Lição 2 A
gratidão é o mais nobre sentimento da alma de um cristão.
11 de outubro de 2015.
Texto
Áureo
Lamentações 3.22
“As misericórdias do Senhor são a causa de não
sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim”.
Verdade
Aplicada
Tudo o que somos, fazemos ou adquirimos vem do
Senhor. Não há motivos para orgulho ou vaidade, pois Sua misericórdia é o nosso
sustento.
Objetivos
da Lição
- Informar que a
alma em momentos de glória ou de aflição pode esquecer de Deus;
- Mostrar os
benefícios do Senhor e nossa transformação por Sua infinita graça e amor;
- Destacar o
agir de Deus para conosco por meio de sua misericórdia, Seu amor paterno, Seu
conhecimento de nossas fragilidades.
Glossário
Instropecção: exame de si mesmo;
Vil: desprezível;
Alusão: referência.
Leituras
complementar:
Segunda Sl
51.5
Terça Lc
22.54-62
Quarta Rm
10.8
Quinta Ef
2.5
Sexta Tg
3.10
Sábado Mt
12.36
Textos de
Referência.
Salmos 103.1-6
1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que
há em mim bendiga o seu santo nome.
2 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te
esqueças de nenhum de seus benefícios.
3 Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades,
que sara todas as tuas enfermidades;
4 Que redime a tua vida da perdição; que te
coroa de benignidade e de misericórdia;
5 Que farta a tua boca de bens, de sorte que
a tua mocidade se renova como a águia.
6 O Senhor faz justiça e juízo a todos os
oprimidos.
Hinos
sugeridos.
124, 155, 257
Motivo de
Oração
Ore que para o seu coração seja sempre grato a
Deus.
Esboço da
Lição
Introdução
1. Bendize, ó minha alma, ao
Senhor.
2. Os benefícios do Senhor.
3. Lições para uma alma sã.
Conclusão
Introdução
Neste salmo, Davi expressa os sentimentos de
sua alma e condensa suas experiências em forma de adoração ao Senhor. Ele dá
instruções à sua própria alma para que não se esqueça dos benefícios de Deus.
1.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
A alma humana é problemática e tende a se
esquecer das bondades de deus em tempos de grandes provações. Davi sabia muito
bem disso e, neste salmo encontramos fazendo uma introspecção, dando um alerta
para a sua alma, para que ela não se esqueça de todo o trabalho realizado pelo
Senhor.
1.1. Falando
à própria alma.
Este salmo é impressionante porque o salmista
não se dirige à posteridade, mas a si mesmo. Ele diz: “Alma, agradeça a Deus
por tudo o que há em você. Agradeça por tudo o que você é” (Sl 103.1). E por
que Davi se dirige assim para sua própria alma? Ele sabe que o ser humano é
formado em iniquidade, que é fruto do pecado e possui tendências pecaminosas
(Sl 51.5). Davi sabe que a alma humana é vaidosa e pode num mesmo momento
repartir a glória com a depravação. É válido lembrar dos exemplos de Sansão,
Salomão e o próprio Davi, Davi reconhece que tudo o que é, e o que possui, é
mérito divino e que nada seria se a bondade do Senhor não recaísse sobre sua
vida.
Explique para os alunos que os salmos
eram cantados. No entanto, o salmo 103 traz uma declaração profunda de alguém
agradecido a um Deus amigo e protetor. Davi sabe que, em sua perspectiva de
vida, o máximo que alcançaria era se tornar um bom pastor de ovelhas. Ele sabe
que o Senhor o escolheu, o nomeou como rei sobre Seu povo e, por isso, deve
lembrar à sua alma para que não se envaideça, achando que por algum esforço,
achando que por algum esforço humano chegou a tal posição.
1.2. Alma,
não se esqueça os benefícios do Senhor.
A aposentadoria é um benefício que faz jus a
uma vida inteira de trabalho. É o justo reconhecimento dado a alguém que lutou
para conquistar tal mérito. Quando Davi diz para sua alma não se esquecer dos
benefícios do Senhor, fala de algo mais profundo. Ele fala de uma graça
imerecida, a qual lhe alcançou e lhe abençoou grandiosamente (Ef 2.8, 9). Ele
está dizendo literalmente para sua alma: “Não deixe que eu me esqueça de quem
eu era e não me deixe esquecer que um dia eu estava do outro lado”. Existem
dois momentos em que a alma humana pode se esquecer de Deus: a primeira
acontece em momentos de gloria; a segunda, em momentos de aflição (Lc
22.54-62).
Esclareça para os alunos que contar
as bênçãos recebidas é uma das maneiras de agradecer e abrir a porta para o
milagre acontecer em nossa vida, de expressar a nossa gratidão por tudo que o
Senhor tem feito por nós (Sl 123.3). Comente com eles que a Palavra de Deus nos
mostra que devemos ser gratos pelo favor recebido. Mostre para eles que quando
o rei Davi trouxe a Arca da Aliança de volta à tenda, ele orientou o povo a não
esquecer aquele feito de Deus: “Lembrai-vos das maravilhas que tem feito, de
seus prodígios, e dos juízos da sua boca” (1Cr 16.12).
1.3. Alma,
Ele te perdoa e te sara.
Davi fala dos benefícios que recebemos do
Senhor e diz que Ele perdoa “todas” as nossas iniquidades e sara “todas” as
nossas enfermidades (Sl 103.3). O benefício número um da lista é que Deus
perdoa “todos” os nossos pecados, não alguns, mas “todos”. Não existe um
pecador, por mais vil que seja, que o Senhor não possa perdoá-lo. Ele perdoa
todas as nossas falhas como pessoas, como cristãos, como pais, como irmãos e
como amigos. Perdoa nossa falta de amor pelos demais, nossa falta de fé e
compromisso para com Ele. Deus perdoa as nossas fraquezas. Ele é um grande
perdoador e a Palavra de Deus nos afirma que “Sua bondade e misericórdia nos
seguirão para sempre” (Pv 16.6; Rm 9.16).
Esclareça para os alunos que o Senhor
é poderoso para curar todas as nossas enfermidades. Entretanto, esse não é o
objetivo final. Seu propósito é livrar nossa alma da morte eterna, nos
libertando da escravidão do pecado (Lc 19.10). Deus não está obrigado a sarar
nossas enfermidades físicas, ainda que Seu propósito e por Sua vontade muitas
vezes o faça.
2. Os
benefícios do Senhor.
Seguindo a lista dos benefícios que a alma
humana deve glorificar a cada dia, neste ponto destacaremos três coisas
importantíssimas citadas pelo salmista: a redenção, a renovação e os caminhos
do Senhor.
2.1. Ele
é quem redime nossa alma da perdição.
Quando andávamos no mundo, vivíamos em trevas,
imersos num poço de obscuridade e, por não conhecer a verdade, o amor e a
misericórdia do senhor, éramos arrastados por correntes malignas, intermináveis
e infinitas. Éramos pessoas sem esperança, buscando soluções em nosso próprio
esforço, sem a fé em algo maior e mais poderoso (Ef 2.12; 1Pe 1.18, 19). Foi
dessa má e incerta qualidade de vida que o Senhor nos resgatou e disso a alma
não pode jamais se esquecer. Deus nos amou quando éramos ainda pecadores, o que
significa que nada fizemos de bom para que isso acontecesse. Ele resolveu nos
amar e ponto final (Rm 5.8). O salmista parecia ver os dias atuais, onde poucos
cristãos valorizam a salvação que receberam.
Informe para os alunos que a Bíblia
ensina que o Senhor nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o
reino do Filho do seu amor (Cl 1.13). Nós fomos transportados das trevas para a
luz. Em nossas perversidades estávamos em abismo profundo, sem esperança e o
Senhor em Sua misericórdia nos colocou numa posição privilegiada com Ele (Ef
2.6 8-16).
