terça-feira, 20 de maio de 2014

Lição 8 - Complexo de culpa, o tormento da alma humana

Lição 8 - Complexo de culpa, o tormento da alma humana

LIÇÃO 8 – 25 de maio de 2014 – Editora BETEL
Complexo de culpa, o tormento da alma humana
TEXTO AUREO

“E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar.” 2 Co 12.7

VERDADE APLICADA

Não se pode permitir que acontecimentos anteriores à conversão continuem punindo o Homem, uma vez que já somos purificados pelo sangue de Jesus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Definir o que é complexo de culpa;
 Explicar como este complexo atua no indivíduo;
 Mostrar como Deus age na vida de quem sofre com o complexo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

2Co 12.6 - Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas deixo isso, para que ninguém cuide de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve.
2Co 12.7 - E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
2Co 12.8 - Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim.
2Co 12.9 - E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

Assim como o Senhor foi humilde em seu ministério entre os homens, os vasos devem se contentar com o fato de serem feitos apenas de barro, se realmente quiserem anunciar o evangelho (4.7). “ Esta deve ser a atitude de todos aqueles que procuram ministrar a outros em nome de Cristo.
Paulo menciona então o seu espinho na carne (7) para reforçar o ponto que acaba de provar. O Senhor quer que os seus vasos continuem de barro “para deixar claro que um poder tão surpreendente vem de Deus e não de nós” (4.7, cf. Bíblia de Jerusalém). Vemos agora que a razão por trás da revelação de sua maravilhosa experiência, era que ele podia expor e explicar a sua maior deficiência. Hughes escreve: “E realmente extraordinário como, por uma espécie de paradoxo, a explicação de sua mais profunda humilhação exija a revelação de sua maior exaltação, de forma que o ponto exato onde seus adversários o consideram ser mais desprezível, esteja ligado a uma experiência inefável que ultrapassa de longe o brilho do espalhafatoso enfeite da exaltação deles”. Dessa forma, a hipocrisia da posição dos oponentes de Paulo é revelada, e pode ser contemplada por todos.
O propósito do espinho é duplamente indicado pela repetição da frase para que me não exaltasse.Este espinho lhe foi dado como um mensageiro de Satanás, para o esbofetear, para que o seu ministério fosse exercido na mais profunda humildade. Quanto maiores eram os seus privilégios de graça e apostolado, mais necessário era que ele percebesse a sua absoluta dependência do Senhor. Bastaria que o Senhor Deus retirasse a sua boa mão, e Paulo estaria inteiramente sob o poder de Satanás. Paulo se expressa de um modo um tanto paradoxal: aquilo que Satanás utiliza como um instrumento de tortura contra Paulo pode servir, na providência de Deus, para um propósito divino na vida do apóstolo.
Embora o significado principal e clássico de skolops (espinho) seja “estaca”, um bastão de madeira afiado, este termo é usado principalmente na Septuaginta (Nm 33.35; Ez 28.24; Os 2.6) e nos papiros como espinho, estilhaço ou lasca. Pillai sugere que o quadro seja o de um arador descalço que tem um espinho em seu pé. Devido à falta de métodos de esterilização eficazes, ele acha mais seguro deixá-lo ali do que removê-lo. Assim ele manca por algumas semanas até que uma pele mais grossa se forme em torno do espinho; então ele o arrancará de forma segura com uma faca. O quadro que Paulo descreve é de algo afiado, dolorosa e profundamente cravado na carne, que não pode ser removido, mas continua causando uma dificuldade crescente. O verbo esbofetear, no presente do subjuntivo, apresenta a ideia de contínua repetição de golpes fulminantes dados com os punhos cerrados (Mt 26.67; cf. 1 Co 4.11).
Mas podemos identificar especificamente aquilo a que Paulo se refere? Ele o chama de espinho na carne (skolops te sarki). O termo na não está expresso literalmente através do termo en, mas deriva de uma interpretação locativa do dativo te sarki. Tal construção denotaria mais naturalmente alguma coisa embutida na carne, uma dor física. Entretanto, se o apóstolo quis dizer isso, pareceria mais natural que tivesse dito en te sarki, como em Gálatas 4.14. Portanto, a expressão é melhor interpretada como um dativo de desvantagem, “para a carne”, isto é, para a inconveniência da carne. Isto não o limita a uma aflição física, nem a exclui como uma aflição desta natureza.
