Lição 4 A
missão profética de Moisés.
26 de abril de 2015
Texto
Áureo
“Tu falarás tudo o
que eu te ordenar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó, para que deixem ir, da
sua terra, os filhos de Israel.” Êx 7.2.
Verdade
Aplicada
O verdadeiro profeta é aquele que recebe a
mensagem de Deus e transmite ao destinatário sem margem de erro o que lhe foi
dito.
Objetivos
da Lição
Compreender
o lado
profético de Moisés no cumprimento de sua função libertadora dos filhos de
Israel;
Ver como
Deus trouxe Seu juízo
ao Egito através de Seus embaixadores Moisés e Arão;
Estudar como Israel saiu do
Egito por meio da voz profética de Moisés.
Glossário
Superstar: Alguém extremamente
famoso;
Pragmatismo: Uma filosofia baseada
em conceito humano;
Opulência: Excesso de riqueza.
Textos de
referência
Êx 5.1-4
1 Depois, foram Moisés e Arão e disseram a
Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me
celebre uma festa no deserto.
2 Respondeu Faraó: Quem é o SENHOR, para
que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco
deixarei ir a Israel.
3 E eles prosseguiram:
O Deus dos hebreus nos encontrou; deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao
deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus, e não venha ele
sobre nós com pestilência ou com espada.
4 Então lhes disse o rei do Egito: Por que, Moisés
e Arão, por que interrompeis o povo no seu trabalho? Ide às vossas tarefas.
Leituras complementares
Segunda Êx
29.44
Terça Dt
34.10
Quarta Mt
10.41
Quinta At
3.22
Sexta 1Co
7.18
Sábado 1Pe
5.3
Esboço da
lição
Introdução
1. Moisés, profeta de Deus ao
Egito.
2. Palavras de juízo sobre o
Egito.
3. Israel liberto do Egito.
Conclusão
Introdução
Deus vocacionou a Moisés como profeta para
aquela geração explorada por Faraó e o Egito. Estudaremos então o seu retorno
desde quando, juntamente com Arão se encontra com os líderes de Israel até,
finalmente, todos os hebreus saírem do Egito (Êx 4.29). Entretanto, trabalharemos
mais o aspecto de sua missão profético-libertadora.
1.
Moisés, profeta de Deus ao Egito.
Moisés era um homem comum como qualquer um de
nós, porém, era também antes de tudo a voz profética, a expressão da fala de
Deus. Ele não retornou ao Egito como uma figura “superstar” que revolucionaria
a vida política no Egito, ele voltou como um embaixador do Reino e deveria ser
ouvido.
1.1. Os anciãos de Israel.
O primeiro ato profético de Moisés não diz
respeito ao Egito, mas aos hebreus por serem os herdeiros da promessa dada a
Abraão, Isaque e Jacó. A partir daí, Moisés e Arão reúnem todos os líderes e
demais filhos de Israel para transmitir-lhes a palavra profética que receberam,
bem como atuar nos sinais que o Senhor Deus lhe enviou a realizar (Êx 4.30).
Como palavra profética, não estamos falando em predição, pois nem toda palavra
profética e preditiva. Por palavra profética nos referimos a “todas as palavras
do Senhor” que Moisés e Arão receberam e transmitiram, juntamente com os sinais
que fizeram e os filhos de Israel creram e adoraram a Deus. Eles ouviram,
verificaram a procedência das palavras, viram os sinais e assim creram e
adoraram ao Senhor (Êx 4.31).
Não era fácil a missão de chegar diante do senhor da maior potência
daquela época e de pronto, ameaçar seu primogênito, o herdeiro da futura
dinastia. É por esse prisma que a missão profética funciona. Ao ouvi-la da
parte de Deus, devemos não somente estar prontos para dizê-la, mas também
prontos para sofrer as consequências de liberá-la.
1.2.
Assim diz o Senhor.
Moisés recebeu instruções claras e diretas de
Deus de como ele deveria se apresentar e falar a Faraó. O Senhor disse a Moisés
como deveria agir e falar profeticamente (Êx 4.22, 23a). O profeta é um agente
enviado por Deus que não deve ter medo de autoridade humana, nem tampouco seu
exercício está procurando facilidades, antes sim, deve estabelecer a vontade de
Deus contra as injustiças quando for necessário. A missão de Moisés não era
fácil e seu temor diante da sarça explica muito bem o que Deus lhe mandou dizer
a Faraó (Êx 11.4, 5).
1.3. A
resistência de Faraó.
Moisés sabia muito bem que Faraó seria
endurecido (Êx 4.21), pois isso era parte do plano divino para libertar os
filhos de Israel da servidão. Moisés deveria sentenciá-lo com um aviso, antes
que o juízo do Senhor fosse descarregado sobre o Egito. Deus poderia resolver o
caso na primeira investida de Moisés. Todavia, o projeto, elaborado há
quatrocentos anos, teria um desfecho marcante que, durante toda a eternidade,
seria contado não somente pelos filhos de Israel, mas por todos os habitantes
da terra. Quando a dificuldade se torna mais intensa, é um grande sinal de que
algo grande está por acontecer.
