Lição 8 –
A Fidelidade no ministério.
22 de fevereiro de 2015.
Texto
Áureo
“Porque convém que o bispo seja irrepreensível,
como despenseiro na casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho,
nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância.” Tt 1.7
Verdade
Aplicada
A principal virtude no ministério do obreiro é
a fidelidade.
Objetivos
da Lição
a.
Apresentar
a fidelidade como característica primária do ministério cristão;
b.
Compreender
como se processa a fidelidade à Igreja e a família;
c.
Analisar
as principais credenciais exigidas no ingresso ao ministério.
Glossário
Credencial: Que confere a alguém
determinado direito; digno de crédito;
Nortear: Dirigir, guiar,
orientar;
Saduceus:
Partido político doutrinariamente oposto ao dos fariseus; negavam a existência
de anjos, espíritos, milagres e, especialmente, a ressurreição.
Hinos
sugeridos
115, 127, 224
Textos de
referência
Tt 1.6-9
6 aquele
que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não
possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.
7 Porque
convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não
soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe
ganância;
8 mas
dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante,
9
retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja
poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os
contradizentes.
Leituras
Complementares
Segunda 2Tm
2.2
Terça 2Tm
2.15
Quarta 2Tm
2.16
Quinta 2Tm
3.14
Sexta 2Tm
3.15
Sábado Hb
3.8
Esboço da Lição
Introdução
1.
As exigências do ministério
2.
As credenciais para o ministério
3.
Compromisso no exercício do ministério
Conclusão
Introdução
Ao estudarmos as cartas
pastorais, observamos que o ministério da casa de Deus precisa de homens que
sejam chamados, talentosos e cheios do Espírito Santo. Além disso, aprendemos
com a leitura da carta que Paulo escreve a Tito que todo líder, cuja
característica principal é a fidelidade, deve pautar-se por uma vida ética e
equilibrada.
1. As exigências do ministério.
Aquele que deseja e tem
vocação ministerial deve compreender que há várias exigências para o ingresso e
permanência no ministério. As principais condições são: fidelidade à família,
fidelidade à Igreja e fidelidade à sua vocação.
1.1 Fidelidade
a família
A fidelidade e o cuidado com a família estão no
centro da preocupação de Paulo. O apóstolo adverte os obreiros a cuidarem de
sua própria família. Chega, inclusive, a afirmar que se alguém não cuida dos
seus e, principalmente, dos da sua família, este negou a fé e é pior que os
incrédulos (1Tm 5,8). De acordo com Donald Guthrie, o lar é considerado o local
onde se faz o treinamento dos líderes cristãos. A vida e os serviços cristãos
devem começar na família. Sendo assim, os obreiros devem ser irrepreensíveis em
sua vida e no seu casamento, de modo a amar sua esposa e a trata-la com carinho
e respeito. Paulo diz que a conduta dos filhos é de responsabilidade dos pais
(Tt 1.6). John Stott defende seriamente o pensamento de que os pais são os
responsáveis pela crença e pelo comportamento de seus filhos (Pv 22.6). Vale
ressaltar que, infelizmente, para os pais cristãos cujos filhos se desviam na
fé ou dos princípios morais, a dor é bem mais intensa.
1.2. Fidelidade
a Igreja
A Igreja é o corpo espiritual de Cristo e que
também tem sua perspectiva institucional, que funciona através da vivência
comunitária. Somos todos membros do mesmo corpo, buscamos a unidade e vivemos a
mesma esperança cristã (1Co 12.26,27). De modo que desejamos o aperfeiçoamento
dos santos para Deus, devemos responder com fidelidade à Igreja. Essa
fidelidade envolve várias dimensões: fidelidade à liderança, fidelidade nas
relações institucionais, fidelidade nas contribuições (dízimos e ofertas),
fidelidade na participação da vida diária da Igreja, conforme Paulo escreve aos
Coríntios: “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um
deles seja encontrado fiel.” (1Co 4.2).
1.3 Fidelidade
a vocação ministerial
O ministro deve atender fielmente às
recomendações bíblicas (Tt 1.5-9).Ele deve estar consciente de que sua vocação
ministerial, quanto à sua função, responsabilidade, atuação na sociedade e
relacionamentos com sua liderança e liderados, deve ser pautada pela
fidelidade. É necessário que cada obreiro seja transparente e sincero tanto no
ministério da igreja local quanto em sua vida particular, ou seja, seu lar.
Essa fidelidade inclui compromisso com reuniões ministeriais, pontualidade,
assiduidade nos cultos e programações da igreja.
2. As
credenciais para o ministério
A Bíblia apresenta muitas exigências para
aqueles que estão ingressando ou já desenvolvem seu ministério. Dentre muitas
credenciais requeridas ao obreiro, destaca-se a necessidade de uma vida ética,
piedosa e equilibrada.
2.1 Ético
Entende-se por ética cristã um conjunto de
normas e regras fundamentadas na Palavra de Deus que norteiam a vida do
cristão. Nessa perspectiva, Paulo recomenda que os presbíteros precisam ser
irrepreensíveis em seu caráter e em sua conduta (Tt 1.7, 8). Desse modo, cada
obreiro deve apresentar uma clara evidência, pelo seu comportamento ético, de
ter sido regenerado pelo Espírito Santo e de que seu novo nascimento o tenha
levado a uma nova vida (2Co 5.17). Com isso o apóstolo nos ensina que a vida do
líder é a vida da sua liderança, isto é, que cada ministro deve buscar ter uma
vida de relacionamento ético com Deus, consigo mesmo e com seu ministério.
Entende-se ainda que essa ética deve estar presente nas relações com seus
pastores e amigos de ministério.
2.2 Piedoso
Assim como na primeira carta a Timóteo, a
piedade é um conceito relevante na carta de Tito (Tt 1.1). NA VISÃO DE Warrem
Wiersbe, a verdade do Evangelho transforma uma vida de impiedade em uma vida de
santidade (Tt 2.12). Infelizmente, muitos dos que frequentavam a igreja de
Creta, assim como alguns membros das congregações de hoje, professavam ser
salvos, mas levavam uma vida que negava essa profissão de fé. O obreiro piedoso
sempre busca pureza e santidade na vida (1Pe 1.16). O homem piedoso reverencia
a decência fundamental da vida e conserva o temor ao Senhor. É importantíssimo
lembrar que Deus se agrada de homens piedosos, como disse E. M. Bounds: “Deus
não unge plano, não unge métodos, Ele unge homens”.
2.3 Equilibrado
O apóstolo adverte Tito quanto ao orgulho,
temperamento, bebida, violência e dinheiro (Tt 1.8). Com isso, o apóstolo
indica a necessidade de uma vida ministerial equilibrada (2Tm 1.7; 4.5).
Segundo Hernandes Dias Lopes, é válido compreender que ninguém está apto para
liderar os outros se não tiver domínio de si mesmo. Aquele que domina a si
mesmo é mais forte do que aquele que domina uma cidade (Pv 16.32; 25.28). O
autocontrole da vida do obreiro é essencial, pois faz parte da lista de
virtudes cristãs e é uma das dimensões do fruto do Espírito (Gl 5.22). É certo
que aqueles que não têm domínio próprio, que se desequilibram facilmente,
acabam perdendo o respeito da família, da Igreja e da sociedade.
3
Compromisso no exercício do ministério
Quem é obreiro e participa ativamente no
ministério cristão sabe que há muitos quesitos a serem considerados quanto ao
seu desenvolvimento. O conhecimento das Escrituras é um dos principais
requisitos, pois é essencial conhecer, amar e ensinar a Palavra de Deus.
3.1 Conhecer
a Palavra de Deus
Desde o jardim do Éden até os nossos dias, um
dos focos do Diabo para provocar o homem a cair em tentação é suscitar dúvidas
acerca da Palavra de Deus (Mt 4.1-10). Então, é mais do que necessário que
conheçamos a Palavra (Mt 4.4; Sl 119.105). Jesus, ao se dirigir aos saduceus,
afirma que o erro surge em função do fato de não conhecermos as Escrituras (Mt
22.29; Os 4.6). Em outro momento, Cristo nos diz que, ao conhecermos a Palavra,
seguramente ela nos libertará (Jo 8.32).
A Bíblia contém a completa,
suficiente e final revelação da vontade de Deus para o homem (2Pe 1.20, 21).
Conhecer a Sagrada Escritura implica em estuda-la com cuidado e respeito. Cada
obreiro deve ser um fiel, ardoroso e empenhado estudante da Palavra de Deus
(2Tm 3.16-17; 2Pe 1.3; Jd 3; Hb 1.1-4).
3.2 Amar
a Palavra de Deus
Amar a Palavra de Deus está explicito em toda a
Bíblia. O livro de Salmos expressa bem essa verdade (Sl 1.1, 2). Davi declara:
“Como amo a tua lei! Penso nela o dia todo” (Sl 119.97). É importante
observarmos que todo o Salmo 119 nos convida a amá-la, estuda-la, compreendê-la
e praticá-la. É evidente que muitos conhecem a Palavra de Deus, mas não a
praticam. Possuem apenas um conhecimento teórico e especulativo. São apenas ouvintes,
mas não praticam diariamente a Palavra do Senhor (Tg 1.22). Além de ser homem
íntegro na sua relação com a igreja, o obreiro deve ter intimidade e
conhecimento das Escrituras (Tt 1.9). Deve ser um obreiro aprovado e que maneja
bem a Palavra da verdade (2Tm 2.15). Vivemos em uma época que as pessoas,
inclusive os cristãos (no caso, os evangélicos) desprezam a Palavra. Salomão
declara que quem despreza a Palavra nunca prosperará (Pv 13.13). A Igreja sem o
propósito de buscar maturidade na Palavra fica extremamente vulnerável e
volúvel (Hb 5.11, 12). Muitos líderes e igrejas, deixando-se seduzir pela
tentação dos números, se tornam superficiais quanto ao ensino da Palavra de
Deus. Há uma verdade que nós, cristãos, servos do Deus Altíssimo, não podemos
deixar de observar: obreiros fracos na Palavra geram membros fracos em
conhecimento, igrejas fracas em ensino, suscetíveis às seitas e heresias (2Tm
4.2-5), sujeitas à rebelião e à contemplação do completo esvaziamento em seus
cultos.
Muitos pastores, no afã de buscar
o crescimento de suas igrejas, abandonam o genuíno Evangelho e se rendem ao
pragmatismo prevalecente da cultura pós-moderna. Buscam não a verdade, mas o
que funciona; não é o certo, mas o que dá certo. Pregam para agradar seus
ouvintes e não para leva-los ao arrependimento. Pregam o que eles querem ouvir
e não o que eles precisam ouvir. Pregam outro evangelho, um evangelho
antropocêntrico, de curas, milagres e prosperidade, e não o Evangelho da cruz
de Cristo. Pregam não todo o conselho de Deus, mas doutrinas engendradas pelos
homens. Pregam não as Escrituras, mas as revelações de seus próprios corações. O
resultado desse semi-evangelho é que muitos pastores e pregadores passam a
fazer do púlpito um balcão de negócios, uma praça de barganhas, onde as Bênçãos
e os milagres de Deus são comprados por dinheiro. O resultado é que o povo de
Deus perece por falta de conhecimento e de padrões. (Hernandes Dias Lopes).
3.3
Ensinar a Palavra de Deus
Nas palavras de Paulo, os presbíteros (ou
bispos) são chamados essencialmente, para um ministério de mestre, que
necessita tanto do dom de ensino como de ser leal à mensagem que ensina (Tt
1.9). Em 1 Timóteo 1.15; 4.9; e Tito 3.8, é declarado que a Palavra é fiel e os
que ensinam e pregam a Palavra também devem ser fiéis. O obreiro deve
demonstrar capacidade para o ensino, deve exortar com poder, se ocupar do
conhecimento da verdade para aplicar corretamente a s Escrituras.
É valiosíssimo lembrar que o
obreiro não deve ser neófito (1Tm 3.16). O ministro deve ser um mestre na
Palavra. Ele precisa ser um estudioso exemplar da Bíblia e afadigar-se no texto
bíblico (1Tm 5.17). (Hernandes Dias Lopes)
Conclusão
Nessa lição, tivemos a oportunidade de aprender
a respeito da nossa fidelidade ao ministério. Ministério esse que implica em
sermos fieis a Deus, a família, à nossa chamada e vocação ministerial. Que Deus
nos capacite a cumprir com fé e total dedicação o nosso chamado ministerial.
Questionário
1.
Quais
são as principais exigências para o ministério?
R. Fidelidade
à família, à igreja e à vocação ministerial (Tt 1.5-9).
2.
Quais
são as credenciais para o obreiro?
R. ser
ético, piedoso e equilibrado (Tt 1.7, 8).
3.
Quais
são os compromissos do obreiro?
R. Conhecer,
amar e ensinar a Palavra (Tt 1.9).
4.
Por
que devemos conhecer a Palavra de Deus?
R. Porque
somente ela contém a completa, suficiente e final revelação da vontade de Deus
para o homem (2Pe 1.20, 21).
5.
Por
que devemos ensinar a Palavra de Deus?
R. Porque
quem despreza a Palavra nunca prosperará (Pv 13.13).
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