O Perigo da Busca pela Autorrealização Humana
TEXTO ÁUREO
"Humilhai-vos perante o Senhor, e ele
vos exaltará" (Tg 4.10).
VERDADE PRÁTICA
A realização humana, à parte de Deus, é impossível de acontecer, pois a
criatura não pode viver longe do Criador.
HINOS SUGERIDOS 60, 77, 201
LEITURA
DIÁRIA
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Segunda - Jó 30.15 A felicidade passageira
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S
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Terça - Cl 2.20-23 A frustração advinda dos preceitos
humanos
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T
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Quarta - 2 Tm 3.1-5 A dissimulação humana
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Q
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Quinta - Lc 12.13-21 A insensatez do materialista
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Q
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Sexta - 1 Tm 6.17 A esperança na incerteza das riquezas
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S
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Sábado - Ap 3.17 A tragédia da autoconfiança humana
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S
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Tiago 4.1-10
INTERAÇÃO
Todo ser
humano almeja se realizar profissionalmente, no ministério, em família e nas
diversas áreas da vida. Esta busca é normal e legítima. Ela faz com que
venhamos a trabalhar, estudar, casar, ter filhos, nos leva a correr em busca
dos nossos sonhos e projetos. Todavia, a realização pessoal se torna pecado
quando ela é colocada acima de Deus. A Palavra de Deus é bem clara quanto a
isto: "Mas buscai o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas
vos serão acrescentadas" (Mt 6.33).
Deus deseja que venhamos ter uma vida abundante, de realizações, mas não
podemos deixar de levar e apresentar a Ele todos os nossos projetos. Se
nossos alvos são alcançados, não é por merecimento próprio, mas porque Deus
assim permitiu pela sua graça e bondade infinitas. Não seja arrogante ou
autossuficiente, mas se humilhe perante o Senhor e Ele o exaltará.
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar qual é a origem dos conflitos e discórdias na vida do crente e da
igreja.
Mostrar que o crente não pode flertar com o sistema do mundo.
Compreender que a autorealização não pode vir em primeiro lugar em nossas vidas.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
para iniciar o primeiro tópico da lição, escreva no quadro a primeira parte
do versículo um do capítulo quatro de Tiago: "Donde vêm as guerras e
pelejas entre vós?" Peça que os alunos discutam e respondam esta
indagação. Em seguida explique que as
disputas entre crentes são sempre prejudiciais. Nestas contendas não existem
vencedores. Toda a igreja sofre, pois em geral as discussões e disputas são
resultado de desejos egoístas e perversos. Explique que a cura para os
desejos egoístas e malignos é a humildade. Encerre lendo com os alunos 1 Pedro 5.5,6.
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Realização profissional, pessoal e o desejo
de uma melhor qualidade de vida são anseios legítimos do ser humano.
Entretanto, o problema existe quando esse anseio torna-se uma obsessão, um
desejo cego, colocando o Senhor nosso Deus à margem da vida para eleger um
ídolo: o sonho pessoal. Ao concluirmos o estudo dessa semana veremos que não se
pode abrir mão de Deus para realizarmos os nossos sonhos, pois os dEle devem
estar em primeiro lugar!
1. Que sentimentos são esses? Tiago abre o capítulo 4
perguntando: "Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?". Em seguida,
responde retoricamente: "Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos
deleites, que nos vossos membros guerreiam?" (v.1).
Aqui, o líder da igreja de Jerusalém denuncia o tipo de sabedoria que estava
predominando na igreja: a terrena, animal e diabólica. Por quê? Ora, entre
aqueles crentes havia "guerras e pelejas" e "interesses dos
próprios deleites", enquanto os menos favorecidos estavam à margem dessas
ambições. Estava nítido que eles não semeavam a paz.
2. A origem dos males (Tg 4.2). "Combateis e guerreais" (v.2), é a afirmação do meio-irmão do Senhor em
relação àquelas igrejas. Tiago não mascara o que está no coração humano: a
cobiça e a inveja. Estas são as predisposições básicas da nossa natureza para
desenvolver uma atitude combativa e de guerra contra as pessoas, até mesmo em
nome de Deus (Jo 16.2). Quem procede
assim ainda não entendeu o Evangelho e nem mesmo atina para a verdade de que
Deus não tem compromisso algum com os desejos egoístas, mas atenta à pureza e a
verdadeira motivação do coração (1 Sm 16.7;
Lc 18.9-14).
3. O porquê de não recebermos bênçãos (Tg 1.3). O texto sagrado mostra o porquê de as
pessoas que agem assim não receberem as bênçãos de Deus, apesar de muitas vezes
aparecerem "profetas" profetizando o contrário. Em primeiro lugar,
Deus não é um garçom que está diuturnamente ao nosso serviço. Segundo, como
vimos, Ele não têm compromisso com os nossos interesses mundanos. E,
finalmente, quando pedimos, o pedimos mal, pois não é a vontade divina que está
em nosso coração, mas o desejo egoístico da natureza humana pedindo a Deus para
chancelá-lo.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
As guerras e pelejas entre os crentes são frutos dos desejos egoístas e
carnais que carregamos em nosso interior.
1. Adúlteros e amigos do sistema mundano (Tg 4.4). Tiago chama de "adúlteros e
adúlteras" os crentes que flertaram com o sistema do mundo. Mas a qual
sistema mundano o escritor da epístola se refere? Olhando para o contexto
anterior da passagem em apreço, veremos que Tiago se refere às más atitudes (a
inveja, a cobiça, o deleite carnal, as pelejas e as guerras, isto é, o egoísmo
do coração humano) que caracterizam o sistema presente deste mundo. Os que
flertaram com tal sistema fizeram-se inimigos de Deus.
2. "Inimigos de Deus" O líder da igreja de
Jerusalém faz esta afirmação baseado nas duas imagens linguísticas usadas por
ele para configurar a amizade dos crentes com o sistema mundano:
"adúlteros e adúlteras". Quando Tiago usa essas duas imagens, ele
quer mostrar que da mesma forma que Israel procurou estabelecer acordos não só
com o Deus de Abraão, mas também com Baal, Asera e outras divindades de Canaã,
os leitores de Tiago também procuraram estabelecer tanto a amizade com o mundo,
quanto com Deus. Todavia, Tiago mostra que a amizade com Deus e com o mundo,
transformará as pessoas em "inimigas de Deus".
3. O Espírito tem "ciúmes" (Tg 4.5). O Espírito Santo que em nós habita é
zeloso. Ele é o selo que marca-nos como propriedade exclusiva de Deus (2 Co 1.21,22;
1 Pe 2.9). No versículo cinco do
capítulo quatro, os leitores de Tiago aparecem como o objeto dos "ciúmes
do Espírito". Por isso, o autor sagrado os confronta chamando-os de
"adúlteros e adúlteras". Tal advertência é a admoestação de Deus para
o seu povo. Aqui, também cabe
lembrar-nos de uma promessa registrada na Primeira Epístola Universal de João:
temos um advogado à destra de Deus (2.1,2).
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os crentes que estão divididos entre a igreja e o mundo são denominados
por Tiago de "adúlteros e adúlteras".
O crente jamais deve flertar com o sistema do mundo
1. Humilhando-se perante Deus (Tg 4.6,7). Uma vez admoestados
pelo Espírito Santo, temos a promessa de que Ele nos dará "maior
graça". Tal maior graça é o fato de que "Deus resiste aos soberbos",
mas "dá, porém, graça aos humildes". Se acolhermos a advertência do
Senhor, a tão almejada realização humana acontecerá de maneira completa em
Deus. Humilharmo-nos diante do Senhor é reconhecermos quem somos à luz da sua
admoestação. É acolher com humildade o confronto do Senhor. O arrogante, o
soberbo e o ganancioso nunca terão esta atitude e, por isso, serão abatidos. E
ainda, à luz do ensino de Tiago, resistir ao Diabo significa não desejar as
mesmas coisas que a falsa sabedoria nos oferece: egoísmo, orgulho, soberba etc.
É não almejarmos a posição dos mestres orgulhosos e soberbos, mas
contentarmo-nos com a vocação de servirmos ao Senhor, voluntária e
espontaneamente, em espírito e em verdade (Jo
4.23).
2. Convertendo a soberba em humildade (Tg 4.8,9). Se o orgulhoso e o
soberbo decidirem-se por se achegarem a Deus, o Senhor lhes será propício. A
mão de Deus "não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu
ouvido, agravado, para não poder ouvir" (Is
59.1). O que precisa acontecer é um verdadeiro arrependimento! A
exortação bíblica de Tiago a essas pessoas é que o "riso" e a
"aparente felicidade" delas, produzidos pela amizade do mundo,
convertam-se em "choro", "lamento" e "miséria" (v.9; cf. 2 Co
7.10), assim que elas perceberem-se como "inimigas de
Deus". Esta é a atitude genuína de um verdadeiro arrependimento.
3. "Humilhai-vos perante o Senhor"
(Tg 4.10). Ao abrir mão de nossa
autorrealização sob as perspectivas mundanas do egoísmo, do individualismo, da
soberba e da inveja, seremos pessoas satisfeitas e realizadas com o Dono da
vida. Como poderemos ser felizes sem a presença do Doador da vida (Jo 12.25)?
A exaltação do Senhor ser-nos-á dada mediante a sua graça e bondade infinitas.
Humilhemo-nos, portanto, debaixo da potente mão de Deus (1 Pe 5.6)!
Como criaturas, precisamos nos humilhar diante do nosso Criador,
reconhecendo que sem Ele nada somos e nada podemos fazer.
A partir dos ensinamentos do Senhor Jesus, desfrutaremos da verdadeira
felicidade em Deus. Que venhamos atentar para o ensinamento desta lição,
humilhando-nos na presença de Deus através de Cristo Jesus.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"Guerras e pelejas
Essas 'guerras e pelejas' dentro do indivíduo, que
levam à 'guerras e pelejas' dentro da comunidade, poderiam ser evitados se as
pessoas simplesmente pedissem a Deus as coisas que necessitam,
particularmente a 'sabedoria' ou a 'palavra', que conformaria seus desejos à
vontade de Deus. Pois, mesmo quando realmente pedem, seus motivos divinos e
pecaminosos (manifestado aqui pelo desejo de 'gastar em vossos deleites')
representam a certeza de que não 'receberão do Senhor alguma coisa'.
Existem entre os comentaristas uma acentuada
tendência para interpretar a exortação de Tiago 'combateis e guerreais' (4.2), como uma simples figura de retórica.
De acordo com estes estudiosos, Tiago está acompanhando a precedência de
Jesus quando se referiu ao ódio como assassinato (veja Mt 5.21,22).
Porém, pode existir um aspecto pelo qual Tiago acredita que essa alegação
seja apropriada dentro de um sentido mais literal" (Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. Vol. 2. 4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009, p. 877).
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AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
"A expressão que Tiago usa para chamar a
audiência de 'adúlteros e adúlteras' (v. 4), provavelmente se originou não só de
uma anterior associação com os mandamentos que condenam o assassinato e o
adultério (2.11), como também da
associação usual de 'deleites' (4.3)
com o desejo sexual. Isso lembra duas
poderosas imagens do Antigo Testamento: uma delas é a descrição do 'caminho
da mulher adúltera' que 'come' (um
eufemismo para as relações sexuais) e depois diz, 'não cometi maldade' (Pv 30.20). Sua declaração está de acordo com
aquela atitude de impunidade e de vulgaridade, à qual Tiago acusa de levar
seus leitores a cometer pecados.
Outra imagem é a tradição profética que considerava
Israel como a esposa infiel de Deus (Jr 3.20;
Ez 16; Os
2.2-5; 3.1). Da mesma
forma como Israel procurou estabelecer acordos não só com o Deus de Abraão,
mas também com Baal, Asera e outras divindades de Canaã, os leitores de Tiago
também procuraram estabelecer tanto a 'amizade com o mundo', quanto com Deus.
Mas tão certo como o adultério destrói o relacionamento entre os casais, o
desejo ambivalente pelo bem e pelo mal - amizade com Deus e com o mundo - ao
final transformará as pessoas em 'inimigos de Deus' (ARRINGTON, French L; STRONSTD
(Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. 4. ed.
Rio de Janeiro, CPAD, 2009, p. 877).
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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.
ARRINGTON, French L;
STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2.
4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador
Cristão CPAD
nº59, p.41.
EXERCÍCIOS
1. Tiago abre o capítulo 4
fazendo qual pergunta?
R. "Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?".
2. Como Tiago denomina os
crentes que flertaram com o sistema do mundo?
R. Tiago os chama de "adúlteros e adúlteras".
3. Segundo a lição, o que
significa “humilharmo-nos diante do Senhor”?
R. Humilharmo-nos diante do Senhor é reconhecermos quem somos à luz
da sua admoestação. É acolher com humildade o confronto do Senhor.
4. De acordo com o ensino de Tiago, o que significa
resistir ao Diabo?
R. Resistir ao Diabo significa não desejar as mesmas coisas que a
falsa sabedoria nos oferece.
5. A exaltação do Senhor
ser-nos-á dada mediante a quê?
R. A exaltação do Senhor
ser-nos-á dada mediante a sua graça e bondade infinitas.
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