segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Lição 1 Entendendo o que é adoração.



Lição 1 Entendendo o que é adoração.
02 de outubro de 2016

Texto Áureo
João 4.24
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

Verdade Aplicada
Adorar em espírito e em verdade é obedecer ao padrão de Deus para a adoração.

Objetivos da Lição
Definir o conceito bíblico da adoração;
Observar a urgente necessidade de um conhecimento mais profundo sobre adoração;
Encorajar-nos ao exercício de uma adoração que agrade a Deus.

Glossário
Cadência: regularidade de movimentos; harmonia; ritmo;
Dotes: Merecimento; boas qualidades; mérito;
Imbuído: Convencido; implantado; impregnado.

Leituras complementares
Segunda 2Co 3.13-18
Terça Is 61.1-7
Quarta Jo 3.1-16
Quinta At 2.37-47
Sexta Rm 8.1-17
Sábado Hb 10.19-23

Textos de Referência.
João 4.19-23
19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22 Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.

Hinos sugeridos.
154, 185, 396.

Motivo de Oração
Ore por uma vida de obediência à Palavra de Deus.

Esboço da Lição
Introdução
1. Definindo adoração.
2. Os pré-requisitos da adoração.
3. Elementos indispensáveis à adoração.
Conclusão

Introdução
Em 2 Reis temos a narrativa de pessoas sendo estraçalhadas por leões pelo fato de não saberem cultuar a Deus. A solução foi chamar um sacerdote do Deus de Israel para que os ensinasse a adorar ao Senhor.

1. Definindo adoração.
Toda a cadência do texto bíblico é registrada pelo compasso da adoração. A Bíblia é um livro de adoração. Para alcançarmos uma visão clara sobre a adoração, é necessário examinar cuidadosamente as Sagradas Escrituras.

1.1. Adorar significa render-se.
O Novo Testamento destaca 58 vezes a palavra “adorar” (proskynéo), bem como suas correspondentes dentre cinco mil termos relacionados com o culto. Originalmente significa “beijar”. Entre os gregos era um termo técnico que significava “adorar aos deuses”, dobrando os joelhos ou prostrando-se. Beijar a terra ou a imagem em sinal de adoração acompanhava o ato de prostrar-se no chão. Colocar-se nessa posição comunicava a ideia básica de submissão. O gesto de curvar-se diante de uma pessoa e ir até o ponto de beijar seus pés quer dizer: “reconheço a minha inferioridade e a sua superioridade; coloco-me à sua inteira disposição.” (2Cr 7.3).

Adoração é um ato de rendição ao Eterno Senhor Deus. É o Espírito Santo que habita o cristão a adorar, pois Ele conhece nossa interioridade pelo ângulo mais profundo, do ponto de vista do Criador (Ef 5.18-19).

1.2. Adorar significa servir.
O culto implica em serviço (latreia), termo usado por Jesus para responder ao diabo (Mt 4.1). Esse segundo termo é empregado frequentemente na Septuaginta (90 vezes), especialmente em Êxodo. Deuteronômio, Josué e Juízes, mas apenas uma vez nos profetas. Moisés várias vezes pediu a permissão da parte de Faraó para deixar os israelitas partirem para servir a Deus. Trata-se de cultuar e oferecer atos de adoração que agradem ao Deus da aliança (Êx 4.23; 8.1; 20; 9.1).

No contexto de 2 Reis 17, os novos dominadores da nação de Israel começaram a povoar a terra conquistada com pessoas de diversos lugares, principalmente com babilônios. Entretanto, mesmo estando na terra de YAHMEH, eles não sabiam tributar louvores a Ele. E impressionante notar que a razão da ira divina sobre os novos habitantes de Samaria consistia em que eles estavam na terra do Maravilhoso Deus, mas não sabiam adorá-Lo. Porventura não será também esta a realidade da Igreja no século XXI? A diferença é que hoje não existem leões, mas ainda vemos multidões que frequentam a casa de Deus sem saberem cultuá-Lo.

1.3. Adorar requer atos de reverência.
Em terceiro lugar, o Novo Testamento utiliza o vocábulo “sebein” (reverenciar). As palavras que derivam desta raiz (seb) são muito frequentes na língua grega fora da Bíblia. Transmitem o quadro característico do grego como homem religioso devotado a seus deuses para evitar as nefastas consequências do azar (At 17). A conotação religiosa grega impediu que esses vocábulos fossem muito usados para designar o culto, na tradução do Antigo Testamento. A adoração requer uma reverente preocupação com o que agrada a Deus (2Tm 3.12). Consequentemente, devemos reconhecer que a vida de temor a Deus não pode ser isolada duma piedade (eusebeia) prática de seguir a Cristo, como não vale qualquer culto separado do sacrifício do Filho.

Vale a pena destacar que adorar é reconhecer, no íntimo, a soberania de Deus sem considerar secretamente outras opções. É adorar a Deus sem rivais. É adorar a Deus sem “segundas intenções”. Adoramos pela Sua essência, não apenas pelas evidências.

2. Os pré-requisitos da adoração.
É necessário que aquele que se aproxima de Deus, comporte-se adequadamente, isto é, esteja imbuído pelo ato de adorar (Jo 4.23). Isto requer experiência e conhecimento. Para entrar na presença de Deus, supõe-se que o adorador saiba o que esta fazendo e tenha legitimidade para isto. Basta lembrar-se de Uzias, que entrou no templo sem legitimidade e sem competência levando sobre si a lepra como fruto da desobediência e rebeldia contra Deus (2Cr 26.16-21).

2.1. O novo nascimento.
A experiência pessoal do novo nascimento é requisito fundamental para os que procuram adorar (Jo 3.3). Em hipótese alguma a adoração dispensa esse encontro com o Calvário. É preciso submeter-se a uma experiência com Jesus Cristo, a quem dirigimos o louvor. A experiência não se compra, não se vende, não se negocia; experiência se vive. É isso que ocorre na vida do adorador genuíno. Ele teve uma experiência transformadora com Deus, cujo resultado foi uma mudança em toda a sua forma de ser e agir.

É extremamente válido ressaltar que a adoração é o brado de júbilo de alguém que foi liberto e liberto para adorar (Sl 142.7ª). O Deus Todo-Poderoso não pode apreciar o louvor de uma vida que está presa ao pecado, já que está presa ao pecado, já que este elimina a base para a legítima adoração. Assim, os lábios não regenerados estão impossibilitados de cultuar ao Senhor. A regeneração é a credencial essencial daquele que adora. Os ímpios poderão elevar suas súplicas a Deus e até poderão obter respostas. Entretanto, não terão os seus louvores aceitos por Deus, exceto se caírem ao pé da cruz. É esse ato que marcará o rompimento com o pecado e, consequentemente, abrirá as cortinas do santuário do Altíssimo. Deus não pode endossar a adoração prestada por alguém que continua distante da cruz; dessa cruz que era nossa e que nosso Senhor Jesus Cristo tomou para si de tal modo que ela O qualificou para receber toda a honra, gloria e domínio. Portanto, antes de nos chegarmos ao trono da adoração, devemos passar pela cruz da remissão.

2.2. A quebra dos ídolos.
Existe um teste que pode avaliar muito bem o nosso culto: ele está projetando Deus ou o homem? Desta resposta dependerá toda a validade de nossa adoração. Esse homem pode ser qualquer personagem que esteja ocupando o lugar de Deus, ou talvez um objeto que estamos colocando acima dEle, mas esse homem pode ser ainda você próprio. Infelizmente, não são poucos os que têm caído na egolatria. São pessoas que estão a idolatrar o seu próprio ego. Além dos glutões, dos depravados e dos sensuais, que são homens “cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre; e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas.” (Fp 3.19), existem aqueles que fazem de sua aparência, do seu intelecto e mesmo dos seus dotes naturais o seu próprio deus. Afinal, o que é um ídolo? Tudo que desvia nossa atenção de Deus torna-se um ídolo. Somos propensos, em razão de nossa natureza adâmica, a idolatrar até mesmo os nossos sentimentos mais nobres. Por certo, foi pensando nisto que João, o discípulo amado, exortou: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.” (1Jo 5.21). Um louvor absoluto a Deus exige a quebra dos ídolos.

Pior que cultuar a outro deus é estar cultuando a si próprio. O homem arrogante, cheio de si mesmo raramente dará lugar para Deus. Ele retém consigo aquilo que pertence ao Senhor e todo espaço fica ocupado por sua presunção. O seu orgulho acaba aprisionando a sua devoção, a vaidade pessoal lhe amordaça os lábios impedindo-o de bendizer a Deus. A ênfase ao ego é a causa da esterilidade na adoração. Despojemo-nos de toda autossuficiência. Que toda plataforma de egocentrismo seja destruída! Quando o nosso ego se apaga, a adoração se inflama. De fato, a gênese de nosso tributo acontece quando depomos a nós mesmos e permitimos que o Senhor seja o soberano inquestionável de nossas vidas. Deixar de dobrar-se diante do nosso ego para nos dobrarmos única e exclusivamente diante do Senhor significa juntar-se aos genuinamente humildes de espírito. Com efeito, quem almeja subir aos píncaros do louvor deve passar pelo vale da humildade na adoração? É, sem dúvida, aquela sujeição deliberada em reverência à majestade divina. O princípio da submissão governa a vida e as atitudes do verdadeiro adorador visando sempre a glória de Deus.

2.3. Um coração sincero.
Na bagagem do adorador não pode faltar um coração sincero. O louvor é para os retos de coração (Sl 32.11; 119.7). O que não proceder de um coração sincero não encontrará aceitação divina. O louvor deve envolver o coração por ser ele o centro de nossas emoções e uma adoração comovida comoverá o coração de Deus muito mais facilmente. Por outro lado, somente com um coração sincero é que poderemos prestar um culto de forma lógica, equilibrada e racional.

Certamente, não há dúvidas de que carecemos também de um coração sincero porque a sinceridade “é o cimento no concreto do louvor”. Se não houver sinceridade, nosso louvor simplesmente deixará de ser adoração, por mais belo que seja.

3. Elementos indispensáveis à adoração.
Adoração não é um estilo musical. É o resultado do encontro da alma com seu Criador, exposto na forma de música ou não. Muitas vezes uma oração é uma tremenda adoração (Sl 90). Outras vezes, o silêncio se transforma no lugar da adoração mais intensa.

3.1. Contemplação: a dádiva esquecida.
No Salmo 8.3-4, Davi diz: “Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal, para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?”. Numa época de tanta confusão, correrias e ansiedades, contemplar é quase loucura. Poucos ainda ousam adorar a Deus através da contemplação de Sua obra. Poucos meditam. Esquecem que o silêncio nos leva para o lado de dentro de nossa intimidade, onde habitam nossos medos e inquietações.

O grande problema da atualidade é que encarceramos a adoração no cativeiro do ritual formal, com seus protocolos específicos, seu vocabulário meloso e sua gesticulação própria e restrita a determinadas horas e lugares. Contemplar é gastar tempo meditando na inerrante, infalível, completa e soberana Palavra de Deus e deliciando-se em Sua maravilhosa presença. Quando aprendemos a contemplar, qualquer e lugar se transformam em um prazeroso convite ao mergulho nas dimensões insondáveis da adoração.

3.2. Alegria: o sorriso que não termina no final da música.
Muitos “adoradores” não conseguem fazer a conexão certa entre o domingo e a segunda-feira; entre o culto e a vida. O que exprimem no altar termina quando sentam em seus lugares. Seus sorrisos só se abrem quando soam os acordes. A adoração vai muito além de um sorriso profissionalmente fabricado. Ela invade a vida. Ela restaura a alegria que não é apenas sorriso. Ela restaura a alegria como aspecto do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). 

A alegria da adoração verdadeira é uma alegria que desafia a tristeza. Uma alegria pelo que Deus já fez em mim. Nosso sorriso precisa se elevar para além do simples prazer provocado pela musicalidade, precisa se elevar como característica fiel do encontro com o Deus da verdadeira alegria.

3.3. Entrega: a adoração incondicional.
Incondicional significa que, ainda que no silêncio, somos chamados a adorar. Nossa adoração não pode ficar refém de alguns minutos de um culto semanal. Ela precisa ter vida em casa, na rua, na alma. Se a adoração ficar restrita ao som das bandas, fecha-se numa sufocante cela do costume. Naqueles dias onde nenhuma música consegue fluir através da angústia, a adoração consegue brotar como lágrima, como oração embargada, como abraço amigo no aflito, como olhar para a esperança.

Há dias em que “as harpas ficam penduradas nos salgueiros” (Sl 137.2). Nesses dias extremamente difíceis, quando somos verdadeiros adoradores, produzimos os mais belos salmos, pois compreendemos que não é a música que entoamos, mas a música que o Espírito Santo de Deus nos ministra para entoarmos que faz realmente a essência do adorador.

Conclusão.
A adoração reconhece a majestade de Deus, engrandece-O, exteriorizando este reconhecimento através de uma rendição completa à Sua vontade, servindo-o com atitudes corretas em um viver santo, cultivando o amor, regado com reverência à Sua Pessoa.

Questionário.
1. Como Uzias entrou no templo?
R: Sem legitimidade e sem competência (2Cr 26.16-21).

2. Qual é o requisito fundamental para os que procuram adorar?
R: A experiência pessoal do novo nascimento (Jo 3.3).

3. O que o louvor absoluto a Deus exige?
R: A quebra dos ídolos (1Jo 5.21).

4. Para quem é o louvor?
R: Para os retos de coração (Sl 32.11; 119.7).

5. O que a adoração restaura?
R: Ela restaura a alegria como aspecto do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Adoração e Louvor, A excelência e o propósito de uma vida inteiramente dedicada a Deus, Jovens e Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2016, ano 26, Nº 101, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

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