Lição 2 Pecado: uma
realidade humana.
8 de outubro de 2017
Texto
Áureo
Romanos 3.23
“Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus.”
Verdade
Aplicada
A realidade do pecado na vida humana e a
providência de Deus devem sempre estar presentes em nossa mente.
Objetivos
da Lição
Mostrar alguns problemas
causados pela essência do pecado na vida humana;
Apontar as principais
consequências do pecado;
Apresentar a necessidade de um
libertador, de arrepender-se e de congregar.
Glossário
Insolúvel; Que não se pode
resolver;
Irrefutável; Que não se pode
refutar, que não se pode contestar; incontestável;
Nocivo; Que faz mal; que
prejudica.
Leituras
complementares
Segunda Sl 42.7
Terça Dn 12.2
Quarta Mt 18.23-34
Quinta Jo 14.6
Sexta Rm 7.18
Sábado Ef 1.7
Textos de
Referência.
Romanos 1.28-31
28 E,
como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou
a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém;
29
Estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza,
maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
30 Sendo murmuradores, detratores,
aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de
males, desobedientes ao pai e às mães;
31 Néscios,
infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
Hinos
sugeridos.
139, 291, 467
Motivo de
Oração
Ore para que o amor de Deus possa impactar o
coração de seus familiares.
Esboço da
Lição
Introdução
1. O pecado é mais do que um
problema.
2. As consequências do pecado.
3. Como libertar-se do pecado.
Conclusão
Introdução
O homem foi criado para relacionar-se com Deus.
Porém o pecado ocasionou a separação do homem da comunhão com Deus, trazendo
condenação eterna, Apenas Jesus é quem pode livrar o homem desse mal (Lc
19.10).
1. O
pecado é mais do que um problema.
Ao afastar-se de Deus, o homem contraiu sobre
si mais do que um problema para
resolver, pois esse mal tornou insolúvel
do ponto de vista humano. Tal foi consequência do pecado na experiência humana
que o retorno a Deus dependeria, inicialmente, de uma atitude de graça da parte
de Deus (Jo 3.16; Rm 5.8), e de uma resposta humana ao chamado divino. Mas o
que é o pecado em si? Vejamos um pouco a respeito.
1.1. Falha
para com o propósito divino.
Deus é um Ser com propósitos para Sua criação,
e de maneira resumida podemos afirmar que o homem foi criado para o louvor da
Sua glória (Ef 1.5-6). Porém, o pecado na vida do homem desviou-lhe dos
propósitos divinos, deixando-o totalmente aquém do projeto original (Dn 9.5).
Por isso, a Septuaginta (a mais antiga tradução em grego do texto hebreu do
Antigo Testamento) e o Novo Testamento grego se utilizam da palavra “harmatia”,
que significa: “errar o alvo”. Que quer dizer, falhar para com o propósito
original. Isso significa que o homem está errado para com Deus. O grande
obstáculo é como encontrar esse caminho de retorno a Deus, pois o pecado passou
a afetar o homem na sua inteligência e percepção (Jo 14.6).
O grande problema da humanidade é o
pecado que habita dentro do ser humano. Os sofrimentos, doenças, maldições e
mortes são consequências da entrada do pecado no mundo (Rm 5.12). O Homem sem
Deus é literalmente um morto que caminha entre os vivos. A Bíblia menciona a
condição de “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1, 5). Espiritualmente falando,
uma pessoa não precisa estar sepultada para estar morta, basta estar desligada
de Deus. Esta é a terrível consequência do pecado.
1.2. Insensatez.
O homem foi criado para viver segundo a vontade
e as leis de Deus; isso é acertar o alvo. Entretanto, o ser humano em seu
egoísmo se recusa a viver assim. O pecado, pois consiste numa insensatez, visto
que alterou a forma de pensar, de sentir, e de agir do homem. Há muitas
palavras que definem o pecado, tanto no grego, pois, embora o pecado se
manifeste de várias maneiras, ele não passa de uma inconformidade do homem
quanto à vontade de Deus e às Suas leis morais (Pv 10.23). O pecado é, portanto, uma insensatez,
uma tolice, uma loucura (Ec 7.25).
Toda a raça humana herdou de Adão a
natureza pecaminosa (Rm 7.18, 21-23). Essa natureza domina o ser humano de uma
forma tirana. Mesmo sabendo o que é correto, o homem é impulsionado por essa
natureza a fazer o que é incorreto. Somos por natureza escravos do pecado, e
isto está visível em todos, em todas as eras e em todos os lugares por onde
vamos (Jo 8.34).
1.3.
Dívida para com Deus.
Não raro ouvimos que o pecado é algo que
desagrada a Deus, e desagradá-Lo significa estar fora tanto de Seus projetos,
quanto de Suas bênçãos. O pecado é uma dívida, uma ofensa, por isso, é mais que
um desagrado, é uma ofensa direta ao padrão moral e santo de Deus (Rm 5.16,
20). Os nossos relacionamentos comuns são baseados em créditos e débitos, logo,
quando ofendemos alguém contraímos uma dívida para com aquela pessoa e com quem
a criou, Deus. Encontramos várias demonstrações nas Escrituras sobre o pecado
como dívida: na oração dominical, nas parábolas de Jesus e nos termos paulinos,
como redenção e remissão (Mt 6.12; 18.23-34; Ef 1.7).
Vale a pena enfatizar a impossibilidade do ser
humano de resolver o problema do pecado (Jr 2.22; 13.23; Pv 20.9). Há uma
tendência humana para desviar-se do propósito de Deus. Todos herdamos uma
natureza pecaminosa (1Jo 1.8-10; Sl 51.5).
2. As
consequências do pecado.
O pecado é nocivo, e traz dores e consequências
destrutivas para toda a humanidade . É como um vírus letal que contagia
internamente e se expande por onde passa. Dentre as mais diversas
consequências, destacaremos três:
2.1. A
perda da comunhão.
Segundo John Piper, o pecado afugenta a glória
de Deus das nossas vidas. Ele afirma que todo o pecado é um desprezo a Deus,
antes mesmo de ser um dano ao homem. O pecado é a preferência pelos prazeres
passageiros do mundo ao invés da alegria perpétua do companheirismo de Deus (Rm
3.23). O que significa ter perdido a comunhão com Deus? Categoricamente, se o
pecado gerou a morte para o homem desconectado de Deus, podemos afirmar que a
comunhão é a vida da alma (Cl 2.13). Enquanto o pecado tende a nos afastar a
cada instante de uma vida plena, de paz e de progressivas conquistas, a
comunhão com Deus nos encaminhará a uma experiência diária, motivadora e
contagiante.
O homem natural vive longe da
comunhão com Deus. Essa perda ocorreu desde quando o primeiro homem pecou (Rm
5.12). Apesar da perda real da comunhão com Deus, isso não significa que o
homem necessariamente se relaciona com o mundo físico e social. Todavia, a
única coisa que o impede de um total relacionamento com Deus é o pecado, pois
ocasiona a perda da comunhão.
2.2. O
vazio existencial.
Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28). Esse é o perfil da
humanidade sem Deus: “cansados e oprimidos”. Mesmo com todo o sucesso e
conquista que o ser humano possa alcançar, haverá sempre um vazio na alma
daquele que ainda não está em comunhão com Deus. Como disse Agostinho:
“Fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em
ti”. Jesus Cristo é o único que pode preencher esse vazio, trazer descanso para
a alma e fazer o homem retornar a Deus (Mt 11.28-29).
O pecado do homem é a causa do vazio
em sua alma. Ao ser banido da sua condição original, o homem perdeu a comunhão
com Deus, daí o vazio de sua alma, O único caminho para preencher esse vazio é
reconhecer a necessidade de Deus e buscá-Lo a fim de que Ele, através da pessoa
de Cristo faça, morada e preencha de vez esse vazio (Ap 3.20).
2.3. A
morte.
A morte é consequência irrefutável do pecado. O
apóstolo Paulo diz que ela é o prêmio, a recompensa de uma vida de pecado (Rm
6.23). A morte traz consigo uma ideia de separação. Como disse Platão: “A morte
é a separação da alma do corpo”. Enganado pela serpente, o homem desconsiderou
a seriedade da advertência divina e assim desobedeceu. Evidentemente, o homem
não caiu fulminado quando desobedeceu, mas o pecado desencadeou o processo de
separação espiritual de Deus. Uma consequência inevitável do pecado é a perda
da comunhão com Deus. O salário do qual Paulo nos alerta será acrescido no dia
da prestação de contas, quando os pecadores irão se deparar com o lago de fogo,
e, finalmente, a morte eterna (Ap 20.14-15).
Do ponto de vista biológico, a morte
é algo comum, faz parte da vida. Há culturas que reverenciam e prestam culto à
morte. Nós cristãos, não nos desesperamos em relação à morte, apenas nos
preparamos em vida para o porvir com grande esperança. Nossos pecados foram
perdoados em Jesus Cristo e a morte “é partir e estar com Cristo” (Fp 1.21, 23;
1Ts 4.13).
3. Como
libertar-se do pecado.
Fomos criados para louvor e glória de Deus.
Porém, após a queda, o ser humano tornou-se escravo do pecado. Notar a
advertência de deus para Caim: “o pecado quer te dominar” (Gn 4.7); e a
observação quanto à situação da humanidade (Gn 6.5). Por isso, a mensagem de
libertação anunciada por Jesus Cristo (Jo 8.32-36).
3.1. A
necessidade de um libertador.
O pecado vai além da dívida e ofensa ao
Criador. O pecado tornou-se um mau senhor do homem, escravizando-o e
maltratando-o. O próprio corpo do homem tornou-se um instrumento para o seu
serviço, por isso, Paulo o chama de; “corpo do pecado” (Rm 6.6). O homem
necessita de um libertador que venha destruir o domínio do pecado e apagar
todas as ofensas. Este libertador é Jesus Cristo, aquele que morreu e
ressuscitou (Rm 5.15). Uma vez crendo de todo o coração que Jesus Cristo morreu
e ressuscitou dentre os mortos, e isso confessando sinceramente com a boca, o
pecador alcança a salvação (Rm 10.9).
Segundo John Stott, devemos
considerar a “internalidade” do pecado. Mais do que uma atitude ou hábito visível,
o pecado revela uma profunda e arraigada corrupção em nosso interior. Na
verdade, o0s pecados que cometemos são manifestações exteriores e visíveis de
uma enfermidade interior e invisível, são os sintomas de uma doença moral (Jo
8.34). Explicando 1 Coríntios 12.3, F.F. Bruce afirma que ninguém pode fazer a
confissão com os seus lábios de que Jesus Cristo é Senhor, senão “no Espírito
Santo”. O apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses 2.11diz: “E toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.
3.2. A
necessidade de arrependimento.
Simultaneamente, ao reconhecer a Jesus Cristo,
o pecador deve arrepender-se de seus pecados (At 19.18; Rm 10.10). A salvação é
impossível sem o arrependimento das obras mortas. O próprio Senhor Jesus pregou
acerca do arrependimento em Seus ministério. Arrependimento significa mudança
de pensamento, sentimento e atitudes. O verdadeiro arrependimento ocorre como
resposta humana ao anuncio da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo (At
2.37-38; Jo 16.9).
O arrependimento é uma das doutrinas
fundamentais, pois é condição para perdão dos pecados, conforme registrado em
Atos 2.38 e 3.19. Reconhecer a necessidade de Jesus Cristo e arrepender-se dos
pecados é o início de uma caminhada eterna. Esse novo caminho exigirá um novo
aprendizado, o qual chamamos de discipulado. Por isso, o neófito precisará de
muita ajuda, e nós, como membros do Corpo de Cristo, devemos agregar esse novo
crente e dar-lhe toda a ajuda necessária para que, mais adiante, se firme e
repasse para outros o que aprendeu (2Tm 2.2).
3.3. A necessidade
de andar em Espírito.
Enquanto estivermos neste mundo, teremos que
lidar com a inclinação da natureza humana, ainda presente em nosso dia a dia.
Fomos libertos do poder do pecado. Com o novo nascimento, não somos mais
escravos do pecado. Porém, ainda existe a possibilidade de pecar. Por isso, as
recomendações bíblicas em Gálatas 5.16 e Colossenses 3.5. Ainda estamos
sujeitos às tentações. É necessário constante vigilância e oração.
O escritor aos Hebreus enfatiza a
importância de deixar “Todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia” e
resistir “combatendo contra o pecado” (Hb 12.1, 4). É possível vencer, pois
Jesus Cristo nos libertou e temos os recursos necessários (oração, Palavra de
Deus, Espírito Santo) para vigiar e resistir, Segundo Donald Guthrie, para se
ter uma vida cristã saudável é muito importante que olhemos para o exemplo de
Jesus Cristo e que atentemos para a Sua disciplina (Hb 12.1-20). Vale a pena
ressaltar que a disciplina do Senhor Jesus Cristo nos ajuda a não pecar, pois
ela é essencial para a vida cristã e nos auxilia, de modo bastante prático, a
evitar a inconsistência moral.
Conclusão.
Quanto maior for a compreensão da doutrina do
pecado, maior será a nossa compreensão da obra redentora de Jesus Cristo. Mais
conscientes estaremos da nossa completa dependência da graça de Deus para a
nossa reconciliação com o Senhor. Seja o nosso sincero desejo: “não nos induza
a tentação” (Mt 6.13).
Questionário.
1. Qual é o perfil da humanidade sem Deus?
R: “Cansados e oprimidos” (Mt
11.28).
2. Qual é o único que pode trazer descanso para
a alma e fazer o homem retornar a Deus?
R: Jesus Cristo (Mt 11.28-29).
3. O que apóstolo Paulo diz sobre a morte?
R: Que ela é o prêmio, a
recompensa de uma vida de pecado (Rm 6.23).
4. O que Jesus anunciou?
R: A mensagem de libertação (Jo
8.32-36).
5. Como ocorre o verdadeiro arrependimento?
R: Como resposta humana ao
anúncio da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo (Jo 16.9).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado
da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos,
Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação
trimestral, ISSN 2448-184X.
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