A Verdadeira Fé Não Faz Acepção de Pessoas
TEXTO ÁUREO
"Todavia, se cumprirdes, conforme a
Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas,
se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como
transgressores"
(Tg 2.8,9).
VERDADE PRÁTICA
Não podemos fazer acepção de pessoas, pois o Senhor não fez conosco.
HINOS SUGERIDOS 11, 17, 23
LEITURA
DIÁRIA
|
|
Segunda - Dt 1.17 Diante de Deus, somos iguais
|
S
|
Terça - At 2.44 Uma igreja solidária
|
T
|
Quarta - Jó 5.16 Esperança para o pobre
|
Q
|
Quinta - 1 Co 1.28 O paradoxo divino
|
Q
|
Sexta - Fp 2.5-8 Nosso referencial de humildade
|
S
|
Sábado - 1 Pe 2.9 Das trevas para a luz
|
S
|
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 2.1-13
INTERAÇÃO
Quem é o pobre
deste mundo? Esta é uma pergunta que exige uma resposta complexa.
Naturalmente não poderemos respondê-la satisfatoriamente neste espaço.
Entretanto, nós temos a tendência de enxergar o pobre apenas sob a
perspectiva econômica. Este não deixa de ser um olhar verdadeiro e correto.
Por outro lado, precisamos levar em conta que o conceito de pobre não se
aplica apenas à perspectiva econômica, mas igualmente à perspectiva
educativa, psicológica ou de outras áreas. Em tese, o pobre é o desprotegido.
O analfabeto, por exemplo, pode ter dinheiro, mas encontra-se vulnerável
podendo ser ludibriado. Apesar de o texto de Tiago se referir ao aspecto
econômico da sua época, é importante refletirmos sobre outros tipos de
injustiças e pobrezas no mundo contemporâneo.
|
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Destacar o ensino de Tiago de que a fé não faz acepção.
Apontar a escolha de Deus pelos pobres aos olhos do mundo.
Distinguir a Lei Mosaica das Leis Real e da Liberdade
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
leve para a sala de aula recortes de revistas ou jornais sobre temas que
revelem as diversas classes sociais no Brasil. Divida a turma em grupos. Em
seguida, peça aos grupos para escolherem uma reportagem e identificarem a
classe social por ela representada. Dê um tempo para que os alunos leiam e
debatam a matéria em grupo. Encerrado o tempo de discussão, faça as perguntas
para os grupos de acordo com o esquema da página seguinte. Ouça as respostas
e conclua dizendo que no Brasil há diversas classes sociais - hoje
classificadas em A, B, C, D e E. E. Isso significa que o nosso país é plural.
Afirme que as Escrituras são taxativas quanto ao pecado de discriminação de
pessoas socialmente menos abastadas.
|
PERGUNTAS
PARA DEBATE
|
·
Qual a classe social representada na matéria?
·
Em sua opinião há desigualdade social no Brasil?
·
Você percebe esta desigualdade em sua igreja local?
·
Como você lida com tal realidade?
·
Você acha certo haver discriminação social na
igreja local? Por quê?
|
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
1. Em Cristo a fé é imparcial. O primeiro conselho de
Tiago para a igreja é o de não termos uma fé que faz acepção de pessoas (v.1). Mas é possível haver favoritismo social
onde as pessoas dizem-se geradas pela Palavra da Verdade? As Escrituras mostram
que sim. Aconteceu na igreja de Corinto quando da celebração da Ceia do Senhor
(1 Co 11.17-34). Hoje, não são poucos
os relatos de pessoas discriminadas devido a sua condição social na igreja.
Ora, recebemos uma nova natureza em Cristo (Cl
3.10), pois Ele derrubou o muro que fazia a separação entre os
homens (Ef 2.14,15) tornando possível a igualdade entre eles,
ou seja, estando em Jesus, "não há grego nem judeu, circuncisão nem
incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos"
(Cl 3.11). É, portanto, inaceitável e
inadmissível que exista tal comportamento discriminatório e preconceituoso
entre nós.
2. O amor de Deus tem de ser manifesto na
igreja local. Havia na congregação, do tempo de Tiago, a acepção de pessoas. Segundo
as condições econômicas, "um homem com anel de ouro no dedo, com trajes
preciosos" era convidado a assentar-se em lugar de honra, enquanto o
"pobre com sórdido traje" era recebido com indiferença, ficando em
pé, abaixo do púlpito (vv.2,3). Tudo isso acontecia num culto solene a
Deus! A Igreja de Cristo tem como princípio eterno produzir um ambiente regado
de amor e acolhimento, e para isto "não há judeu nem grego; não há servo
nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus" (Gl 3.28).
