O
Propósito dos Dons Espirituais
TEXTO
ÁUREO
"Assim, também vós, como desejais
dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja"
(1 Co
14.12).
VERDADE
PRÁTICA
Os dons são recursos concedidos por Deus
para fortalecer e edificar a Igreja espiritualmente.
HINOS SUGERIDOS 5, 24, 239
LEITURA DIÁRIA
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Segunda - 1
Co 12.12
A igreja - um só corpo
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S
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Terça - 1
Co 12.4,11
Diversidade de dons no mesmo Espírito
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T
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Quarta - 1
Co 14.26
Tudo deve ser feito para a edificação
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Q
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Quinta - 1
Co 12.12-27
A verdadeira unidade
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Q
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Sexta - 1
Co 13.1,2
Exercendo os dons amorosamente
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S
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Sábado - 1
Co 12.7
A manifestação do Espírito e sua
utilidade
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S
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1 Coríntios 12.8-11;
13.1,2
INTERAÇÃO
Qual é o real propósito dos dons
espirituais? Você, professor, tem uma visão bíblica e teológica a respeito do
objetivo dos dons? Muitos estão se utilizando dos dons de forma interesseira
e egoísta. As dádivas divinas nos são
concedidas pela graça e devem ser utilizadas com sabedoria e santidade a fim
de que o nome do Senhor seja exaltado e todos os membros do Corpo de Cristo
sejam edificados. Os dons não são para elitizar o crente. Também não são
sinal de superioridade espiritual.
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto
a:
Conscientizar-se de que os dons espirituais não são para elitizar o crente.
Compreender que os dons devem ser utilizados para edificar a si mesmo e aos
outros.
Saber que o
propósito dos dons é a edificação do Corpo de Cristo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir o primeiro
tópico da lição, divida a classe em dois grupos. Depois, escreva no quadro as
seguintes indagações: "O que precisamos fazer para receber os dons
espirituais?" "A santidade é condição para o recebimento dos
dons?" Cada grupo deverá ficar com uma questão. Dê alguns minutos para
que os alunos discutam as questões. Em seguida reúna a todos formando um
único grupo. Peça a um representante de cada grupo fazer suas considerações
sobre a sua questão. Ouça os alunos com atenção. Depois, explique que os dons
espirituais são habilidades concedidas pelo Espírito Santo para edificação da
igreja. Para receber estas habilidades basta crer e pedir com fé. Os dons são
presentes divinos e fruto da misericórdia do Pai. É graça de Deus!
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1. A igreja coríntia. A Igreja em Corinto localizava-se numa cidade comercial e próxima do
mar, sendo uma das mais importantes do Império Romano. Corinto era uma cidade
economicamente rica, porém marcada pelo culto idolátrico. Durante a segunda
viagem missionária de Paulo, a igreja recebeu a visita do apóstolo (At 18.1-18). Por conhecer muito bem a
comunidade cristã em Corinto foi que o apóstolo dos gentios tratou, em sua
Primeira Epístola dirigida àquela igreja, sobre a abundância da manifestação
dos dons do Espírito, chegando a afirmar daquela igreja que "nenhum
dom" lhe faltava (1 Co 1.7).
2. Uma igreja de muitos dons, mas carnal. Os dons do Espírito concedidos por Deus à igreja de Corinto tinham
por finalidade prepará-la e santificá-la para o serviço do evangelho: a
proclamação da Palavra de Deus naquela cidade. Todavia, além de aquela igreja
não usar corretamente os dons que recebera do Pai, tinha em seu meio divisões,
inveja, imoralidade sexual, etc. Como pode uma igreja evidentemente cristã ser
ao mesmo tempo carnal e imoral? Por isso Paulo a chama de carnal e imatura (1 Co 3.1,3).
Com este relato, aprendemos que as manifestações espirituais na igreja local
não são propriamente indicadoras de seriedade, espiritualidade e santidade. Uma
igreja onde predominam a inveja, contenda e dissensões, nem de longe pode ser
chamada de espiritual, e sim de carnal.
