Lição
10 O CRISTO CRUCIFICADO: ESTÁ CONSUMADO
11/03/2018
Texto
do dia
(Mt 27.50)
"E Jesus, clamando outra vez com grande
voz, entregou o espírito."
Síntese
Depois de muito sofrimento e dor, a morte de
Cristo, na cruz, proporciona a justificação de todo aquele que nEle crê.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - Mt 27.32
Simão foi constrangido a levar a cruz de
Jesus
TERÇA - Mt 27.37
A acusação de Jesus Cristo
QUARTA - Mt 26.39-43
Todos escarnecem de Jesus
QUINTA - Dt 21.22,23
Para os judeus a morte de cruz era uma
maldição
SEXTA - Sl 22.1,2
O clamor de Jesus na cruz
SÁBADO - Mt 27.51
Com a morte de Jesus, o véu do Templo se
rasgou de alto a baixo
Objetivos
EXPLICAR como se deu a
crucificação de Jesus;
CONSCIENTIZAR de que Cristo morreu por nós;
MOSTRAR o que ocorreu no
sepultamento de Jesus.
Interação
Professor(a), dê preferência as aulas mais
participativas, pois contribuem para uma maior atuação dos envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem. Encare seus alunos como detentores do saber e
conhecimento, não como meros receptores. Metodologias participativas valorizam
as experiências dos participantes, envolvendo-os na discussão, identificação e
busca de soluções para as problemáticas apresentadas em cada lição. Os alunos
se sentem incluídos nas aulas, emitindo com mais facilidade suas opiniões.
Utilize metodologias que incentivam a participação de todos, contribuindo para
o desenvolvimento das potencialidades de todos os jovens.
Orientação
Pedagógica
Para a aula de hoje sugerimos que seja
elaborado um concurso bíblico. Prepare uma série de perguntas a respeito das
lições e organize, no mínimo, dois grupos. Use a criatividade para definir qual
grupo vai começar a responder as perguntas. Defina uma pontuação para os
acertos. Se o grupo responder a pergunta ganha um ponto; se não responder, não
ganha ponto e dá oportunidade para o outro grupo responder (passa). Se o outro
grupo responder ganha um ponto. Se não, a pergunta volta para o primeiro grupo
(repassa). Se desta vez o grupo responder, ganha dois pontos. Se não, você
responde a pergunta para os grupos. Repetir até terminar as perguntas.
Texto
bíblico
Mateus 27.32-37,45-51
32 E, quando saíam, encontraram um homem
cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz.
33 E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que
significa Lugar da Caveira,
34 deram-lhe a beber vinho misturado com fel;
mas ele, provando-o, não quis beber.
35 E, havendo-o crucificado, repartiram as
suas vestes, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo
profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram
sortes.
36 E, assentados, o guardavam ali.
37 E, por cima da sua cabeça, puseram escrita
a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.
45 E, desde a hora sexta, houve trevas sobre
toda a terra, até à hora nona.
46 E, perto da hora nona, exclamou Jesus em
alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por
que me desamparaste?
47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo
isso, diziam: Este chama por Elias.
48 E logo um deles, correndo, tomou uma
esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber.
49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos
se Elias vem livrá-lo.
50 E Jesus, clamando outra vez com grande
voz, entregou o espírito.
51 E eis que o véu do templo se rasgou em dois,
de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O capítulo 27 do Evangelho de Mateus descreve
o suicídio de Judas, o julgamento de Jesus, a sua crucificação e sepultura. Mateus
retrata com precisão os momentos que antecedem a crucificação, inclusive os
horários dos acontecimentos. Tudo aconteceu conforme as Escrituras Sagradas e
com a permissão de Deus.
Ao longo de sua viagem para Jerusalém, Jesus
por três vezes anunciou a sua crucificação e morte (Mt 16.21; 17.22,23; 20.18).
Então, o momento chega como Ele havia predito. Depois de um julgamento forjado
e repleto de falsos testemunhos das autoridades religiosas e políticas, Jesus é
condenado e conduzido à morte de cruz. Este é o tema que estudaremos na lição
de hoje.
ACONTECIMENTOS
TEXTOS BÍBLICOS DO AT
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
Is 62.11; Zc 9.9
A purificação do Templo.
Is 56.7
Indicação de que haveria um traidor.
Sl 41.9
Na última ceia a alusão ao sangue da aliança.
Êx 24.8
A prisão de Jesus e a fuga dos discípulos.
Zc 13.7
Condenação à morte pelo Sinédrio.
Sl 31.11-13
Traição de Judas.
Zc 11.12
Flagelos de Jesus.
Is 50.6
I -
CRUCIFICAÇÃO DE JESUS
1. A vida e o sofrimento de Jesus
foi previsto nas Escrituras Sagradas. O relato da vida e da obra de Jesus seguiu
um plano previamente estabelecido pelo Senhor e que foi relatado já no Antigo
Testamento. Observe o quadro acima:
Como podemos observar, a paixão e a
ressurreição de Cristo são os fundamentos do cristianismo. Por isso, podemos
encontrar referências a respeito deste assunto tanto no Antigo como no Novo
Testamento.
2. Os flagelos e escárnios no
caminho do Gólgota.
O caminho para a cruz foi um caminho de dor e tristeza, onde Jesus teve que
enfrentar a zombaria e o escárnio. O sarcasmo a respeito da realeza de Jesus
começou com os principais líderes religiosos (Mt 26.67; 27.39-44), continuou
com os soldados e oficiais romanos, após a condenação à morte por Pilatos (Mt
27.27-31). A caminhada até o monte da crucificação foi marcada por atos de violência
e opressão. Diante da fragilidade física de Jesus, devido aos maus tratos,
Simão, o Cirineu, é obrigado a ajudar Jesus a carregar a cruz.
Ao chegarem ao lugar da crucificação é
oferecido a Jesus vinho misturado com fel; tal mistura tinha um efeito entorpecente,
mas, Jesus ao prová-lo, não quis beber. Mateus é o único evangelista que
registra que antes de recusar, Jesus o prova.
3. A acusação de Jesus: "Rei
dos Judeus". Como
os demais crucificados, Jesus ficou pendurado até que, lentamente, as dores e a
exaustão física os levassem a morte. Se a perda de sangue e as consequências da
flagelação não o matassem, a asfixia o faria. A vítima, geralmente, ficava
fraca demais e não conseguia levantar o corpo para respirar.
Mateus registra que os soldados repartiram as
vestes de Jesus entre eles lançando a sorte (Mt 27.35), uma referência ao Salmo
22.18. Em cima de sua cabeça, na cruz, puseram uma tabuleta com a acusação
contra Ele: "ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS". Mais uma vez, Jesus é
escarnecido e desprezado. Mas, no Dia do Senhor, todas as pessoas, de todas as
nações, terão que se dobrar diante dEle para serem julgadas (Mt 25.31-34).
Afinal, Ele é o Rei dos reis.
Pense
Simão Cirineu ajudou Jesus a carregar a cruz.
Isso deve ter aliviado um pouco sua dor e cansaço. Jovem, o que você tem feito
para aliviar a dor de quem está enfrentando algum tipo de sofrimento?
Ponto
Importante
A partir da crucificação, as relações dos
acontecimentos com o Antigo Testamento se intensificam, pois a paixão e a
ressurreição são fundamentos da fé cristã.
A morte de cruz era desprezada pelos judeus e
pelos romanos.
II -
MORTE DE JESUS
1. Morte de cruz. A morte de cruz era
desprezada pelos judeus e pelos romanos. Os judeus a rejeitavam por questões
religiosas e os romanos por questões políticas. Para os judeus a morte de cruz
era uma maldição (Dt 21.22,23). Por isso, os judeus não esperavam um Messias
sofredor e muito menos um condenado à morte na cruz. Paulo afirma, quando
escreve aos Gálatas, que Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se
maldição por nós, morrendo na cruz (Gl 3.13). Ele faz uma referência a
Deuteronômio 21.23.
Os romanos reservavam a morte de cruz somente
para os inimigos políticos, pessoas consideradas rebeldes e subversivas que se
recusavam a obedecer as ordens impostas pelas autoridades romanas. Essa morte
era tão desprezível que um cidadão romano não poderia ser executado dessa
forma.
2. A morte de Cristo foi necessária
para a justificação da humanidade. O primeiro clamor de Jesus na cruz
demonstrou um grande desespero, e o texto utilizado por Mateus foi uma
referência ao Salmo 22.1, onde o justo, ao enfrentar uma oposição obstinada de
seus oponentes, não encontra uma solução aparente e se vê abandonado por Deus.
Por isso, clama: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te
alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias?" Jesus, neste
momento, sente a separação de Deus, pois os pecados da humanidade estavam sobre
si. Ao ouvir as palavras de Jesus, o povo pensou que Ele estava pedindo socorro
a Elias (Mt 27.47). Por isso, mais uma vez zombam dEle. Então, o Salvador deu o
seu último brado, ao entregar o espírito ao Pai. As palavras utilizadas por
Jesus são uma referência ao Salmo 31.5: "Nas tuas mãos encomendo o meu
espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade."
3. A morte de Jesus rasgou o véu do
Templo em dois.
Mateus não somente fala a respeito do véu que foi rasgado, mas também menciona
o fato de ter havido um terremoto (Mt 27.51). O véu era símbolo da
inacessibilidade do ser humano à presença de Deus. Ele tornava o sumo sacerdote
o único intermediário entre Deus e o homem. Com a morte de Jesus o véu se
rasgou, nos dando livre acesso ao Todo-Poderoso.
Jesus demonstrou que, por meio de sua própria
vida e obra, cumpriu toda a Lei e os profetas. A obra de Cristo satisfez a
justiça de Deus e conquistou o direito da justiça perfeita que é atribuída a
todo o que crê e aceita o sacrifício vicário de Cristo.
Pense
O véu rasgado deu acesso direto a todos
diante de Deus. Jovem, você já pensou no privilégio adquirido por meio da morte
de Cristo?
Ponto
Importante
O sacrifício vicário de Cristo foi perfeito e
cumpriu a Lei. Por isso, não é mais necessário oferecer sacrifícios a Deus.
III - O
SEPULTAMENTO DE JESUS
1. José de Arimateia. Ele é apresentado
pelos Evangelhos sinóticos como um homem rico, membro do Sinédrio, justo, bom e
discípulo secreto de Jesus. Mateus informa que ele rompeu a barreira do
anonimato ao pedir o corpo de Jesus a Pilatos. Os discursos de Jesus também
alcançaram as pessoas da elite de Israel. João menciona que Nicodemos também
foi com José de Arimateia sepultar Jesus.
Enquanto os discípulos mais próximos
abandonaram Jesus após sua prisão, surge um discípulo secreto que se expõe e
coloca em risco sua posição e a própria vida. Se o corpo não fosse requisitado,
como costume, seria sepultado com os criminosos ou deixado para ser consumido
por bestas selvagens e pássaros. Assim, dois discípulos secretos acabam por
participar de um momento importante do término da missão terrena de Jesus, e
para dar cumprimento às Escrituras como veremos a seguir.
2. Jesus é sepultado em túmulo
emprestado.
José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus em um lençol de linho. Ele e
Nicodemos fizeram uma cuidadosa e completa unção do corpo, conforme o costume
judaico, e depois o colocaram em um sepulcro novo, uma tumba talhada na rocha.
João acrescenta que o sepulcro nunca havia sido usado e ficava em um jardim,
próximo ao Gólgota, lugar estratégico devido ao pouco tempo para sepultamento
(Jo 19.41). O que José de Arimateia não sabia é que o túmulo novo no domingo
pela manhã já estaria vazio. José pode não ter tido coragem durante o
ministério de Jesus, mas agora ele se expõe e entra para a história como o
homem que emprestou a própria tumba talhada na rocha para sepultar Jesus, o
Filho de Deus.
3. A guarda do sepulcro. Duas mulheres
permanecem ali sentadas, Maria Madalena e a outra Maria. Elas dão continuidade
ao testemunho da morte e sepultamento de Jesus (Mt 27.55,56). Os chefes dos sacerdotes também ficaram
preocupados com o túmulo de Jesus. Os discípulos se esqueceram da promessa que
Jesus havia feito de que ressuscitaria ao terceiro dia, mas estes não se
esqueceram. Os chefes dos sacerdotes vão até Pilatos e pedem para que o túmulo
seja guardado para evitar que os discípulos roubassem o corpo e testificassem
uma suposta ressurreição. Pilatos atende ao pedido deles e envia um
destacamento para selar o túmulo e guardá-lo. Indiretamente, eles acabaram por
colaborar com a comprovação da ressurreição de Jesus.
Pense
Após a morte de Jesus, José de Arimatéia
decidiu se expor e sepultar o corpo de Jesus. Jovem, você teria coragem de
expor sua vida por amor a Cristo?
Ponto
Importante
Dois discípulos "secretos"
sepultaram o corpo de Jesus e duas mulheres "guardaram" o corpo.
SUBSÍDIO
1
"A morte de Cristo foi voluntária
Jesus não foi forçado à cruz. Nada fez contra
a sua vontade. Submeteu-se à aflição espontaneamente. Humilhou-se até à morte,
e morte de cruz. Deixou-se crucificar. Que graça espantosa por parte daquEle
que tudo podia fazer para evitar tamanho suplício. Ele tinha o poder de
entregar a sua vida e tornar a tomá-la - e de fato fez isso. Sim, eterno
Salvador não foi forçado ao Calvário, mas atraído para ele, por amor a Deus e à
humanidade perdida.
Sua morte foi vicária e sem dúvida, o profeta
Isaías tinha em mente o cordeiro pascal, oferecido em lugar dos israelitas
pecadores. Sobre a cabeça do cordeiro sem mancha realizava-se uma transferência
dupla. Primeiro, assegurava-se o perdão divino mediante o santo cordeiro,
oferecido e morto. Segundo, o animal, sendo assado, servia de alimentação para
o povo eleito. O sacrifício de Cristo foi duplo: morreu para nos salvar, e
ressuscitou para nossa justificação. Cristo também é o Pão da vida, o nosso
'alimento diário'.
Sua morte foi cruel. Ele foi levado ao
matadouro, esta palavra sugere brutalidade. Não é de admirar que a natureza
envolvesse a cruz em um manto de trevas, cobrindo, assim, a maldade dos seres
humanos" (SILVA, Severino Pedro da. Teologia Sistemática Pentecostal.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 156).
SUBSÍDIO
2
"José de Arimatéia, conseguiu permissão
de Pilatos para tirar o corpo da cruz. E, com Nicodemos, levando quase cem
arráteis dum composto de mirra, aloés, envolveram o corpo do Senhor em lençóis
com as especiarias, como era costume dos judeus. Havia no horto daquele lugar
um sepulcro em que ainda ninguém havia sido posto. Ali puseram Jesus (Jo
19.38-42). Sepultar os mortos era considerado um ato de piedade. Também era
comum que se sepultassem os mortos no mesmo dia de seu falecimento. O corpo de
um homem executado não tinha permissão para ficar pendurado na cruz a noite
inteira (Dt 21.23), pois isso, para a mente judaica, poluiria a Terra. Às seis
horas, começaria o sábado da semana da Páscoa, durante a qual estava proibida
qualquer execução" (SILVA, Severino Pedro da. Teologia Sistemática
Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 156).
ESTANTE
DO PROFESSOR
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que Mateus demonstra
que o sofrimento, o escárnio e a crucificação de Jesus aconteceram segundo o
que estava previsto nas Escrituras Sagradas. A morte de cruz, desprezada pelos
judeus e romanos, passou a ser motivo de vitória e vida eterna para todos
aqueles que creem, mediante a justificação alcançada por Cristo.
Hora da
revisão
Mateus relaciona os soldados lançando sorte
para ficar com a veste de Jesus com qual dos Salmos?
Mateus registra que os soldados
repartiram as vestes de Jesus entre eles lançando a sorte (Mt 27.35), uma
referência ao Salmo 22.18.
Qual o comentário de Paulo a respeito da
morte de cruz por Jesus e a qual texto do Antigo Testamento ele faz referência?
Paulo afirma, quando escreve
aos Gálatas, que Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição
por nós, morrendo na cruz (Gl 3.13). Ele faz uma referência a Deuteronômio
21.23.
Quem sepultou Jesus junto com José de Arimatéia?
Nicodemos também foi com José
de Arimatéia sepultar Jesus.
O que aconteceria se o corpo de Jesus não
fosse requisitado por José de Arimatéia?
Se o corpo de Jesus não fosse
requisitado, como costume, seria sepultado com os criminosos ou deixado para
ser consumido por bestas selvagens e pássaros.
O que a morte e a ressurreição de Jesus
Cristo significam para você?
Resposta pessoal.
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