ele possuía firmes convicções no Deus de Israel e era contemporâneo de dois importantes profetas da nação israelita: Jeremias e Ezequiel. Certamente esses profetas deixaram seus exemplos como legados para a vida do jovem Daniel. Em 597 a.C., Ezequiel havia sido levado para a Babilônia (Ez 43.6,7). Ali esse experiente profeta chega a citá-lo em seu livro, descrevendo Daniel como um homem de sabedoria e de justiça (Ez 14.14).
2. A importância do livro. O livro de Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético. No plano geral da revelação divina, o livro de Daniel ocupa um lugar de suma importância. Do capítulo 1 ao 6 o conteúdo é histórico, e do 7 ao 12, profético.
O conteúdo histórico do livro contém experiências que revelam a soberania e o cuidado de Deus para com aqueles que lhe são fiéis. Já o conteúdo profético traz predições escatológicas, em sua maioria, ainda não cumpridas. Por este último conteúdo cremos na "contemporaneidade" de Daniel.
3. A autoria e as características do  livro. Indiscutivelmente, foi o próprio Daniel quem escreveu o livro entre os anos 606 e 536 a.C. Ele iniciou sua obra escrevendo na Babilônia e, posteriormente, encerrou-a no palácio de Susã (Dn 8.2). O livro contém doze capítulos, majoritariamente escrito em hebraico, excetuando a seção 2.4 até 7.28, que foi escrita em dialeto aramaico.
Além de histórico, o livro de Daniel contém revelações proféticas cumpridas e outras que ainda vão se cumprir no futuro. São revelações concernentes ao povo de Israel e aos gentios. Deus revelou a Daniel o futuro das nações através da linguagem alegórica. Portanto, pode-se classificar o livro de Daniel como gênero apocalíptico porque desvenda o futuro do mundo trazendo esperança para o povo de Deus, pois ali, Israel é o ponto convergente dos fatos futuros.

SINOPSE DO TÓPICO (3)

Umas das razões da importância do livro de Daniel está no fato de que, em sua maioria, as predições escatológicas ainda não se cumpriram.

CONCLUSÃO

O livro de Daniel nos mostra o compromisso de um homem que se dispõe a servir a Deus, mantendo a sua integridade moral e espiritual sem fazer concessões ao sistema idólatra e opressor da Babilônia. Aprendemos igualmente que a história humana não é casual, mas dirigida pelo Deus soberano, que faz todas as coisas contribuírem para o bem daqueles que amam ao Senhor.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI


Subsídio Hermenêutico
"Uma correta interpretação de Daniel esclarece a revelação de que Deus tem um futuro para Israel. Um raciocínio crítico acerca da mensagem profética de Daniel cria uma concepção fictícia da importância do livro. Tamanho erro na interpretação excluí o significado das profecias e torna o livro de Daniel em um conto de fadas.
O livro de Daniel é a chave de todas as profecias bíblicas. Sem ele, remotas revelações escatológicas e seu escopo profético são inexplicáveis. As grandes profecias do Senhor, no discurso do monte das Oliveiras (Mt 24,25; Mc 13; Lc 21), bem como 2 Tessalonicenses 2 e o livro de Apocalipse (ambos mencionam o Anticristo de Daniel 11), só podem ser  compreendidas com a ajuda das profecias de Daniel" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.175).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII


Subsídio Hermenêutico
“Uma correta interpretação do livro de Daniel
A fim de interpretar corretamente Daniel, duas premissas são relevantes: (1) O livro é genuíno e foi escrito pelo profeta Daniel no século VI a.C. Muitos críticos afirmam que o livro de Daniel faz parte daquilo que conhecemos como literatura apocalíptica, que veio a surgir já no período helenístico. Eles sustentam que fraudes de autoria e data são comuns neste gênero literário. Tais suposições racionalistas são, contudo, inaceitáveis. A interpretação de qualquer livro considerado apocalíptico não exige uma hermenêutica especifica ou sistemas interpretativos especiais. Mudar sua hermenêutica é separar a profecia bíblica de seu cumprimento histórico. É uma tentativa liberal de se considerar a profecia como mito ou fantasia. (2) Uma interpretação precisa depende do fato de a profecia não ser apenas possível, mas também do fundamento dos verdadeiros e genuínos escritos bíblicos apocalípticos. As profecias levaram muitos supostos estudiosos a rejeitarem a genuinidade das visões de Daniel. Muitos críticos rejeitaram de forma cabal o que é claramente uma profecia predita. A única forma de explicarem a meticulosidade e a acurácia das profecias de Daniel é relegando-as a uma época posterior e a um outro autor" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.175)
VOCABULÁRIO

Acurácia: Precisão de uma determinado processo de informação

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


ZUCK, Roy (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013

SAIBA MAIS


Revista Ensinador Cristão CPAD
 nº 60, p.38.


EXERCÍCIOS


1. Com quem tem início a história do povo judeu?
R. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3).

2. Quantas tribos constituíam os reinos do Norte e do Sul?
R. O reino do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e Benjamim.

3. Quanto tempo durou o cativeiro de Israel?
R. Setenta anos.

4. Daniel era contemporâneo de quais profetas?
R. De Jeremias e Ezequiel.

5.Quais são os dois conteúdos distintos do livro de Daniel?
R.  O livro de Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético

Um comentário:

  1. Lição 1 Daniel nosso contemporâneo.
    Iniciamos o trimestre com essa lição maravilhosa que Deus nos mostra que Ele sempre esteve e estará no controle de tudo ou seja Ele é Soberano.

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