2.2 Farta
de bens a nossa boca e nos rejuvenesce.
Uma vez que o senhor nos resgata, acrescenta
algo mais a nossa vida. “Ele sacia de bens a nossa boca” quer dizer que Deus
nos faz nascer outra vez (Ef 2.5). A nova vida traz consigo a liberdade de
expressão, um novo cântico, e a boca declara aquilo que é abundante no coração
(Lc 6.45; Rm 10.8; Tg 3.10; Mt 12.36). Quando nossa boca fala do que é bom, é
porque algo aconteceu, isto é, a regeneração do nosso coração. O renovo do
Senhor é semelhante ao de uma águia. Quando todos pensam que ela está no fim,
ela renova suas garras, amola seu bico e alça um novo voo. A alma jamais pode
esquecer-se de que a última palavra vem de Deus.
Merece ser especialmente comentado
com os alunos que nossa vida deve ser sempre um louvor a Deus. Pelo simples
fato de estarmos vivos, tendo a possibilidade de servir ao Senhor, já é uma
grande benção de Deus para nós. É preciso constantemente lembrar de que, quando
estamos conscientes das bênçãos recebidas, e somos gratos a Deus por elas,
atrairemos mais bênçãos para nós. Quando pensamos no que estamos sendo gratos,
abrimos nossa mente para uma perspectiva. Perspectiva de que boas coisas nos
aconteçam. Esclareça para eles que a gratidão é a maior demonstração de
reconhecimento por um benefício recebido. A verdadeira gratidão que honra a
Deus não é traduzida apenas em palavras, pois envolve compromisso de obediência
a Ele e à Sua Palavra.
2.3. Os
caminhos do Senhor são conhecidos.
“Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os
seus feitos aos filhos de Israel” (Sl 103.7). Aqui vemos duas formas de
revelação exposta nas palavras do salmista. Moisés conheceu os “caminhos de
Deus” e os filhos de Israel os “feitos do Senhor”. Os feitos representam o que
Deus opera pela força de seu poder, os caminhos falam da intimidade, dos planos
que são manifestos apenas a um círculo mais íntimo. Moisés falava com Deus, os
filhos de Israel falavam com Moisés; Deus se revelava a Moisés, Moisés passava
o que ouvia de Deus a eles. Caminhos são coisas que a alma humana precisa
aprender a conhecer.
Informe para os alunos que o salmista
destaca aqui a intimidade de Deus com Moisés. O que vale mais: conhecer os
feitos ou os caminhos? Se milagres salvassem ou transformassem o caráter
humano, a nação de Israel seria, com certeza, a nação mais impecável do mundo.
Todavia, todos eles se perderam, mesmo tendo presenciado inúmeras maravilhas
realizadas por Deus. Jesus também realizou muitos milagres, mas fez questão de
frisar que era o “caminho”. O que buscamos em Deus: Seus feitos ou Sua Pessoa?
O que deseja nossa alma? (Sl 103.7).
3. Lições
para uma alma sã.
Neste ponto destacaremos três coisas
importantes que o salmista faz alusão: a maneira como Deus age em relação a nós
em Sua misericórdia, Seu amor paterno para conosco e como conhece nossas
fragilidades.
3.1. O
tratamento divino.
Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem
nos recompensou segundo as nossas iniquidades (Sl 103.10). Há momentos em que
Deus precisa disciplinar Seus filhos. Contudo, mesmo nesses casos, o julgamento
do Senhor é limitado e temporário. Se Deus aplicasse o castigo que de fato
merecemos, seriámos lançados fora de Sua presença para sempre. Nesse caso, Deus
usa conosco de misericórdia, esta é a causa de não sermos consumidos como
merecemos (Lm 3.22). E por que age assim? Porque a penalidade de nossos pecados
foi paga de uma vez por todas por um substituto na cruz do calvário (Cl
2.13-15).
Explique para os alunos que, quando
confiamos no Salvador, Deus nos perdoa de modo legítimo e, como não é possível
pagar duas vezes pelo mesmo crime, Ele nunca mais cobrará essa dívida de nós
(Rm 8.1). Reforce para eles que este salmo é atribuído a nos mais maduros de
Davi. Agora, por ter um senso mais aguçado do pecado, Davi sentia mais a
preciosidade do perdão, o que em sua mocidade não sabia discernir. Seu senso de
louvor e gratidão a Deus descreve seu amadurecimento.
3.2. O
Senhor se compadece dos que o temem.
Assim como um pai se compadece de seus filhos,
assim o Senhor se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece
daqueles que o temem (Sl 103.13). Aqueles que possuem uma aliança com Deus não
precisam temer. O salmista nos revela que Deus agirá conosco da mesma forma que
um pai amoroso age com seus filhos. Ao relembrar a parábola do capítulo 15 do
livro de Lucas, podemos entender melhor o que o salmista está a nos dizer.
Mesmo tendo aquele filho desperdiçado tudo o que possuía, ao voltar
arrependido, não encontrou um pai irado, nem disposto a puni-lo. Encontrou um
pai pronto a abraça-lo e a restituí-lo. Aquele jovem desejou voltar como um
empregado para casa, mas aquele pai lhe ensinou que ele nunca deixou de ser
filho (Lc 15.19-25).
Com bastante entusiasmo, explique
para os alunos que entre os muitos motivos para sermos gratos a Deus está a
nossa salvação, pois alcançamos do Eterno um favor imerecido (Ef 2.8, 9).
Reforce para eles que que a gratidão ao Pai deve ser o nosso alvo permanente e
esse alvo deve ser atingido, ainda que nos custe algum sacrifício. Esclareça
para eles que o arrependimento é o fruto de um coração grato e a marca de quem
teme a Deus.
3.3. Ele
conhece a nossa estrutura.
A misericórdia do senhor é imensa e ainda que
não possamos entende-la, nem medir Seu amor para conosco e o alcance de Sua
poderosa salvação, devemos ter em mente que Ele nos conhece por completo e,
como um pai cuidadoso e amoroso, se compadece de cada um de nós.
Esclareça para os alunos que o
salmista faz questão de relembrar à sua própria alma que ela surgiu do pó,
portanto, não há motivos para viver orgulhosamente (Gn 3.19). E frisa: “A vida
é muito passageira, amanhã sequer lembrarão que um dia existimos” (Sl 103.16).
Reforce que, após mencionar o tempo de vida do homem, o salmista fala dos anos
eternos de Deus. E o amor de Deus é como Sua vida. Deus é eterno e, portanto,
Seu amor é eterno. Quando Ele ama, ama para sempre. Ele nunca se cansa, nunca
desanima. Ele nunca nos abandona (Sl 103.17). Se formos infiéis, Ele permanece
fiel; não pode negar-se a si mesmo (2Tim 2.13).
Conclusão.
Aprendemos com Davi que não devemos jamais nos
esquecer de tudo o que o Senhor representa em nossa vida. Devemos, num ato de
estrema humildade, reconhecer que a vida é passageira e que a grande razão de
nossa existência é a misericórdia do Senhor estendida sobre nosso viver.
Questionário.
1. O que esse salmo apresenta de especial?
R: Uma profunda declaração de
agradecimento a Deus (Sl 103.1).
2. Em que momentos a alma tende a se esquecer
de Deus?
R: Em momentos de glória e de
aflição (Lc 22.54-62).
3. Cite o benefício número um da lista do
salmista?
R: Deus perdoa todos os nossos
pecados (Sl 103.3).
4. O que esse salmo revela acerca de Moisés?
R: Ele conheceu os “caminhos” do
Senhor (Sl 103.7).
5. Por que o salmista relembra que sua alma
veio do pó?
R: Para que nela não haja orgulho
(Sl 103.16).
Fonte: Revista Jovens e
Adultos, professor, 4º trimestre de 2015, ano 25, Nº 97, Maturidade Espiritual.
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