Lição 6 A Lei, a Carne e o
Espírito.
8 de Maio de 2016
TEXTO ÁUREO
(Rm 7.25)
"Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu
mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do
pecado."
VERDADE PRÁTICA
A luta entre a carne e o espírito é uma realidade na vida de todo
crente, mas a dependência da graça de Deus fará com que tenhamos uma vida
vitoriosa.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 6.2,3 O poder do
pecado foi aniquilado por Jesus Cristo e não pela lei.
Terça - Rm 6.11 Nossa antiga
natureza está morta, agora estamos vivos para Deus
Quarta - Rm 6.12 Não podemos
permitir que o pecado assuma o controle de nossas vidas
Quinta - Gl 5.13 Não usemos da
liberdade para dar lugar à carne
Sexta - Gl 5.16-21 Já não somos
mais dominados pelas obras da carne
Sabado - Gl 5.22 O fruto do
Espírito na vida do crente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 7.1-15
1 - Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei
tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?
2 - Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver,
está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.
3 - De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro
marido; mas, morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for
doutro marido.
4 - Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo
de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos,
a fim de que demos fruto para Deus.
5 - Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são
pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.
6 - Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que
estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice
da letra.
7 - Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não
conheci o pecado senão pela lei; porque
eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8 - Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim
toda a concupiscência: porquanto, sem a lei, estava morto o pecado.
9 - E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu
o pecado, e eu morri;
10 - e o mandamento que era para vida, achei eu que me era
para morte.
11 - Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e,
por ele, me matou.
12 - Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom.
13 - Logo, tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum! Mas o pecado,
para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem, a fim de que pelo
mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.
14 - Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal,
vendido sob o pecado.
15 - Porque o que faço, não o aprovo,
pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que a luta entre carne e espírito é uma realidade na vida de
todo crente.
HINOS SUGERIDOS: 155,432,491 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
Explicar a analogia do casamento
ilustrada na Lei;
Mostrar a analogia da solidariedade da
raça ilustrada em Adão;
Discorrer a respeito da analogia entre
carne e espírito
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos o capítulo sete da Epístola aos Romanos.
Este capítulo trata a respeito da libertação da Lei. Para que os romanos
compreendessem bem o assunto, Paulo faz uma analogia entre a Lei e o casamento.
O apóstolo mostra que enquanto o marido viver, a esposa está ligada a ele
mediante a lei do matrimônio. Mas, morto o marido a esposa se torna livre,
podendo até mesmo contrair novas núpcias. Com esta analogia, Paulo mostra que
os salvos em Cristo, pela fé, já estão livres da lei do pecado e agora
pertencem a Jesus Cristo. Em Cristo, estamos mortos para a lei do pecado. O
apóstolo precisou tratar deste assunto porque os judeus tinham dificuldades de
se libertarem das amaras da Lei. Livres da lei do pecado temos condições de nos
relacionarmos com Deus e vivermos uma vida de santidade. Segundo Lawrence
Richards "a libertação da Lei não
promove o pecado, mas a justiça".
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos o papel do cristão em relação à Lei, a
carne e o Espírito. Paulo apresenta um estudo a respeito desses temas no
capítulo sete. Ele se utiliza de três analogias para discorrer sobre os
assuntos: a analogia do casamento, a analogia de Adão no paraíso e a analogia
da carne versus o espírito.
Como devemos nos comportar diante da lei? Como explicar, que mesmo
depois de já termos recebido a graça de Deus, passamos por conflitos
espirituais internos? O que isso significa? É o que vamos procurar responder
neste estudo.
PONTO CENTRAL
Jesus Cristo nos libertou do jugo da Lei, do pecado e das obras da
carne, por isso, podemos andar em Espírito.
I - A LEI ILUSTRADA NA ANALOGIA DO CASAMENTO (Rm
7.1-6)
1. A metáfora do casamento. O apóstolo
Paulo mostra que homem algum pode ser salvo pela Lei, até mesmo aqueles que a
guardam com zelo e devoção. Aqueles que já possuem uma nova natureza também não
serão guardados do pecado por observarem a Lei. A insistência de Paulo, que se
estende desde o capítulo seis com respeito à função da Lei, agora o conduz a
usar o casamento como uma analogia que contrasta o viver através dos preceitos
da Lei e a nova vida em Cristo (Rm 7.1). Paulo usou o casamento para mostrar o
nosso relacionamento com a Lei. O apóstolo ressalta que o contrato de casamento
perde sua validade quando um dos cônjuges morre. Segundo a Bíblia de Aplicação
Pessoal, "ao morrermos com Cristo, a Lei não pode mais nos condenar;
estamos unidos a Cristo".
2. A metáfora da mulher viúva. Os versículos 2 e 3 do capítulo 7, concluem a analogia do apóstolo a
respeito do casamento. Paulo afirma que vivendo o marido, se a mulher se casar
novamente com outro homem, ela será considerada adúltera. Mas, se o marido
morrer ela está livre para se casar novamente. A intenção era mostrar que a
morte de Cristo na cruz, e os cristãos juntamente com Ele (Ef 2.5,6), rompeu os
votos de obediência aos preceitos legais da lei mosaica (Rm 7.4).
3. Mortos para a lei. A expressão
"mortos para a lei pelo corpo de Cristo" é entendida pelos
intérpretes como uma referência à morte de Cristo e a nossa identificação com
Ele. O biblicista C. Marvin Pate observa que "Paulo usa a analogia da
morte de um cônjuge no casamento para ilustrar a morte do crente para a lei,
pelo fato de ele estar unido com Cristo (Rm 7.1-6)".
SÍNTESE DO TÓPICO I
Paulo utiliza a analogia do casamento para mostrar que fomos libertos
do jugo da Lei e do pecado.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Livre
Um cônjuge não está mais ligado pela lei matrimonial com o consorte
falecido. A morte liberta a ele ou a ela dessa lei. Semelhantemente, a morte de
Cristo, que compartilhamos em nossa união com Ele, nos liberta de todas as
obrigações legais constantes na Lei de Deus.
Algumas pessoas ficam atemorizadas com a ideia de que o cristão não tem
obrigação alguma de guardar a Lei. Paulo deixa claro que precisamos estar
livres dessas obrigações. Por quê? A Lei diz respeito à nossa natureza
pecaminosa e proclama: 'Não'. O resultado não foi uma repreensão do desejo de
pecar, mas o surgimento de nossas paixões pecaminosas. Pecamos, ao 'produzir
frutos da morte'. Deus agora nos chama para nos relacionarmos diretamente com
Ele através do Espírito. O Espírito falará à nossa natureza, nos estimulando a
servir e, assim, a 'produzir frutos para Deus' (RICHARDS, Lawrence. Guia do
Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.743.
CONHEÇA MAIS
*A Lei
"A Lei de Deus, em Romanos 7, é a revelação do Antigo Testamento
dos padrões de comportamentos morais de justiça. No entanto, a 'lei' que Paulo
descobre estar agindo em sua personalidade é o 'princípio universal' do pecado
e da morte que escraviza os seres humanos decaídos. Nesse capítulo, Paulo
explora o relacionamento entre a Lei de Deus e a lei (princípio) do pecado. Ele
expressa seu sentimento de desesperança na medida em que tenta responder à Lei
de Deus, mas, no meio disso, está o pecado a impedi-lo. Em 8.2, Paulo apresenta
outra 'lei' (princípio universal) que resolve o seu problema e o nosso."
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 743.
II - ADÃO ILUSTRADO NA ANALOGIA DA SOLIDARIEDADE DA
RAÇA (Rm 7.6-13)
1. De volta ao paraíso. Paulo considerava
Adão o cabeça e o representante da humanidade. A sua Queda levou todos os
homens a caírem com ele. Aqui o objetivo do apóstolo é vincular a desobediência
de Adão à humanidade. Adão pecou, logo todos pecaram. Uma leitura cuidadosa das
palavras de Paulo em Romanos 7 a 11 mostrará a estreita relação que elas têm
com os fatos ocorridos em Gênesis capítulo 3. Por exemplo, a expressão não
"cobiçarás" é uma alusão a Gênesis 3.1-6. Por outro lado, as palavras
de Paulo "eu vivi sem lei" (Rm 7.9), só têm sentido se aplicado na
vida de Adão, pois Paulo como fariseu e judeu que era vivia a lei desde a
infância (2 Tm 3.15). Aqui Paulo, como ser humano, se via em Adão. As
expressões "eu morri" e o "pecado me enganou" ganham
paralelo com Gênesis 2.17 e 3.13.
2. Lembranças do Sinai. Outra razão, no
entendimento de muitos intérpretes da Bíblia, que levou o apóstolo a se ver em
Adão está na crença judaica de que o primeiro homem viveu os princípios da Torá
(lei), mesmo tendo existido muito antes da sua promulgação no Sinai. De fato,
essa é uma crença muito bem documentada na literatura rabínica. Filo de
Alexandria, filósofo judeu, por exemplo, dizia que a cobiça, pecado praticado
por Adão no paraíso, era a raiz de todos os males.
3. A lei dada a Adão. O fato é que Adão
estava debaixo do mandamento, da ordenança de não comer da árvore do
conhecimento do bem e do mal (Gn 2.17). A intenção do apóstolo é fazer um
paralelo entre o Paraíso e o Sinai, entre a lei de Moisés e a ordenança que foi
dada a Adão. O mandamento que foi dado a Adão para trazer vida se converteu
através da ação da antiga serpente, personificação do Diabo, em morte. Da mesma
forma, a Lei de Moisés que foi dada para trazer vida, mas o pecado, como
personificação do mal, a transformou em um instrumento de morte.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Paulo mostra que Adão é o cabeça e representante da raça humana.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Professor, reproduza o esquema abaixo e utilize-o para enfatizar o que
dispomos como descendência de Adão e como filhos de Deus.
COMO FILHOS DE ADÃO
|
COMO FILHOS DE DEUS
|
Ruína (5.9)
|
Salvação (5.8)
|
Pecado (5.12,15,21)
|
Justiça (5.18)
|
Morte (5.12,16,21)
|
Vida eterna (5.17,21)
|
Separação de Deus (5.18)
|
Relacionamento com Deus (5.11,19)
|
Desobediência (5.12,19)
|
Obediência (5.19)
|
Punição (5.18)
|
Libertação (5.10,11)
|
Lei (5.20)
|
Graça (5.20)
|
(Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1560).
III - O CRISTÃO ILUSTRADO NA ANALOGIA ENTRE CARNE E
ESPÍRITO (Rm 7.14-25)
1. A santidade da lei. Um interlocutor
atento poderia argumentar que o apóstolo estaria desqualificando a Lei,
reduzindo-a a algo extremamente mal. Paulo se adianta e responde: "Assim,
a lei é santa; e o mandamento santo, justo e bom" (Rm 7.12). Não há nenhum
problema com a Lei. A Lei é boa e seu propósito também. O problema, portanto,
não estava na Lei, mas naqueles que se regiam por ela. Como o apóstolo já havia
argumentado, o problema estava dentro do homem, no pecado que habitava nele, e
não na existência de uma lei externa (Rm 7.18).
2. A malignidade da carne. Não há dúvida
que todo cristão entende bem essas palavras de Paulo em Romanos 7.22,23. Essas
palavras revelam o conflito entre a nossa nova natureza em Cristo e o
"velho homem" residente em nós. É a guerra entre a carne e o
espírito. A quem essas palavras de Paulo se destinam? O contexto parece não
deixar dúvidas de que Paulo tinha em mente os crentes que, pelo fato de serem
cristãos, acreditavam que poderiam viver vitoriosamente sem o Espírito Santo.
