Lição 1: Apocalipse, a revelação de Jesus Cristo
TEXTO
ÁUREO
“Bem-aventurado
aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas
que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Ap 1.3).
VERDADE
PRÁTICA
O crente
que lê e estuda o Apocalipse não se espanta com o programa de Deus para estes
últimos dias.
HINOS
SUGERIDOS 78, 139, 300.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda -
Ap 1.1 O Apocalipse é a revelação de
Deus
Terça -
Ap 1.3 Quem lê o Apocalipse é
bem-aventurado
Quarta -
Ap 1.4 O Apocalipse é enviado às igrejas
Quinta -
Ap 1.5 Cristo atesta a mensagem do
Apocalipse
Sexta -
Ap 1.7 A urgência do Apocalipse
Sábado -
Ap 1.8 Cristo, o princípio e o fim de
todas as coisas
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse
1.1-8.
1 - Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu
para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo
seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo,
2 - o qual testificou da palavra de Deus, e do
testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto.
3 - Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as
palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o
tempo está próximo.
4 - João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça
e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da
dos sete Espíritos que estão diante do seu trono;
5 - e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel
testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que
nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,
6 - e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu
Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!
7 - Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá,
até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão
sobre ele. Sim! Amém!
8 - Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim,
diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
INTERAÇÃO
Caro
professor, neste trimestre estudaremos o tema: “As Sete Cartas do Apocalipse”.
Por isso, comente com os alunos que o Apocalipse será a base temática para o
nosso estudo bíblico. Veremos que o Livro Profético mostra-nos o Jesus
triunfante, exaltado e poderoso. Desvendando os mais profundos segredos dos
fatos que “foram”, “são” e “acontecerão” nos últimos dias (Ap 1.19). O
comentarista desse trimestre é o pastor Claudionor de Andrade, que, além de ser
ministro do evangelho, é conferencista, autor de várias obras editadas pela
CPAD e Gerente de Publicações da Editora.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
Definir o
Apocalipse como revelação divina.
Conhecer
as questões de autoria, data e local do livro.
Saber que
a leitura do Apocalipse é edificante.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
o Livro do Apocalipse retrata todo o processo de consumação redentora da humanidade
através de figuras de linguagens e simbolismos dramáticos. Seu estilo literário
é a apocalíptica judaica (Ver subsídio bibliográfico I). Ela é encontrada
fartamente no Antigo Testamento, como em Ezequiel e Daniel. Estes, também,
apresentam abundantes figuras e simbolismos. Portanto, antes de iniciar a lição
deste domingo apresente aos alunos o esboço geral do Livro do Apocalipse
proposto no esquema abaixo. Boa aula!
COMENTÁRIO
introdução
Palavra
Chave
Revelação: Ato ou efeito de revelar um segredo.
O
Apocalipse é um dos livros mais belos e fascinantes da Bíblia. Através de seus
símbolos e figuras, mostra-nos Jesus como serão os últimos dias da humanidade.
Se no Gênesis tudo é começo, no Apocalipse tudo é consumação. Uma consumação, porém,
que recomeça quando a Nova Jerusalém desce dos céus “ataviada como noiva
adornada para o seu esposo”.
Neste
trimestre, estudaremos o último livro das Sagradas Escrituras. Deleite-se,
pois, desde já, nas consolações que nos traz a Escatologia Cristã. Está você
preparado para as Bodas do Cordeiro? Então, que a nossa súplica seja: “Ora vem,
Senhor Jesus”.
I.
O LIVRO DO APOCALIPSE
1.
Apocalipse, o único livro profético do NT. Embora haja profecias em quase todos os livros do Novo Testamento,
somente o Apocalipse pode ser considerado um documento rigorosamente profético.
Aliás, até o seu título é profético. Em grego, Apocalipse denota a remoção de
um véu estendido sobre algo que deve e precisa ser conhecido urgentemente por
você e por mim.
Quanto ao
conteúdo, o Apocalipse é revelação. Se lhe considerarmos a mensagem, é
profecia. Enviado como carta aos seus primeiros destinatários, o livro, na
verdade, é uma epístola.
2. Um
livro de advertências e consolações. O
Apocalipse não se limita a descortinar o futuro. Palavra inspirada de Deus,
adverte, exorta e ensina os cristãos de todas as épocas e lugares a esperar, em
ordem santa, o aparecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Suas consolações no
Espírito Santo são abundantes.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O
Apocalipse é o único livro profético do Novo Testamento. Ele serve tanto de
advertência como de consolação à Igreja de Cristo.
II.
AUTORIA, DATA E LOCAL
1.
Autoria. João, filho de Zebedeu, é o
autor do Apocalipse (Ap 1.1,4,9; 22.8). Ele também escreveu o quarto evangelho
e três das sete epístolas universais. Em virtude de sua profundidade teológica,
o apóstolo recebeu dos Pais da Igreja o título de “João, o Teólogo”. Outra
alcunha deram-lhe os antigos: João, o Divino. O apóstolo é conhecido igualmente
como o discípulo a quem Jesus amava (Jo 21.20). Em todas as suas obras, João
sempre buscou realçar, e deixar bem patente, a divindade do Nazareno (Jo
20.31).
2. Data. O Apocalipse foi escrito entre 90 e 96 d.C. Nessa
época, imperava o cruel e desapiedado Domiciano. Em nada diferia ele de Nero e
de Calígula, os dois mais odiados, perversos e sanguinários governantes de
Roma.
3. Lugar. João escreveu o Apocalipse em Patmos (Ap 1.9).
Trata-se de uma pequena ilha da Grécia. Distando 55 quilômetros da costa
sudoeste da Turquia, faz parte do arquipélago conhecido como Dodecaneso. Sua
área total é de 34,6 km² e sua população, hoje, gira em torno de três mil
habitantes.
Patmos
acha-se dividida em duas partes quase iguais: uma no lado norte e outra na
banda do sul, ligadas por uma estreita faixa de terra. De vegetação modesta, a
ilha é caracterizada por montes relativamente baixos; o mais elevado é o
Profitis Ilias com 269 metros. O lugar era utilizado como reclusão para os
inimigos do Império Romano.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
João,
filho de Zebedeu, apóstolo do Senhor, é o autor do Livro de Apocalipse. Este
foi escrito entre os anos 90 e 96 d.C, na Ilha de Patmos.
III.
APOCALIPSE, O LIVRO PROFÉTICO DO NT
1. Tema
do Apocalipse. O
próprio autor declina o tema do Apocalipse: “Revelação de Jesus Cristo, a qual
Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem
acontecer” (Ap 1.1). “Composto por uma série de visões, imagens, símbolos e
figuras, o Apocalipse revela os conflitos do povo de Deus e a sua vitória final
sobre o império das trevas. E conclui, mostrando os redimidos a desfrutar de
todas as eternas bem-aventuranças” (Dicionário de Profecia Bíblica, CPAD).
2.
Divisões do Apocalipse. Assim
podemos distribuir o conteúdo do livro: 1) “As coisas que tens visto”: a visão
do Cristo glorificado no meio dos sete candelabros (cap. 1); 2) “as que são”:
as cartas enviadas por Jesus, por intermédio de João, às sete igrejas da Ásia
Menor (caps. 2 e 3); 3) e as coisas “que depois destas hão de suceder”: a
ascensão do Anticristo, a Grande Tribulação, o Milênio, o Julgamento Final e a
inauguração da Jerusalém Eterna e Celeste (caps. 4-21).
No Dicionário
de Profecia Bíblica (CPAD), encontramos outras informações acerca da
estrutura do Apocalipse: “O conteúdo do livro pode ser dividido em oito partes:
1) As sete cartas às igrejas da Ásia Menor (1-3); 2) Os sete selos (4.1 a 8.1);
3) As sete trombetas (8.2 a 11); 4) As sete figuras simbólicas - a mulher
vestida de sol, o dragão, o menino, a besta que saiu do mar, a besta que se
levantou da terra, o Cordeiro no monte Sião e o Filho do Homem sobre a nuvem;
5) O derramamento das sete taças (15, 16); 6) A condenação eterna dos ímpios
(17-20); 7) As glórias da Nova Jerusalém (21-22.5); 8) Epílogo (22.6-21)”.
3.
Objetivos do Apocalipse. João
escreveu o Apocalipse, tendo em vista: 1) corrigir as distorções doutrinárias e
desvios de conduta das igrejas da Ásia Menor; 2) consolar os santos que eram
impiedosa e duramente perseguidos pelas autoridades romanas; 3) mostrar aos
santos o que haveria de acontecer nos últimos dias; e: 4) alertar-nos quanto à
brevidade e urgência da vinda do Senhor.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O
tema do Apocalipse é: “Revelação de Jesus Cristo das coisas que brevemente
acontecerão”.
IV.
A LEITURA DO APOCALIPSE
1. A
produção de livros no período do Novo Testamento. O livro, na época de João, era um produto
dispendioso e caro. Trabalhando cada obra artesanalmente, os escribas, sempre
ciosos de sua profissão, cobravam pelo serviço um preço nada módico. Somente os
ricos podiam sonhar com um livro à cabeceira.
2. A leitura
das Escrituras Sagradas. Na
maioria das congregações, havia apenas um exemplar das Sagradas Escrituras.
Para que todos fossem edificados, um oficial da igreja punha-se a ler a Palavra
de Deus, enquanto a irmandade ouvia-o reverente e atentamente. Por isso a
recomendação do Cristo: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as
palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o
tempo está próximo” (Ap 1.3).
3. A
liturgia da Palavra. Embora
tenhamos amplo acesso à Bíblia Sagrada, voltemos à liturgia da Palavra. Leiamos
os profetas, ouçamos os apóstolos. Nesse ensejo, sugiro a leitura integral do
Apocalipse, em voz alta, do púlpito de nossas igrejas, logo no primeiro domingo
deste trimestre, para que todos, crentes e não crentes, ouçam-no e sejam
bem-aventurados.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A
leitura do Apocalipse é uma bem-aventurança para aquele que lê e guarda a sua
mensagem.
CONCLUSÃO
Que
ninguém venha a menosprezar o Apocalipse, alegando tratar-se de um livro
difícil e enigmático. Se o lermos com discernimento e paciência, viremos a
constatar: a chave para a sua interpretação acha-se em suas próprias páginas. O
Noivo jamais enviaria uma carta indecifrável à sua Amada.
Você já
leu o Apocalipse? Abra a sua Bíblia, e ponha-se a ler, agora mesmo, este
maravilhoso e fascinante livro de Deus.
VOCABULÁRIO
Alcunha: Qualificativo especial (p.ex. nobre, leal, etc).
Arquipélago: Conjunto de ilhas dispostas em grupo, em maior ou menor extensão, numa superfície marítima.
Epílogo: Recapitulação, resumo ou desfecho de uma peça literária.
Ciosos: Que tem zelo.
Módico: Pouco, escasso; cujo valor é baixo.
Arquipélago: Conjunto de ilhas dispostas em grupo, em maior ou menor extensão, numa superfície marítima.
Epílogo: Recapitulação, resumo ou desfecho de uma peça literária.
Ciosos: Que tem zelo.
Módico: Pouco, escasso; cujo valor é baixo.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HORTON,
S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer.
2.ed., RJ: CPAD, 2001.
LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD, 2004.
LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. O que é o Apocalipse?
R. Quanto ao conteúdo, o
Apocalipse é revelação. Se lhe considerarmos a mensagem, é profecia.
2. Quem o escreveu?
R. João, o filho de
Zebedeu.
3. Quando e em que lugar foi escrito?
R. Entre 90 e 96 d.C, na
Ilha de Patmos.
4. Cite os objetivos do Apocalipse.
R. Corrigir as distorções
doutrinárias; consolar os santos perseguidos; mostrar aos santos o que haveria
de acontecer nos últimos dias e alertamos da urgência da vinda do Senhor.
5. Por que devemos ler o Apocalipse?
R. Para que o ouçamos e
sejamos bem-aventurados.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliológico
“O Livro
de Apocalipse pertence à categoria geral da literatura apocalíptica. A
expressão literatura apocalíptica, no entanto, desagrada a alguns
estudiosos por causa de sua ambiguidade. A própria expressão está baseada na
palavra grega que significa ‘revelação’ (apokalypsis).
Um apokalypse é uma revelação recebida
através de uma visão, de um sonho, de uma viagem celestial ou (em alguns casos)
de um mensageiro angelical. Acompanhando esse conceito, o livro de Apocalipse é
um apokalypse, isto é, contém uma série
de visões (Ap 9.17; 13.1; 21.2; 22.8), uma viagem celestial (4.1) e um
mensageiro angelical (1.12ss; 10.1,8,9; 17.3,7,15; 22.8,16). Contém, também,
uma escatologia apocalíptica, como aparece em uma série de outras passagens
bíblicas (por exemplo: Is 24-27; 55-66; Ez 37-48; Dn 7-12; Jl [1 - 3]; Zc 14;
Mt 24; Mc 13), mas o termo é demasiadamente controvertido e complicado para que
possa ser definido através de uma ou duas frases.
[...] A
escatologia apocalíptica parece surgir em momentos de grande tensão social
[...]. A escatologia apocalíptica é uma tentativa de restaurar ou manter [...]
[uma] visão global à luz (ou nas trevas!) de um mundo em rápida transformação”
(ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal do
Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, pp.1824,25).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“As
Diversas interpretações
Muitos
tentam fazer do Apocalipse um livro de adivinhações. Relacionam-no aos
acontecimentos de suas respectivas épocas, para descobrir o que há de acontecer
no futuro próximo. Esta interpretação é muito proeminente entre os que têm uma
visão meramente histórica do livro. Estes intérpretes vêm comparando o
Apocalipse com a história da Igreja desde o primeiro século, para realçar
coisas como o aparecimento do papado e as invasões mulçumanas. Por conseguinte,
não conseguem ver a Grande Tribulação no final dos tempos, pois espalharam os
eventos do livro no decorrer da história da Igreja. Como se vê, cada geração de
eruditos vem retrabalhando a interpretação do Apocalipse, numa tentativa de
encaixar as profecias em suas respectivas épocas.
Outros
possuem uma visão preterista do livro, e tentam relacionar suas profecias com
eventos registrados no final do primeiro século, tendo-se Roma e seus imperadores
mais proeminentes como pano de fundo. Noutras palavras: os preteristas creem
que a maior parte do Apocalipse já foi cumprida há muito tempo atrás,
restando-nos dele apenas interesse histórico. Devemos observar, porém, que o
relacionamento que eles fazem entre o texto e o evento é muito subjetivo e
precário.
Há ainda
outros que rejeitam a tentativa de se identificar os eventos do livro com as
fontes históricas. Optam por uma visão idealística do Apocalipse. Veem os
símbolos e figuras simplesmente como representantes da disputa progressiva que
há entre o bem e o mal, com a certeza do triunfo derradeiro da justiça. Acham
que não haverá cumprimento literal de nenhum evento do livro. O que vemos,
porém, é que apesar de o Apocalipse ter muitas figuras simbólicas, representam
estas algo real [grifo nosso]. O Anticristo é chamado de a besta, mas será
uma pessoa real, e cumprirá as predições feitas sobre ele noutras profecias,
tais como 2 Ts 2.3-12, onde se diz que Cristo virá pessoalmente trazer triunfo
final.
[...] O
pré-milenismo interpreta as profecias do Antigo e do Novo Testamento de maneira
literal, observando, porém se o contexto assim o permite.
[...]
Reconheço haver cristãos que se consideram a si mesmos evangélicos, nascido de
novo, e que sustentam diferentes posições de interpretar o Apocalipse. [...]
Contudo, depois de muitos anos de estudo e de ensino, creio que há mais
evidências em favor da visão pré-milenial e da interpretação literal do que a
das outras. A perspectiva pré-milenista e a futurista, juntas, encaixam-se
melhor nas orientações de Jesus” (HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas
que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.5,6,8).
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