Lição 09
- Fidelidade na aplicação dos talentos
01 de março de 2015
Texto Áureo
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o
conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra
nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” Ec 9.10.
Verdade Aplicada
O Senhor não tem nenhum servo desocupado ou
inábil. Ele deu talentos a cada um conforme sua capacidade, que devem ser
aplicados com sabedoria.
Objetivos
da lição
1. Conscientizar sobre o privilégio de
servir ao Reino de Deus;
2. Enfatizar que somos responsáveis diante
de Deus por todas as nossas capacidades;
3. Elencar as implicações do serviço ou do
desserviço ao Reino de Deus.
Glossário
- Envergadura:
Pujança, capacidade e competência;
- Maximizar:
Elevar, potencializar, intensificar ao máximo;
- Capacidade cognitiva: mecanismo
mental do qual o indivíduo se vale ao utilizar sua percepção, memória, razão
etc.
Textos de
referência
Mt 25.16-19
16
E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e
granjeou outros cinco talentos.
17
Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois.
18
Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do
seu senhor.
19
E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas
com eles.
Leituras
complementares:
Segunda Rm
12.6-8
Terça 2Co
3.4
Quarta 2Tm
2.20, 21
Quinta 1Co
15.58
Sexta Ef
4.7, 8
Sábado Cl
3.23, 24
Esboço da
Lição
Introdução
1. Princípio da motivação
2. Princípio da responsabilidade
3. Princípio das consequências
Conclusão
Introdução
A parábola dos talentos nos arremete para a
responsabilidade nos negócios do Reino. O talento representa a oportunidade e o
aproveitamento de nossa capacidade no desenvolvimento do Reino de Deus (Mt 25.14-30).
Ao contar essa parábola, Jesus prepara os discípulos para o momento em que eles
terão que trabalhar em sua ausência física, e fazendo-os saber que ao retornar
Ele pedirá conta.
1.
Princípio da motivação
No Reino de Deus não basta fazer, mas também o
porquê fazer. Conforme Provérbios 16.2, Deus observa e conhece os princípios de
todas as ações. Ele sabe com precisão as intenções do coração.
1.1
Movidos pelo valor dos talentos
Percebe-se que nada
na parábola é irrelevante. Os valores dos talentos nos levam a compreender a
importância das habilidades dadas por Deus, tanto naturais como espirituais,
com as quais podemos servir aos homens e glorificar a Deus, dando assim
continuidade ao Seu Reino. Nenhum homem tem qualquer coisa de sua autoria,
exceto seus pecados (RM3.23). Assim sendo, o valor inestimável de nossas
capacidades deve nos motivar a maximizar nossos esforços no Reino de deus,
procurando em cada ação e reação dar o nosso melhor (Ec 9.10).
1.2
Movidos pelo privilégio de servir
Não há nada mais
grandioso nessa terra do que o Reino que Jesus implantou. Nada merece mais a
nossa atenção (Mt 6.33). Servir no Reino de Deus é um dos maiores privilégios
que o homem pode ter, pois atrai a atenção até mesmo de anjos (1Pe 1.12). A
partir do momento em que o homem se engaja na excelência da obra de cristo,
tudo mais se torna pueril (Fp 3.7-80. Não merecíamos participar do planejamento
divino, mas por Sua condescendência fazemos parte desse grande projeto. Fomos
chamados pela graça de Deus (Gl 1.15); engajamos em Seu Reino pela graça (1Co
15.10); contribuímos em Seu Reino pela graça (2Co 8.1-4). Portanto, nada
merecemos, mas Deus nos abarcou em Sua obra e, por conseguinte, não deve ser
vista como uma obrigação ou constrangimento, pelo contrário, deve ser encarada
como um privilégio.
1.3 Movidos pelos resultados
AS implicações da desenvoltura de nossos
talentos são as mais diversas, vai desde causar mudanças temporais na vida das
pessoas, até mesmo a conduzi-las à salvação eterna de suas almas, e isso não
tem preço (Sl 49.8). O apóstolo Paulo tinha como motivação maior do seu
ministério o bem-estar da Igreja e, nesse sentido ele não media esforços e
sacrifícios (2Co 12.15; At 20.24). Não devemos esquecer que somos resultados do
que os outros fizeram. Aqueles que se habilitam a trabalhar no Reino que Jesus
implantou se envolvem com pessoas procurando melhorar suas vidas, mas a
mentalidade do servo inútil é marcada pela indiferença com o bem-estar dos
outros. A aplicação dos talentos permite que o melhor homem se torne um homem
ainda melhor (Jó 42.5, 6). Portanto devemos dar o nosso melhor para que o que é
bom fique ainda melhor.
O talento, originalmente uma
unidade de peso, que passou a ser uma unidade monetária, representava seis mil
denários. Um denário equivalia ao trabalho de um dia, portanto um talento valia
o trabalho de um indivíduo por mais ou menos 18 a 19 anos. Posteriormente o
talento passou a indicar as habilidades ou dons naturais. Cada talento recebido
é passível de melhorias. Eles podem e devem ser aperfeiçoados, e desse modo, as
pessoas com quem convivemos também são favorecidas. Com os talentos em
exercício, estaremos contribuindo para o desenvolvimento de seres humanos mais
integro, colaborando para famílias coesas e cooperando para uma sociedade
melhor.
2.
Princípio da responsabilidade
Todos nós temos capacidades e oportunidades
diferentes, mas também temos algo em comum: a responsabilidade de permanecer
fiel a Deus e à Sua Palavra.
2.1 Responsabilidade de acordo com a
capacidade
O Senhor não dá
talentos indiscriminadamente, mas dá a cada um segundo suas capacidades (1Co
12.7). É manifesto na parábola que, na distribuição de talentos, o mesmo não
foi dado a todos, cada um recebeu conforme sua envergadura (Mt 25.15). O Senhor
não comete erros na atribuição de tarefas, tampouco pedirá conta além dos
potenciais de cada um. Ele tão somente requer fidelidade (1Co 4.2). Em cada
lugar, posição ou situação em que a providência divina nos colocar, nossa fidelidade
estará sendo posta à prova (Rm 14.12). Somos responsáveis diante de Deus por
todas as nossas capacidades, quer sejam pessoais, produtivas, cognitivas ou
relacionais.
2.2 Responsabilidade no investimento
Podemos ser tentados
a pensar que os talentos a nós confiados são para nosso próprio benefício e
alegria, mas a verdade é que a parábola nos leva a compreender que os talentos
são para alegria e “enriquecimento” do Senhor (Mt 25.20-23). O Mestre nos
confia uma parcela de Suas riquezas não para gastarmos com nós mesmos, nem para
enterrarmos, mas para “negociarmos” com ela. Aprendemos que o uso correto dos
talentos a nós creditados fará ampliá-los. O caminho certo para aumentar nossas
capacidades em Cristo é o exercício dos talentos que Ele nos deu. Sementes
amontoadas e trancadas em um celeiro não se multiplicam (Ec 11.1) Façamos dos
desdobramentos de nossos talentos uma espécie de investimento e, como todo
investimento, os benefícios advindos desse alastramento do bem serão obtidos no
amanhã (Cl 3.23, 24).
2.3 Responsabilidade no tempo confiado
Nenhum homem jamais alcançou lugares ou
resultados elevados sem que tenha empregado sabiamente seu tempo. O estudante
que aplica bem o seu tempo, o atleta que valoriza cada minuto e o agricultor
que prepara o terreno no tempo adequado são mais bem-sucedidos. Isso não pode e
nem deve ser diferente na vida do servo de Deus. Qualquer dia que se passe sem
abraçar novas compreensões ou sem aproveitar as oportunidades, incorrerá em
perdas irreparáveis. Provérbios 10.4 lança uma luz para quem objetiva alcançar
êxito no que empreende fazer: “O que trabalha com mão remissa empobrece, mas a
mão dos diligentes vem a enriquecer-se”. O trabalho no Senhor não pode esperar,
pois afluirá consequências eternas em dar ou não valor ao tempo. Paulo, ao
advertir os cristãos de Éfeso e de Colossos sobre a necessidade de remir o
tempo, nos faz compreender que o tempo tem seu “preço” (Ef 5.16; Cl 4.5). Ou
seja, “remir o tempo” pode significar “comprar” o tempo, ser o dono dele. Portanto,
quem se engaja nos “negócios” do Reino de Deus deve aproveitar as
oportunidades, pois o Senhor não tem servos desocupados.
Na perícope do texto da parábola
percebemos que não nos é permitido viver apenas contemplando o Reino, mas
devemos instrumentalizar nosso corpo. Se vivermos ativamente aplicando nossas
competências, as abstrações tornar-se-ão concreções. Deus nos concede tempo e
habilidades e espera que usemos para benefício da humanidade e progresso de Seu
Reino. Tanto os homens com habilidades comuns, como os com habilidades
extraordinárias têm as mesmas oportunidades e serão avaliados e recompensados
conforme suas competências (Jó 34.10-12). O nosso receio e acomodação poderão
acarretar em censura e ainda impedir a nossa admissão no Reino de Deus (Mt
25.24-25).
