11 de março de 2018
Texto
Áureo
Levítico 16.3
“Com isto Arão
entrará no santuário: com um novilho para expiação do pecado e um carneiro para
holocausto”.
Verdade
Aplicada
A confiança para entrar na presença de Deus
nos é assegurada pelo Sumo Sacerdote Jesus, que apresentou a Deus um sacrifício
perfeito, que Ele realizou em nosso favor dando a Sua própria vida.
Objetivos
da Lição
Mostrar a responsabilidade
do sacerdote;
Demonstrar a exigência para
poder entrar no Lugar Santíssimo;
Ensinar a grandeza da obra
da redenção do homem.
Glossário
Ceroulas: Peça do vestuário
masculino;
Magnificente: Grandioso, suntuoso;
esplêndido;
Perpétuo: Que dura sempre;
eterno; que não cessa nunca; contínuo.
Leituras
complementares
Segunda Lv 16.1-2
Terça Lv 16.5-9
Quarta Lv 16.11-19
Quinta Lv 16.23-24
Sexta Hb 7.26-27
Sábado Hb 9.25-28
Textos
de Referência.
Levítico 16.16-18
16 Assim, fará expiação pelo santuário por
causa das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, segundo
todos os seus pecados; e, assim, fará para a tenda da congregação, que mora com
eles no meio das suas imundícias.
17 E nenhum homem estará na tenda da congregação,
quando ele entrar a fazer propiciação no santuário, até que ele saia; assim,
fará expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de
Israel.
18 Então sairá ao altar, que está perante o Senhor,
e fará expiação por ele; e tomará do sangue do novilho e do sangue do bode e o
porá sobre as pontas do altar ao redor.
Hinos
sugeridos.
257, 292, 322
Motivo
de Oração
Ore pela igreja no Brasil, que ela seja fonte
de paz!
Esboço
da Lição
Introdução
1. Entrando no Lugar
Santíssimo.
2. A expiação do santuário.
3. O holocausto após a
expiação.
Conclusão
Introdução
O dia da expiação era considerado o maior de
todos os dias no calendário judaico. Neste dia o sumo sacerdote entrava no
Lugar Santíssimo, levando sangue para fazer sacrifício por si mesmo e pelo
povo.
1. Entrando
no Lugar Santíssimo.
Deus em Sua perfeita sabedoria, e sabendo que
nenhum dos Seus propósitos pode ser impedido, nos revela, através das figuras
dos sacrifícios do Antigo Testamento, que se cumpriram na pessoa amada de Seu
Filho Jesus Cristo, como tudo será alcançado na eternidade. No dia da expiação
de seus sacrifícios, temos o passo a passo de como Deus alcança a Igreja,
Israel e, por fim, as nações na eternidade (Ap 21.24).
1.1. A
ordem de Deus para Arão.
Deus orienta Arão, através de Moisés, que ele
não poderia entrar no santuário em todo o tempo, para que não morresse (Lv
16.2). Era necessário que Arão fizesse um sacrifício para entrar no santuário,
pois Deus aparecia numa nuvem sobre o propiciatório. Se não observado o que
Deus determinara, Arão morreria. A observância da liturgia deste dia deveria
ser seguida fielmente e nenhuma novidade podia ser acrescentada, não era um dia
para inovações. Neste capítulo, santuário é o Lugar Santíssimo, onde ficava a
arca e o propiciatório, e o Lugar Santo é chamado de tenda da congregação (Lv
16.16).
A presença de Deus é algo
maravilhoso para o ser humano, mas as regras para que isto aconteça devem ser
observados, para que a bênção não se transforme em maldição. Se alguma novidade
fosse acrescentada ou alguma coisa fosse omitida, o dia da expiação seria um
dia para se lamentar a morte do sacerdote e não agradecer pelo pecado ter sido
expiado. Hoje a Igreja deve procurar observar o que Deus diz em Sua Palavra e
rejeitar todas as inovações que são contrárias as Escrituras, que tem surgido
com aparência de piedade, mas são uma verdadeira afronta aos mandamentos divinos
e apenas atraem uma grande multidão; o seu objetivo não é glorificar a Deus,
mas exaltar o homem. Temos o dever e a obrigação de honrar a Palavra de Deus.
1.2. O
sacerdote banhava a sua carne.
Era necessário o sacerdote tomar um banho
antes de vestir as roupas que oficiaria o ritual do dia da expiação. A higiene,
que era feita pelo sacerdote em tomar o banho, a fala da pureza necessária para
quem quer se aproximar do Senhor, e este banho é uma figura do que a Palavra de
Deus faz na vida do salvo. Paulo fala dessa doutrina quando escreve a Tito, o
que torna este ato no dia da expiação uma ilustração do que acontece na vida
espiritual: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a
sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do
Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo,
nosso Salvador.” (Tt 3.5-6). O Espírito Santo usa a Palavra para a pureza do
crente.
A Bíblia diz que as cerimônias e os
sacrifícios estabelecidos na lei são “sombra dos bens futuros” (Hb 10.1).
Jesus, no que concerne ao Seu ministério, Sua morte e Sua ressurreição, quando
empreende a perfeita obra da expiação, é pessoalmente puro e imaculado, como
nos afirma o apóstolo Pedro (1Pe 1.19). O próprio Senhor Jesus afirmou que se
santificou pelos Seus (Jo 17.19). O salvo pode contemplar o seu Senhor em toda
a Sua santidade, por Ele ser santificado pela verdade da palavra de Deus e se
aproximar da Sua presença.
1.3. As
vestes para entrar no santuário.
Arão tinha que vestir roupas de linho para
entrar no santuário, a túnica, ceroulas, um cinto e uma mitra (Lv 16.4), que
eram vestes santas. O sumo sacerdote tirava as suas vestes suntuosas e se
vestia como os demais sacerdotes. As roupas dos demais sacerdotes lemos em
Levítico 8.13. O linho representa a justiça de Cristo e retrata a pureza e o
estado de limpeza cerimonial exigida por Deus para que o sumo sacerdote pudesse
se aproximar da Sua presença, simbolizando na arca do concerto, no
propiciatório sobre a arca e na sua glória ali presente. Tudo isso para hoje
podermos entender, pela revelação do Espírito Santo, quão grande foi a obra que
Jesus fez para nos conceder o privilégio de termos a glória de Deus em nossa
vida.
Quando o sumo sacerdote Arão
despede-se de suas maravilhosas vestes e se adorna com as roupas de linho, como
os demais sacerdotes, é como sombra do que Jesus fez, como escreve Paulo aos
filipenses: “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens.” (Fp 2.7). Jesus veio como homem para realizar a obra da
expiação. Foi um ato de humilhação (Fp 2.8), pois se esvaziou de toda a Sua
glória e como um de nós andou neste mundo para morrer na cruz. Como depois Arão
voltava a vestir as suas pomposas vestes, também Jesus hoje está revestido de
glória e de honra. Este ato de despir-se só era necessário durante a cerimônia
do dia da expiação, e foi o que Jesus também realizou, quando se fez carne.
2. A
expiação do santuário.
Arão entrava no santuário com um novilho para
expiação do pecado e um carneiro para holocausto (Lv 16.3). Ele não tinha
permissão de entrar no Lugar Santíssimo com frequência, por isso, havia a
necessidade de ser purificado antes de oferecer sacrifício pelo povo (Lv 16.2).
2.1. A
expiação pela sua casa.
Arão realizava o sacrifício por si e pela sua
casa (Lv 16.11). Deus em Seu cuidado com o sumo sacerdote ordena que um novilho
seja oferecido como sacrifício para expiação, e, como Arão tinha que entrar no
Lugar Santíssimo, era também necessário encher o local com fumaça. Arão tomava
o incensário, cheio de brasa do fogo do altar, com os punhos cheios de incenso
aromático. Todo esse ritual era essencial que fosse realizado, pois, qualquer
desvio, a morte viria sobre o oficiante. Deus provê toda a segurança para os
que se achegam a Ele, porém, deve ser feito da maneira como Ele determina, e
este princípio permanece em nossos dias. Não podemos ver a obra de Deus de modo
diferente. O ensino bíblico exige que obedeçamos ao que diz a Palavra de Deus,
para nossa segurança e bênção para a nossa família.
O sangue do sacrifício era
espargido sobre a face do propiciatório para a banda do oriente sete vezes (Lv
16.11). Todo esse belo ritual era perante o Senhor (Lv 16.13). O fogo que era
trazido para dentro do santuário e aceito pelo Senhor era fogo do altar onde o
sangue era derramado, pois, Deus não aceita outro fogo em Sua presença. Vivemos
dias nos quais muitos estão trazendo fogo estranho à presença de Deus. O sangue
sobre o propiciatório tornava o ofertante propício a Deus, isto é, permitia que
o homem se aproximasse de Deus. Era necessário ser espargido sete vezes, que é
o número da perfeição espiritual. Assim como Arão fazia expiação por si e pela
sua casa, hoje, da mesma forma, Deus quer abençoar as famílias (Lv 16.11).
2.2. A
expiação pelo povo.
Para expiação pelo povo um bode deveria ser
degolado (Lv 16.15). Em todos esses detalhados rituais o sacerdote entrava
sozinho na presença de Deus no Lugar Santíssimo, simbolizando o sacrifício da
Nova Aliança que Jesus fez por nós, estando sozinho quando fez a expiação pelos
pecados do mundo. A segurança do oficiante não estava em seus sentimentos, mas
em cumprir o que Deus estabelecera e assim sempre será no nosso relacionamento
com Deus. A nossa segurança não está no que achamos ou pensamos, mas em
obedecer ao que o Senhor estabelece para ser feito através da Sua bendita
Palavra.
A expiação pelo povo era efetuada
pelo sacrifício do bode da expiação (Lv 16.15), e também pelo bode vivo que era
enviado ao deserto (Lv 16.21). Esses dois bodes representam dois aspectos das
obras que Jesus fez pelo homem, em perdoar os seus pecados e levar sobre si os
nossos pecados, como nos ensina a Palavra de Deus (1Pe 2.24).
2.3. A
expiação pelo santuário.
Era também necessário fazer expiação pelo
santuário por causa das imundícias dos filhos de Israel (Lv 16.16). Os pecados
ou atos involuntários do povo contaminavam o santuário que estava no meio
deles, o que impedia a habitação do Senhor no acampamento de Israel. Em toda a
liturgia realizada pelo sumo sacerdote há um grande ensino para a Igreja acerca
de como o Senhor trabalha para a purificação de todas as coisas.
Esse ato era repetido anualmente,
pois o sangue de bodes e bezerros não pode purificar a consciência do homem das
obras mortas (Hb 9.11-14). Em todo o ritual do dia da expiação, o incenso era
oferecido ao Senhor dentro do Lugar Santíssimo, simbolizando o bom odor do
sacrifício que é oferecido a Deus, tipificando o sacrifício de Jesus Cristo aceito
por Deus. Agora não há mais a necessidade de repetir o sacrifício anualmente
porque Jesus realizou uma obra perfeita e eterna (Hb 9.11).
3. O
holocausto após a expiação.
O holocausto é um sacrifício de adoração e
Deus deve ser adorado em todas as circunstâncias e em todos os momentos de
nossa vida. Após a liturgia, era preparado o holocausto pelo sumo sacerdote e
pelo povo (Lv 16.24), para fazer expiação por si e pelo povo.
3.1. As
vestes depois do sacrifício.
Para realizar todo o ritual do dia da expiação
Arão despia das suas vestes e vestia as vestes santas de linho, mas, após a
realização de toda a liturgia necessária do dia da expiação, ele se banhava e
tornava a vestir os seus vestidos magnificentes (Lv 16.23-24). Com os seus
vestidos chegava perante o Senhor com o holocausto por si e pelo povo. Uma
perfeita figura do que Jesus fez e faz diante do Senhor Deus. Ele se apresenta
ao Pai após a obra da redenção por Ele efetuada (Jo 20.16-17).
Segundo o comentarista M. Ryerson
Turnbull, o sacerdote se vestia, não nas roupagens brilhantes e multicores do
seu ofício, mas numa simples vestimenta do mais puro linho branco. O branco
simboliza pureza absoluta. A ausência de adornos na vestimenta de linho
significava humilhação pelo pecado (Êx 33.5-6). Em Sua oração, Jesus disse que
se santificaria para que Seus discípulos fossem santificados (Jo 17.19). Após
consumada a obra, Ele recebe a glória que tinha antes (Jo 17.5).
3.2. O
homem que levou o bode emissário.
Aquele que levava o bode emissário (bode expiatório),
para poder voltar a entrar no arraial, precisava lavar os seus vestidos e
banhar a sua carne, pois estivera em contato com o animal que simbolicamente
levava o pecado do povo. Ele se tornava cerimonialmente impuro por levar o
animal para o deserto (Lv 16.26).
Segundo Russell Norman Champlin:
“Nos dias do segundo templo, tal homem precisava ficar na última cabana, a
pouco mais de um quilômetro e meio de Jerusalém, até o pôr-do-sol, quando então
podia voltar ao convívio social”. O pecado é um mal que o mais simples contato
contamina o homem e o torna impossibilitado de permanecer no acampamento do
Senhor: Este homem que leva o bode para o deserto é um exemplo da malignidade
do pecado e o quanto o mesmo aborrece a Deus. Na sua purificação, necessária
para a sua entrada no arraial, podemos agradecer a Deus por ter realizado tudo
para que pudéssemos retornar para o acampamento, e desfrutar da Sua grandiosa
presença em nossa vida pelo Seu Espírito que Ele nos concedeu.
3.3. Um
estatuto perpétuo.
No dia da expiação, em que eram feitos
sacrifícios pela classe sacerdotal e também pelos leigos, vemos a
universalidade do pecado. Os sacrifícios do dia da expiação tornavam
abundantemente claros como Deus detesta o pecado, que traz consigo o desespero
e a morte para o homem. Deus estabelece esta cerimônia como um estatuto
perpétuo: o sacrifício da expiação para que o israelita tivesse sempre a
consciência do pecado e como este afeta o relacionamento entre Deus e o homem.
A obra de Cristo tem para o cristão este caráter de ser uma obra perpétua.
Agora, com o sacrifício do dia da
expiação e estabelecendo-o como um estatuto perpétuo, Deus está providenciando
para o Seu povo uma condição para que o pecado seja expiado e,
consequentemente, ele fala sobre um sábado de descanso (Lv 16.31). Deus
descansou no sétimo dia, pois o pecado não havia ainda entrado no mundo e este
“sábado de descanso” é uma profecia que Deus um dia estabelecerá um sistema
onde o pecado não mais existirá.
Conclusão.
Permaneçamos nos mandamentos do Senhor para o
nosso próprio bem e para que o nome do nosso Deus seja glorificado. Temos essa
responsabilidade sobre os nossos ombros, pois somente a Igreja do Senhor é o
povo cujo pecado foi expiado e encontrou salvação na pessoa de Jesus Cristo.
Questionário.
1. O que Deus orienta a Arão, através de
Moisés?
R: Que ele não poderia entrar
no santuário em todo o tempo, para que não morresse (Lv 16.2).
2. O que o linho representa?
R: A justiça de Cristo (Lv
16.4).
3. Para expiação pelo povo, o que deveria ser
degolado?
R: Um bode (Lv 16.15).
4. Por que era também necessário fazer
expiação pelo santuário?
R: Por causa das imundícias dos
filhos de Israel (Lv 16.16).
5. Para poder voltar a entrar no arraial, o
que precisava fazer aquele que levava o bode emissário (bode expiatório)?
R: Precisava lavar os seus
vestidos e banhar a sua carne (Lv 16.26).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Levítico – O ministério sacerdotal levítico e sua
relevância para a Igreja. Adultos, edição do professor, 1º trimestre de 2018,
ano 28, Nº 106, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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