Lição 7
Fomos escolhidos para produzir bons frutos.
15 de novembro de 2015.
Texto
Áureo
Jeremias 2.21
“Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma
semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma planta
degenerada, de vide estranha?
Verdade
Aplicada
Se o coração humano é um solo fértil, o cristão
certamente produzirá os frutos de uma vida transformada.
Objetivos
da Lição
Mostrar cada reação do coração humano e
esclarecer que existem verdadeiras e falsas conversões;
Ensinar acerca dos diferentes
tipos de coração e como reagem diante da Palavra que foi semeada;
Esclarecer o que a parábola é
para nós cristãos e que precisamos tomar uma posição concernente à nossa fé.
Glossário
Abarrotado: cheio;
Germinar: brotar;
Transeuntes: pedestres.
Leituras
complementar:
Segunda Hb
4.12
Terça Mt
7.21-23
Quarta Mc
4.13
Quinta 2Ts
2.1-12
Sexta Jo
5.39
Sábado Ap
3.16.
Textos de
Referência.
Mateus 13.3-8
3 E falou-lhe de muitas coisas por parábolas,
dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
4 E, quando semeava, uma parte da semente caiu
ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-na;
5 E outra parte caiu em pedregais, onde não
havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
6 Mas, vindo o sol, queimou-se e secou-se,
porque não tinha raiz.
7 E outra caiu entre espinhos, e os espinhos
cresceram e sufocaram-na.
8 E outra caiu em boa terra e deu fruto: um, a
cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta.
Hinos
sugeridos.
2, 26, 92.
Motivo de
Oração
Ore para que a Palavra de Deus encontre guarida
em seu coração.
Esboço da
Lição
Introdução
1. A semente e os tipos de solo.
2. Três corações e três inimigos.
3. O cristão e a consolidação da
salvação.
Conclusão
Introdução
A parábola do semeador trata da vida cotidiana
e da reação do ser humano após receber a Palavra de Deus. Esta parábola é a
alma mater de todas as outras parábolas (Mc 4.13). Por esta razão, Jesus fez
questão de esclarecê-la.
1. A
semente e os tipos de solo.
A parábola do semeador descreve como começa o
Reino de Deus. A semente é a Palavra de Deus; os vários tipos de solo
representam os diferentes tipos de coração; e os resultados diversos refletem
respostas diferentes à Palavra de Deus.
1.1. A
Palavra apresentada em forma de semente.
O que Jesus descreve aqui não é um período de
grandes colheitas, mas sim, um tempo em que a Palavra de Deus seria rejeitada.
Ele ilustrou cada reação humana de acordo com o lugar onde a semente foi semeada.
Por que comparar a Palavra de Deus a sementes? Porque a Palavra é “viva e
eficaz” (Hb 4.12). Ao contrário das palavras dos homens, a Palavra de Deus tem
vida, que pode ser concedida àqueles que creem. A verdade de Deus deve se
arraigar no coração, ser cultivada e estimulada a produzir frutos. O fruto é o
que comprova a verdadeira salvação (Mt 7.16; Lc 6.43).
Apresente para os alunos a realidade
surpreendente de que três quartos das sementes não produziram frutos (Mc
4.14-20). Esclareça para eles que o termo parábola significa “colocar ao lado”.
Trata-se de uma história ou comparação colocada lado a lado com algum outro
conceito, a fim de esclarecer uma lição. O que vemos aqui, porém, não são
parábolas comuns; Jesus as chamas de “mistérios do reino dos céus” (Mt 13.11).
Esclareça para eles que, no Novo Testamento, um “mistério” é uma verdade
espiritual entendida apenas por meio de revelação divina. É um segredo santo
conhecido apenas pelos mais íntimos, que aprendem do Senhor e lhe obedecem.
1.2. Nem
toda semente germinará.
Existem pessoas que fazem parte do rol de
membros, que são batizadas, participam da ceia, mas nunca tiveram um encontro
real com Jesus. Essa parábola indica que nem todas as sementes irão germinar e,
se não podemos entendê-la, como foi o caso dos discípulos, não poderemos
discernir que existem verdadeiras e falsas conversões por toda a extremidade do
planeta. E isso sempre irá ocorrer em qualquer lugar que o Evangelho for
pregado. Jesus apresentou várias situações, nas quais podemos identificar até
mesmo que tipo de solo somos nós. Primeiro, o que ouve a Palavra e não entende.
Segundo, o que não tem raiz em si mesmo e abandona o Evangelho por causa das
provações e decepções. Terceiro, o que ouve, mas os cuidados do mundo e a sedução
das riquezas abafam a Palavra. Por último, o que produz fruto porque é boa
terra (Mt 13.19-23; Jo 5.39; Os 6.3).
Explique para os alunos que os
corações duros do solo da margem da estrada absolutamente nada produzem. Estes
ouvintes vivem num mundo totalmente diferente, não falam a mesma linguagem do
Filho de Deus. Por quais motivos tais pessoas viriam ouvir Jesus? Curiosidade?
Novidade? Moda? Talvez por qualquer deles, ou por todos. Não estavam, porém,
querendo verdadeiramente ouvi-lo. Seja por presunçosa satisfação própria, ou
por uma orgulhosa necessidade de saber tudo já, ou temor de exposição a alguma
desconfortável nova verdade sobre si mesmos, suas mentes estavam trancadas
contra o Senhor e Seu Evangelho. O que deve ser feito com eles? Nada. Eles são
sem esperança em sua teimosa dureza. Somente se Deus arasse um profundo sulco
de ardente tragédia através de suas vidas poderia alguma abertura ser dada à
semente viva.
1.3. Os
cuidados com o coração.
Jesus nunca se deixou impressionar pela grande multidão
que o seguia. Ele sabia que a maior parte dessas pessoas jamais produziria os
frutos de uma vida transformada. O coração humano deve ser como um solo fértil
preparado para receber a boa semente de modo que esta crie raízes e produza
bons frutos. É bom atentar para o que Jesus está ensinando, pois o coração
humano sempre será o alvo de falsos ensinos, falsas paixões e, até mesmo, uma
falsa salvação. A Bíblia fala de cristãos falsos; que acreditam num Evangelho
falso; que forjam uma falsa justificação e que, no final dos tempos, chegarão
ao cúmulo de produzir um falso Cristo (2Co 11.26; Gl 1.6-9; Rm 10.1-3; 2Ts
2.1-12).
Explique para os alunos que o verbo
ouvir (e seus correlatos) é usado 19 vezes em Mateus 13. A Parábola do semeador
é relatada nos três primeiros evangelhos e em cada um a admoestação final é
diferente. É importante ouvir a Palavra de Deus, pois “a fé vem pela pregação,
e a pregação, pela palavra de Cristo” (RM 10.17). Jesus disse: “Quem tem
ouvidos (para ouvir), ouça (Mt 13.9); “Atentai no que ouvis” (Mc 4.24)e; “Vede,
pois, como ouvis” (Lc 8.18).
2. Três
corações e três inimigos.
A parábola exposta por Jesus apresenta a
semente (a Palavra de Deus) e o solo (o coração humano). Ela ensina que a
revelação do mistério é para aqueles cujo coração é receptivo. No entanto, para
os insensíveis, a verdade se encontra coberta por um véu (2Co 3.16). A parábola
apresenta a semente sendo lançada em diferentes locais. Vejamos a aplicação de
cada verdade produzida pela manifestação do solo.
2.1. O
coração endurecido.
A beira da estrada é passagem de muitos
transeuntes, o que torna a terra endurecida e dificulta que a raiz da semente
se aprofunde. Jesus disse: “Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a
entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração” (Mt
13.19; Mc 4.4, 15). A semente chegou apenas à superfície, mas não penetrou o
solo. A representação aqui são as pessoas destituídas de percepção espiritual.
Pessoas cuja verdade jamais penetra na alma para que haja uma profunda
transformação. Como seus corações são impenetráveis, o maligno vem e arrebata a
verdade neles semeada. As “aves” representam os agentes do maligno (Mt 13.4).
Esclareça para os alunos que o
crescimento excelente ocorre tanto para cima quanto para baixo, ao mesmo tempo.
Se nosso coração permanece endurecido e não está sendo nutrido pela graça de
Deus, a boa semente pode germinar por um tempo, mas murchará depois. Ressalte
para eles que o segredo é firmar as raízes no solo.
2.2. O
coração superficial.
Jesus disse que essa segunda semente caiu em
meio às pedras e logo nasceu porque não tinha terra funda. Ele diz que o sol
queimou e ela se secou porque não tinha “raiz” (Mt 13.5, 6). Ele explica que
são pessoas que, ao ouvir a Palavra, logo a recebem com alegria. Mas essas
pessoas saem da presença de Deus com facilidade porque não firmaram suas
raízes. São crentes emocionais que, ao sentirem o peso da angústia e as
perseguições por causa da Palavra, se ofendem e vão embora (Mt 13.20, 21). Esse
é um quadro típico das pessoas que encontramos afastadas de Cristo na
atualidade. Elas sempre estão culpando alguém por estarem de fora. Porém, nunca
firmaram suas raízes.
Explique para os alunos que estes
entusiásticos ouvintes são deploravelmente faltos de cuidadosa previsão.
Emocionalmente excitáveis e impulsivos, eles agem por circunstâncias imediatas
(multidões excitáveis, etc.) mais do que por um entendimento do que é ensinado.
Eles são negligentes de futuras exigências e desafios. Eles não têm cogitado de
longos pensamentos. O Evangelho não desceu profundamente dentro de seu
entendimento e vontade. Assim, quando as circunstâncias mudam, quando os dias
difíceis de perseguição e adversidade chegam, não há raiz profunda de fé para
sustenta-los. Eles não tinham pensado profundamente no Reino e em seu eterno
valor. Tornar-se um discípulo parecia apenas a coisa a fazer no momento.
2.3. O
coração abarrotado.
Esse tipo de pessoa é aquele que recebeu a
Palavra, mas não consegue se desvencilhar do que está à sua volta. Os
“espinhos” são os “prazeres desta vida”. Prazeres inocentes em si mesmos, os
quais a prosperidade mundana proporciona a quem a ela se entregar e sufocam a
semente. Não podemos ter dois senhores. Se cuidarmos dos deleites da alma e
deixarmos de alimentar a chama do Espírito, o resultado é morte por asfixia. As
coisas não terminam de forma errada, elas começam erradas. O que proporcionou a
morte da semente foi tanto o local onde nasceu quanto a forma como cresceu (Mt
13.22).
Explique para os alunos que cada um
dos três tipos de coração infrutífero é influenciado por um inimigo diferente:
no coração endurecido, o próprio Satanás rouba a semente; no coração
superficial, a carne simula sentimentos religiosos; e no coração abarrotado, as
coisas do mundo sufocam o crescimento e impedem a produção. Reforce para eles
que estes são os três grandes inimigos do cristão: o mundo, a carne e o diabo
(Ef 2.1-3).
3. O
cristão e a consolidação da salvação.
Ao falar sobre os determinados tipos de solos
que receberam a semente, Jesus falava sobre um arrependimento superficial. Essa
parábola não se dirige aos que estão de fora. Devemos observar que todas as
sementes brotaram, mas houve somente um tipo de solo onde a semente firmou suas
raízes e progrediu.
3.1. O
Evangelho não é só felicidade.
No afã de abarrotar as igrejas com cristãos,
temos caído no desleixo de oferecer um Evangelho de satisfações sem a
preocupação de um arrependimento (Lc 15.7). Não existe problema algum em dizer
que somos felizes com Cristo, porque somos realmente felizes. Porém, o
Evangelho não pode tratar apenas de felicidade. O problema de termos pessoas
superficialmente convertidas em nossas igrejas ocorre porque estamos oferecendo
a solução sem antes ensinar o caminho da transformação.
Ilustre para os alunos a seguinte
cena: “Se tivéssemos a grande oportunidade de voltar no tempo e escolhêssemos,
por exemplo, o dia 10 de setembro de 2001, um dia antes das torres gêmeas
caírem. Que mensagem nós pregaríamos: felicidade ou salvação? Não poderíamos
alterar o destino das torres, teríamos apenas uma oportunidade de pregar. Será
que eles entrariam salvos na eternidade com uma mensagem de felicidade?” (Pv
24.11; Hb 6.5, 6). Explique para eles que a realidade que devemos ter em mente
é que a cada segundo milhares e milhares de almas caminham a passos largos para
o inferno. E se nossa mensagem não é suficiente para livrar das garras do
inferno uma pessoa que certamente morrerá nas próximas horas, então existe algo
de errado com a nossa mensagem.
3.2. As
desculpas.
As pessoas estão se afastando da presença de
Deus porque estamos oferecendo graça sem lei (Palavra). Estamos a oferecer
cura, sem avisar ao povo que eles estão enfermos. Temos que falar que eles
estão caminhando para o inferno e não importa se são felizes ou infelizes (Mt
7.13). É comum as pessoas dizerem que não vêm mais porque se ofenderam; outros
dizem que se esfriaram. Que desculpa esfarrapada para a falta de conversão!
Jesus disse: “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei
da minha boca” (Ap 3.16). Para ser vomitado deve-se estar na boca, isso prova
que Jesus não fala para os ímpios.
Informe para os alunos que Jesus não
estava falando para os ímpios, mas para aqueles que já se consideravam
cristãos. Ressalte para eles a dura realidade de os mornos acreditarem que são
salvos (Tg 1.22).
3.3. A
tragédia do Evangelho moderno.
Infelizmente, a tragédia do Evangelho moderno é
que foi estabelecido outro caminho para que os pecadores pudessem vir a Cristo:
o caminho da satisfação e a promessa de uma vida melhorada. Jesus disse que
enquanto a Igreja dormia o inimigo semeou uma erva má (Mt 13.25). Durante cem
anos, temos ensinado sobre a graça, porém, muitos se esqueceram de aplicar seu
fundamento: a Palavra (1Tm 6.3-10; Tt 1.9; 2.1).
Esclareça para os alunos que o
inimigo é paciente. Não importa se ele não celebra agora porque acreditamos ser
cristãos de verdade. Mas no dia do juízo, ele se rirá de muitos que fizeram
coisas tremendas, mas não tiveram tempo de curar suas próprias vidas (Mt
7.21-23).
Conclusão.
Vivemos um tempo difícil, onde o temor do
Senhor foi esquecido das pregações da Palavra de Deus. Muitos pensam estar
convertidos de verdade e essa parábola dita por Jesus nos ensina que precisamos
rever nossos conceitos e voltar urgentemente para Sua lei (Sl 19.7).
Questionário.
1. Por que a Palavra de Deus é comparada às
sementes?
R: Porque a Palavra de Deus é
“viva e eficaz” (Hb 4.12).
2. O que a parábola do semeador indica?
R: indica que nem todas as
sementes irão germinar (Mt 13.4-7).
3. Quais são os três tipos de corações?
R: O endurecido, o abarrotado e o
superficial (Mt 13.19-22).
4. Qual é a razão das falsas desculpas?
R: Oferecer a graça sem a lei (Mt
7.13).
5. Qual é a tragédia do Evangelho moderno?
R: Estabelecer outro caminho para
vir a Cristo (Mt 13.25).
Fonte: Revista Jovens e
Adultos, professor, 4º trimestre de 2015, ano 25, Nº 97, Maturidade Espiritual.
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