Faraó foi resistente e os filhos de Israel tiveram de ouvir pelo menos
sete vezes a mesma expressão: “assim diz o Senhor” ordenando a Faraó que
deixasse o povo a partir. Essas vezes que Moisés e Arão a repetiram demonstram
a perseverança que seu exercício profético que teve que enfrentar (Êx 4.22;
5.1; 8.1,20; 9.1-13; 10.3). O trabalho de Moisés e Arão provocou um ódio ainda
mais intenso de Faraó (Êx 5.21). A dureza de Faraó doeu na carne dos filhos de
Israel e também nos corações de Moisés e Arão.
2.
Palavras de juízo sobre o Egito.
O Egito foi a primeira nação da terra que seria
capaz de influenciar poderosamente o mundo ocidental por causa de seu
pragmatismo, organização, opulência, ciências, etc. Porém, ao explorar os
hebreus e demais povos, teve que ser severamente punido para que se tornasse
uma advertência a todos os outros povos.
2.1.
Faraó, o filho de Hórus.
Aos Faraós, tudo era possível: o domínio sobre
as pessoas, a transformação de ambientes, a preservação dos animais, etc.
Apenas duas coisas não lhes eram possíveis de impedir: o envelhecimento e a
morte. Eles presumiam serem deuses, mas não tinham eternidade. Eles se
autodenominavam filhos de Hórus, o deus dos céus. Para os egípcios, o Faraó era
objeto de culto e sua pessoa era sagrada. Ele era intermediário entre os deuses
e os homens e concentrava em si tanto poderes políticos quanto espirituais. A
dureza do coração de Faraó tinha uma origem no juízo divino; Deus lhe endurecia
para ensinar a todos os povos que o Faraó não era deus, nem filho de deus, e
sim, apenas um governante humano (Êx 7.3-5). O Senhor iniciaria Seu juízo
tornando os deuses do Egito inoperantes e terminaria eliminando seu deus
terreno, o Faraó.
No Egito Antigo, vivia-se pouco e o grande temor dos Faraós era cair em
esquecimento. Poe esse motivo, empenhavam-se em trabalhar e construir com a
máxima exuberância o lugar onde deveriam ser sepultados. Eles acreditavam que
Osíris viria um dia encontrá-los. Osíris era o marido de Ísis e pai de Hórus;
era ele quem julgava os mortos na “Sala das Duas Verdades”.
2.2. A
desestrutura de uma nação.
O endurecimento do coração de faraó em si, além
de uma mera teimosia, tratava-se de um juízo divino e eles foram estabelecidos
como uma maneira de expor e julgar o que os egípcios consideravam deuses. Na
mentalidade egípcia consideravam deuses. Na mentalidade egípcia, eles buscavam
o que se chama hoje de crescimento sustentável, isto é, procuravam o progresso
em harmonia com a natureza. Todavia, eles reverenciavam os animais como seres
divinos e suas artes fundiam o ser humano com eles. Quanto ao respeito e à
harmonia com a natureza, estavam corretíssimos, mas a divinização dela não. Eis
aí o porquê do endurecimento do coração de Faraó: tanto aquela geração quanto
as futuras ficariam marcadas pelos
juízos de Deus trazidos ao Egito (as dez pragas), visto que foi o primeiro
grande império a influenciar o mundo ocidental.
2.3. A
intensificação da dor.
Deus havia dado a Moisés e Israel sólidas
promessas de libertação. Dessa feita, Moisés foi até o povo com as boas novas e
com os sinais de Deus. A Bíblia diz que creram (Êx 4.29-31). Finalmente, para
eles, havia chegado uma ocasião de esperança, alegria e adoração. Contudo, o
que aconteceu a seguir não foi de grande estímulo para eles. As coisas só
pioraram! A escravidão de Israel se tornou totalmente insuportável e os
trabalhos se multiplicaram. Moisés não sabia que o Senhor iria pôr as mãos
nesse assunto (Êx 6.1,2). Deus estava dizendo: “Não vou lhe decepcionar,
Moisés. Lembre-se que Eu Sou o Senhor”. Não se aprende a confiar em Deus quando
tudo é bonança, isso geralmente acontece na intensidade da provação.
Como os egípcios desenvolveram para si cultos, padroeiros, serviços e uma
teologia idólatra voltada ás forças da natureza e aos animais daquela região, o
Senhor trouxe juízo, desequilibrando essas forças e apresentando-se como o
único Deus.
3. Israel
liberto do Egito.
Faraó e os egípcios estavam de olho na economia
e riquezas geradas a partir da exploração dos escravos hebreus, e, de modo
algum, desejavam perder aquela farta mão de obra. Porém, na décima praga, os
egípcios não aguentavam mais a presença deles, então Faraó os despediu (Êx
12.31-35).
3.1.
Israel sai do Egito.
Na noite em que o anjo da morte eliminaria os
primogênitos, Moisés, sob a orientação do Senhor, instituiu a páscoa, um ato
que tinha algumas finalidades. Primeiro, um ato protecionista, pois o sangue do
cordeiro nos umbrais das portas garantia aos primogênitos a vida; o anjo da
morte passaria e a senha para a salvação estava na marca do sangue. Em seguida,
comeriam pão sem fermento, juntamente com a carne do cordeiro, como um memorial
perpétuo da liberdade deles; o cordeiro deveria ser comido com ervas amargas,
mostrando que, junto com o cordeiro, também vamos ingerir coisas amargas.
Todavia essa cerimônia seria um ato profético, pois apontava para aquele que
viria como o cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo e nos livrar da
morte. Outro fato importante dessa liberdade é que os filhos de Israel saíram
de acordo como foi profetizado há quatrocentos e trinta anos antes de existirem
(Gn 15.13): com riquezas e pelo poder de uma forte mão (Êx 3.20-22).
3.2.
Israel atravessa o Mar Vermelho.
A missão profética de Moisés e Arão não
terminou com a saída dos filhos de Israel do Egito, mas permaneceu por toda a
vida. Faraó e seus oficiais reconsideraram a decisão tomada e tornaram a
perseguir os filhos de Israel. Ele sabia que tanto a mão de obra quanto a
riqueza do Egito estavam fugindo de seu alcance (Êx 14.5). Israel, percebendo a
ameaça, entrou em desespero e Moisés esperava que o Senhor lhe desse uma saída.
Todavia o Senhor lhe deu uma palavra de esperança para que dissesse ao povo (Êx
14.13). Deus fez tudo diferente do que o povo poderia imaginar. Ele sempre age
assim, Ele é sobrenatural e não trabalha com possibilidades ou recursos
humanos. Ele sempre tem um caminho mais excelente, criado por Ele para aqueles
que caminham nEle.
3.3. A
porta que Deus abre.
Sair do Egito era para os hebreus um sonho
imaginável (Êx 12.51). Eles eram um povo sem qualquer perspectiva de liberdade,
sem intimidade com Deus e sem esperança. Suas vidas mudaram porque Deus lhes
enviou um profeta, um homem forjado no fogo da adversidade, da solidão e do
anonimato. Em um só momento, o Senhor escreveu duas grandes histórias:a de um
povo que passou a ser Sua propriedade particular e a de um homem disposto a
tudo para atender ao Seu chamado. Porém, tanto Moisés quanto o povo de Israel
deveriam passar pela porta que Deus abriu no momento em que Ele a criou para
que, juntos, dessem início a história mais marcante da humanidade. Deus tem uma
porta aberta que ninguém pode fechar. Se ela ainda não foi vista, não significa
que não exista. Porém, a grande lição profética da vida de Moisés está nas
palavras: confiança e esperança – palavras que devemos adicionar as nossas
vidas diariamente.
Moisés possuía apenas uma vara em suas mãos como o símbolo da autoridade
divina para realizar milagres. Porém muito mais importante que a vara em suas
mãos era sua intimidade com Deus e sua obediência. Não basta ter apenas uma
Bíblia, diplomas ou ostentar um título. A autoridade profética esta baseada na
comunhão e na obediência.
Conclusão
Como profeta, Moisés expressou os pensamentos,
desígnios e avisos do Senhor, ou seja, cumpriu o seu ministério. Podemos dizer
que Moisés foi: excelência e excelente. Na pele de um homem saído das cinzas, o
Senhor fez ressurgir uma das maiores autoridades que esse mundo já pôde ver. Um
representante legal de Sua Palavra e poder.
Questionário
1. Como podemos entender o ministério profético de Moisés?
R:
Como um agente enviado por Deus que não teve medo de autoridade alguma (Êx
4.22, 23).
2. Qual foi a origem da dureza do coração de Faraó?
R:
Tinha origem no juízo divino, pois o próprio Deus disse que endureceria o
coração de Faraó (Êx 7.3).
3. Por que
Deus enviou as pragas ao Egito?
R: Para inutilizar e tornar inoperante o poder
das divindades (Êx 7.5).
4. Como podemos destacar a figura
profética de Moisés?
R: Moisés foi excelência e excelente (Dt
34.10).
5. O que significava para os hebreus
deixar o Egito?
R: Um sonho inimaginável (Êx 12.51).
Fonte: Betel, Jovens e Adultos, 2º trimestre de
2015.
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