Lição 8
Corpo, alma e espírito: instrumentos de adoração.
20 de novembro de 2016.
Texto
Áureo
1 Tessalonicenses 5.23
“ E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Verdade
Aplicada
O propósito principal de todo o nosso ser é
adorar a Deus.
Objetivos
da Lição
Enfatizar a adoração, como prioridade da vida;
Descartar nossas atitudes como oportunidade de
adoração;
Expandir a compreensão sobre a adoração.
Glossário
Mazela: Tudo que aflige;
Oriundo: Originário; procedente, proveniente, natural;
Procrastinação; Deixar para outro dia, ou para um
tempo futuro; adiar, demorar, retardar.
Leituras
complementares
Segunda Sl 95.6
Terça Sl 96.1-9
Quarta Sl 103.1-6
Quinta Sl 146.1-2
Sexta Jo 4.23
Sábado Rm 12.1-2
Textos
de Referência.
Salmos 103.1-6
1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o
que há em mim bendiga o seu santo nome.
2 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças
de nenhum de seus benefícios.
3 É ele que perdoa todas as tuas iniquidades
e sara todas as tuas enfermidades;
4 Quem redime a tua vida da perdição e te
coroa de benignidade e de misericórdia;
5 Quem enche a tua boca de bens, de sorte que
a tua mocidade se renova como a águia.
6 O Senhor faz justiça e juízo a todos os
oprimidos.
Hinos
sugeridos.
25, 35, 423
Motivo
de Oração
Louve a Deus com inocência, sinceridade,
espontaneidade e dependência.
Esboço
da Lição
Introdução
1. Adorando a Deus com o nosso
corpo.
2. A adoração que flui de nossa
alma
3. Ações adoradoras do espírito
humano.
Conclusão
Introdução
O sacrifício diário de nosso corpo requer uma
conduta e esse procedimento atrela-se a uma mente renovada que nos informa e
faz experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para as nossas
vidas.
1. Adorando
a Deus com o nosso corpo.
O clamor apostólico de Paulo é oriundo das
profundezas de Deus para o Seu povo (Rm 12.1-2). O termo grego “parakaléo” tem
o sentido de admoestar, encorajar e exortar. Era usado no grego clássico para
exortação de tropas que estavam para ir à batalha.
1.1. O
argumento: a compaixão de Deus.
O argumento que Paulo usa para adoração é
profícuo e pertinente. “A compaixão de Deus” é “oiktirmós”, misericórdia,
compaixão que se origina do estado miserável de alguém que está em necessidade.
No hebraico, esta palavra é “hesed”, que em português corresponde à
benignidade, amor firme, graça, fidelidade, bondade, devoção. Quanto a sua
forma pode ser visto tanto como substantivo (hesed), quanto como adjetivo
(hãsîd), que é derivado do substantivo (hesed) e é usado para descrever o
israelita fiel.
A palavra compaixão é usada 240
vezes no Antigo Testamento de forma especial no livro de Salmos. O apóstolo
Paulo usa esse termo por sua grande importância dentro do vocabulário teológico
e ético do Antigo Testamento. Quando traduzido para o grego, recebe o nome de
misericórdia, assim sendo, o uso mais comum nos fala de força, firmeza e amor.
Deus é rico em misericórdia (Ef 2.4; Lm 3.22).
1.2. O
sacrifício vivo: os nossos corpos.
Para os leitores de Paulo, esse “sacrifício”
leva-os ao Antigo Testamento, pois todas as vezes que se fazia um sacrifício, o
animal tinha que ser morto. O apóstolo demonstra verdadeira essência da
adoração neotestamentária, isto é, “sacrifício vivo”. Doravante, o sacrifício é
“vivo” e isto se configura na adoração através de nosso corpo como culto
consciente, racional, inteligente, deixando morrer nossa natureza pecaminosa,
mas permanecer vivos e não mortos. Tal atitude leva-nos ao princípio da
“renuncia”, delineado por Jesus (Nt 16.24-35; Lc 9.23).
Deus nos fez com especificidades e
objetividades. Todo o nosso ser deve expressar louvor e adoração ao nosso Deus.
Foi com essa compreensão que o salmista deu um brado para dentro de si dizendo:
“Bendize o minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo
nome.” (Sl 103.1). Podemos considerar que seja um clamor do Espírito de Deus
para valorizarmos nossos corpos como instrumentos de adoração ao Senhor.
Podemos nos espelhar no clamor de Davi, quando evoca a si mesmo para bendizer
ao Senhor, isto é, um clamor para dentro de si. Que estamos atentos a esse
clamor do Espírito de Deus ao nosso corpo.
1.3. O
resultado final: o culto racional.
O
alvo final é cultuar a Deus, adorá-Lo. Toda a força e argumento do clamor tem
um único objetivo: a adoração. Essa adoração deve ser inteligente e racional,
isto é, deve-se ter compreensão do que se faz. O uso de nossos corpos deve ser
caracterizado pela devoção consciente, inteligente e consagrada a Deus e a Seu
serviço. Dentro desse quesito, entendemos que nosso corpo foi feito para ser um
instrumento de adoração a Deus. Isso envolve todas as nossas atividades, em
todos os momentos de nossa vida. A conscientização desse fato nos torna casa de
Deus (1Co 3.16).
O apóstolo Paulo usa a palavra
“casa terrestre” (skênos), “tenda, nossa casa terrestre; a tenda que forma a
nossa casa terrestre”, referindo-se à impermanência e à insegurança como uma
ilustração da vida terrena (2Co 5.1). Embora nosso corpo seja uma “casa
temporária”, torna-se uma ponte para nossa casa eterna no céu e isso requer que
seja uma “casa” que adore a Deus. A Bíblia diz que o nosso corpo; é uma casa
(2Co 5.1); um vaso (2Co 4.7); um tabernáculo (2Pe 1.13); um templo (1Co 3.16);
uma propriedade (1Co 6.19); um membro de Cristo (1Co 6.15); e um cálice de ouro
(Ec 12.6). Devemos adorar a Deus com o nosso corpo porque ele é o templo do
Espírito Santo. Nada poderíamos fazer se fôssemos desprovidos do corpo. Tudo o
que somos e fazemos é o resultado de que Deus nos deu o privilégio de servi-Lo
com nossos corpos, deixando nossas marcas por onde passarmos. Que o Senhor nos
dê graça de sempre glorifica-Lo com nosso corpo. Saibamos adorar a Deus com a
renúncia e constante disposição.
2. A
adoração que flui de nossa alma.
A alma é nossa identidade interior, nossa
razão de ser. Todos os nossos sentimentos manifestos ou reservados estão
atrelados a essa capacidade da alma que está em cada um de nós. É com essa
compreensão que o salmista clama para dentro de si, despertando sua alma de uma
“possível sonolência” no ato de bendizer a Deus.
2.1. Um
clamor para dentro de si.
A sensibilidade de Davi é comovente e
impressionante. O seu grito para dentro de si revela uma urgência de adoração
da sua alma. Vivemos em um mundo de infindos “gritos”, onde muitos casos
revelam apenas ruídos de almas doentias, inclinadas aos seus individualismos e
centralismos para satisfazer o imediatismo de naturezas caídas. Ainda assim,
temos o prazer de ouvir um homem influente, com autoridade legítima, dar o
brado dentro de si mesmo, evocando sua interioridade a bendizer ao Senhor (Sl
103.1).
A adoração deve ser em espírito e
em verdade. É necessário compreender o que se entende por espírito. Teologicamente falando é aquilo que nos torna
conscientes de nós mesmos e nos capacita a nos relacionarmos com Deus. Deus é
Espírito e nós somos espíritos. Quando Paulo fala do relacionamento do Espírito
de Deus com o ser humano, argumenta que Ele testifica com o nosso espírito de
que somos filhos de Deus (Rm 8.16).
2.2.
Bendizer com gratidão.
É reconhecimento. É agradecer a Deus por tudo
e reconhecer que tudo aquilo que temos e somos provém de Deus, pois sem Ele é a
nossa força, proteção e refúgio, auxílio nos momentos de aflições, o nosso
socorro e em quem depositamos nossa confiança e esperança. A justiça e o juízo
são a base do trono de Deus e tudo isso está evidente por meio de Suas obras
maravilhosas e Suas grandes vitórias. Também devemos ser sempre gratos pelas
bênçãos recebidas.
O salmista faz outra pergunta para
si mesmo no Salmo 116.12; “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que
me tem feito?”, Sua resposta para si mesmo é sensacional: “tomarei o cálice da
salvação” (Sl 116.13); “invocarei o nome do SENHOR” (Sl 116.13-17);
“oferecer-te-ei sacrifício de louvor” (Sl 116.17); “pagarei os meus votos” (Sl
116.18). Um coração agradecido tem menos tendência de desviar-se e o cristão
feliz e grato a Cristo não se deixa atrair por doutrinas estranhas. Tampouco se
rebela contra Deus quando não alcança a bênção no tempo esperado.
2.3. Gratos
pela salvação.
Outro motivo para sermos gratos é a nossa
salvação, pois alcançamos do Senhor um favor imerecido. A diferença entre graça
e compaixão, no que se refere à pessoa de Deus, é que, na graça, o Senhor nos
deu o que não merecíamos (Rm 6.23). Não merecíamos avida eterna, mas pela graça
de Deus a temos (Ef 2.8-9). Quanto a misericórdia ou compaixão de Deus, Ele não
nos deu aquilo que merecíamos – a morte eterna. Nós merecíamos a cruz, a
condenação, o inferno. Mas, no Seu infinito amor misericordioso, Ele não
retribui o mal com o mal, mas com o bem (Is 54.8). Por isso, devemos agradecer
a Deus, render louvores eternos ao nosso Deus pelo Seu grande amor e compaixão,
pois não somos consumidos pela multidão dos nossos pecados.
A salvação é pela graça de Deus!
(Ef 2.8). A graça de Deus está fundamentada na obediência perfeita e meritória
de Cristo. O mérito é dEle, não nosso. Nada pode destruir o valor disso. A
graça de Deus pode reinar sobre a maior indignidade. E só com o indigno que a
graça se preocupa. Há esperança de salvação para sua família. Alegre-se.
Sejamos agradecidos por isso. Que Deus seja louvado por tão grande salvação. Em
1 Tessalonicenses 5.18 diz “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus
em Cristo Jesus para convosco.” O cultivo da gratidão deve ser o nosso alvo
permanente e este alvo deve ser atingido, ainda que nos custe algum sacrifício.
3. Ações
adoradoras do espírito humano.
Tudo o que somos e o que podemos realizar se
processa por causa do espírito que em nós habita (Jo 4.24). Ao pronunciar as
bem-aventuranças, Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque
deles é o reino dos céus.” (Mt 5.3), deixando bem nítida a clareza de Sua
grandeza e a nossa pequenez em relação a Ele.
3.1. A
mulher samaritana e a espiritualidade da adoração.
Primeiramente, a mulher samaritana viu apenas
um homem, depois percebeu que era um judeu e lançou seus protestos e frustações
históricas pelo fato de Jesus se dirigira uma “mulher”, ainda mais sendo ele
judeu, pois tradicionalmente não havia comunicação entre ambos. As primeiras
barreiras foram rompidas por Jesus, a muralha da comunicação fora derrubada e a
mulher foi demonstrando a sua verdadeira sede, até que percebeu que Ele não era
mais um homem comum, um judeu e O identificou como um profeta (Jo 4.9). Quando
suas mazelas vieram à tona pelas palavras de Jesus, tudo mudou naquele momento.
O diálogo de Jesus foi evoluindo até chegar ao espírito daquela mulher. Jesus
viu nela uma pessoa carente, sofrida e com uma grande lacuna no seu espírito.
A maior necessidade daquela mulher
era espiritual, pois logo abriu o seu coração para a questão da adoração (Jo
4.20). Quando o assunto se voltou se voltou para o espírito, virou-se a página
e um novo argumento se iniciou: a grande carência dessa mulher estava na
adoração verdadeira. O mundo hoje cria, inventa, engendra deuses de todos os
tipos para sanar uma necessidade espiritual que só se preenche com a adoração
verdadeira. Essa busca desenfreada por um “deus” por parte da humanidade
confirma que o homem não pode viver sem Deus, pois tais atitudes combinam com
os “gritos dos caídos”, isto é, o clamor do espírito por uma adoração
verdadeira.
3.2. Atitudes
que convergem para uma adoração verdadeira.
Toda essa linda história envolve atitudes.
Logicamente que Deus sempre é o primeiro a tomar atitudes em relação ao homem
caído. Tudo que somos atrela-se a uma atitude. Deus não se isola e nem se
emudece com as nossas quedas. Jesus passa por Samaria para fazerum grande
resgate. Assim como era necessário passar por aquela cidade (Jo 4.4) ainda hoje
existem muitas “Samarias” precisando de um profeta.
A “Samaria” desprezada, julgada e
discriminada está bem ali diante de nós. Essa “Samaria” pode ser uma pessoa, um
mendigo, uma igreja, um irmão, etc. São muitas situações que podem entrar nessa
analogia. Todas esperam por uma atitude adoradora, isto é, alguém que esteja
disposta a estender as mãos, evangelizar, esclarecer e discipular.
3.3.
Atitudes de adoração na hora certa.
Existe um pássaro chamado “bacurau”, também
conhecido como “curiango”. Todas as vezes que o “bacurau” canta, entende se a
expressão: “Amanhã eu vou”. Existem muitos crentes que nos lembram o canto do
bacurau; estão dispostos, mas só amanhã. Jesus elimina essa possibilidade de
procrastinação e diz: “Mas a hora vem, e agora é,...” (Jo 4.23). A mulher
samaritana queria adorar, mas, no seu entendimento, era ainda “amanha”. Jesus
tira todas as cortinas e esclarece de uma vez por todas que a adoração é para
já. Nada pode aguardar. A adoração a Deus deve ser a prioridade absoluta de
nossa vida.
É importante destacar que nada
aconteceria em nosso mundo se não fosse o Espírito que em nós habita. É por
causa dEle que podemos nos reunir nesse momento, prestar atenção, avaliar e
crescer no entendimento, apesar de sermos “tão pobres” na exploração de nossa
espiritualidade.
Conclusão.
A nossa adoração a Deus tem que ser em
espírito e em verdade, isto é, com atitudes que se manifestam nas mais
diversificadas situações; ao estender as mãos para os outros abençoando,
bendizendo, e acima de tudo, sendo um referencial de Deus em todos os sentidos
da vida.
Questionário.
1. Qual a origem do clamor apostólico de
Paulo?
R: Das profundezas de Deus para
o Seu povo (Rm 12.1-2).
2. O que o grito de Davi para dentro de si
revela?
R: Uma urgência de adoração da
sua alma(Sl 103.1-2).
3. Qual a diferença entre graça e compaixão,
no que se refere à pessoa de Deus?
R: Na graça, o Senhor nos deu o
que não merecíamos (Rm 6.23).
4. Por que era necessário Jesus passar por
Samaria?
R: Porque era necessário fazer
um grande resgate (Jo 4.4).
5. O que Jesus eliminou?
R: A possibilidade de
procrastinação (Jo 4.23).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Adoração e Louvor, A excelência e o propósito de uma
vida inteiramente dedicada a Deus, Jovens e Adultos, edição do professor, 4º
trimestre de 2016, ano 26, Nº 101, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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