domingo, 22 de fevereiro de 2015

Lição 09 - Fidelidade na aplicação dos talentos

Lição 09 - Fidelidade na aplicação dos talentos
01 de março de 2015

Texto Áureo
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” Ec 9.10.

Verdade Aplicada
O Senhor não tem nenhum servo desocupado ou inábil. Ele deu talentos a cada um conforme sua capacidade, que devem ser aplicados com sabedoria.

Objetivos da lição
1. Conscientizar sobre o privilégio de servir ao Reino de Deus;
2. Enfatizar que somos responsáveis diante de Deus por todas as nossas capacidades;
3. Elencar as implicações do serviço ou do desserviço ao Reino de Deus.

Glossário
-           Envergadura: Pujança, capacidade e competência;
-           Maximizar: Elevar, potencializar, intensificar ao máximo;
-           Capacidade cognitiva: mecanismo mental do qual o indivíduo se vale ao utilizar sua percepção, memória, razão etc.

Textos de referência
Mt 25.16-19
16  E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos.
17  Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois.
18  Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19  E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.

Leituras complementares:
Segunda       Rm 12.6-8
Terça              2Co 3.4
Quarta           2Tm 2.20, 21
Quinta           1Co 15.58
Sexta             Ef 4.7, 8
Sábado          Cl 3.23, 24

Esboço da Lição
Introdução
1. Princípio da motivação
2. Princípio da responsabilidade
3. Princípio das consequências
Conclusão

Introdução
A parábola dos talentos nos arremete para a responsabilidade nos negócios do Reino. O talento representa a oportunidade e o aproveitamento de nossa capacidade no desenvolvimento do Reino de Deus (Mt 25.14-30). Ao contar essa parábola, Jesus prepara os discípulos para o momento em que eles terão que trabalhar em sua ausência física, e fazendo-os saber que ao retornar Ele pedirá conta.

1. Princípio da motivação
No Reino de Deus não basta fazer, mas também o porquê fazer. Conforme Provérbios 16.2, Deus observa e conhece os princípios de todas as ações. Ele sabe com precisão as intenções do coração.

1.1  Movidos pelo valor dos talentos
Percebe-se que nada na parábola é irrelevante. Os valores dos talentos nos levam a compreender a importância das habilidades dadas por Deus, tanto naturais como espirituais, com as quais podemos servir aos homens e glorificar a Deus, dando assim continuidade ao Seu Reino. Nenhum homem tem qualquer coisa de sua autoria, exceto seus pecados (RM3.23). Assim sendo, o valor inestimável de nossas capacidades deve nos motivar a maximizar nossos esforços no Reino de deus, procurando em cada ação e reação dar o nosso melhor (Ec 9.10).

1.2  Movidos pelo privilégio de servir
Não há nada mais grandioso nessa terra do que o Reino que Jesus implantou. Nada merece mais a nossa atenção (Mt 6.33). Servir no Reino de Deus é um dos maiores privilégios que o homem pode ter, pois atrai a atenção até mesmo de anjos (1Pe 1.12). A partir do momento em que o homem se engaja na excelência da obra de cristo, tudo mais se torna pueril (Fp 3.7-80. Não merecíamos participar do planejamento divino, mas por Sua condescendência fazemos parte desse grande projeto. Fomos chamados pela graça de Deus (Gl 1.15); engajamos em Seu Reino pela graça (1Co 15.10); contribuímos em Seu Reino pela graça (2Co 8.1-4). Portanto, nada merecemos, mas Deus nos abarcou em Sua obra e, por conseguinte, não deve ser vista como uma obrigação ou constrangimento, pelo contrário, deve ser encarada como um privilégio.

1.3 Movidos pelos resultados
AS implicações da desenvoltura de nossos talentos são as mais diversas, vai desde causar mudanças temporais na vida das pessoas, até mesmo a conduzi-las à salvação eterna de suas almas, e isso não tem preço (Sl 49.8). O apóstolo Paulo tinha como motivação maior do seu ministério o bem-estar da Igreja e, nesse sentido ele não media esforços e sacrifícios (2Co 12.15; At 20.24). Não devemos esquecer que somos resultados do que os outros fizeram. Aqueles que se habilitam a trabalhar no Reino que Jesus implantou se envolvem com pessoas procurando melhorar suas vidas, mas a mentalidade do servo inútil é marcada pela indiferença com o bem-estar dos outros. A aplicação dos talentos permite que o melhor homem se torne um homem ainda melhor (Jó 42.5, 6). Portanto devemos dar o nosso melhor para que o que é bom fique ainda melhor.

O talento, originalmente uma unidade de peso, que passou a ser uma unidade monetária, representava seis mil denários. Um denário equivalia ao trabalho de um dia, portanto um talento valia o trabalho de um indivíduo por mais ou menos 18 a 19 anos. Posteriormente o talento passou a indicar as habilidades ou dons naturais. Cada talento recebido é passível de melhorias. Eles podem e devem ser aperfeiçoados, e desse modo, as pessoas com quem convivemos também são favorecidas. Com os talentos em exercício, estaremos contribuindo para o desenvolvimento de seres humanos mais integro, colaborando para famílias coesas e cooperando para uma sociedade melhor.

2. Princípio da responsabilidade
Todos nós temos capacidades e oportunidades diferentes, mas também temos algo em comum: a responsabilidade de permanecer fiel a Deus e à Sua Palavra.

2.1 Responsabilidade de acordo com a capacidade
O Senhor não dá talentos indiscriminadamente, mas dá a cada um segundo suas capacidades (1Co 12.7). É manifesto na parábola que, na distribuição de talentos, o mesmo não foi dado a todos, cada um recebeu conforme sua envergadura (Mt 25.15). O Senhor não comete erros na atribuição de tarefas, tampouco pedirá conta além dos potenciais de cada um. Ele tão somente requer fidelidade (1Co 4.2). Em cada lugar, posição ou situação em que a providência divina nos colocar, nossa fidelidade estará sendo posta à prova (Rm 14.12). Somos responsáveis diante de Deus por todas as nossas capacidades, quer sejam pessoais, produtivas, cognitivas ou relacionais.

2.2 Responsabilidade no investimento
Podemos ser tentados a pensar que os talentos a nós confiados são para nosso próprio benefício e alegria, mas a verdade é que a parábola nos leva a compreender que os talentos são para alegria e “enriquecimento” do Senhor (Mt 25.20-23). O Mestre nos confia uma parcela de Suas riquezas não para gastarmos com nós mesmos, nem para enterrarmos, mas para “negociarmos” com ela. Aprendemos que o uso correto dos talentos a nós creditados fará ampliá-los. O caminho certo para aumentar nossas capacidades em Cristo é o exercício dos talentos que Ele nos deu. Sementes amontoadas e trancadas em um celeiro não se multiplicam (Ec 11.1) Façamos dos desdobramentos de nossos talentos uma espécie de investimento e, como todo investimento, os benefícios advindos desse alastramento do bem serão obtidos no amanhã (Cl 3.23, 24).

2.3 Responsabilidade no tempo confiado
Nenhum homem jamais alcançou lugares ou resultados elevados sem que tenha empregado sabiamente seu tempo. O estudante que aplica bem o seu tempo, o atleta que valoriza cada minuto e o agricultor que prepara o terreno no tempo adequado são mais bem-sucedidos. Isso não pode e nem deve ser diferente na vida do servo de Deus. Qualquer dia que se passe sem abraçar novas compreensões ou sem aproveitar as oportunidades, incorrerá em perdas irreparáveis. Provérbios 10.4 lança uma luz para quem objetiva alcançar êxito no que empreende fazer: “O que trabalha com mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a enriquecer-se”. O trabalho no Senhor não pode esperar, pois afluirá consequências eternas em dar ou não valor ao tempo. Paulo, ao advertir os cristãos de Éfeso e de Colossos sobre a necessidade de remir o tempo, nos faz compreender que o tempo tem seu “preço” (Ef 5.16; Cl 4.5). Ou seja, “remir o tempo” pode significar “comprar” o tempo, ser o dono dele. Portanto, quem se engaja nos “negócios” do Reino de Deus deve aproveitar as oportunidades, pois o Senhor não tem servos desocupados.

Na perícope do texto da parábola percebemos que não nos é permitido viver apenas contemplando o Reino, mas devemos instrumentalizar nosso corpo. Se vivermos ativamente aplicando nossas competências, as abstrações tornar-se-ão concreções. Deus nos concede tempo e habilidades e espera que usemos para benefício da humanidade e progresso de Seu Reino. Tanto os homens com habilidades comuns, como os com habilidades extraordinárias têm as mesmas oportunidades e serão avaliados e recompensados conforme suas competências (Jó 34.10-12). O nosso receio e acomodação poderão acarretar em censura e ainda impedir a nossa admissão no Reino de Deus (Mt 25.24-25).

3. Princípio das consequências
É certo que haverá o momento da prestação de contas, na qual cada indivíduo será recompensado ou punido, conforme agiu em relação aos talentos confiados. Os homens têm oportunidades e cada um pode agir de modo muito diferente em relação a elas.

3.1 O julgamento será inevitável
Embora possamos perder nossa capacidade de obedecer, Deus jamais perde a habilidade e o direito de comandar e exigir fidelidade de Seus servos (Sl 82.1). O nosso comparecimento diante de Deus para prestação de contas não é uma possibilidade, mas uma certeza (Mt 25.19). O Senhor há de trazer à tona todas as oportunidades aproveitadas ou perdidas. Cada “centavo” de talento será cobrado. O anonimato, a insignificância, a fraqueza, a imaturidade e outras desculpas, tantas vezes usadas como álibi para não assumir responsabilidades aqui, não nos manterão fora da apreciação divina. Portanto, a inevitabilidade do julgamento deve servir como incentivo para nossa diligência na aplicabilidade dos talentos que nos foram confiados.

3.2 Repreensão e condenação
A severa repreensão do Senhor ao servo descuidado (Mt 25.26) é uma evidência de que Deus julgará as pessoas não apenas por fazerem o mal, mas também por não fazerem o bem. Deixar de fazer o bem é uma das facetas do mal (Tg 4.17). A maldade do servo repreendido é demonstrada, não só por sua infidelidade, mas também por suas desculpas falsas e caluniosas (Mt 25.24). É notório que o acerto de contas não haverá como reivindicar a justiça, pois a própria justiça é quem condena. No dia do julgamento, a distinção entre o bem e o mal será rigorosamente desenhada, pois todos os véus e disfarces serão arrancados (Ml 3.18). “Senhor, Senhor”, naquele dia, será um grito de desespero vazio, já que não haverá mais oportunidade de remissão, pois a condenação já estará decretada (Mt 7.21, 23; 25.11, 12).

3.3 Reconhecimento e aprovação
Compreende-se pelo texto que os servos zelosos perceberam suas responsabilidades e logo começaram a aplicar os seus talentos. O desfecho não poderia ser diferente: a aprovação foi imediata (Mt 25.21, 23). Ser admitido à presença do Senhor e participar de Sua alegria é uma honra além da nossa compreensão. Esse reconhecimento de “bom” e “fiel” também pode referir-se à conduta e ao caráter. A cooperação entre a fé e as obras ocasionará o aperfeiçoamento do indivíduo que se habilita a servir no Reino de Deus (Tg 2.22, 26). Cada ser humano imbuído da fé em Jesus que canalizar suas habilidades em fazer o bem incondicionalmente, receberá aprovação e será recompensado (Mt 25.34).

O futuro só é incógnito para quem não se adequar ao Evangelho, pois para quem se amoldar a ele e se entregar aos afazeres do Reino, haverá recompensas.

Conclusão
Aprendemos nessa parábola que trabalhando para Deus cresceremos fortes nEle. O futuro para quem se adequar ao Evangelho e se entregar ao serviço do Reino será de recompensas, pois ouvirá do próprio Jesus Cristo: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.” (Mt 25.21).

Questionário

1.    O que representa o talento na vida do servo do Senhor?
R. Representa a oportunidade e o aproveitamento de nossa capacidade no desenvolvimento do Reino de Deus (Mt 25.14-30).

2.    O que podemos entender por “remir o tempo”?
R. Podemos entender por “comprar” o tempo, ser o dono dele (Ef 5.16; Cl 4.5).

3.    O nosso encontro com o Senhor para prestação de contas é uma possibilidade?
R. Não, é uma certeza (Mt 25.19).

4.    O que jamais devemos deixar de fazer?
R. O bem (Tg 4.17).

5.    O reconhecimento de “bom” e “fiel” nos arremete a quê?
R. À conduta e ao caráter (Mt 25.21, 23).


Fontes:
Bíblia Sagrada

Revista: Fidelidade – Editora Betel – 1º Trimestre de 2015

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