3. Dom não é sinal de superioridade
espiritual. Muitos creem erroneamente que os irmãos
agraciados com dons da parte de Deus são, por isso, mais espirituais que os
outros. Todavia, os dons do Espírito são concedidos pela graça de Deus. Por ser
resultado da graça divina, não recebemos tais dons por méritos próprios, mas
pela bondade e misericórdia de Deus. Que a mensagem de Jesus possa ressoar em
nossa consciência e convencer-nos de uma vez por todas de que os dons não são
garantia de espiritualidade genuína: "Muitos me dirão naquele Dia: Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos
demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi
abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade"
(Mt 7.22,23).
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Nas páginas do Novo Testamento os dons
estão à disposição de todos os crentes, com o propósito de edificar a Igreja de
Cristo.

2. Edificando os outros. Os crentes de Corinto falavam em línguas e exerciam vários dons
espirituais, mas parece que eles não se preocupavam muito em ajudar as pessoas.
Por isso, o apóstolo lembra que os dons só têm razão de existir quando o
portador preocupa-se com a edificação da vida do outro irmão em Cristo (1 Co 14.12). Em lugar de buscarmos
prosperidade material, como se pudéssemos barganhar com Deus usando dinheiro em
troca de bênçãos, busquemos os dons espirituais. Agindo assim edificaremos a
nós mesmos e também aos outros.
3. Edificando até o não crente. Embora o apóstolo dos gentios estimulasse todos os crentes a falarem
em línguas, isto é, a edificarem a si mesmos, seu desejo era que também esses
mesmos crentes profetizassem a fim de que a igreja toda fosse edificada. O
comentário da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal diz sobre esse texto:
"Embora o próprio Paulo falasse em línguas, enfatizava a profecia, porque
esta edificava a Igreja inteira, enquanto falar em línguas beneficiava
principalmente o falante". Todos quantos vierem a frequentar nossas
reuniões devem ser edificados, sejam crentes ou não. Por isso, não podemos
escandalizar aqueles que não comungam a mesma fé que nós (1 Co 14.23). Como eles compreenderão a
mensagem do evangelho se em uma reunião não entenderem o que está sendo falado?
(1 Co 14.9)
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os dons só têm uma razão de existir na
vida do crente: edificar a vida do outro irmão em Cristo.
1. Os dons na igreja. Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e 14)
para falar a respeito do uso dos dons na igreja. O apóstolo mostra que quando
os dons são utilizados com amor, todo o Corpo de Cristo é edificado. Conforme
diz Thomas Hoover, parafraseando Paulo em Efésios
4.16, "os membros do corpo, cada qual com sua própria função
concedida pelo Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor é essencial para
os dons espirituais alcançarem seu propósito". Se não houver amor,
certamente não haverá edificação (1 Co 13).
Sem o amor de Deus nos tornamos egoístas e acabamos por colocar nossos
interesses em primeiro lugar. O propósito dos dons, que é edificar o Corpo de
Cristo, só pode ser cumprido se tivermos o amor de Deus em nossa vida.
2. Os sábios arquitetos do Corpo de
Cristo. Deus levanta homens para edificarem espiritual,
moral e doutrinariamente a igreja local. A Igreja é o "edifício de
Deus" (1 Co 3.9). Os ministros,
sábios arquitetos (1 Co 3.10). O
fundamento já está posto pelos apóstolos: Jesus
Cristo (1 Co 3.11). Mas os
ministros têm de tomar o cuidado com as pedras assentadas sobre este alicerce,
pois eles também tomam parte na edificação espiritual da Igreja de Cristo
segundo a mesma graça concedida aos apóstolos. Por isso, Paulo faz uma solene
advertência para a liderança hoje: "mas veja cada um como edifica sobre
ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o
qual é Jesus Cristo" (1 Co 3.10,11).
3. Despenseiros dos dons. O apóstolo Pedro exortou a igreja acerca da administração dos dons
de Deus (1 Pe 4.10,11). Ele usou a figura do despenseiro que,
antigamente, era o homem que administrava a despensa e tinha total confiança do
patrão. O despenseiro adquiria os mantimentos, zelava para que não estragassem
e os distribuíam para a alimentação da família. Desta forma, os despenseiros da
obra do Senhor devem alimentar a "família de Deus" (1 Co 4.1; Ef
2.19). Eles precisam ter o cuidado no uso dos dons concedidos pelo
Senhor para prover a alimentação espiritual, objetivando a edificação do Corpo
de Cristo: "Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as
palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus
dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a
glória e o poder para todo o sempre" (1 Pe
4.10,11).
Quando os dons espirituais são utilizados
com amor todo o Corpo de Cristo é edificado.
A Igreja de Jesus Cristo tem uma missão a
cumprir: proclamar o evangelho em um mundo hostil às verdades de Cristo e
descrente de Deus. Diante desta tão sublime tarefa, a igreja necessita do poder
divino. Os dons espirituais são um "arsenal" à disposição do corpo de
Cristo para o cumprimento eficaz de sua missão na terra. Como já foi dito, o
propósito dos dons é edificar toda a igreja, todo Corpo de Cristo para ser
abençoado, exortado e consolado. Por isso, nunca devemos usar os santos dons de
Deus em benefício particular, como se fosse algo exclusivo de certas pessoas.
Somos chamados a servir a Igreja do Senhor, e não a utilizar os dons de Deus
para nós mesmos.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsídio
Teológico
"Dado
conforme o Espírito Deseja
A primeira relação dos dons com a
repetição do fato que cada um é dado pelo Espírito (1 Co 12.8-10) leva ao clímax no versículo 11, que diz: 'Mas um só e o mesmo Espírito
opera todas as coisas, repartindo particularmente [individualmente] como
quer'. Aqui temos um paralelo com Hebreus 2.4,
que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e depois
transmitiram a mensagem: 'Testificando também Deus com eles, por sinais
[sobrenaturais], e milagres, e várias maravilhas [tipos de obras de grande
poder] e dons [distribuições separadas] do Espírito Santo, distribuídos por
sua vontade'. É evidente, à luz destes trechos, que o Espírito Santo é
soberano ao outorgar os dons. São distribuídos segundo a sua vontade.
Buscamos os melhores dons, mas Ele é o único que sabe o que é realmente
melhor em qualquer situação. Fica evidente, também, que os dons permanecem
debaixo de sua autoridade. Nunca são nossos no sentido de não precisarmos do
Espírito Santo, pela fé, para cada expressão desses dons. Nunca se tornam
parte da nossa própria natureza, ao ponto de não perdê-los, de serem tirados
de nós. A Bíblia diz que os dons e a vocação de Deus são permanentes (Deus
não muda de opinião a respeito deles), mas aqui há referência a Israel (Rm 11.28,29)"
(HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo
Testamento. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 230).
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AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsídio
Bibliológico
"O amor é
essencial
Os dons têm um lugar especial na igreja
e são muito úteis. Mas o amor representa a essência da vida cristã, e é
absolutamente necessário. Ele encontra um lugar mesmo entre os dons
carismáticos, porém os dons sem a presença do amor são como um corpo sem
alma.
Sem amor, o dom de falar se torna vazio
e imprudente - ele é como o metal que soa ou como o sino que tine. O metal
que soa ('gongo barulhento') significa que um pedaço de metal não lavrado ou
gongo usado para chamar a atenção. Tinir (alalazon) significa 'colidir', ou
um som alto e áspero. O sino (ou símbolo) consistia de duas meias
circunferências que eram golpeadas causando um estrondo. A ideia aqui é de um
inexpressivo som de metal em lugar de música.
O objetivo do apóstolo é mostrar que o
homem que professa o dom da glossolalia, da forma como era praticada em
Corinto, mas que não tem amor, na realidade não é mais que um instrumento
metálico impessoal" (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol. 8. Rio
de Janeiro: CPAD, 2006, pp.343,44).
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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SOUZA, Estêvam Ângelo de. Nos Domínios
do Espírito. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do
Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2012.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD
nº
58, p.37.
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