Lição 5 É necessário
nascer de novo.
29 de outubro de 2017
Texto
Áureo
João 3.3
“Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”.
Verdade
Aplicada
O novo nascimento é condição para entrar no
reino de Deus. É ação divina no ser humano, tornando-o participante da natureza
divina e incluído na família de Deus.
Objetivos
da Lição
Explicar acerca da necessidade
e importância do novo nascimento;
Mostrar a maneira como se
desenvolve o novo nascimento e como Deus o gera;
Apresentar os meios e os
resultados do novo nascimento.
Glossário
Conotação: Sentido ou significado
sugerido ou evocado por símbolo, palavra, coisa, situação, etc;
Degeneração: Ato de corromper-se;
Jaz: Está sepultado.
Leituras
complementares
Segunda Jo 3.6-8
Terça Rm 6.11-14
Quarta 1Co 2.14
Quinta Ef 2.1-3
Sexta Tt 3.4-6
Sábado 1Pe 1.23
Textos de
Referência.
João 3.3-7
3 Jesus
respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer
de novo não pode ver o Reino de Deus.
4
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura,
pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?
5 Jesus
respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e
do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
6 O que
é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te
maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
Hinos
sugeridos.
15, 515, 545
Motivo de
Oração
Louve a Deus pelos 500 anos de reforma e ore
para que a Igreja persevere no ensino dos apóstolos.
Esboço da
Lição
Introdução
1. O novo nascimento e sua
essência.
2. Os meios do novo nascimento.
3. Os resultados do novo
nascimento.
Conclusão
Introdução
Segundo John Piper, o novo nascimento produz no
cristão uma vida que antes não existia. Uma vida mais consciente, respeitadora,
produtiva e associada à pessoa de Deus.
1. O novo
nascimento e sua essência.
Um termo sinônimo para novo nascimento é a
regeneração. A Palavra regeneração significa: “voltar a criar”. É uma
referência ao ato pelo qual o homem caído é recriado internamente a uma
condição que lhe permite ter comunhão com Deus. Em outras palavras, o novo
nascimento é a renovação espiritual da imagem de Deus no homem (Ef 4.24; Cl
3.10).
1.1. A
necessidade do novo nascimento.
A regeneração causada pelo efeito do novo
nascimento acontece individualmente, no interior de cada cristão (1Pe 1.23). É
o ato pelo qual o pecador recebe a vida espiritual através da graça soberana de
Deus e obra especial do Espírito Santo, passando a compreender e discernir as
coisas espirituais. Sem o novo nascimento não existe qualquer esperança para a
salvação. Jesus disse a Nicodemos que o novo nascimento era uma “necessidade”,
sem a qual não havia possibilidade alguma de se fazer parte do Reino de Deus
(Jo 3.5). Interessante que o termo “novo”, no grego, é “anothen”, com o
significado de “oriundo do alto, de cima”. Por isso, é utilizado se referindo a
tudo que tem origem celestial ou do céu. Assim, é possível dizer “nascer do
alto” ou “nascer de Deus” (Jo 1.13).
Teologicamente, a regeneração é
considerada como um dos aspectos da doutrina da salvação (soteriologia), que
será estudada na próxima lição. Antecipamos aqui o estudo sobre o tema, pois na
prática, não é possível separá-la, uma vez que faz parte da grande
transformação operada em todos que agora são discípulos de Jesus Cristo.
Segundo Russel Shedd, regeneração é a operação de Deus “mediante a ressurreição
de Cristo” (1 Pe 1.3) aplicada pelo Espírito Santo (Jo 3.5; 1.13).
1.2. A
importância do novo nascimento.
No início da criação, Deus fez o homem íntegro
e em um estado de liberdade, mas quando Adão pecou, toda a raça humana foi
afetada (Rm 5.12, 19; Sl 51.5). Assim, a Bíblia não respalda a crença na
bondade natural do ser humano como necessitando apenas ações produzidas por
reformas sociais e pela educação (Rm 3.9-20; 5.12). O homem sem Deus está morto
em delitos e pecados. Por essa razão, o novo nascimento é tão importante. Esta
morte separa o homem de Deus e de toda a comunhão com Ele (Is 59.2).
A nossa condição antes da regeneração
era esta: “Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela
ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.” (Ef 4.18). Interessante
notar a ênfase que Cristo deu a esta doutrina usando a expressão “Na verdade,
na verdade te digo” (Jo 3.3, 5, 11). Novo nascimento não se trata de uma opção,
mas é uma questão absolutamente obrigatória.
1.3. O
poder do novo nascimento.
O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos
Coríntios 2.14 diz: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito
de Deus, porque lhe parecem loucura ; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente”. Escrevendo aos efésios, o apóstolo Paulo descreve o
novo nascimento como uma ressurreição de entre os mortos (Ef 2.5-6). Ou seja,
quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados, a primeira coisa que Deus
realizou em nossas vidas foi ressuscitarmos espiritualmente para que pudéssemos
compreender, ver ouvir e receber o espiritual, e dessa maneira, ter comunhão
com Ele através da fé.
Leon Tosltoi, famoso escritor e
pacifista russo, também é lembrado como alguém que buscou implantar os ensinos
do Sermão do Monte e vive-los literalmente com intensidade, em uma tentativa de
alcançar a perfeição, esboçando “regras para desenvolvimento de sentimentos
elevados e eliminação dos sentimentos baixos”. No entanto, faltou a ênfase no
novo nascimento. John Stott escreveu: “Só a crença na necessidade e na
possibilidade de um novo nascimento pode evitar que leiamos o Sermão do Monte
com um otimismo ou um desespero total”.
2. Os
meios do novo nascimento.
É evidente que não é possível conhecer
plenamente o processo espiritual da regeneração (Jo 3.8). Regeneração é um
milagre. Contudo, precisamos se interessar e buscar conhecer cada vez mais o
que Deus revela-nos em Sua Palavra (Dt 29.29).
2.1. Ação
do Espírito Santo.
Assim como o Espírito Santo desempenhou um
papel na criação (Gn 1.2; Jó 33.4; Sl 33.6; 104.30), a regeneração é obra do
Espírito Santo no íntimo das pessoas. Como o senhor Jesus Cristo foi gerado
pelo Espírito Santo, assim, pela operação do mesmo Espírito, somos “feitos filhos
de Deus” (Jo 1.12). Como já visto anteriormente , antes do novo nascimento, o
ser humano está, espiritualmente, morto em ofensas e pecados. A regeneração é
Deus agindo em favor do homem: E porei em vós o meu Espírito, e vivereis...”
(Ez 37.14). O Espírito Santo é o Espírito de Vida (Rm 8.2). Logo, o novo nascimento
não é somente uma doutrina, mas uma realidade prática.
Sobre a ação do Espírito Santo no
novo nascimento, Bruce (citado por Champlin) escreveu: “O Espírito age com
resultados inteligíveis. Não ruge como o vento, e nem projeta os homens em
inevitáveis contorções, conforme o vento agita as árvores...Ninguém pode
contemplar o processo da regeneração; o processo é secreto e invisível, embora
os resultados sejam evidentes”. O vento “assopra onde quer”...”não sabes de
onde vem nem para onde vai...” (Jo 3.8). Liberdade e incompreensibilidade,
porém real e frutífera é a ação do Espírito Santo (Tt 3.5).
2.2. Ação
da Palavra de Deus.
Desde o princípio está revelado o poder criador
da Palavra de Deus: “E disse Deus: Haja...produza...frutificai...E assim foi” (Gn
1.3, 11, 22). Encontramos também a Palavra de Deus como agente da regeneração(Tg
1,18). Ela é identificada como semente que gera uma nova criatura (1Pe 1.23),
produzindo uma nova vida, pois é “viva e eficaz” (Hb 4.12). O apóstolo João
escreveu que todos quantos receberam o Verbo – a Palavra da Vida (1Jo 1,1),
“...deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1.12).
A água citada por Jesus em João 3.5 é
a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo relaciona a nossa purificação à Palavra (Ef
5.26). Na passagem bíblica de Tito 3.5, ele também faz menção à operação
conjunta da Palavra de Deus e do Espírito Santo.
2.3. Vontade
de Deus e ressurreição de Jesus.
Não é da vontade de Deus que alguém se perca.
Ele não tem prazer na morte do ímpio, mas quer que todos se salvem (Ez 33.11;
1Tm 2.4). A regeneração é, pois, um ato soberano da vontade de Deus. Não é por
meios naturais, mas o próprio Deus é o Pai dos nascidos de novo (Jo 1.13).
“segundo a sua vontade, ele nos gerou...” enfatiza o apóstolo Tiago (Tg 1.18).
O texto de 1 Pedro 1,3 registra que a ressurreição de Jesus Cristo também está
envolvida na obra de regeneração (1Pe 1.3).
Evidente que é importante lembrar que, mesmo na
salvação, a Bíblia enfatiza, também, a necessidade da resposta humana à ação de
Deus em nosso favor. Hebreus 4.2 diz: “Porque também a nós foram pregadas as
boas novas, como a eles, mas, a palavra da pregação nada lhes aproveitou,
porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram”. A fé em Jesus
leva o homem ao arrependimento e conversão (At 3.19); convencendo-o a
entregar-se a Jesus Cristo (Jo 1.12). “Porque todos sois filhos de Deus pela fé
em Cristo Jesus”. (Gl 3.26). Interessante o relato de Atos 16.14 sobre Lídia.
Ela era temente a Deus, interessada “...e o Senhor lhe abriu o coração...”.
3. Os
resultados do novo nascimento.
Neste tópico, vamos refletir sobre os frutos de
uma vida que passou por esta mudança tão radical: o novo nascimento. Quais os
efeitos quando a comunhão com Deus é restabelecida?
3.1. Filiação
divina.
Um dos grandes equívocos que ouvimos é: “Todo
mundo é filho de Deus”. É possível que muitos não considerem “politicamente
correto” mencionar esta verdade: não são todas as pessoas que fazem parte da
família de Deus! Todos são criaturas de Deus, amados por Deus, mas nem
desfrutam do relacionamento com Deus, como Pai, conforme revelado nas Sagradas
Escrituras. É preciso passar por Jesus Cristo (Jo 1.12; Gl 3.26).
Nossa referência não é o que achamos
ou o que a sociedade considera, mas, sim, a Palavra de Deus. E a Palavra
registra: “...agora somos filhos de Deus...” (1Jo 3.1-2). É sinal que, até um
determinado momento, não éramos. É pela regeneração que somos recebidos na vida
familiar de nosso Pai Celestial e recebermos o “Espírito de adoção de filhos,
pelo qual clamamos : Aba, Pai!” (Rm 8.15).
3.2. Vida
vitoriosa.
Outro resultado do novo nascimento é a vitória
sobre o mundo (1Jo 5.4). É preciso lembrar que a palavra “mundo” na Bíblia
admite vários sentidos. O contexto é que determinará o sentido a ser
considerado. Pode referir-se a pessoas (Jo 3.16), ou à criação de Deus (At
17.24), ou à criação de Deus (At 17.24), ou, no sentido aqui considerado, com a
conotação da soma de todos os poderes opostos a Deus, que dificultam um viver
de acordo com a Palavra de Deus, este mau sistema, que está sob o domínio de
Satanás, com padrões, valores e comportamentos contrários a Deus. Notar que a
vitória não provém do homem, mas é concedida a todo aquele que é nascido de
Deus. Assim, o novo nascimento nos tira da esfera deste mundo que jaz no
maligno (1Jo 5.19),
Nascidos de novo recebemos a fé que
nos faz triunfar! Não a fé natural, mas a fé em Jesus, o filho de Deus (1Jo
5.5). Como escreveu John Stott: “mas seja qual for a forma que o ataque do
mundo a igreja tome (heresia, moral, perseguição), a vitória é nossa. A
inabalável convicção de que o Jesus da história é o Cristo (1Jo 5.1)”.
3.3. Nova
criatura.
A natureza pecaminosa ainda está presente, mas
não estamos mais sob o seu domínio (Jo 8.36). Ainda não estamos livres da
possibilidade de pecar, mas estamos livres da obrigatoriedade de pecar (1Jo
3.9). Ou seja, o nascido de novo não vive na prática do pecado como antes. A
regeneração envolve sermos participantes da natureza divina (2 Pe 1.4). Assim,
em Cristo somos novas criaturas (2Co 5.17), vivendo em novidade de vida (Rm
6.4), não mais escravos do pecado (Rm 6.6, 12, 14).
Como nascemos de novo, em nós habita o Espírito
Santo, que nos ensina, nos guia e nos capacita. É possível vencer as tentações
e nos despojarmos do “velho homem”, com suas condutas contrárias à vontade de
Deus. Estar no processo de santificação só é possível para aquele que passou
pelo novo nascimento. Hernandes Dias Lopes assim registrou: “nossa união com
Cristo não é apenas em Sua morte, mas também em Sua ressurreição. Assim, como
Ele ressuscitou, também ressuscitamos nEle para vivermos em novidade de vida. O
poder da ressurreição está em nós para vivermos uma vida de poder”.
Conclusão.
Podemos resumir a história da humanidade, nos
aspectos bíblico e espiritual, em três palavras: geração, degeneração e
regeneração (novo nascimento). Não é por meio da educação, reformas sociais ou
moralidade, que se volta ao estado original de comunhão com Deus. Há apenas um
caminho: o novo nascimento.
Questionário.
1. Como o apóstolo Paulo descreve o novo
nascimento?
R: Como uma ressurreição de entre
os mortos (Ef 2.5-6).
2. O que não é da vontade de Deus?
R: Que alguém se perca. Ele não
tem prazer na morte do ímpio, mas quer que todos se salvem (Ez 33.11; 1Tm 2.4).
3. O que o texto de 1 Pedro 1.3 registra?
R: Que a ressurreição de Jesus
Cristo também está envolvida na obra da regeneração (1Pe 1.3).
4. O que é a vitória sobre o mundo?
R: Resultado do novo nascimento
(1Jo 5.4).
5. O que somos em Cristo?
R: Novas criaturas (2Co 5.17).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado
da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos,
Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação
trimestral, ISSN 2448-184X.
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