3.
Princípio das consequências
É certo que haverá o momento da prestação de
contas, na qual cada indivíduo será recompensado ou punido, conforme agiu em
relação aos talentos confiados. Os homens têm oportunidades e cada um pode agir
de modo muito diferente em relação a elas.
3.1 O julgamento será inevitável
Embora possamos
perder nossa capacidade de obedecer, Deus jamais perde a habilidade e o direito
de comandar e exigir fidelidade de Seus servos (Sl 82.1). O nosso
comparecimento diante de Deus para prestação de contas não é uma possibilidade,
mas uma certeza (Mt 25.19). O Senhor há de trazer à tona todas as oportunidades
aproveitadas ou perdidas. Cada “centavo” de talento será cobrado. O anonimato,
a insignificância, a fraqueza, a imaturidade e outras desculpas, tantas vezes
usadas como álibi para não assumir responsabilidades aqui, não nos manterão
fora da apreciação divina. Portanto, a inevitabilidade do julgamento deve
servir como incentivo para nossa diligência na aplicabilidade dos talentos que
nos foram confiados.
3.2 Repreensão e condenação
A severa repreensão
do Senhor ao servo descuidado (Mt 25.26) é uma evidência de que Deus julgará as
pessoas não apenas por fazerem o mal, mas também por não fazerem o bem. Deixar
de fazer o bem é uma das facetas do mal (Tg 4.17). A maldade do servo
repreendido é demonstrada, não só por sua infidelidade, mas também por suas
desculpas falsas e caluniosas (Mt 25.24). É notório que o acerto de contas não
haverá como reivindicar a justiça, pois a própria justiça é quem condena. No
dia do julgamento, a distinção entre o bem e o mal será rigorosamente
desenhada, pois todos os véus e disfarces serão arrancados (Ml 3.18). “Senhor,
Senhor”, naquele dia, será um grito de desespero vazio, já que não haverá mais
oportunidade de remissão, pois a condenação já estará decretada (Mt 7.21, 23;
25.11, 12).
3.3 Reconhecimento e aprovação
Compreende-se pelo texto que os servos zelosos
perceberam suas responsabilidades e logo começaram a aplicar os seus talentos.
O desfecho não poderia ser diferente: a aprovação foi imediata (Mt 25.21, 23).
Ser admitido à presença do Senhor e participar de Sua alegria é uma honra além
da nossa compreensão. Esse reconhecimento de “bom” e “fiel” também pode
referir-se à conduta e ao caráter. A cooperação entre a fé e as obras ocasionará
o aperfeiçoamento do indivíduo que se habilita a servir no Reino de Deus (Tg
2.22, 26). Cada ser humano imbuído da fé em Jesus que canalizar suas
habilidades em fazer o bem incondicionalmente, receberá aprovação e será
recompensado (Mt 25.34).
O futuro só é incógnito para quem
não se adequar ao Evangelho, pois para quem se amoldar a ele e se entregar aos
afazeres do Reino, haverá recompensas.
Conclusão
Aprendemos nessa parábola que trabalhando para
Deus cresceremos fortes nEle. O futuro para quem se adequar ao Evangelho e se
entregar ao serviço do Reino será de recompensas, pois ouvirá do próprio Jesus
Cristo: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te
colocarei; entra no gozo do teu Senhor.” (Mt 25.21).
Questionário
1.
O
que representa o talento na vida do servo do Senhor?
R.
Representa a oportunidade e o aproveitamento de nossa capacidade no
desenvolvimento do Reino de Deus (Mt 25.14-30).
2.
O
que podemos entender por “remir o tempo”?
R.
Podemos entender por “comprar” o tempo, ser o dono dele (Ef 5.16; Cl 4.5).
3.
O
nosso encontro com o Senhor para prestação de contas é uma possibilidade?
R. Não, é
uma certeza (Mt 25.19).
4.
O
que jamais devemos deixar de fazer?
R. O bem
(Tg 4.17).
5.
O
reconhecimento de “bom” e “fiel” nos arremete a quê?
R. À
conduta e ao caráter (Mt 25.21, 23).
Fontes:
Bíblia Sagrada
Revista: Fidelidade – Editora Betel – 1º
Trimestre de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário