Lição 5 – Moisés, o
guia dos filhos de Israel.
03
de maio de 2015
Texto Áureo
“Guiaste
o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.” Sl 77.20
Verdade Aplicada
Moisés
teve o privilégio de guiar o povo hebreu, honra que seria lembrada de geração
em geração.
Objetivos da Lição
Estudar
como Moisés guiou o povo de Deus em meio ao deserto;
Aprender como
Moisés proveu o povo em suas necessidades;
Ver que
virtudes de Moisés foram essenciais na condução dos filhos de Israel.
Glossário
Volubilidade: Instabilidade,
capricho;
Palpável: O que se pode
segurar;
Extinção: O ato de por fim a
algo.
Hinos sugeridos
33,
141, 458
Textos de referência
Êx
16.4-7
4 Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos
farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para
cada dia, para que eu ponha à prova se anda em minha lei ou não.
5 Dar-se-á
que, ao sexto dia, prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada
dia.
6
Então, disseram Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: à tarde, sabereis
que foi o SENHOR quem vos tirou da terra do Egito,
7 e,
pela manhã, vereis a glória do SENHOR, porquanto ouviu as vossas murmurações;
pois quem somos nós, para que murmureis contra nós?
Leituras
complementares
Segunda
Êx 16.8
Terça
Êx
16.9
Quarta
Êx 16.10
Quinta
Sl 95.7
Sexta
Hb 3.15
Sábado Hb 3.16
Esboço da lição
Introdução
1.
Seu senso de orientação
2.
O trabalho em busca de provisão
3.
Virtudes práticas
Conclusão
Introdução
Guiar o povo de Deus em meio ao deserto não
foi uma tarefa fácil, mas Moisés pediu a ajuda do Eterno e, assim, foi capaz de
prover as necessidades do povo. Suas virtudes, aliada à sua intimidade com
Deus, foram essenciais para a condução dos filhos de Israel até a entrada da
Terra Prometida.
1. Seu senso de
orientação.
Todo o senso de orientação de Moisés procedeu
de sua chamada e comunhão com Deus. Ele estava responsável não apenas em
libertar do cativeiro os israelitas, mas conduzi-los pelo deserto até, finalmente,
alcançarem a Canaã. De onde veio o senso de direção de Moisés? Como se
comportou? É o que aprenderemos a seguir:
1.1. A escolha da
rota.
Moisés dá uma nota de explicação quanto à
rota tomada por eles e os filhos de Israel (Êx 13.17). Os filisteus estavam
muito bem preparados para a guerra, porem Israel não estava, e esse era o
grande problema caso se enfrentassem. Outro objetivo dessa rota era a
necessidade de que os hebreus, e os que com eles estavam, fossem fortalecidos e
cristalizassem uma fé definitiva no Deus de Israel. Isso fica claro à medida em
que eles vão caminhando, pois demonstram volubilidade ao desejarem retornar ao
Egito. O Senhor sempre nos conduzirá pelo melhor caminho, mesmo que, aos nossos
olhos, este seja incômodo, difícil e demorado. Ele conhece nossa estrutura e
nosso amanhã (Sl 139).
Deus enviou Seu povo pelo
caminho mais longo para se dar a conhecer. Pouco a pouco, O senhor se
manifestava; a cada desafio. Uma maneira de demonstrar Seu poder. Melhor que
tentar descobrir o caminho seria deixar o senhor descortinar.
1.2.
Orientação e presença.
A
presença palpável de Deus foi demonstrada pela coluna de nuvem durante o dia e
coluna de fogo a noite (Êx 13.21; Nm 9.16). a nuvem representava a constante
presença de Deus sobre o Seu povo. Como no deserto a temperatura sofre
variações, durante o dia, ela fazia o papel de sombra para refrigerá-los; à
noite ela se tornava um aquecedor tanto para aquecê-los quanto para afugentar
os animais selvagens. Os filhos de Israel sempre seguiam essa nuvem
sobrenatural. Quando a nuvem se levantava sobre o tabernáculo, as pessoas
arrancavam as estacas e a seguiam. E quando na nuvem parava, o povo também
parava e armava suas tendas. Eles se moviam ou paravam de acordo com esse claro
direcionamento dela. Os israelitas eram cuidadosos em mover-se apenas se a
nuvem se movesse, porque sabiam que isso era a provisão de Deus (Nm 9.18-23).
1.3.
Ouvindo Deus.
Atualmente existe uma grande quantidade de
cristãos que está tomando decisões sem consultar o Espírito Santo. Muitos estão
agindo com medo e desespero, sem fé nas promessas de Deus. Eles simplesmente
decidem o que fazer por conta própria, baseados no que pensam ser o melhor para
suas vidas. O que acontece quando os servos de Deus operam fora do completo
governo divino? Quando planejam seus próprios planos, recusando render suas
vidas à liderança e direção do Espírito Santo? Todos nós sabemos que o
resultado é sempre sofrimento, dores e muita confusão. O senso de orientação de
Moisés vinha pelo fato de ele ouvir Deus falar. Seus ouvidos estavam abertos e
sua pessoa atenta a obedecer às orientações de Deus em meio aqueles desafios
(Êx 15.26).
Moisés entendeu a importância
de ouvir a Deus e atendê-lo prontamente. Ele procurou ensinar isso aos filhos
de Israel, mas eles não quiseram aprender (Êx 15.26; Lv 26.3, 13; Dt 7.12. 13.
15; 28.1-15). Veja a seriedade do assunto (Dt 15.7; Hb 3.7). Note que, como
líder, Moisés não apenas guiava, mas ensinava os filhos de Israel a como
atenderem a voz de Deus e Seus estatutos.
2. O
trabalho em busca da provisão.
Moisés enfrentou um grande desfio ao guiar o
povo através do deserto: a provisão de suas necessidades. Mais difícil que
salvá-los das garras de Faraó era ter que alimentá-los. Apenas saber para onde
iriam não era o suficiente, eles tinham de providenciar água e comida. Vejamos
como ele resolveu essas questões.
2.1.
Mara e a transformação profética.
Existe um paralelo perfeito entre a caminhada
do povo de Israel até a terra prometida e a Igreja (Êx 15.22-27). O caminho de
três dias nos fala profeticamente da morte e ressurreição do Senhor Jesus. Após três dias de caminhada, o suprimento
acabou e o Senhor orienta a Moisés para que tomasse o lenho e jogasse sobre as
águas; e a água amarga se tornaria em água doce (Êx 15.25). Esse ato representa
profeticamente a amargura do pecado do homem que estava sobre Jesus quando
tomou o nosso lugar na cruz do Calvário, levando sobre si a amargura da morte
(IS 53.4). O Senhor mostrou a Moisés o lenho que seria usado para transformar a
água amarga (figura da morte) em doce (a vida), mostrando a participação da
Trindade no projeto da salvação, ou seja, o Pai, na eternidade, orienta a
Moisés (Espírito Santo) para que usasse o recurso que Deus preparou, ou seja, o
lenho, que é a figura de Jesus Cristo homem (o Filho). O lenho não tinha valor
algum aos olhos da razão humana, era desprezível, mas trazia consigo o
extraordinário poder da transformação (Is 53.20).
2.2.
Maná, o pão sobrenatural.
A escravidão produz um ritmo costumeiro no
ser humano denominado de “institucionalização”. É muito comum um criminoso sair
em condicional e tornar a cometer os mesmos erros. Em muitos casos, eles
cometem um crime na presença da polícia e, mesmo sabendo que há câmeras que
possam captar sua imagem, eles não se incomodam em esconder o rosto. Isso
parece loucura, mas a “instituição” mudou todos os seus hábitos e, por isso,
eles não funcionam mais como pessoas livres na sociedade. De modo semelhante, o
povo viveu quatrocentos e trinta anos no Egito e a “instituição” já dominava
seus hábitos. No decorrer de toda sua caminhada, eles sempre estavam ameaçando
voltar ao Egito e reclamavam por qualquer situação. Deus usou o método da
dependência, o qual incluía uma dieta, onde a comida terrena deveria ser
substituída pela celestial, trabalhando neles de dentro para fora. Todavia, nem
eles nem seus pais jamais puderam compreender o privilégio daquela comida (Dt
8.3).
2.3.
Codornizes pela providência divina.
Nada era por acaso no deserto e apesar de
serem escravos no Egito havia nos israelitas uma arrogância misturada a
acomodação. O Egito lhes havia doutrinado a uma forma de vida em nível de
extinção, havia neles um misto de revolta e insubordinação que aflorou
tremendamente no deserto. A liberdade de Israel findaria em Canaã, mas chegara
terra exigia uma completa descontaminação e o deserto foi o meio utilizado por
Deus para todo o ego de suas vidas fosse exposto e corrigido para se tornarem
dignos da salvação recebida (Dt 8.2). Eles pediram carne e o Senhor lhes
atendeu. O Senhor queria que entendessem que o mesmo poder demonstrado sobre as
forças da natureza no Egito para libertá-los era o que também estava naquele
deserto para supri-los.
O sonho de liberdade e de
conquista jamais sai de graça, Deus queria um povo obediente e resignado, assim
exigia fidelidade. Moisés foi um instrumento a conduzir os filhos de Israel a
um autoconhecimento e, lamentavelmente, a maioria deles não entendeu isso. Por
esse motivo, vieram a perecer no deserto, visto que não queriam largar o Egito
internamente. Porém, para que eles fossem introduzidos em Canaã, precisavam
receber tratamento de libertação do Egito que estava neles.
3.
Virtudes práticas.
Observemos agora três virtudes práticas na
vida de Moisés, essenciais para aquele momento. Tais atributos são fundamentais
à vida cristã e para todo líder chamado por Deus. Vejamos sua importância.
3.1. Senso
de dependência
A vida prática de Moisés é uma eterna lição
de dependência. O quebrantamento realizado por Deus na vida do libertador foi
tão incisivo que Moisés não atuava sem antes perguntar ao Senhor o que fazer
(Êx 33.12-15). É claro que, até mesmo para um homem de sua estirpe, era
impossível estar diante de um povo obstinado como Israel sem cometer deslizes.
Moisés estava consciente de que, sem a presença de Deus na sua vida, não
poderia percorrer o caminho que o conduziria ao livramento (Êx 33.15). Este é o
grande dilema dos cristãos hoje em dia: as pessoas querem andar à sua vontade,
sozinhas, sem a presença de alguém que os comprometa ou controle os seus passos
e suas ações. A presença do Senhor significa comunhão, segurança e descanso,
mas também assegura-nos a vitória sobre os nossos inimigos (Êx 14.19).
Os sucessos alcançados por
Moisés estão todos atrelados à sua dependência e obediência ao Senhor. Se essa
observação fosse utilizada em nossos dias, muitos cristãos teriam não somente
sucesso, como também uma vida de grandes feitos realizados pelo Senhor. Sabemos
que a maior ausência de milagres em nossas vidas é o fato de viver de forma
racional e não por fé.
3.2.
Paciência nas adversidades.
Todos nós gostaríamos de um relacionamento
com o Senhor isento de tribulações, mas essa sempre foi uma exigência da
escolha formadora divina (Rm 5.3-5). As idas e vindas de Moisés diante de Faraó
poderiam ter sido evitadas. Deus jamais precisou de tanto rodeio para operar.
Havia a necessidade de uma pedagogia insistente e progressiva para o ensino de
todo o mundo através daqueles fatos. Isso exigiu de Moisés muita espera e
paciência. Na relação descrita por Paulo (Rm 5.3-5), o que gera a paciência é a
tribulação, ou seja, não existirão pessoas pacientes que não sejam antes
submetidas ao terror. Essa paciência vai gerar experiência. Entenda que não é o
tempo que gera experiência, a paciência é gerada pela tribulação. Por fim, o
resultado do sofrimento não é a incredulidade ou o desânimo, mas sim a
esperança. Para acreditar naquilo que não se vê, é necessário trilhar um
caminho de tribulação.
3.3.
Sensibilidade para a situação.
Na jornada de Moisés com os filhos de Israel
pelo deserto quase nada se repetia. Cada situação tinha um modo peculiar de ser
resolvido e isso exigia uma sensibilidade bem apurada para cada uma delas,
tanto em relação às provisões, da organização da adoração, quanto às questões
jurídicas, etc. Moisés tinha como função principal ser profeta do senhor, mas
esse encargo se desdobrava em vários outros. Tudo isso porque, em vez de
cooperar com ele, o povo era totalmente dependente de seu agir. Deus sempre
apresentou coisas novas a Moisés. Devemos tomar como lição que certas coisas na
obra de deus não devem ser como carimbos com imagem fixa. Existem coisas que
utilizamos em nosso tempo que foram apenas uma figura do que passou. Sendo
assim, estejamos sensíveis para entender que não podemos acender a fogueira de
hoje com as cinzas de ontem.
Conclusão
Guiar o povo segundo a vontade de Deus no
deserto foi uma tarefa hercúlea para Moisés, o deserto foi o melhor lugar para
que os filhos de Israel fossem reeducados para um autoconhecimento,
conhecimento da vontade de Deus e a cristalização de uma adoração exclusiva ao
Deus vivo.
Questionário
1. De onde veio o senso de direção de Moisés?
R: Da sua chamada e comunhão
com Deus (Êx 13.17).
2. Qual era a finalidade do maná como o
método da dependência?
R: O método incluía uma dieta,
onde a comida terrena deveria ser substituída pela celestial (Dt 8.3).
3. O que causou no povo a nova dieta do
deserto?
R: causou-lhes saudades do
Egito junto as panelas de carne e pão com fartura (Dt 8.3).
4. Por que Deus levou o povo pelo caminho
mais longo?
R: Para que o povo não se
arrependesse e voltasse ao Egito (Êx 13.17).
5. O que aprendemos com a paciência?
R: Que não existirão pessoas
pacientes sem ser antes submetidas ao terror (Rm 5.3-5).
Fonte:
Revista Dominical, Jovens e Adultos, Betel 2º trimestre de 2015, Moisés o
legislador de Israel.
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