segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Lição 4 O exercício da misericórdia manifesta a graça de Deus.



Lição 4 O exercício da misericórdia manifesta a graça de Deus.
25 de outubro de 2015.

Texto Áureo
Filemom 15 “Porque bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre”

Verdade Aplicada
Através da revelação da graça, nasceu uma nova relação, na qual todas as diferenças externas são abolidas, pelo fato de que todos nos tornamos irmãos e filhos do mesmo Pai.

Objetivos da Lição
Mostrar quem são as figuras principais da epístola, o que elas tipificam e o pano de fundo da história;
Ensinar como se deu a conversão de Onésimo, e como Filemom deveria aceita-lo e perdoá-lo;
Esclarecer como Onésimo se tornou um teste de fé para Filemom.

Glossário
Trocadilho: Jogo de palavras;
Mutação: Transformação;
Sutilmente: Delicadamente.

Leituras complementar:
Segunda       Hb 11.18      
Terça              Gn 28.19
Quarta           Jo 8.51-58
Quinta           Sl 139.16
Sexta             Gl 3.6
Sábado          Rm 4.18

Textos de Referência.
Filemom 10-16
10 Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões;
11 O qual, noutro tempo, te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar.
12 E tu torna a recebê-lo como as minhas entranhas.
13 Eu bem o quisera conservar comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho;
14 Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por força, mas, voluntário.
15 Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo.
16 E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.

Hinos sugeridos.
1, 193, 577

Motivo de Oração
Ore para que todos os seus familiares sejam salvos.

Esboço da Lição
Introdução
1. Conhecendo os personagens.
2. A conversão de Onésimo.
3. Perdendo para ganhar.
Conclusão

Introdução
A epistola dirigida a Filemom é de uma preciosidade inigualável no Cânon Sagrado. Ela revela o que a graça de Deus pode realizar na vida de pessoas escravas e sem perspectivas como Onésimo, o escravo que se tornou irmão.
1. Conhecendo os personagens.
A epístola não nos revela o que realmente Onésimo usurpou de seu senhor Filemom. Ela apenas diz que ele fugiu em direção a Roma e pode ter furtado algo de valor para garantir-se (Fm 18, 19). Por meio de circunstâncias não registradas na Palavra de Deus, Onésimo conheceu o Apóstolo Paulo na prisão e tornou-se cristão. Vejamos o perfil de cada personagem para compreender melhor as lições de vida desta epístola.

1.1. Filemom, o líder da igreja.
Ao que parece, Filemom era um rico cidadão de Colossos. Sua conversão se operara através da pregação do apóstolo e existem fortes laços de amizade entre eles (Fm 17-22). Filemom é descrito por Pulo como um homem de amor e de fé, tanto para com Jesus Cristo quanto para com o povo de Deus. Seu amor era prático. Ele reanimava os santos por meio de suas palavras e de seu trabalho (Fm 7). AS igrejas do Novo Testamento reuniam-se nos lares (Rm 16.5, 23; 1Co 16.19). É bem provável que a igreja na casa de Filemom fosse uma das duas congregações de Colossos (Cl 4.15).

Explique para os alunos que, por se tratar de um homem muito rico, Filemom tinha escravos em sua casa, uma prática comum, visto que mais de um terço da população do Império Romano estava sob o jugo da servidão. Ressalte para eles que a posição dos escravos no Império Romano era muito humilhante. Um escravo não era visto como uma pessoa; era uma ferramenta vivente. Qualquer senhor tinha direito de vida e morte sobre seus escravos. Poderia condená-los a tarefa pesadas, ordenando até que trabalhassem acorrentados no campo. O senhor poderia castiga-los com golpes de vara, ou até mesmo marca-los na fronte como se marcava um animal. Caso fossem ladrões ou fugitivos e, se comprovasse que era impossível corrigi-los, este senhor poderia crucifica-los.

1.2. Onésimo o escravo fujão.
Onésimo nasceu escravo, sem Deus e sem esperanças (Ef 2.11, 12). Certamente, motivado pela pregação que ouviu, desejou ser livre e partiu para Roma. Ele escolheu seu próprio caminho de liberdade, mas algo parece não ter mudado em sua vida e resultou em uma prisão, pior ainda que a escravidão. É nessa hora que ele encontra um preso chamado Paulo, que lhe anuncia a salvação e daí por diante, ele se torna um homem livre e útil ao apóstolo (Fm 10-14). Paulo escreve uma carta a seu filho na fé Filemom, dizendo que receba em suas entranhas. Onésimo agora deve voltar, mas volta numa condição diferente. Ele retorna como irmão em Cristo (Rm 8.1).

Explique para os alunos que a manifestação da graça salvadora é fruto do Deus Salvador que nos ama profundamente em Cristo. O nosso Deus nos ama não para barganhar conosco, mas porque Ele é amor (1Jo 4.8). Reforce para eles que o Evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Comente com eles que a manifestação do Evangelho da graça de Deus revela a nossa condição vil, a ação soberana de Deus em nos buscar em Cristo e a plena segurança que temos nEle. É por causa desta graça que temos o lindo cântico de Moisés em Apocalipse 15.3, 4. O Senhor Jesus deixou bem claro o motivo da Sua vinda: buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Deus é glorificado quando um homem é salvo por Sua maravilhosa graça. Exatamente como na vida de Onésimo.

1.3. Paulo, um tipo de Cristo.
Na epístola, Paulo tipifica o Senhor Jesus Cristo, Onésimo, a humanidade pecadora e escrava, e Filemom, o Pai, que deve conceder o perdão ao pecador regenerado por Cristo. Paulo gostaria de ficar com Onésimo, mas o envia de volta a Filemom, Porque não deseja fazer nada sem o seu consentimento (Fm 13, 14). O cristianismo não existe para ajudar os crentes a escaparem de seus pecados. Ele existe para capacitar os seguidores de Cristo a enfrentar o passado e a elevar-se acima dele. Onésimo tinha escapado, mas deveria voltar e enfrentar as consequências de seus atos.

Esclareça para os alunos que o cristianismo não é uma fuga dos erros do passado. É a conquista de uma nova vida (Jo 8.12; Rm 6.4). Onésimo morava dentro da igreja, mas não era livre. Ele encontrou sua liberdade numa prisão. Que paradoxo! Dois presos se encontram numa prisão e um preso liberta o outro. Paredes podem aprisionar um corpo, mas jamais poderão aprisionar o espírito. 

2. A conversão de Onésimo.
Como escravo fugitivo, Onésimo deveria ser punido se voltasse para a casa de seu senhor. Porém, a graça de Deus o encontrou. Agora, as coisas mudaram de figura porque, diante de Deus. Filemom também devera recebe-lo como um irmão e perdoá-lo por seus agravos (2Co 2.10).

2.1. Um filho gerado nas prisões.
Paulo afirma a Filemom que Onésimo em outro tempo lhe era inútil. Ele faz um trocadilho com o significado de seu nome que quer dizer “útil”. E diz: “agora” a ti e a mim muito útil (Fm 11). Agora quando? Agora que a Palavra de Deus o transformou. Dentro da prisão, a vida de Onésimo sofre uma grandiosa mutação (Fm 9, 10). Ele passa da condição de escravo a irmão de Filemom. Agora Onésimo tem um defensor, Paulo, que prepara uma carta de próprio punho e endereça a Filemom, testemunhando aquela transformação e coloca-se diante de filemom como um seguro para Onésimo. A prisão de Paulo foi a solução para a vida de Onésimo (2Tim 2.9, 10).

Mostre para os alunos que, geralmente, quando não compreendemos os propósitos divinos, reclamamos das situações adversas que estamos passando. Paulo foi para a prisão por causa de Cristo e por amor a Cristo. Paulo descobriu a beleza do Evangelho numa prisão. Ele era livre, mesmo algemado e preso numa cela. Se não estivesse lá, Onésimo não seria salvo. O que Paulo pudesse pensar ser injustiça era uma oportunidade para a salvação de um perdido (Fm 10).

2.2 A humilde intercessão de Paulo.
Paulo não se apresenta a Filemom como apóstolo ou líder, mas como prisioneiro de Cristo e como amigo (Fm 1). Paulo declara que Onésimo é seu filho na fé e, dirigindo-se com amor, traça um elogio ao trabalho que executa em sua casa e como as pessoas que recebem sua palavra testemunharam com alegria (Fm 5-7). Paulo não usa sua autoridade apostólica. Ele pede com um carinho especial de pai para que Filemom o receba e afirma que gostaria que Onésimo ficassem em Roma para ajuda-lo, mas sabendo a quem ele pertence, o envia para que haja uma reconciliação (Fm 8-14). E finaliza dizendo: “Escrevi-te confiando na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que digo” (Fm 21).

Comente com os alunos que, quando nos preocupamos e oramos pelos nossos amigos, o Senhor recompensa-nos abundantemente, concedendo-nos até aquilo que não pedimos (Jó 42.10). Esclareça para eles que, mesmo em situações de profunda crise, a intercessão em favor dos outros traz grandíssima recompensa (Et 4.14-17; 8.15-17). Informe para eles que Daniel orava três vezes ao dia. Ele era um deportado. Ele também estava longe dos seus em terra estranha, mas intercedia pela sua família e pelos seus concidadãos todos os dias. A recompensa veio de várias maneiras. Ele foi salvo da boca dos leões. Ele tornou-se um príncipe e o chefe dos sábios. Ele foi exaltado perante o rei e, por fim, foi agraciado com a presença de um anjo, fazendo dele um profeta escatológico (Dn 10.2, 3; 11; 12). Informe para os alunos que, além das grandes vantagens que a intercessão traz à igreja, à família, ao país e aos crentes em particular, o intercessor é contemplado com a graça e a misericórdia de Deus de forma abundante, traduzida em bênçãos, tal como aconteceu com os servos de Deus no passado.

2.3. Recebe-o como a mim mesmo.
Onésimo encontrou no cárcere de Roma nada menos que o homem que havia pregado para o seu senhor. Pode-se dizer que Onésimo foi um homem agraciado em todos os sentidos. Ao interceder, Paulo relembra algo a Filemom: “Ainda que tenha Cristo grande confiança para te mandar o que te convém, todavia peço-te antes por amor” (m 8, 9). Vai ser duro para Filemom considerar como irmão a um escravo fugitivo, mas é exatamente o que Paulo lhe ordena (FM 17). O apóstolo também se propõe a pagar todas as perdas que Onésimo tenha acarretado a Filemom, lembrando-o sutilmente que ele lhe deve muito mais que valores, deve-lhe sua vida espiritual (Fm 18-20).

Informe aos alunos que o versículo 19 de Filemom dá a entender que foi Paulo quem levou Filemom a fé em Cristo. O Apóstolo usa esse relacionamento especial para incentivar o amigo a receber Onésimo. Filemom e Onésimo não eram somente irmãos espirituais no Senhor, eles também foram gerados pelo mesmo “pai espiritual” (Fm 10; 1Co 4.15).

3. Perdendo para ganhar.
Se algum dia Filemom anunciou o Evangelho a Onésimo não o sabemos. Mas, ao abraçar ao Senhor, a conversão de Onésimo gerou uma nova relação, onde as diferenças externas foram abolidas e para Filemom era aceitar ou rejeitar (1Co 12.13; Gl 3.28).

3.1. Filemom perde um escravo e ganha um irmão.
Onésimo sai como um ladrão e retorna como um irmão. A graça fez com que Filemom e Onésimo se encontrassem num mesmo nível porque Cristo era Senhor de ambos. Paulo diz que Filemom o perdera por um tempo para tê-lo para sempre (Fm 15). Ou seja, foi preciso que ele perdesse para poder ganhar (Fp 3.8). Onésimo tinha fugido como escravo e era como tal que retornava, mas agora não só era um escravo, era também um irmão amado no Senhor. Aquele que antes o servia por medo agora o serviria com amor e como uma pessoa da família (1Jo 4.16).

Explique para os alunos que essa nova relação nunca dava ao escravo o direito de ser negligente, nem de aproveitar-se; fazia dele um servo mais eficiente, porque agora devia fazer as coisas de tal maneira que pudesse oferece-las a Cristo. Quanto ao senhor significava que já não trataria seu servo como uma coisa, mas sim como uma pessoa e como um irmão em Cristo.

3.2. Onésimo, a provação de Filemom.
Precisamos estar atentos para entender como Deus está se movendo, para que as verdades do mundo espiritual não passem despercebidas (1Co 2.14, 15). Primeiro, Onésimo furta algo e foge, depois é preso e encontra-se com Paulo, o pai na fé de Filemom e o líder da igreja que presidia. Nada disso aconteceu por acaso. Onésimo e constituiu em um grande teste de fé para Filemom, porque qualquer reação contrária à fé que anunciava poderia manchar seu ministério. O teste de fé era exercer o amor e o perdão que ensinava (Mt 6.15; Ef 4.32).

Informe para os alunos que depois, a pedido de seu líder, Filemom deveria reconhece-lo como irmão. Pergunte a eles qual seria a sua reação em uma situação como essa. Pergunte se estariam dispostos a cumprir os ditames que a graça reserva para cada um de nos.

3.3. Onésimo, o bispo de Éfeso.
Cinquenta anos mais tarde, levado para execução desde sua igreja em Antioquia até Roma, Inácio, um dos grandes mártires cristãos, escreve cartas, que ainda existem, às igrejas da Ásia Menor. Detém-se em Esmirna e dali escreve à igreja de Éfeso. No primeiro capítulo de sua carta, fala muito a respeito de seu maravilhoso bispo. E qual é o Nome do Bispo? Onésimo. E Inácio faz exatamente o mesmo trocadilho que Paulo tinha feito: “É Onésimo de nome por natureza, útil para Cristo”. Onésimo, o escravo fugitivo, chegaria a ser, com o passar dos anos, nada menos que Onésimo, o grande bispo de Éfeso (Cl 2.6; 4.9).

Esclareça para os alunos que o futuro declarou o que realmente foi gerado naquela prisão onde Paulo e Onésimo um dia se encontraram. Merece ser destacado para eles que as prisões podem ser a incubadora que Deus cria para que venhamos a dar frutos que abençoarão milhares de vida. 

Conclusão.
É preciso mais do que amor para resolver problemas. O amor deve pagar um preço. Deus nos salvou por Seu amor e deu Seu Filho por nós (Ef 2.8, 9). A graça de Deus é o Seu amor, que cobriu o salário do pecado, nos resgatou e nos deu a vida eterna (Rm 6.23).

Questionário.
1. Quem são os principais personagens da epístola?
R: Filemom, Onésimo e Paulo (Fm 1, 10).

2. Quem era Onésimo?
R: Um escravo fugitivo (Fm 12).

3. O que aconteceu a Onésimo na prisão?
R: Converteu-se a Cristo através de Paulo (Fm 10-12)

4. Qual foi o pedido de Paulo a Filemom?
R: Que ele recebesse a Onésimo como se fosse o próprio Paulo (Fm 17).

5. Com o passar dos tempos, o que Onésimo se tornou?
R: Tornou-se o bispo de Éfeso (Cl 2.6).

Fonte: Revista Jovens e Adultos, professor, 4º trimestre de 2015, ano 25, Nº 97, Maturidade Espiritual.


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