Embora Paulo tenha deixado para tratar sobre o ministério do Espírito Santo no
capítulo 8 de Romanos, ele já chama aqui a atenção para o viver "em
novidade do Espírito" (Rm 7.6) como forma de vencer as inclinações da
carne.
3. A velha natureza. Nossa antiga
natureza está constantemente tentando rebelar-se contra Deus. Não temos como
lutar contra o pecado usando a nossa força. O Espírito Santo, que habita em
nós, ajuda-nos a vencer a velha natureza.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Paulo faz uma analogia para mostrar a luta da carne com o Espírito.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"O
conflito entre a Lei e o pecado (7.14-25)
Esse conflito é inevitável. Duas leis se chocam - a lei do pecado e a
lei de Deus. Podemos chamá-las de lei carnal e lei espiritual. Entretanto, esse
conflito pode ser facilmente dominado pelo crente, se ele dominar o pecado pela
lei espiritual. O campo de batalha entre essas duas forças é interior ao homem.
Paulo ilustra o coração como o interior de nossas vidas para mostrar esse
conflito.
A lei é espiritual (v. 14). Mais uma vez o apóstolo declara que o
problema não está na lei de Deus, mas na natureza pecaminosa do homem. Quando
ele declara 'sou carnal' está, na verdade, dizendo que ele é feito carne, isto
é, sujeito à lei do pecado que opera na carne. Ele diz, também, que é 'vendido
sob o pecado', ou, à escravidão do pecado. Significa que, queira ou não, está
na sua carne, a tendência pecaminosa que o escraviza a faz de sua natureza
pecaminosa a sede de operações para o pecado. Essa escravidão envolve toda a
personalidade do homem. Porém, esse envolvimento encontra uma barreira para o
domínio total do pecado, que é a lei espiritual.
O conflito entre lei e o pecado (v.15). Nestas palavras o apóstolo se
sente o centro do conflito no seu interior, e não consegue entender porque
pratica certos atos que contrariam sua real vontade. Ele vê o conflito entre o
bem e o mal, e, às vezes, esse conflito é tão intenso que ele não consegue
descobrir o 'porquê' desse conflito que o leva fazer certos atos" (CABRAL,
Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, pp.85,86).
CONCLUSÃO
Mesmo vivendo debaixo da graça o crente experimenta o conflito entre
sua antiga natureza e sua nova vida em Cristo. Como viver uma vida nova, se a
velha vida ainda continua querendo ocupar seu antigo espaço? A resposta do
crente está na compreensão de que a solução a esse conflito está em responder
positivamente à nova vida espiritual, dependendo inteiramente da graça de Deus.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
O que Paulo desejava mostrar com a metáfora do casamento?
Paulo desejava mostrar que homem algum pode ser salvo pela Lei, até
mesmo aqueles que a guardam com zelo e devoção. Paulo usou o casamento para
mostrar o nosso relacionamento com a Lei. O apóstolo ressalta que o contrato de
casamento perde sua validade quando um dos cônjuges morre. Segundo a Bíblia de
Aplicação Pessoal "ao morrermos com Cristo, a Lei não pode mais nos
condenar; estamos unidos a Cristo".
Como pode ser entendida a expressão "mortos para lei pelo corpo de
Cristo"?
A expressão "mortos para a lei pelo corpo de Cristo" é
entendida pelos intérpretes como uma referência à morte de Cristo e a nossa
identificação com Ele.
Segundo Paulo, quem é o cabeça da raça humana?
Paulo considerava Adão o cabeça e o representante da humanidade.
Segundo Paulo, a lei e seus propósitos são bons?
Sim. A Lei é boa e seu propósito também. O problema, portanto, não
estava na Lei, mas naqueles que se regiam por ela.
Quem pode nos ajudar no embate contra a velha natureza?
O Espírito Santo, que habita em nós.
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Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 66, p39. Você encontrará mais
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SUGESTÃO DE LEITURA
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Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, 2º trimestre 2016.
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