Lição 1 Discernindo
as bênçãos de Deus.
1 de abril de 2018
Texto
Áureo
Efésios 1,3
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares
celestiais em Cristo”
Verdade
Aplicada
As bênçãos de Deus atestam Seu amor, cuidado
e interesse por nós, visando alcançar toda a humanidade, para a Sua glória.
Objetivos
da Lição
Destacar a atitude abençoadora
que caracteriza o relacionamento de Deus com Sua criação.
Analisar a bênção de Abraão e
como a Igreja é alcançada pelas bênçãos;
Mostrar Aspectos de uma vida
abençoada.
Glossário
Ascenção: Elevação de Jesus ao
céu, quarenta dias depois de ressuscitado;
Autenticar: Reconhecer a
veracidade;
Enfatizar: Realçar, ressaltar,
salientar.
Leituras
complementares
Segunda Sl 3.8
Terça Rm 14.17
Quarta Fp 4.19
Quinta Hb 13.5
Sexta 1Pe 3.9
Sábado 3Jo 2
Textos
de Referência.
Gn 12.2-3 Nm 6.24 Sl 67.1; 7 Lc 24.50
Gênesis 12.2-3
2 E far-te-ei uma grande nação, e
abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
3 E abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias
da terra.
Números 6.24
24 O Senhor te abençoe e te guarde.
Salmos
67.1, 7
1 Deus tenha misericórdia de nós e nos
abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós.
7 Deus nos abençoará, e todas as extremidades
da terra o temerão.
Lucas 24.50
50 E levou-os fora, até Betânia; e,
levantando as suas mãos, os abençoou.
Hinos
sugeridos.
107, 126, 459
Motivo
de Oração
Peça que durante a Páscoa o sofrimento de
Jesus lembre os cristãos a permanecerem fiéis.
Esboço
da Lição
Introdução
1. O Deus abençoador.
2. A bênção de Abraão e a
Igreja.
3. Aspectos de uma vida
abençoada.
Conclusão
Introdução
Nesta lição, abordaremos um assunto que
destaca um dos aspectos das atitudes de Deus para com a humanidade e toda a Sua
criação: bênção. Desde o princípio esta atitude está presente, pois Ele é o
Deus da bênção!
1. O
Deus abençoador.
Inicialmente iremos destacar a atitude
abençoadora que caracteriza o relacionamento de Deus com Sua criação, bem como
identificar os diversos sentidos da palavra bênção nas Escrituras Sagradas e a
importância de termos consciência de que Deus sempre age tendo em vista Seus propósitos.
Ou seja, as ações de Deus não são isoladas ou meramente “acidentes de
percurso”. Elas não são separadas do processo existente na relação de Deus com
Suas obras, pois fazem parte do mesmo, visando alcançar o propósito divino (Pv
16.4; Is 55.11; Rm 8.28).
1.1. Abençoando
desde o início.
A primeira referência ao ato de Deus abençoar
é encontrada em Gênesis 1.22: “E Deus os abençoou...”, portanto, antes da
criação da humanidade. Logo após criar o ser humano à Sua imagem, o texto
sagrado registra: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: ...” (Gn 1.28).
Podemos refletir, a partir dos textos citados acima, que o Senhor Deus criou,
abençoou e instruiu. Que lição maravilhosa! Não basta existir; dependemos da
bênção de Deus para cumprir Seus propósitos e de Suas instruções para vivermos
de acordo com a Sua vontade.
No começo da relação entre Deus e o
ser humano, podemos destacar: bênção e instrução (Gn 1.28). Assim a bênção
concedida no princípio admite o sentido de “dotar com um poder benéfico ou conferir”.
Toda a criação é dependente do Senhor Deus tanto para continuar existindo como
para cumprir cada função estabelecida pelo Criador. O Salmo 104, por exemplo,
registra a criação e a conservação de todas as coisas. Bem-aventurados aqueles
que procuram vivenciar as bênçãos de Deus buscando discernir os propósitos
divinos para a existência, revelados em Sua Palavra.
1.2. Ênfase
nas bênçãos temporais.
É oportuno refletirmos na presente lição
quanto às bênçãos de Deus para nós, principalmente pelo fato de vivenciarmos
tempos onde está se enfatizando, nas mensagens e hinos, as bênçãos temporais ou
aquelas restritas à vida aqui na terra. Vários movimentos e tendências
teológicas, identificadas por diferentes nomes, têm se expandido no Brasil, a
partir da década de 80, entre outros: Confissão Positiva, Triunfalismo,
Teologia da Prosperidade. Infelizmente, há uma demasiada busca, ênfase e
valorização por sucesso, prosperidade financeira, saúde total e aquisição de
bens.
A ênfase nas bênçãos temporais gera
membros de Igreja movidos por interesse próprio, que professam uma fé
“utilitária”, que não sabem lidar com o sofrimento e as adversidades, imaturos
e que consideram a vida cristã como um grande mercado de consumo. Infelizmente,
estes comportamentos e crenças têm sido, muitas vezes, nutrido, gerado e
incentivado por muitos pregadores e muitas denominações. Tendo em vista que
oferecem o que as pessoas ambicionam e não tanto o que necessitam, segundo as
Escrituras.
1.3. Classificação
das bênçãos.
É muito importante entendermos que há bênçãos
temporais (imóvel, salário, carro, status na sociedade, sucesso profissional,
casamento, etc.) e eternas (salvação, comunhão com Deus e outras, que os
discípulos de Cristo já desfrutam e continuarão sendo beneficiados quando
ocorrer a glorificação). Há bênçãos que Deus concede, também, àqueles que não
vivem em comunhão com Ele (Mt 5.45; At 14.17). Nos dois primeiros capítulos de
Gênesis, por exemplo, a bênção é concedida a todas as pessoas e a todos os
seres viventes de forma contínua, como se pode verificar no relato acerca de
Sete e Noé (Gn 5.2; 9.1). Há bênçãos que foram concedidas e prometidas para
Israel, como, por exemplo, a terra de Canaã (Gn 17.8). Porém, não há nenhuma
base bíblica para a Igreja buscar a bênção geográfica e política neta terra, na
presente época, como uma herança prometida por Deus.
É preciso identificar e discernir
as bênçãos de Deus à luz da Sua Palavra, considerando o contexto bíblico. Tal
procedimento evitará decepções, frustrações e distorções de textos bíblicos. É
nítido que as bênçãos destacadas no Antigo Testamento podem ser agrupadas em
categorias, como: vida, saúde, prosperidade, abundância agrícola, segurança,
fecundidade, entre outras (Dt 7.13-16; 28). Ou seja, mais aplicadas à vida neste
mundo. No Novo Testamento, em relação à Igreja, já não encontramos estes
destaques (Ef 1.3).
2. A
bênção de Abraão e a Igreja.
Neste tópico analisaremos as bênçãos
prometidas ao patriarca Abraão e como a Igreja é alcançada pelas bênçãos,
sempre tendo em mente as Escrituras Sagradas. Portanto, não se trata do que a
pessoa quer ou pensa, mas, sim, do que a Bíblia declara.
2.1. Identificando
a bênção de Abraão.
Considerando a importância da bênção nas
narrativas bíblicas acerca dos patriarcas (Gn 12 a 36), vejamos este aspecto a
partir do momento em que Deus chamou e fez promessas a Abraão; tendo em mente o
Plano de Deus para redimir a humanidade de seus pecados e restaurar a comunhão
com o criador. Devemos sempre lembrar acerca dos propósitos de Deus em
abençoar. No caso de Abraão, o Senhor se revelou a ele, O chamou e lhe fez
promessas de bênçãos (Gn 12.1-3). Somente nos três primeiros versículos de
Gênesis 12, a expressão hebraica “bãrak” (bênção) ocorre cinco vezes. Deus
prometeu que faria dele uma grande nação, engrandeceria o seu nome e, por
intermédio da sua descendência, abençoaria “todas as famílias da terra”.
Interessante que, mesmo tendo
grandíssimas promessas, Abraão não partiu movido por ambições materiais e
financeiras, mas por fé e obediência (Hb 11.8-11, 13, 16). Foi um homem que
soube lidar com riquezas e abundância, pois mantinha seu foco em Deus, no
propósito redentor do Senhor (Jo 8.56) e na pátria celestial (Hb 11.16).
2.2. A
bênção de Abraão e os propósitos de Deus.
A bênção prometida a Abraão não ficaria
restrita a ele e à nação que estava para surgir (Israel), mas alcançaria toda a
humanidade: “Abençoar-te-ei...e tu serás uma bênção” (Gn 12.2). Na versão da
NTLH, encontramos: “e você será uma bênção para os outros” (Gn 12.2), e “E por
meio de você eu abençoarei todos os povos do mundo” (Gn 12.3). Aprendemos com
Abraão que, ao sermos abençoados, precisamos ter em mente a responsabilidade de
sermos um canal de bênçãos na vida de outros. Mesmo distante e, às vezes, nem
sequer conhecendo, podemos ser abençoadores, como por exemplo, através da
contribuição financeira para a evangelização de outros povos.
É preciso saber lidar com as
bênçãos de Deus em nossas vidas. John Stott escreveu: “A atitude de Deus para
com seu povo é positiva, construtiva e enriquecedora”. É preciso buscar as
bênçãos querendo ser bênção. Outro que entendeu bem este princípio da teologia
da bênção foi José. Ele percebeu que Deus o abençoou para que ele pudesse
abençoar outros (Gn 45.5-8; 50.20).
2.3. A
bênção de Abraão no Novo Testamento.
O apóstolo Paulo afirma em Gálatas 3.8 que a
promessa de Deus em abençoar todas as nações por intermédio da descendência de
Abraão foi um anúncio do Evangelho, isto é, de que todo aquele que crê também
será abençoado (Gl 3.9). Com quais bênçãos? A bênção de ser aceito por Deus, da
justificação e da retomada do relacionamento com Deus. Assim, a bênção de
Abraão chega até nós por intermédio de Jesus Cristo (Gl 3.14).
O propósito redentor de Deus ao
chamar e abençoar Abraão é cumprido em Cristo Jesus. A bênção agora já não se
trata de fazer uma grande nação ou da fertilidade da terra, mas receber o
Espírito de Cristo prometido (Gl 3.14). É nítido nos textos do Novo Testamento
que a ênfase acerca das bênçãos se volta para a categoria espiritual (Ef 1.3).
Evidentemente, isto não significa que o Senhor Jesus não conceda bênçãos
temporais à Sua Igreja. É só observarmos o que Cristo falou sobre o cuidado e a
providência de Deus em suprir nossas necessidades básicas (Mt 6.25-33). Inclusive,
há várias referências no Novo Testamento de pessoas ricas e influentes (Mt
27.57; At 4.36-37; ; 16.14; 1Tm 6.17-19; Fm 1).
3. Aspectos
de uma vida abençoada.
Encerrando esta lição vejamos alguns aspectos
presentes na vida do discípulo de Jesus que autenticam a ação abençoadora de
Deus na vida dos Seus, bem como alguns propósitos revelados neste tempo da Nova
Aliança, visando não confundir com o significado fundamental da bênção no
Antigo Testamento (Hb 8.6-13).
3.1.
Última ação de Jesus Cristo.
Encontramos em Lucas 20.50-51 o registro da
última ação do Senhor antes de Sua ascenção: “...levantando as suas mãos, os
abençoou...abençoando-os...foi elevado ao céu”. Refletindo em conjunto com Atos
1.8-9, onde diz que Jesus “foi elevado às alturas” quando transmitia a última
mensagem, concluímos que, nos momentos finais do Senhor com os Seus, Ele
deixou: promessa, missão, mensagem e bênção!
Os discípulos foram tão impactados
pela bênção e palavras transmitidas por Jesus, no momento da Sua ascenção, que
O adoraram e retornaram (portanto, permaneceram juntos) para Jerusalém. Lá,
expressaram grande júbilo e estavam sempre no templo, em constante louvor e
oração. Notemos que o destaque recai sobre aspectos que são objetos de
exortação em diversos textos das Escrituras Sagradas: adoração, comunhão,
júbilo, perseverança e oração. Marcas de uma vida abençoada que está em Cristo
Jesus!
3.2. A
bênção do relacionamento com Deus.
O apóstolo Pedro, em sua pregação para a
multidão que se reuniu após a cura do coxo, afirmou que a ressurreição de Jesus
Cristo é o cumprimento da promessa feita por Deus a Abraão (At 3.25-26). A
ressurreição de Jesus e Sua presença proporcionam à Igreja desfrutar das
bênçãos de Deus (Mt 28.20)! Os textos de Atos 3.26 e 5.31 pontuam alguns dos
propósitos de Deus em abençoar o Seu povo: que o Seu povo se desvie das suas
maldades (At 3.26); e proporcionar oportunidade de arrependimento e perdão de
pecados (At 5.31).
Assim, podemos pensar: tenho sido
abençoado? Estou em Jesus Cristo? Então esta realidade precisa resultar em
relacionamento com Deus, para “louvor e glória da sua graça” (Ef 1.6).
Interessante a relação que encontramos nos textos entre bênçãos e
arrependimento (mudança). Que as bênçãos que temos recebido do Senhor sirvam
para nos despertar quanto ao chamado de Deus ao arrependimento e comunhão com
Ele.
3.3.
Bênção e aprovação divina.
Como vimos, encontramos na Bíblia bênçãos que
podem ser classificadas em diversas categorias. Considerando a associação que
tem sido comum fazer entre bênçãos e aprovação divina, é importante enfatizar
que tal relação é absoluta. Estejamos atentos, pois ode uma pessoa estar
desfrutando de determinadas bênçãos não significa que, automaticamente, Deus
está aprovando sua conduta. Há bênçãos que Deus concede visando mostrar o Seu
cuidado e interesse. Isto não quer dizer que a vida da pessoa está de acordo
com a Sua vontade (At 14.15-17).
Deus também usa as bênçãos como
Suas testemunhas: chuva, colheita, alimento, alegria, etc. Estamos percebendo o
testemunho acerca de Deus por intermédio de Suas bênçãos? Estamos percebendo
que as bênçãos de Deus em nossa vida visam tornar conhecido os caminhos e a
salvação do Senhor até os confins da terra, como bem expressa o Salmo 67, o
Salmo Missionário? Não deixemos de meditar em outros textos que irão contribuir
na reflexão do presente tema: Mateus 6.19; Lucas 12.13-21; 18.22-24; 1Timóteo
6.6-10. Que desfrutemos das bênçãos temporais que o Bom Deus nos proporciona,
sem abrir mão das bênçãos eternas.
Conclusão.
As bênçãos de Deus nos fazem prosperar (Pv
10.22). Porém, não podemos nos esquecer da nossa responsabilidade de sermos
bênção na vida do próximo, de mantermos em mente as bênçãos a serem desfrutadas
na eternidade e que nossa vida deve ser para a glória de Deus.
Questionário.
1. Qual é a primeira referência ao ato de
Deus abençoar?
R: Gênesis 1.22.
2. Quantas vezes ocorre em Gênesis 12.1-3 a
expressão hebraica “bãrak” (bênção)?
R: Cinco vezes (Gn 12.1-3).
3. Como a bênção de Abraão chega até nós?
R: Por intermédio de Jesus
Cristo (Gl 3.14).
4. O que encontramos em Lucas 24.50-51?
R: O registro da última ação do
Senhor antes da Sua ascenção (Lc 24.50-51).
5. O que a ressurreição de Jesus e Sua
presença proporcionam à Igreja?
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o
discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos
Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral,
ISSN 2448-184X.
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