Lição 9
Conflitos familiares.
29 de maio de 2016
Texto
do dia
(1 Co 3.3)
"Porque ainda sois carnais, pois,
havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais
e não andais segundo os homens?."
Síntese
A família é o campo de treinamento de Deus,
por isso, não pode se transformar em um campo de batalha entre irmãos.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - Gn 3.12 O primeiro conflito
familiar
TERÇA - Gn 9.24,25 Conflito familiar por
causa de desrespeito
QUARTA - Gn 21.9-12 Conflito familiar por
causa de ciúme
QUINTA - Nm 12.1,2 Conflito familiar por
posição social
SEXTA - 2 Sm 15.1-6 Conflito familiar por
poder
SÁBADO
- Lc 12.13 Conflito familiar por herança
Objetivos
MOSTRAR que os conflitos
familiares são um mal que atinge a humanidade desde o Éden;
ANALISAR algumas causas de
conflitos no seio da família, entendendo que decidir amar é o remédio para
solucionar esses problemas;
IDENTIFICAR na parábola do filho
pródigo semelhanças com a nossa história, tanto espiritualmente como do ponto
de vista familiar.
Interação
Professor, é possível e natural que, com o
passar dos dias, a empolgação do início do trimestre já tenha diminuído.
Portanto, observe se há algum aluno que tem faltado com frequência e procure
informações sobre o motivo de sua ausência. O ideal é que o professor tenha, no
mínimo, o número do telefone de seus alunos, ou mesmo outras informações que
facilitem um contato direto e ágil. Se você tem esse cuidado, parabéns! Caso
não, providencie o mais rápido possível. Quanto ao(s) ausente(s), vá em busca
dele(s)! A estratégia a ser utilizada para trazê-lo de volta à sua classe, deve
levar em conta o motivo pelo qual não é mais frequente à Escola Dominical. O
professor comprometido com a obra para a qual foi vocacionado, jamais desiste
de seus alunos!
Orientação
Pedagógica
Professor, a fim de introduzir o assunto e
dinamizar a sua aula, sugerimos que você realize uma pesquisa na internet e
selecione casos de conflitos familiares com seus inevitáveis prejuízos, com ou
sem grande repercussão, de lugar remoto ou de dentro de seu contexto social.
Inicie a aula expondo aos seus alunos os casos selecionados, usando, para isso,
o recurso que achar conveniente ou que estiver à sua disposição. Analise com
seus alunos as causas, possíveis ou reais, que deram origem a estes casos
específicos e que, obviamente, são as mesmas de outros tantos. Faça-os compreender que os conflitos
familiares são um mal que atinge a humanidade desde o Éden, mas que precisa ser
combatido a fim de que não destrua as famílias. Ressalte, por fim, que decidir
amar é o remédio para solucionar esses problemas.
Texto
bíblico
Lucas 15.11-13,20,25-28
11. E disse: Um certo homem tinha dois
filhos.
12. E o mais moço deles disse ao pai: Pai,
dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
13. E, poucos dias depois, o filho mais novo,
ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua
fazenda, vivendo dissolutamente.
20. E, levantando-se, foi para seu pai; e,
quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e,
correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.
25. E o seu filho mais velho estava no campo;
e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
26. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe
que era aquilo.
27. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu
pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
28. Mas ele se indignou e não queria entrar.
E, saindo o pai, instava com ele.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Os conflitos familiares são tão antigos
quanto a própria raça humana. Eles começaram a partir do Éden, com a Queda,
atingindo Adão e Eva e, posteriormente, Caim e Abel. Desde muito cedo, o homem
natural é inclinado a pecar, o que pode ser visto já nas crianças de tenra
idade, que são inclinadas ao egoísmo. Esse é o grande problema da humanidade.
Na narrativa bíblica, os grandes homens de Deus enfrentaram sérios conflitos em
suas famílias, como é o caso dos patriarcas Abraão, Isaque, Jacó, Davi... O
único remédio para solucionar conflitos
é o amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm
5.5). A parábola do filho pródigo narra o epicentro dos conflitos familiares.
Filho rebelde em atrito com irmão que não perdoa, e o Pai, que representa Deus,
em busca da reconciliação familiar. Essa é a história de todos nós!
I - O
GRANDE PROBLEMA
1. A maldade humana. A natureza humana
decaída é fonte primordial de todos os conflitos familiares. Jesus disse que é do
coração do homem que saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições,
os homicídios (Mc 7.21). Assim, num agrupamento humano, seja a família, a
escola ou a igreja, sempre haverá pessoas com maus pensamentos. Dessa forma,
existe no homem natural a tendência ao pecado, que Paulo chama de inclinação da
carne (Rm 8.6), por isso, no seio familiar sempre acontecem conflitos. Diante
disso, cabe aos cristãos dispensarem às suas famílias uma educação que valorize
o fruto do Espírito, que conduza à vida e à paz. A família é campo de
treinamento de Deus e não pode se transformar em campo de batalha entre irmãos.
2. O início precoce. A inclinação para o
mal é bem clara na espécie humana, depois da Queda, e começa bem cedo. Deus
disse que a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice (Gn 8.21)
e que a estultícia (insensatez) está ligada ao coração do menino (Pv 22.15).
Percebe-se claramente tal comportamento nas crianças ainda em tenra idade. O
mundo pós-moderno, porém, ao invés de tentar melhorar o homem, ensinando-lhe
valores morais, tem erguido métodos educacionais prejudiciais, tais como o
construtivismo, baseado na ideia de que o conhecimento não é objetivo, mas uma
construção social. Por conseguinte, não deveriam ser dadas respostas "certas"
às crianças, pois estas deveriam ser ensinadas a criar suas próprias soluções.
A educação cristã fará com que a insensatez da criança seja debelada.
3. A insaciabilidade. O homem é insaciável.
Ele sempre quer ter mais e mais, o que pode ser visto, igualmente, no seio
familiar. O campo de treinamento do Senhor -
a família - deve refrear essa ânsia pelo possuir e impregnar o desejo
pelo repartir, tarefa que não é fácil. Esse é mais um aspecto do grande
problema: a cobiça. Está escrito que o homem natural nunca satisfaz a sua
cobiça (Ec 6.7). A cosmovisão judaico-cristã, porém, possui condições de
incutir no homem valores morais indispensáveis, como o altruísmo, a
solidariedade, a bondade, a humildade, que combaterão essa terrível inclinação
carnal (1 Co 3.3), transformando-o num verdadeiro cidadão do céu.
Pense
É possível ter esperança de que, um dia, o
mundo será livre das mazelas que hoje são presenciadas em todos os lugares, e
até na família?
Ponto
Importante
O homem, enquanto estiver nesta casa terrestre,
estará sujeito a inúmeras fraquezas, que geram conflitos; mas um dia, na
eternidade a paz será perfeita.
II -
FAMÍLIAS EM CONFLITO
1. Ingratidão e desprezo. Há pessoas que não
podem obter êxito em alguma área da vida, que logo tratam de menosprezar os
outros. Tal circunstância aconteceu na família de Abraão, logo após Agar ficar
grávida. Está escrito: "[...] e, vendo ela [Agar] que concebera, foi sua
senhora desprezada aos seus olhos" (Gn 16.4). Diante disso, ela foi
expulsa da casa. No deserto, Deus falou com Agar, chamando-a de serva de Sarai
e mandou que ela se humilhasse diante de sua senhora (Gn 16.7,9). Deus é justo
e fiel. Nunca, em tempo algum, o Senhor compactuou com ingratidão e desprezo
dentro ou fora da família. Outro caso bem significativo foi o desprezo sofrido
por Léia. Jacó, seu esposo, a desprezava e, por isso, Deus curou sua
infertilidade, enquanto Raquel, sua irmã e concorrente, permaneceu estéril (Gn
29.31) por muito tempo (Gn 30.22).
2. Soberba e ciúme. O sucesso alheio nem
sempre foi bem digerido pelos membros da família. Moisés era um homem
bem-sucedido e tinha uma família unida. Sua irmã Miriã salvou sua vida, quando
ele era bebê. Seu irmão Arão era o seu porta-voz. Tudo estava tranquilo, até
que a soberba e o ciúme entraram no seio familiar. Está escrito: "E
falaram Miriã e Arão contra Moisés [...] E disseram: Porventura, falou o Senhor
somente por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu" (Nm
12.1,2). Miriã e Arão achavam que mereciam mais: soberba. E que Moisés tinha
prestígio demais: ciúme. Não são essas as causas de muitos conflitos
familiares? A situação foi resolvida somente quando Deus interveio, chamando os
três para uma conversa na tenda da congregação. Os soberbos e ciumentos irmãos
foram repreendidos. Infelizmente, muitas famílias são destruídas por permitirem
que tais sentimentos prevaleçam. O amor não se ensoberbece (1 Co 13.4).
3. O remédio sublime. Em toda a Bíblia
encontramos famílias em conflitos e, para todas elas, só houve um remédio: o
amor. A prática do mal somente é vencida pela prática do bem. Se for pago mal
com mal, o mal sempre prevalecerá. E não haverá vencedores. Se for pago, na
família, olho por olho, é possível que, em breve, acabem todos cegos. José teve
que amar seus irmãos (Gn 45.1-15) e, inclusive, os beijou (aliás, somente
depois que os beijou foi que eles falaram com José); Davi também amou seus
ingratos irmãos (1 Sm 17.28,29; 22.1), dentre muitos outros. Como se sabe, amar
não é um sentimento, mas uma decisão. É preciso decidir amar, ainda que os pais
não cumpram seus papéis. Ainda que os irmãos enfrentem rivalidades. Está
escrito que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta... e que ele
nunca falha (1 Co 13.7,8).
Pense
A ideia de pagar olho por olho deve estar
presente na família?
Ponto
Importante
A lei de talião não leva em consideração
aspectos espirituais, mas somente humanos. A lei de Cristo é: perdoe, que todos
vencerão, e a justiça de Deus se estabelecerá.
III - A
HISTÓRIA DE TODOS NÓS
1. O filho egoísta. Jesus contou uma
parábola que se parece muito com a história de todos nós, não apenas
espiritualmente, mas também do ponto de vista familiar. É a parábola do filho
pródigo (Lc 15.11-32). Nela todos os elementos dos conflitos familiares estão
presentes. Há o filho egoísta, que pensa apenas em si e está enjoado da vida em
família. Ele não precisa de mais ninguém para viver, por isso viaja para longe
do aconchego do lar e desperdiça toda sua herança. Quando, por fim, chega ao
fundo do poço, em desespero, ele se lembra da casa do seu pai. Essa é a
história de muitos filhos que, mesmo sem partirem geograficamente, abandonaram
o ideário familiar, buscando construir sua história relativizando os valores
morais, com independência emocional e sem compartilhamento de vida. O fim,
sempre, será a solidão, pois não há melhor lugar para estar que na companhia
daqueles que Deus estabeleceu como família. Ainda há tempo de voltar!
2. O irmão que não perdoa. Na mesma história,
Jesus também narra a situação de outro filho que simplesmente não perdoa. Ele
está aparentemente envolvido com a família, mas seu coração está muito longe. E
o pior: ele que tanto erra, não admite que ninguém erre. Os conflitos passam
sempre pela sua insensibilidade. Ele cumpre os rituais familiares, mas é tão ou
mais egoísta que aquele que pode ser chamado de a ovelha negra da família (o
pródigo). Este filho (mais experiente), que sempre está em conflito consigo e
com os outros, também precisa cair em si, reconhecer seu erro e voltar à boa
convivência da vida familiar.
3. O Pai que reconcilia. Por fim, a parábola
do filho pródigo traz a figura do reconciliador - o Pai. Aquele que tenta, por
todos os meios, trazer a união para a família, porque ali o Senhor ordena a
bênção e a vida para sempre (Sl 133.3). O pai, nessa parábola, simboliza Deus,
que sempre busca que a família esteja junta, em unidade.
A Bíblia nos conta uma linda história de amor
entre Deus e os homens. Nela o Criador está em busca da reconciliação com sua
obra-prima - a raça humana (Leia Oseias
11.1-4). Essa linguagem figurada que Deus usa nesse texto retrata bem o seu
esforço em ver as famílias unidas, cheias de graça e do Espírito Santo. O
Senhor busca as famílias que estão perdidas em seus conflitos intersubjetivos
de interesses, que transformaram o campo de treinamento do Reino em um
verdadeiro campo de batalha terrenal. Ciúme, brigas, agressões, infidelidades,
e uma grande quantidade de males se multiplicam inexplicavelmente. Falta
paciência. Falta perdão. Falta amor. Esse não foi o propósito do Criador - o
Pai. Ele quer que as famílias vivam felizes, refletindo a glória do Seu Reino
Pense
Não havia outra coisa para o filho pródigo
fazer, a não ser voltar para casa? Ele não deveria buscar, doravante, seu
próprio caminho e sofrer pela escolha que fizera?
Ponto
Importante
O pródigo poderia fazer o que quisesse:
morrer de fome ou retornar para seu pai e recomeçar de novo. Ele preferiu
recomeçar e não seguir na loucura.
SUBSÍDIO
"Como o irmão mais velho recusou-se a
entrar, seu pai saiu e instava com ele, dirigindo-lhe palavras amenas e boas, e
desejava que ele entrasse. Ele poderia de forma justa ter dito 'Se ele não quer
entrar, permaneça do lado de fora.' [...] Mas, aquele homem não agiu assim. Da
mesma forma como foi ao encontro do filho mais novo, ele agora sai ao encontro
do filho mais velho, não mandando um servo com uma mensagem gentil, mas foi
pessoalmente. Em primeiro lugar, esta narrativa tem o propósito de nos
apresentar a bondade de Deus; como o Senhor foi inexplicavelmente gentil e
cativante com aqueles que foram inexplicavelmente intransigentes e provocantes.
Em segundo lugar, ela tem a finalidade de
ensinar a todos os superiores a serem brandos e gentis para com aqueles que
estão em uma posição inferior à sua.
Seu pai lhe deu uma boa razão para esta
alegria incomum na família: 'Erajusto alegrarmo-nos e regozijarmo-nos', v. 32.
Ele podia ter insistido com base na sua própria autoridade [...]. Mas isto não
convém mesmo àqueles que têm autoridade para sustentar e apelar para isto em
cada ocasião, o que somente o faz vulgar e comum, sendo melhor apresentar uma
razão convincente, como o pai faz aqui" (HENRY, Matthew. Comentário
Bíblico do Novo Testamento. Vol. 5, Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 659).
ESTANTE
DO PROFESSOR
RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os
Ataques do Inimigo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
STEPHENS, Steve. Projetos Para um Casamento
Sólido. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
CONCLUSÃO
Não adiantam medidas psicológicas paliativas
para resolver os conflitos familiares. Deus deve ser convidado para fazer parte
do ambiente familiar, para que a história mude e o mal ceda. A família, o
laboratório que Deus usa para forjar homens de fé, não pode ser objeto de
manipulação maligna, onde os membros são concorrentes, oponentes, inimigos. Ela
é o farol que traz luz para as nações, por amor a Jesus Cristo.
Hora da
revisão.
Mencione um versículo na Bíblia que apresenta
um dos problemas do Construtivismo.
“[...] o rapaz entregue a si mesmo
envergonha a sua mãe” (Pv 29.15).
Qual é o remédio sublime, segundo a lição?
O amor.
Conforme a lição, quais foram os
pecados de Agar em relação a Sara?
Ingratidão e desprezo.
Conforme a lição, quais foram os pecados de
Miriã e Arão em relação a Moisés?
Soberba e ciúme.
Segundo a lição, na parábola do filho
pródigo, o pai, que representa Deus, sempre busca o quê entre seus filhos?
Reconciliação.
Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, Eu e Minha Casa, professor, 2º trimestre
2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário