Daniel, Nosso
"Contemporâneo"
TEXTO ÁUREO
"Quando, pois,
virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no
lugar santo (quem lê, que entenda)" (Mt 24.15).
VERDADE PRÁTICA
Daniel é um exemplo de perseverança na fidelidade a Deus e de
integridade moral, estimulando-nos a confiar no projeto divino.
HINOS SUGERIDOS 58, 61, 84
LEITURA
DIÁRIA
|
|
Segunda - Gn 3.15 A primeira profecia
escatológica
|
S
|
Terça - Gn 22.18;
26.4; 28.14;
49.10 A promessa para Abraão
|
T
|
Quarta - Is 7.14; 9.6;
42.1-4; 52.13-15 A predição da vinda do
Rei e Redentor
|
Q
|
Quinta - Dn 2.44,45;
7.13,14 A predição do reino
vindouro
|
Q
|
Sexta - Jr 23.3; Is
11.11; Ez 37.1-11
A promessa de restauração de Israel
|
S
|
Sábado - Mt 24.15 Jesus cita Daniel
|
S
|
Daniel 1.1,2; 7.1;
12.4
INTERAÇÃO
Prezado
professor, neste trimestre estudaremos o livro do profeta Daniel. Este livro
é um dos preferidos das pessoas que gostam de estudar a escatologia bíblica.
Aprendemos com Daniel não somente acerca de assuntos escatológicos, pois o
seu testemunho é um exemplo de fidelidade a Deus e de integridade moral.
Daniel viveu grande parte dos seus anos como exilado em uma sociedade idólatra,
servindo a reis ímpios, todavia não se contaminou. O comentarista do trimestre é o pastor
Elienai Cabral - conferencista e autor de várias obras publicadas pela CPAD,
membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e também da Casa de Letras
Emílio Conde. Que Deus abençoe a sua vida e a de seus alunos. Bons estudos!
|
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer panoramicamente o livro de Daniel.
Explicar a autoria e a história por trás do livro de Daniel.
Compreender os fatos que propiciaram o exílio na Babilônia.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, a
fim de introduzir a primeira lição do trimestre, reproduza o esquema abaixo
para os alunos. Utilizando o quadro, faça uma exposição panorâmica do livro
de Daniel, explicando o propósito e suas principais divisões. Enfatize os
personagens centrais, os acontecimentos mais importantes e as principais
profecias. Que você possa extrair importantes lições deste grande livro do
Antigo Testamento.
|
LIVRO DE
DANIEL
|
|
Autor:
|
Daniel
|
Tema:
|
A soberania de
Deus na história.
|
Data: .
|
Cerca de 536 -
530 a.C
|
Propósitos:
|
(1) Dar ao
povo do concerto do AT a certeza de que o juízo de seu cativeiro entre as
nações gentias não seria permanente;
(2) Legar ao
povo de Deus, no decurso da sua história, as visões proféticas da soberania
de Deus sobre as nações.
|
Personagens
centrais:
|
Daniel e
Nabucodonosor.
|
Principais
acontecimentos:
|
Daniel
interpreta o sonho de Nabucodonosor (Dn 2);
A fornalha de fogo ardente (Dn 3);
A loucura de Nabucodonosor (Dn 4); Daniel na cova dos leões (Dn 6).
|
Principais
profecias:
|
As visões dos
anos vindouros (Dn 7-8); A
revelação das setenta semanas (Dn 9);
Imagens da história do fim (Dn 11-12).
|
Extraído de
"Guia do Leitor da Bíblia", CPAD.
Dada a importância do livro de Daniel, nós o estudaremos sob a
perspectiva da escatologia bíblica. Indiscutivelmente, Daniel é um profeta
bíblico que não ficou restrito ao passado. Ele é contemporâneo! O seu nome, a
sua vida e obra são um exemplo de perseverança em Deus. Embora vivendo em
circunstâncias adversas e numa cultura pagã, Daniel não perdeu a fé no Deus
Altíssimo e o vínculo com o seu povo.
O capítulo 24
do Evangelho de Mateus revela um dos mais importantes discursos proféticos de
Jesus. Ali, o Mestre de Nazaré cita o profeta Daniel (v.15). Conquanto as profecias de Jesus nos
remetam ao contexto de Israel, as evidências proféticas descritas em Mateus 24 não se aplicam apenas à história do
povo judeu, mas igualmente à todas as etapas da história humana como descrita
no livro de Daniel.
1.
A formação histórica de Israel. A história do povo
judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3).
Eles tiveram
um filho chamado Isaque, o filho da promessa
de Deus (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3).
Isaque, por sua vez, gerou dois filhos, Esaú e Jacó. Do segundo filho, Jacó,
surgiu um clã de 12 filhos. O clã cresceu e multiplicou-se e, posteriormente
mudou-se para o Egito. Ali a família de Jacó aumentou em número, tornando-se um
povo altamente abundante em terra estrangeira. A partir de então, formou-se
Israel, a futura nação projetada por Deus. Mas com o passar do tempo a família
judaica perdeu as benesses que desfrutava nos anos do rei egípcio que
respeitava a liderança e a história de José no Egito. Entretanto, através de
uma intervenção divina, e sob a liderança de Moisés, os israelitas saíram do
Egito e peregrinaram pelo deserto até a terra de Canaã por quarenta anos. A
partir da libertação egípcia, Israel viveu s o b a
égide d e um
governo teocrático, isto é, governado diretamente por Deus e através de
homens chamados por Ele para esta função.
2. O governo teocrático. Moisés morreu e o seu
substituto foi Josué. Sob o seu comando, Israel conquistou a terra de Canaã e
instituiu um governo em que a autoridade governamental vinha de Deus - a
teocracia. Esse período perdurou aproximadamente trezentos anos, incluindo o
período dos juízes. Foi um tempo difícil porque Israel afastou-se da direção
divina e "cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos" ( Jz 21.25).
3. O governo monárquico. O reino de Israel
esteve sob a liderança de Saul, Davi e Salomão por cento e vinte anos. O rei
Salomão morreu em 931 a.C. marcando assim a decadência política, moral e
religiosa da monarquia. Roboão, o seu filho, assumiu o reino, mas acabou
dividindo-o em dois: o do Norte e o do Sul.
O reino do Norte constituía-se de dez tribos.
O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e Benjamim. No ano de 722 a.C. o Império
Assírio dominou o reino do Norte e subjugou o seu rei, os príncipes e todo o
povo.
O reino do Sul teve momentos de glória, mas
igualmente de calamidades. Constituído por alguns reis piedosos e outros
ímpios, acabou por ser invadido pelo Império da Babilônia. Entre os anos 606
a.C. e 587 a.C., Nabucodonosor levou em cativeiro os nobres de Jerusalém:
príncipes, intelectuais e homens de guerra, etc., deixando em Judá apenas os
pobres e os deficientes. Toda esta história propiciou a intervenção divina na
vida de Israel para preservação do projeto original de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Deus chamou Abraão e a partir dele deu início à história do povo judeu.
1. O contexto
político do reino de Judá. Em 606 a.C. Nabucodonosor
invadiu Jerusalém e, além da nobreza, tomou da cidade todos os utensílios do
Templo: ouro, prata e pedras preciosas. Jeoaquim, rei de Judá, não resistiu e
tornou-se tributário da Babilônia, perdendo o domínio do seu reino e também a
confiança dos seus valentes. Entre os c ativos expatriados para Babilônia
estava o profeta Ezequiel (Ez 1.1-3).
O exército de Nabucodonosor destruiu o Templo, saqueou Jerusalém e arrasou
política, moral e espiritualmente o reino de Judá. Babilônia se impôs como
império por mais de quatro décadas. Israel foi humilhado, passando de nação
próspera à tributária da Babilônia!
2. Israel no exílio babilônico. Quando uma liderança perde a intimidade com
Deus e, por consequência, a credibilidade entre os homens, como aconteceu com os
últimos reis de Israel e de Judá, a tragédia espiritual e moral é inevitável. O
cativeiro de 70 anos na Babilônia, profetizado por Jeremias, foi cabalmente
cumprido (2 Cr 36.21). Por outro
lado, Deus nos ensina a conhecer os seus desígnios. Foi no exílio babilônico que Israel
aprendeu a conhecer a Deus e não aceitar outro deus em seu lugar. O cativeiro
propiciou a volta do povo de Deus à comunhão com o Altíssimo.
A partir desse panorama histórico
compreenderemos o livro do profeta Daniel. Para isto, precisamos igualmente
conhecer os aspectos gerais e a importância do livro e da pessoa do chamado
"profeta do cativeiro".
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O povo de Deus se rebelou contra o Senhor e como não se arrependeu,
sofreu com o exílio na Babilônia
1. O homem
Daniel. Há pouca informação histórica sobre a família de Daniel, senão a de
que ele era da linhagem real de Israel (Dn 1.3). Levado para a Babilônia ainda
muito jovem, Daniel destacava-se como um judeu inteligente e bem instruído. Ele
possuía firmes convicções no Deus de Israel e era contemporâneo de dois
importantes profetas da nação israelita: Jeremias e Ezequiel. Certamente esses
profetas deixaram seus exemplos como legados para a vida do jovem Daniel. Em
597 a.C., Ezequiel havia sido levado para a Babilônia (Ez 43.6,7).
Ali esse experiente profeta chega a citá-lo em seu livro, descrevendo Daniel
como um homem de sabedoria e de justiça (Ez
14.14).
2. A importância do livro. O livro de Daniel possui
dois conteúdos: o histórico e o profético. No plano geral da revelação divina,
o livro de Daniel ocupa um lugar de suma importância. Do capítulo 1 ao 6 o conteúdo é histórico, e do 7 ao 12, profético.
O conteúdo histórico do livro contém
experiências que revelam a soberania e o cuidado de Deus para com aqueles que
lhe são fiéis. Já o conteúdo profético traz predições escatológicas, em sua
maioria, ainda não cumpridas. Por este último conteúdo cremos na
"contemporaneidade" de Daniel.
3. A autoria e as características do livro. Indiscutivelmente, foi o próprio Daniel
quem escreveu o livro entre os anos 606 e 536 a.C. Ele iniciou sua obra
escrevendo na Babilônia e, posteriormente, encerrou-a no palácio de Susã (Dn 8.2). O livro contém doze capítulos,
majoritariamente escrito em hebraico, excetuando a seção 2.4 até 7.28, que foi
escrita em dialeto aramaico.
Além de histórico, o livro de Daniel contém
revelações proféticas cumpridas e outras que ainda vão se cumprir no futuro.
São revelações concernentes ao povo de Israel e aos gentios. Deus revelou a
Daniel o futuro das nações através da linguagem alegórica. Portanto, pode-se
classificar o livro de Daniel como gênero apocalíptico porque desvenda o futuro
do mundo trazendo esperança para o povo de Deus, pois ali, Israel é o ponto
convergente dos fatos futuros.
Umas das razões da importância do livro de
Daniel está no fato de que, em sua maioria, as predições escatológicas ainda
não se cumpriram.
O livro de Daniel nos mostra o compromisso de um homem que se dispõe a
servir a Deus, mantendo a sua integridade moral e espiritual sem fazer concessões
ao sistema idólatra e opressor da Babilônia. Aprendemos igualmente que a
história humana não é casual, mas dirigida pelo Deus soberano, que faz todas as
coisas contribuírem para o bem daqueles que amam ao Senhor.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsídio Hermenêutico
"Uma correta interpretação de Daniel esclarece
a revelação de que Deus tem um futuro para Israel. Um raciocínio crítico
acerca da mensagem profética de Daniel cria uma concepção fictícia da
importância do livro. Tamanho erro na interpretação excluí o significado das
profecias e torna o livro de Daniel em um conto de fadas.
O livro de Daniel é a chave de todas as profecias
bíblicas. Sem ele, remotas revelações escatológicas e seu escopo profético
são inexplicáveis. As grandes profecias do Senhor, no discurso do monte das
Oliveiras (Mt 24,25; Mc 13; Lc 21),
bem como 2 Tessalonicenses 2 e o livro de Apocalipse (ambos mencionam o
Anticristo de Daniel 11), só podem
ser compreendidas com a ajuda das
profecias de Daniel" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia
Popular de Profecia Bíblica. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2013, p.175).
|
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsídio Hermenêutico
“Uma correta interpretação do livro de Daniel
A fim de interpretar corretamente Daniel, duas
premissas são relevantes: (1) O livro é genuíno e foi escrito pelo profeta
Daniel no século VI a.C. Muitos críticos afirmam que o livro de Daniel faz
parte daquilo que conhecemos como literatura apocalíptica, que veio a surgir
já no período helenístico. Eles sustentam que fraudes de autoria e data são
comuns neste gênero literário. Tais suposições racionalistas são, contudo,
inaceitáveis. A interpretação de qualquer livro considerado apocalíptico não
exige uma hermenêutica especifica ou sistemas interpretativos especiais.
Mudar sua hermenêutica é separar a profecia bíblica de seu cumprimento
histórico. É uma tentativa liberal de se considerar a profecia como mito ou
fantasia. (2) Uma interpretação precisa depende do fato de a profecia não ser
apenas possível, mas também do fundamento dos verdadeiros e genuínos escritos
bíblicos apocalípticos. As profecias levaram muitos supostos estudiosos a
rejeitarem a genuinidade das visões de Daniel. Muitos críticos rejeitaram de
forma cabal o que é claramente uma profecia predita. A única forma de
explicarem a meticulosidade e a acurácia das profecias de Daniel é
relegando-as a uma época posterior e a um outro autor" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica.
5. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.175)
|
Acurácia: Precisão de uma
determinado processo de informação
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica.
5 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013
SAIBA MAIS
Revista
Ensinador Cristão CPAD
nº 60, p.38.
EXERCÍCIOS
1. Com quem tem início a história do povo judeu?
R. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3).
2. Quantas tribos constituíam os reinos do Norte e
do Sul?
R. O reino do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas
duas tribos, Judá e Benjamim.
3. Quanto tempo durou o cativeiro de Israel?
R. Setenta anos.
4. Daniel era contemporâneo de quais profetas?
R. De Jeremias e Ezequiel.
5.Quais são os dois conteúdos distintos do livro de
Daniel?
R. O livro de Daniel possui
dois conteúdos: o histórico e o profético
|
Lição 1 Daniel nosso contemporâneo.
ResponderExcluirIniciamos o trimestre com essa lição maravilhosa que Deus nos mostra que Ele sempre esteve e estará no controle de tudo ou seja Ele é Soberano.