3. Não sejamos perversos (v.4). A expressão "juízes de maus
pensamentos" aplicada no texto bíblico para qualificar os que
discriminavam o pobre nas reuniões solenes, não se refere às autoridades
judiciais, mas aos membros da igreja que, de acordo com a condição social, se
faziam julgadores dos próprios irmãos. O símbolo da justiça é uma mulher de olhos
vendados, tendo no braço esquerdo a balança e, no braço direito, a espada. Tal
imagem simboliza a imparcialidade da justiça em relação a quem está sendo
julgado. Portanto, a exemplo do símbolo da justiça, não fomos chamados a ser
perversos "juízes", mas pessoas que vivam segundo a verdade do
Evangelho. Este nos desafia a amar o próximo como a nós mesmos (Mc 12.31).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Em Cristo, o crente não pode se mostrar parcial e, por isso, o amor de
Deus deve ser manifestado na igreja local através dele. O crente não pode ter
um coração perverso
1. A soberana escolha de Deus. É bem verdade que
muitas pessoas ricas têm sido alcançadas pelo Evangelho. Mas ouçamos com
clareza o que a Bíblia diz acerca dos pobres. Deus é soberano em suas escolhas.
E de acordo com a sua soberana vontade Ele escolheu os pobres deste mundo. De
maneira retórica, Tiago afirma: "Porventura não escolheu Deus aos pobres
deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do Reino que prometeu aos que o
amam?" (v.5). É possível que as
igrejas às quais Tiago dirigiu a Epístola talvez tivessem se esquecido de que é
pecado fazer acepção de pessoas. Ainda hoje não podemos negligenciar esse
ensino! O Senhor Jesus falou dos pobres nos Evangelhos (Lc 4.18; Mt
11.4,5) e, mais tarde, no
Sermão da Montanha repetiu: "Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso
é o reino de Deus" (Lc 6.20).
2. A principal razão para não desonrar o
pobre (v.6). Apesar de Deus ter
escolhido os pobres, a igreja do tempo de Tiago fez a opção contrária.
Entretanto, o meio-irmão do Senhor traz à memória da igreja que quem a oprimia
era justamente os ricos. Estes os arrastaram aos tribunais. Como podiam eles
desonrar os pobres, escolhidos por Deus, e favorecer os ricos que os oprimiam?
É triste quando escolhemos o contrário da escolha de Deus. As Palavras de Jesus
ainda continuam a falar hoje: "O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que
me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em
liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor" (Lc 4.18,19).
Somos os seus discípulos? Então para sermos coerentes com o Evangelho termos de
encarnar a missão de Jesus. Desonrar o pobre é pecado!
3. Desonraram o Senhor. Após lembrar a igreja
da escolha de Deus em relação aos pobres deste mundo, Tiago exorta os irmãos a
reconhecerem o favoritismo que há dentro da comunidade cristã: "Mas vós
desonrastes o pobre" (v.6). Já
os ricos, são recebidos com toda a pompa. No versículo 7, o meio-irmão do
Senhor pergunta: "Porventura, não blasfemam eles [os ricos] o bom nome que
sobre vós foi invocado?" (v.7).
Estamos frente a algo reprovável diante de Deus: a discriminação social na
igreja. Por isso é que o favoritismo, a parcialidade e quaisquer tipos de
discriminação devem ser combatidos com rigor na igreja local, principalmente
pela liderança. Esta deve dar o maior dos exemplos. Quem discrimina não
compreendeu o que é o Evangelho!
SINOPSE DO TÓPICO (2)
As Escrituras mostram a principal razão para o crente não desonrar os
pobres: Deus os escolheu aos olhos do mundo.
1. A Lei Real. A lei real é esta: "Amarás o teu
próximo como a ti mesmo" (v.8).
Essa é a conclamação de Tiago a que os crentes obedeçam a verdadeira lei. O
termo "real", no versículo 8, refere-se aquilo que é o mais
importante da lei, a sua própria essência. Portanto, quem faz acepção de
pessoas está quebrando a essência da lei. O amor ao próximo é o coração de toda
lei: "A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis
uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. [...] O amor não faz mal
ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13.8,10).
Só o amor é capaz de impedir quaisquer tipos de discriminação. Quem ama, não
precisa da lei (Gl 5.23).
2. A Lei Mosaica. Na época em que a
Epístola de Tiago foi escrita os judeus faziam distinção entre as leis
religiosas mais importantes e as menos importantes, segundo os critérios
estabelecidos por eles mesmos. Os judeus julgavam que o não cumprimento de um
só mandamento acarretaria a culpa somente daquele mandamento desobedecido. Mas
quando a Bíblia afirma "Porque aquele que disse: Não cometerás adultério,
também disse: Não matarás", está asseverando o aspecto coletivo da lei.