Existe uma grande lista das melhores suposições. Não sabemos e nem podemos saber a que o apóstolo estava se referindo ao mencionar o seu espinho na carne. Sem dúvida foi melhor que ele não falasse de modo claro o suficiente para que entendêssemos. Da forma como está, todos nós temos uma inspirada orientação para o nosso “espinho na carne” particular. Temos uma perspectiva a partir da qual tratar aquilo que atormenta a nossa natureza exterior, quer seja uma aflição física, a ação de outras pessoas ou circunstâncias específicas que nos humilhem. Lenski insiste em que não só não nos é dado saber, como também nem mesmo os coríntios podiam entender a linguagem figurada de Paulo: “Paulo conta sobre este espinho na carne como conta sobre seu arrebatamento ao Paraíso pela primeira vez. Nas duas ocasiões, ele revela segredos íntimos de sua vida pessoal que nunca antes foram expostos aos coríntios, e que só são revelados agora sob o imperativo da situação”.
Qualquer que fosse a natureza do espinho mortificante, o apóstolo orou fervorosamente para que se desviasse dele (8). O Senhor a quem Paulo dirigiu suas orações é Cristo (9), indicando que Paulo iguala Cristo a Deus como o Receptor da oração. Como o seu Senhor no Jardim do Getsêmani (Mt 26.44), Paulo fez o seu pedido de libertação por três vezes. Até o resultado é similar: “Não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39). Paulo conhecia a experiência de não ter suas orações atendidas de acordo com os seus desejos humanos.
A resposta é definitiva. E disse-me: (eireken) é o tempo verbal perfeito, indicando que a decisão continua de pé. A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza (9). O sofrimento de Paulo é mostrado como necessário, porque o poder divino se aperfeiçoa com a fraqueza humana; está completo, consumado (teleitai) ou cumpre seu propósito (telos) quando o homem alcança o ponto da absoluta fraqueza. Só então ele se torna um instrumento adequado nas mãos do Senhor: “O poder alcança sua máxima intensidade na fraqueza” (NEB).
graça (8-9) que é suficiente (cf. 3.5) para o apóstolo não é somente a generosidade de Deus manifestada na vida, morte e ressurreição de Cristo, mas também o poder de Cristo (cf. 1 Co 15.10). Assim, Paulo não está meramente resignado com suas fraquezas; ele aceita a vontade de Deus como a sua própria. Ele, com alegria, se gloria na sua fraqueza - para que em mim habite o poder de Cristo (isto é, amplie a sua cobertura, episkenose; cf. Lc 9.34). O verbo pode conter uma alusão à Shekinah, a glória divina que repousava no antigo Tabernáculo no deserto (cf. Jo 1.14).
Agora somos confrontados com uma revelação muito diferente daquela de 12.1-4, onde era uma questão de visão do paraíso e palavras inefáveis. Aqui, é a palavra da graça, em um encontro pessoal, que dá o significado do sofrimento e apoio ao que sofre. A medida que a vida do apóstolo se ligava ao mundo celestial de um modo especial, ele também era atingido de algum modo pelo poder satânico que estava em ação em seus sofrimentos. Este é o paradoxo de sua existência. Seu ministério, como de um verdadeiro servo de Cristo, necessariamente compartilha o ministério de seu Senhor.
O ponto máximo da carta foi alcançado nessa passagem. Paulo relacionou a descrição do seu espinho na carne de modo que o princípio básico de seu ministério pudesse ser claramente revelado. Sob a perspectiva da Palavra do Senhor, poderíamos entender: “A minha força encontra o seu escopo completo na tua fraqueza” (Knox). O apóstolo olha atentamente para a sua vida, e traz tudo ao foco - a inadequação humana abre espaço para a adequação da graça e do poder de Deus em Cristo. Pelo que, ele pode sentir prazer (“estar bem contente com”, NASB) em seu estado de fraqueza por amor de Cristo. Porque, como ele diz, quando estou fraco, então, sou forte (10). Seu ministério está protegido pela força do Senhor. Esta é a sua garantia de tranquilidade.
Suas fraquezas, em vez de atrapalhar, na verdade criam espaço para que o poder do Cristo ressuscitado seja revelado em seu ministério (4.7-10; 6.4-10). Ele especifica as suas fraquezas por meio das quatro frases iniciadas pela partícula nas que seguem a sua menção. Paulo teve que suportarinjúrias e maus tratos de seus inimigos; ele não foi capaz de se elevar acima das necessidades e sofrimentos; ele teve que fugir de perseguições e sofreu angústias (situações de aperto de onde não podia escapar). Tudo isto ele suporta alegremente por amor de Cristo! O poder do Reino é o oposto do poder do mundo.
Ao concluir a jactância que foi forçado a expressar, o apóstolo revela dois princípios essenciais que se aplicam ao testemunho cristão, 12.1-10. O primeiro é que devemos ser extremamente modestos ao falar de nossas extraordinárias experiências espirituais: 1) para não atrairmos mais atenção para nós mesmos do que para Cristo, 1-5; e 2) para não falarmos além do que pode ser claramente corroborado por nossa conduta, 6. O segundo é que, quando tivermos que chamar a atenção para nós mesmos no curso de nosso testemunho: 1) O nosso falar deve ser relacionado à nossa condição de fraqueza no mundo, 5, 7; a fim de que 2) possa ficar claramente evidente que nossa fraqueza é realmente a nossa força “em Cristo”, 8-10.
Fonte: Comentário Beacon

Introdução
Esta lição irá abordar um tema recorrente no meio da Igreja: complexo de culpa. Esta é uma das enfermidades da alma que mais atinge o povo de Deus. Muitos de nós, devido a uma vida pregressa mergulhada no pecado, têm dentro de si motivos para achar-se responsável por algo ocorrido no passado. O que resulta numa constante cobrança interna, prejudicando o desenvolvimento e o bem estar da vida cristã. No entanto, à luz da Palavra de Deus, o homem encontra refrigério quando, através do arrependimento, supera o sentimento de culpa que o atormentava.

OBJETIVO
 Definir o que é complexo de culpa;

1. Arrependimento, uma decisão necessária.
ARREPENDIMENTO
Decisão de mudança total de atitude e de vida, em que a pessoa, por ação divina, é levada a reconhecer o seu pecado e a sentir tristeza por ele, decidindo-se a abandoná-lo, baseando sua confiança em Deus, que perdoa.
Em muitos casos, é possível observar que nem todos os indivíduos conseguem passar pelo processo de arrependimento. Há casos em que, mesmo identificando o mal cometido, o sujeito não chega ao arrependimento, agindo como se nada houvesse acontecido. Tornam-se situações preocupantes quando a pessoa passa a nutrir contra si mesma sentimentos negativos relacionados com o complexo, resultando em uma mágoa tão profunda contra si que produzirá um sintoma semelhante ao de depressão, gerando a sensação de vazio ou, muitas vezes, de perda por não ter tomado a atitude no momento oportuno. O primeiro passo para superar o sentimento de cupa é reconhecer o erro (Pv 28.13 Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia.).

1.1. Como age a culpa?
CULPA
Estado daquele que é culpado. Responsabilidade de um ato ou uma omissão de um crime.
O sentimento de culpa atinge drasticamente as emoções do homem (SI 38.18Confesso a minha culpa; em angústia estou por causa do meu pecado.). O indivíduo sofre com uma dor extrema que acomete diretamente a alma. Por isso relacionamos esse tipo de complexo à enfermidade da alma. Tal sentimento leva, muitas vezes, a incapacidade do indivíduo de sentir-se completamente feliz, fazendo-o crer que jamais se livrará deste sentimento (ISm 1.15a Ana respondeu: Não se trata disso, meu senhor. Sou uma mulher muito angustiada.) e, consequentemente, estará fadado a viver uma vida miserável, já que a culpa não o permite se esquecer do seu pecado (Is 59.12 Sim, pois são muitas as nossas transgressões diante de ti, e os nossos pecados testemunham contra nós. As nossas transgressões estão sempre conosco, e reconhecemos as nossas iniquidades:).
O pecado zomba e se multiplica (12). “Os loucos zombam do pecado” (Pv 14.9), mas, no fim das contas, o pecado zomba do louco, porque os nossos pecados testificam contra nós (12). O pecado na sua segunda edição é sempre mais grave do que na primeira. Tanto Daniel como Esdras citam essa passagem de Isaías (cf. Dn 9.5-15 e Ed 9.6-15). “Nossa culpa se avoluma diante de nós, nossos pecados nos acusam; a vergonha nos assola; confessamos nossa iniquidade”.
O sentimento que a culpa provoca afasta cada vez mais o homem da presença de Deus. Por isso é necessário que haja um novo encontro com o Senhor, afim de que se possa desenvolver uma nova vida sem culpa e totalmente restaurada (Mt 11.28). No caso de Adão, Deus impôs um novo começo para que, em nova condição, pudesse se livrar da culpa e restituir a sua comunhão com Ele (1 Co 5.17).

1.2. Inerte ao arrependimento
INERTE
Não tem atividade; parado.
Em casos de inércia ao arrependimento, o indivíduo não demonstra que se arrependeu pelo que fez ou deixou de fazer. No entanto carrega em si uma dor extrema que faz com que ele não se esqueça da atitude tomada. Embora não tenha arrependido, a culpa produz uma série de sentimentos desagradáveis, o que acaba caracterizando o complexo de culpa (lRs 21.27 Quando Acabe ouviu essas palavras, rasgou as suas vestes, vestiu-se de pano de saco e jejuou. Passou a dormir sobre panos de saco e agia com mansidão.).
A princípio, Acabe não demonstrou culpa, pois sua ganância era tamanha que não percebeu o mal que havia cometido, talvez possa ter pensado que a culpa pela morte de Nabote era de Jezabel. No entanto, ao perceber seu erro através das palavras do profeta Elias, foi tomado de intensa dor e sofrimento causados pelo complexo de culpa.

1.3. Peculiaridades importantes do complexo de culpa
COMPLEXO DE CULPA
O complexo de culpa mais comum e que preocupa mais é aquele que a pessoa nutre em relação a si. Traduz-se numa mágoa profunda, depressão e sentido de vazio.
Biblicamente podemos destacar dois tipos de reações que o ser humano apresenta em relação ao complexo de culpa: a primeira reação é aquela que produz arrependimento, diz respeito à culpa Teológica. Trata-se da convicção de ter cometido pecado contra Deus, se seguida de confissão, produz alívio e conduz à vida e à salvação (Mt 11.28-29 “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.). A segunda reação é aquela que produz remorso (Mt 27.3 Quando Judas, que o havia traído, viu que Jesus fora condenado, foi tomado de remorso e devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata.), diz respeito à culpa antropológica (humana). Trata-se de uma decepção profunda em que o ser humano nutre um medo incontrolável de não conseguir mudar a realidade resultante de seus atos e atitudes (Mt 27.4 E disse: “Pequei, pois traí sangue inocente”. E eles retrucaram: “Que nos importa? A responsabilidade é sua”.). Levando-o a enfrentar sentimentos desagradáveis de pesar, vergonha, tristeza e autocondenação.
Exemplifique para os alunos destacando a diferença entre a atitude de Pedro, que se arrependeu de ter negado Cristo, e a atitude de Judas que sentiu remorso por ter traído Cristo. Destaque que o arrependimento produz alívio e salvação com pleno perdão (Rm 8.1) enquanto o remorso provoca desarranjo mental, resultando no suicídio ou na morte (Mt 27.5).

OBJETIVO
 Explicar como este complexo atua no indivíduo;

2. Detectando o complexo de culpa
Em muitos casos, pode não parecer que um sentimento ou uma tristeza caracterize algo grave, contudo, qualquer tipo de interferência em nosso comportamento natural deve ser levado em conta. Ao sentir-se frustrado por um motivo aparentemente fútil, o indivíduo pode ser acometido de graves consequências.
Quando há o conhecimento que um ser está sendo atingido psicologicamente, deve-se investigar as possíveis causas, afim de buscar o tratamento adequado. Dando-lhe a oportunidade de um novo direcionamento. Nesses casos, a busca pela mudança é imprescindível, pois é encarando a verdade que o indivíduo encontrará libertação do complexo de culpa.

2.1. O complexo em Paulo
No caso do Apóstolo Paulo, ele buscou, em Deus, o perdão pelos seus atos anteriores. A sua conversão ficou como um exemplo claro de que, se nos voltarmos ao Senhor para fazer a sua vontade, teremos os nossos pecados completamente esquecidos por Ele (Hb 8.12 Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados”). Para tanto, é fundamental que saiamos da nossa idiossincrasia e caminhemos em direção à verdade para que a Palavra se cumpra em nós (lJo 1.7) “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.”

2.2. O relato de Paulo
Ao nos mostrar a sua angústia (2Co 12.7 Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.) o Apóstolo demonstra que se encontrava, como podemos dizer, em um “beco sem saída”. Ao ser confrontado por aqueles a quem chamava de emissário de Satanás, Paulo não esconde o seu sentimento de culpa ao reconhecê-la como um espinho na carne em relação ao que cometeu no seu passado tenebroso (At 8.1 e 3 1 Naquela ocasião desencadeou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e de Samaria. 3 Saulo, por sua vez, devastava a igreja. Indo de casa em casa, arrastava homens e mulheres e os lançava na prisão.). A personalidade forte do, então, líder dos perseguidores dos cristãos fazia dele um homem cruel capaz de realizar as piores de todas perversidades com aqueles que mais tarde se tomariam seus irmãos. Um fato importante e que deve ser observado é que Paulo teve o seu chamado direcionado aos gentios (Rm 11.13-14 Estou falando a vocês, gentios. Visto que sou apóstolo para os gentios, exalto o meu ministério, na esperança de que de alguma forma possa provocar ciúme em meu próprio povo e salvar alguns deles.), no entanto sabemos que isso não tirou dele o desejo de alcançar os seus irmãos judeus, os quais com maior intensidade perseguia quando alguns deles se convertiam ao cristianismo (At 7.58 arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo.).

2.3. O espinho na carne
As lembranças das maldades cometidas feriam intensamente Paulo, causando nele uma dor intensa e profunda como que se um espinho o estivesse ferindo, podemos aqui exemplificar as palavras do emissário de Satanás em seu ataque ao Apóstolo. “Veja só, agora fica aí dando uma de bom moço, pregando a esse Jesus, andando lado a lado desse povo que se diz povo escolhido. Já se esqueceu de que fostes um dos maiores algozes deles?” Estas palavras certamente causavam-lhe uma tremenda dor, pois lhe traziam a lembrança dos seus atos cometidos no passado, reforçando, assim, o seu complexo de culpa. Paulo tinha certeza de que o Senhor lhe havia perdoado todo pecado, todavia sua alma continuava sofrendo sempre que lhe era lançado em rosto os seus feitos. A atitude de Paulo foi, após orar, contar a todos o que acontecia em seu interior e, assim, expulsar os maus sentimentos de sua vida (Tg 5.16a Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.).
“Mas de mim mesmo não me gloriarei, senão das minhas fraquezas.” 2Co 12.5b; em suas palavras Paulo demonstra ter conhecimento de que o fato de ter tido um passado vergonhoso, fazia dele um alvo ideal para os ataques do inimigo, entretanto, ao reconhecer a sua fraqueza, o Espírito o fortalecia para resistir aos ataques do maligno.

OBJETIVO
 Mostrar como Deus age na vida de quem sofre com o complexo.

3. Ação de Cristo Jesus
A história de Paulo nos mostra como Jesus age na vida de quem Ele tem um propósito. Às vezes, podemos pensar que o Senhor não está respondendo às nossas orações, no entanto vemos Paulo nos contando que já havia orado algumas vezes sobre esse problema e a resposta foi “a minha Graça te basta” (2Co 12.9). Não sabemos se essa era a resposta por que ele esperava, contudo o que sabemos é que no momento levou-o a uma importante conclusão e reflexão: a Graça é suficiente para nos curar de todos os males, porque é superior a qualquer culpa (Rm 5.20 A Lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça,).

3.1. A ação do Espírito Santo
A resposta vinda do Senhor levou o apóstolo a entender que o fato de sentir culpa pelos atos do passado não o deveria afastar do convívio com os seus irmãos e muito menos o tirar do centro da vontade de Deus (2Co 12.12 As marcas de um apóstolo sinais, maravilhas e milagres foram demonstradas entre vocês, com grande perseverança.). Deus queria que ele fizesse a obra a ele destinada. O reconhecimento, por sua parte, de que, na sua fraqueza, era fortalecido pelo Espírito fez com que sentisse força para lutar contra o seu complexo de culpa. A vitória de Paulo fica clara quando declara que o seu viver é Cristo e que não temia a morte, pois a sua morte era vitória para vida eterna (Fp 1.21 porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.) a certeza do Apóstolo dava-lhe a plena convicção que o seu ministério haveria de ser aprovado pelo Mestre. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).
Podemos concluir que a libertação do complexo se deu pelo fato de Paulo ter permanecido em comunhão com os irmãos; não dando ouvidos ao emissário de Satanás. A comunhão é também um eficaz remédio para cura das doenças apresentadas com enfermidades da alma.

3.2. O poder aperfeiçoado
Agora de posse do poder de Cristo, Paulo segue adiante com o propósito de Deus traçado para sua vida, o resgate de muitos para o Reino dos Céus (2Co l2.15 Assim, de boa vontade, por amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente. Visto que os amo tanto, devo ser menos amado?). Ironicamente a culpa que lhe era imposta pelas lembranças trazidas a sua mente pelo emissário de Satanás agora funcionava como combustível para realização de seu trabalho em prol do Reino de Deus.

3.3. Como o Espírito Santo nos capacita
Paulo continua nos mostrando que tinha consciência de que suas obras eram importantes para o crescimento da igreja (2Co 12.11b Eu devia ser recomendado por vocês, pois em nada sou inferior aos “superapóstolos”, embora eu nada seja.), no entanto reconhece também que essas obras eram de inteira responsabilidade do Espírito Santo que agia em sua vida. Paulo, ainda, esclarece que o fato de permitir que o Espírito o usasse, tornava-o, em muitas situações, mais eficiente na realização daquilo que se havia proposto a fazer. A comunhão restabelecida entre o, agora, Ministro de Deus e o Criador foi determinante na aquisição da cura do complexo que ele carregava, permitindo-lhe total libertação de suas lembranças indesejadas para uma maior eficácia do seu ministério.
Podemos usar, nesse caso de Paulo, o termo resiliência, este é aplicado na ciência dos materiais que significa a propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação. Atualmente as ciências humanas têm feito uso desse termo para explicar a capacidade que o indivíduo desenvolve para se recuperar das adversidades, transformando o mal sofrido ou praticado em força contrária em busca de uma nova realidade.

Conclusão
Ao orar por três vezes ao Senhor, Paulo estava tentando obter uma resposta do Criador por que não conseguia se livrar das lembranças que o atormentavam, ao receber a resposta “minha Graça te basta”, percebeu que já tinha tudo que precisava para realização da obra de Deus. Isso nos mostra que a Graça é suficiente para nos livrar de todo e qualquer mal que possa afligir a alma.

QUESTIONÁRIO

1. O que pensa o indivíduo que não consegue se livrar da culpa?
R. Que está condenado a uma vida miserável de pecado, Rm 8.24.
2. Como Deus se posiciona em relação aos nossos pecados quando nos convertemos?
R. Ele os esquece completamente, Hb 8.12.
3. O que acontecia com Paulo quando se lembrava de suas maldades?
R. Sentia uma dor profunda, como se um, espinho o estivesse ferindo.
4. Qual foi a resposta de Deus a oração de Paulo?
R. A minha Graça te basta, 2Co 12.9.
5. O que fazia de Paulo eficiente na realização da obra do Senhor?
R. O fato de permitir que o Espírito o usasse.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 2º Trimestre de 2014, ano 24 nº 91 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor – ENFERMIDADES DA ALMA Identificando os distúrbios emocionais e confrontando-os com soluções divinas e bíblicas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário