segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Lição 12 - O maior legado de um líder

Lição 12 - O maior legado de um líder



LIÇÃO 12 – 21 de setembro de 2014 – Editora Betel

O maior legado de um líder

TEXTO AUREO

“Chamou Moisés a Josué e lhe disse na presença de todo o Israel: Sê forte e corajoso; porque, com este povo, entrarás na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a teus pais; e tu os farás herdá-la”. Dt 31.7

VERDADE APLICADA

Não deixar um legado é como roubar o futuro da próxima geração. Líderes sem legado são líderes sem história.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar a necessidade de desenvolver uma liderança que vise preparar novos líderes;
Apresentar algumas qualidades de um líder catalisador;
Expor pontos importantes na preparação de um sucessor.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Nm 27.15 - Então, disse Moisés ao Senhor:
Nm 27.16 - Ó Senhor, autor e conservador de toda vida, ponha um homem sobre esta congregação 
Nm 27.17 - que saia adiante deles, e que entre adiante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar, para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor.
Nm 27.18 - Disse o Senhor a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos;
Nm 27.19 - apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; e dá-lhe, à vista deles, as tuas ordens.
Nm 27.20 - Põe sobre ele da tua autoridade, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel.

Introdução
Um pai responsável sempre age pensando em deixar uma herança para seus filhos. Em relação à organização Igreja, um líder deve ver a si mesmo como um pai que busca deixar tesouros para seus filhos (2Co 12.14). Nós seres humanos fomos criados para reprodução (Gn 1.28). Nossa história não termina em nós, daí a necessidade de compreendermos o que significa deixarmos um legado para a posteridade.

1. Compreendendo um legado
Um líder sábio trabalhará pela sua igreja, departamento ou organização secular para que elas se mantenham depois dele, não se acabe quando ele sair ou venha a falecer. Todo líder cristão que tem Jesus como modelo procura deixar um legado. É claro que para que isso aconteça eficientemente não dependerá apenas do líder, mas de sua equipe, diretoria, e do próprio sucessor.


1.1. O que é um legado
Liderança é algo absolutamente pessoal. Ou se exercita ou se renuncia. Todavia, existe uma terceira coisa que pode ser feita, passá-la a um sucessor. Esse é realmente um dos maiores desafios de nossos tempos. O legado é uma herança que se deixa para alguém quando morre. Legado nada mais é do que deixar alguém pronto para dar seguimento ao que já estava sendo feito, para que tal coisa não seja desprezada e desapareça com o tempo. Todo líder de uma grande organização dirige com o hoje e o amanhã em sua mente. Jesus preparou seus discípulos não apenas para caminhar a seu lado, mas para dar seguimento ao que fazia quando partisse. Jesus não deixou templos nem riquezas para seus discípulos administrarem, mas deixou um pensamento e uma cultura que deveria ser compartilhada através deles e daqueles que a recebessem (Jo 17.20).
Um grande líder pensará numa maneira de manter sua igreja ou organização quando não estiver por perto. Assim, será ousado em inovar buscando adequar-se aos novos tempos e desafios. Poderá também usar de sua influência para preparar o caminho de seu sucessor e até indicá-lo em acordo com sua diretoria ou equipe. Lembremos que, sob a direção de Deus: Moisés, Elias, Jesus e Paulo se utilizaram de suas influências para deixar um sucessor. E os sucessores desses homens se esforçaram para honrar a confiança a eles outorgada cumprindo o seu papel.



1.2. Líderes responsáveis pensam no futuro do povo
A única forma de desenvolver uma ampla liderança e fazer com que a formação de novos lideres faça parte da nossa cultura. Observe que a preocupação de Moisés não era ficar de fora da terra da promessa, sua preocupação era o que aconteceria ao povo, quem o sucederia, quem iria dar continuidade a partir dali (Nm 27.15-17). Líderes passam a visão para as gerações futuras. Por isso, é importante preparar alguém, porque a vida é breve, e a partida é sempre repentina. Qualquer líder que deseje ver sua organização progredir, deve estar disposto a pagar o preço para assegurar um êxito duradouro. Moisés pode partir em paz, porque sabia que Josué honraria seu legado. Mas será que o sacerdote Eli poderia dizer o mesmo? Fica aqui uma pergunta: líderes que não prepararam outros, viveram para quê?



1.3. Plante para o reino e o reino florescerá
Os líderes passam a compreender a importância de um legado quando são sucedidos por outros que afundam ou destroem aquilo que construíram com amor, suor e muitas lágrimas. Nessa hora a indignação toma conta da vida de um líder. Todavia, deveria pensar em uma coisa importante. Se realmente houvesse feito um bom trabalho naquela igreja ou organização, não importaria quem viesse liderar depois dele. Pois qualquer um que assumisse, estaria apto para levar adiante aquele propósito inicial. E aí que pecamos! Sabemos construir templos, sabemos reformá-los, dar-lhes dimensão e aparência. Mas, infelizmente, deixamos a desejar no tratamento de almas e morremos muitas vezes sem sucessão. Talvez essa reflexão nos faça compreender melhor o significado de um legado, e porque Moisés buscou a Deus pedindo um líder capaz (Nm 27.15-17).
Todo líder um dia deixará sua organização de uma maneira ou de outra. Por uma ascensão ministerial, para atender um chamado urgente, por ser jubilado, e, ainda que se negue a jubilar-se, um dia vai morrer. Por isso, um líder deve estar enfocado na próxima geração. Deve preparar sua organização para enfrentar um futuro inevitável.

2. O propósito de um legado
Somos capazes de descobrir quantas sementes existem em uma laranja, mas é impossível saber quantas laranjas existem em cada semente. Essa é uma descoberta de quem planta. O que seria das próximas gerações de árvores e de frutos se a semente não fosse plantada? Deixar um legado é exatamente isso, é plantar para que a próxima geração produza muito mais frutos que a anterior. É pensar na perpetuação da espécie. Para isso um líder precisa ser um catalisador. Vejamos:



2.1. Todo grande líder é um catalisador
Cientificamente, o catalisador é uma substância que afeta a velocidade de uma reação, mas emerge do processo, inalterada. O catalisador é um agente transformador que se mantém intocável no curso de sua função. É uma enzima que se reproduz sem nunca ser alterada. Ele é como a matriz de uma produção, que a partir dela tudo se reproduz. Ou seja, o catalisador utiliza o que já existe, precisando apenas do pouco para produzir bastante. Sem enzima catalista a reação biológica mais lenta levaria um trilhão de anos para entrar e um processo de transformação. O maior exemplo de líder catalisador é Jesus Cristo. Ele levou três anos e meio para formar doze pessoas. Nós levaríamos um milhão de anos para fazer o mesmo. E por quê? Por causa de nossa incapacidade de reproduzir. Os catalisadores formam sucessores e não seguidores. Eles não são influenciados, eles confrontam. Havendo catalisadores, ocorrerão mudanças e transformação.
Um líder catalisador não toma a visão para si, ele doa para o povo. Muitos líderes têm fracassado porque em vez de passar a visão querem que o povo sigam suas personalidades. Nossa imagem é passageira, enquanto que a visão é gerações. Nós somos temporários. A visão não. Ela é pessoal, não é nossa, é para os filhos que ainda não nasceram.



2.2. Todo líder catalisador é como um pai
Um pai não cria filhos para si mesmo. Entenda! Não casaremos com nossos filhos, eles não viverão para sempre em nossa casa; um dia deverão seguir seus próprios destinos. Essa é a visão de um catalisador. Ele sabe que deve preparar alguém para alguém. O que esperamos de nossos filhos? O pai não deseja que seus filhos sejam como eles. Os pais trabalham no intento de que seus filhos avancem, progridam e alcancem degraus sempre mais elevados. Para isso devem lhes dar mantimento, vestimenta, educação e prepará-los para enfrentar os desafios da sociedade. Agora a pergunta é: fazemos assim com os nossos filhos espirituais? Cuidamos deles ao ponto de que possam assumir nosso legado e ir em frente? Investimos em vidas? Ou somente pregamos a Palavra achando que isso é tudo?



2.3. Todo líder catalisador é capaz de influenciar
Todo líder catalisador é influente. Ele não busca nada em outro lugar, ele influencia com o que existe em suas propriedades sem deixar que sua propriedade seja alterada. Jesus influenciou o mundo sem jamais ser influenciado. Jesus jamais precisou copiar o modelo de alguém. Ele era o verbo, a ação (Jo 1.1). O fato de saber que Ele habita em nós, nos dá a garantia de que temos em nós a mesma unção que estava sobre Ele. Não precisamos ficar imitando modelos, eles dão certo dependendo da visão, do local, e da pessoa a quem o Senhor quis se revelar. A maior descoberta está no potencial que existe dentro de cada um de nós. Infelizmente nos apaixonamos pelos nossos próprios métodos e modelos de culto. Achamos que estamos fazendo a obra, mas, na verdade, só estamos tendo enfado e cansaço. É tempo de criar! O potencial para criação já nos foi dado, e está vivo dentro de cada um.

3. Preparando um sucessor
Os filhos de Israel eram uma enorme congregação que já se contava aos milhões nos dias de Moisés. Sabendo Moisés que, por determinação divina, não duraria muito mais, tomou as providências no sentido de preparar um sucessor. Vejamos como agiu:



3.1. Toda sucessão exige orientação divina
É claro que, ao saber que não entraria mais na terra prometida, Moisés se entristeceu muito, afinal tinha investido toda a sua vida naquilo. Ele orou para que Deus reconsiderasse a sua determinação, mas ao contrário, Ele permaneceu irredutível e passou a orientar-lhe no que fazer. Sabiamente Moisés ora ao Senhor, autor e conservador de toda vida, para que desse um líder ao seu povo, para que não ficassem como ovelhas dispersas. Então, o Senhor Deus ordenou a Moisés que tomasse a Josué, filho de Num, homem em que há o Espírito. Evidentemente, que era o Espírito Santo e também alguém que já tinha afinidade com o espírito de Moisés.



3.2. Um sucessor deve ser fortalecido e legitimado
Uma das atitudes mais importantes para que Josué viesse a aceitar e a permanecer na liderança foi o seu fortalecimento. Deus diretamente ordenou que Moisés fizesse todo um trabalho para o estímulo de Josué. Ele deveria ser apresentado a Eleazar, o sacerdote e perante toda a congregação. Ao receber a imposição de mãos e as orientações diante de todos, Josué estava sendo legitimado como sucessor de Moisés (Nm 27.21-23). Todos a partir dali deveriam respeitá-lo de um modo diferente depois daquela legitimação. Não se sabe quanto tempo Moisés ainda viveu a partir dali, porém, tudo estava encaminhado agora. O exemplo de Moisés fala por si só e ensina qual é o procedimento correto nessa questão. Não precisamos ter que morrer para que se busquem, às pressas, alguém para substituir-nos, devemos também ter em mente a hora de passar o bastão.



3.3. Toda sucessão tem um tempo determinado
Todo líder que pensa no avanço e na progressão do Reino de Deus deve identificar a fase que está vivendo. Precisamos saber quando o tempo acabou, quando é a hora de parar, o momento de eleger alguém e o que Deus nos permite fazer ou não. Existem labores que a fase não nos permitirá fazer, porque não é o tempo, ou porque não seremos nós que iremos executar. Um grande exemplo para nós é Davi. Ele foi guerreiro, organizou os exércitos de Israel, fundou Jerusalém. Mas não pôde construir o templo. Não era sua fase. Isso era para Salomão, seu filho, executar. Davi só pôde ofertar e não construir. Mas ele desanimou? Não. Ele fez o que faz um bom líder. Ele proveu de tudo para o que vinha depois dele. Um bom líder não deixa dívida para o próximo. Dá-lhe meios para que execute.
A geração de Josué foi muito diferente da geração liderada por Moisés. Josué era mesclado, possuía autoridade e sabedoria como Moisés e, sem perder suas características particulares. Mas o principal não era ser igual, mas seguir adiante com a nova fase do projeto divino. Existem períodos exatos para cada coisa acontecer (Ec 3.1). Temos que aprender a identificar esses períodos - estar sensíveis ao tempo de Deus.

Conclusão
Uma coisa deve ficar muito clara. O maior legado de um líder é trabalhar para que a igreja ou organização se mantenha depois dele, tendo a alegria e o zelo em preparar e deixar alguém que ame a Deus respeite o povo, e siga a visão deixada pelo seu legado.

QUESTIONÁRIO

1. O que é um legado?
R. Uma herança que se deixa após a morte.
2. Por que Moisés pôde partir em paz?
R. Porque sabia que Josué honraria seu legado.
3. Quando os líderes passam a compreender a importância de um legado?
R. Quando são sucedidos por outros que afundam ou destroem aquilo que construíram.
4. Existe coisas que a fase não nos permitirá fazer. E por quê? 
R. Porque não é o tempo, ou porque não seremos nós que iremos executar.
5. Cite um exemplo de líder catalisador?
R. Jesus Cristo.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º Trimestre de 2014, ano 24 nº 92 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor – LIDERANÇA CRISTÃ Conhecendo os segredos da liderança eficaz

Pastor Dr. Abner de Cássio Ferreira


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