Isto é, quem desobedece um único preceito, quebra, ao mesmo tempo, toda a lei.
Embora os crentes da igreja não adulterassem, faziam acepção de pessoas. Eles
não atendiam a necessidade dos órfãos e das viúvas e, por isso, tornaram-se
"transgressores de toda a lei". No Sermão da Montanha, nosso Senhor
ensinou sobre a necessidade de se cumprir toda a lei (Mt 5.17-19; cf. Gl
5.23; Tg 2.10).
3. A Lei da Liberdade. A Lei da Liberdade é o
Evangelho. Por ele o homem torna-se livre. Liberto do pecado, dos preconceitos
e da maneira mundana de pensar (Rm 6.18).
Quem é verdadeiramente discípulo de Jesus desfruta, abundantemente, de tal
liberdade (Jo 8.36; Gl 5.1,13).
Entretanto, como orienta Tiago, tal liberdade deve vir acompanhada da
coerência: "Assim falai, e assim procedei" (v.12). O crente pode falar, pode ensinar e até
escrever sobre o pecado de fazer acepção de pessoas. Mas na verdade, é a sua conduta
em relação aos irmãos que demonstrará se ele é, de fato, um liberto em Cristo
ou um escravo deste pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A Lei Mosaica destaca-se da Real e da Liberdade. Estas representam a
nova aliança de Deus com a humanidade; enquanto aquela, a antiga
CONCLUSÃO
O segundo capítulo da Epístola de Tiago é uma voz do Evangelho a ecoar
através dos tempos. Ele rotula a acepção de pessoas como pecado lembrando-nos
de que Deus escolheu os "pobres deste mundo para serem ricos na fé e
herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam". Assim, se a nossa vontade
estiver de acordo com a vontade de Deus, amaremos os pobres como a nós mesmos.
E conscientizar-nos-emos de que esse amor exige de nós ações verdadeiras,
sinceras, e não apenas de vãs palavras religiosas que até mesmo o vento se
encarrega de levar (cf. Tg 2.15-17).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsídio Teológico
"'Mas vós desonrastes o pobre' (v.6). A acepção de pessoas, no sentido desta
passagem, por conta das suas riquezas e da aparência exterior, é apresentada
como um pecado muito grave, em virtude dos prejuízos devidos à riqueza e
grandeza mundanas, e a tolice que há no fato de cristãos prestarem
consideração indevida por aqueles que não têm consideração alguma nem por seu
Deus nem por eles: 'Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam
aos tribunais? Porventura, não blasfemam eles o bom nome que o sobre vós foi
invocado? (vv.6,7). Considerai como é comum que as riquezas
sejam incentivos aos vícios e ao dano da blasfêmia e da perseguição. Pensai
nas muitas calamidades que vós mesmos tolerais, e nas grandes afrontas que
são lançadas sobre vossa fé e vosso Deus por homens de posses, poder e
grandeza mundanos; e isso vai fazer vossos pecados parecerem extremamente
pecaminosos e tolos, ao construirdes aquilo que tende a vos destruir, e a
destruir tudo que estais edificando, e a desonrar esse nome pelo qual sois
chamados.' O nome de Cristo é um nome digno; ele reflete honra, e dá
dignidade aos que o usam" (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo
Testamento: Atos a Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.833).
|
Sórdido: Que é ou está sujo, que
tem sujeira no corpo e na roupa.
Retórica: A arte de bem
argumentar.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
EDREDEG, John. Um
Mestre Fora da Lei: Conhecendo a surpreendente, perturbadora e
extravagante personalidade de Jesus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento: Atos
a Apocalipse. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador
Cristão CPAD
nº58. p.39.
EXERCÍCIOS
1. Segundo a
lição, qual é o primeiro conselho de Tiago para a igreja?
R. O primeiro conselho de Tiago para a igreja é o de não termos uma
fé que faz acepção de pessoas (v.1).
2. É possível haver favoritismo social onde as
pessoas dizem-se geradas pela Palavra da Verdade?
R. As Escrituras mostram que sim. Aconteceu na igreja de Corinto
quando da celebração da Ceia do Senhor (1 Co
11.17-34).
3. Por que o favoritismo, a parcialidade e quaisquer tipos de
discriminação devem ser combatidos com rigor na igreja local, principalmente
pela liderança?
R. Estamos frente a algo reprovável diante de Deus: a discriminação
social na igreja.
4. A que se
refere o termo "real", no versículo
8?
R. O termo "real", no versículo 8, refere-se aquilo que é o
mais importante da lei, a sua própria essência.
5. De acordo
com a lição, o que é a Lei da Liberdade?
R. A Lei da Liberdade é o Evangelho..
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário