Lição 3 A postura
profética de Jeremias.
16 de abril de 2017
Texto
Áureo
Jeremias 1.12
“E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo
sobre a minha palavra para a cumprir”.
Verdade
Aplicada
As palavras que Jeremias proferia não eram
palavras mal faladas, lançadas ao sabor do sentimento, mas, sim, frutos da
revelação direta ao Senhor.
Objetivos
da Lição
Entender a postura profética de
Jeremias;
Despertar interesse pela
história do ministério de Jeremias;
Motivar a prática da lição
dada no dia-a-dia.
Glossário
Arruaça: Desordem, alvoroço,
tumulto;
Inesquecível: Que não se pode
esquecer;
Florir: Cobrir-se de flores;
desabrochar; tornar viçoso; adornar, enfeitar.
Leituras
complementares
Segunda Jr 1.1
Terça Jr 1.7
Quarta Jr 1.8
Quinta Jr 1.9
Sexta Jr 1.17
Sábado Jr 1.19
Textos de
Referência.
Jeremias 1.11-14
11 Ainda veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira.
12 E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu
velo sobre a minha palavra para a cumprir.
13 E veio a mim a palavra do Senhor, segunda
vez, dizendo: Que é que, vês? E eu disse: Vejo uma panela a ferver, cuja face
está para a banda do Norte.
14 E disse-me o Senhor: Do Norte se descobrirá
o mal sobre todos os habitantes da terra.
Hinos
sugeridos.
147, 225, 306
Motivo de
Oração
Ore para que os pastores permaneçam enraizados
na Palavra de Deus.
Esboço da
Lição
Introdução
1. A postura profética de
Jeremias.
2. A visão da amendoeira.
3. A visão da panela a ferver.
Conclusão
Introdução
O verdadeiro profeta vive para Deus e procura
fazer a Sua vontade, ainda que para isso tenha que sofrer dores e perseguições.
Jeremias lutou pelas causas do Senhor sem receio do que os homens pudessem lhe
fazer.
1. A
postura profética de Jeremias.
A postura profética de Jeremias nos chama
atenção por sua disposição em ouvir a voz do Mestre. Quando Deus chama e separa
para Sua obra, Ele capacita aquele a quem chamou. Embora Jeremias não se
achasse preparado para tal missão (Jr 1.6), aprendemos que, quando somos
separados por Deus, nossa postura tem que ser outra perante o mundo. Deus não
nos chama para um trabalho sem que nos capacite e nos ajude na execução dele
(Rm 12.2).
1.1.
Próximo passo: amar o próximo.
O profeta Jeremias sabia muito bem o que significava
amar o próximo. Ele doou a sua vida ao seu povo. Toda essa dedicação e entrega
fez dele um profeta inesquecível para a nação de Israel. Para Jeremias, Deus é
o Senhor. Jeremias atribuía a Deus, a quem servia, as mais altas
características (Jr 32.17), 25), e o considerava Senhor não somente de Judá,
mas também de todas as nações (Jr 5.15; 18.7, 10).
Jeremias amava seu povo, mas ele
amava a Deus muito mais. Por mais doloroso que fosse transmitir uma mensagem
pesada ao seu povo, Jeremias foi obediente a Deus acima de tudo.
1.2. É
Deus quem capacita o homem.
O Senhor chama homens e mulheres para
transmitir Sua mensagem. Ele optou por atuar desta forma devido às nossas
limitações. Ele sabia que não estaríamos preparados para ouvir diretamente Sua voz.
Todavia pensamos que Deus só utiliza pessoas importantes em Sua Obra, ledo
engano, pois Ele usa pessoas comuns, inclusive infiéis (Jr 27.6). Jeremias não
era conhecido por ninguém a não ser pelo Rei dos reis, que o convocou para Sua
missão. O Eterno Deus quer que realizemos a Sua obra. O apóstolo Paulo nos diz;
“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e
Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus
escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para
aniquilar as que são”. (1Co 1.27-28).
Fomos escolhidos pelo Senhor para
sermos pregadores, profetas, pastores, etc. Conforme andamos com Deus, e
oferecemos o nosso culto racional, a nossa comunhão amplia, a devoção vã dá
lugar à adoração apropriada, leal, muito maior do que qualquer prêmio que
possamos ter nesta vida. Que possamos sempre estar atentos à voz do Mestre e
ouvi-la como Jeremias, que escutou e se colocou à disposição para a Sua missão.
A exposição da Palavra de Deus é algo sublime, por isso Ele nos dá um chamado,
e quando dizemos: “Eis-me aqui”, o Senhor nos capacita com dons espirituais para
podermos cumprir este chamado, combater o bom combate, terminar a carreira e
guardar a fé, como nos ensina o apóstolo Paulo (2Tm 4.7).
1.3. O
próximo escolhido pode ser você.
Temos dezenas de exemplos de homens e mulheres
que foram escolhidos sem que ninguém acreditasse neles. Cito o exemplo de Davi.
Ele jamais esperava ser escolhido como rei de Israel. Na sua casa, ele,
aparentemente, era o candidato menos indicado. Quando o profeta Samuel foi a
Belém, a mando de Deus, para ungir o novo rei, Davi não estava presente entre
seus irmãos, pois se achava no campo, com o rebanho do seu pai, pois era o mais
jovem da família, o menos experiente. No entanto, foi precisamente ele o
escolhido (1Sm 16.12).
A estratégia do diabo é fazer com que
pensemos que Deus não pode nos usar. Lembremos dos seguintes homens que o
Senhor usou: Moisés, o mesmo que libertou o povo do Egito, não sabia falar
direito (Êx 4.10); João Batista, que anunciava a vinda do Messias, se vestia
com pele de camelo, e comia gafanhotos (Mt 3.4); Zaqueu era cobrador de
impostos a serviço de Roma, mas Jesus o achou (Lc 19.2); Paulo, de perseguidor
a perseguido (At 9.23); o próprio Jeremias, que se achava incapaz para tão
nobre missão (Jr 1.6). A Bíblia está repleta de pessoas a quem ninguém dava
crédito. Mas, o Senhor usou a cada um com seu estilo, seu humor, seu jeito e suas
características. Com todos esses exemplos devemos ficar atentos, pois o próximo
a ser escolhido para uma missão pode ser um de nós.
2. A
visão da amendoeira.
“Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Que é que vez, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o
Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. (Jr
1.11-12). A amendoeira é a árvore que mais cedo floresce. Deus está revelando
que a mensagem profética anunciada por Jeremias frutificará (se cumprirá), pois
Ele mesmo cuida e vigia para que assim seja.
2.1. A
sentinela do povo de Deus.
A amendoeira é vista como a “despertadora” no
ditado hebraico, visto que entre todas as árvores ela é a que floresce
primeiro, estando sempre alerta à oportunidade de florir. As amendoeiras também
possuem uma grande capacidade de regeneração, não necessitando de podas. Elas
transmitem uma importante lição de restauração e superação. Assim como a amendoeira,
que está vigilante a cada oportunidade para florir, o Senhor está em sentinela para,
no momento certo, cumprir a Sua Palavra.
A amendoeira já possuía um forte
simbolismo na biografia do povo de Deus. Primeiro, a vara de Arão floresceu e
brotou amêndoas (Nm 17.8). Segundo, a exortação final de Eclesiastes usa o
florescer da amendoeira como exemplo (Ec 12.5). Terceiro, o candelabro era
adornado por amendoeiras (Êx 25.33). Jeremias, como filho de sacerdote, era um
grande conhecedor da Lei. Essa vara de amendoeira fazia Jeremias se lembrar da
vara de Arão, o escolhido de Deus para a liderança sacerdotal no meio do povo
de Israel. Deus estava falando a Jeremias que Ele é igual à amendoeira, que
fica de sentinela esperando a primavera. Deus, semelhantemente, vigia para que
a Sua Palavra se cumpra.
2.2. A
necessidade de estar vigilante.
Na linguagem Bíblica, a palavra “vara”
simboliza “pessoa”, Jesus disse: “Eu sou a videira; vós, as varas” (Jo 15.5).
Portanto vara de amendoeira simboliza “pessoas vigilantes”. Graças a Deus temos
um Deus que nunca dorme. Quando a sentinela está dormindo em seu posto, o povo
passa graves ameaças, o inimigo entra desapercebido e faz uma grande arruaça no
lugar onde adentrou (Sl 121.4).
Jesus comparou Sua vinda com a
maneira em que um ladrão chega para roubar: inesperadamente. Ele registrou o
seguinte aviso: “Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis em dia
virá o vosso Senhor. Mas, sabei isto, que, se o dono de casa tivesse sabido em
que vigília viria o ladrão, teria ficado acordado e não teria permitido que a
sua casa fosse arrombada” (Mt 24.42-43). S vigilância é essencial na vida do
Cristão (1Pe 5.8).
2.3. A
necessidade de o povo acordar.
O profeta Jeremias, como uma grande sentinela,
proclamava ao povo que era preciso acordar! Ele dizia que era preciso abrir os
olhos e abandonar o pecado. Ele denunciava o que estava errado e apontava os
responsáveis: o rei Joaquim (Jr 22.13, 19), a casa real de Judá (Jr 22.11, 14),
os escribas (Jr 8.8-9), os pastores (Jr 10.21), os sacerdotes (Jr 8.10; 23.11)
e os profetas (Jr 14.13, 16; 23.9, 40). Ele também indicava todos os crimes (Jr
7.9): idolatria (Jr 7.18; 9.13), exploração (Jr 9.2, 4), não pagar salário (Jr
22.13), desprezo pelos órfãos e viúvas (Jr 7.6; 22.3) mentira (Jr 8.10),
assassinato de gente inocente (Jr 22.17), sacrifícios de crianças a falsos
deuses (Jr 19.4; 7.31; 22.3), etc.
É preciso falar de Jesus. O inimigo
está por perto e também há como derrota-lo. Jesus é a luz do mundo, que veio
para brilhar entre as trevas e, assim, afastá-las, dando visão aos que antes
estavam no escuro.
3. A
visão da panela a ferver.
O profeta Jeremias tem uma visão apavorante de
uma panela (Jr 1.13). Na visão, a panela estava no fogo e isso significa que o
que há no seu interior está quente. A boca virada para o Norte significa o
amplo domínio que decorrerá sobre aquela cidade, pois o povo estava entregue à
perversão, queimando incenso a deuses estranhos (Jr 7.18).
3.1. O
perigo vem do Norte.
A panela a ferver, inclinada para o norte,
simbolizava que todas as invasões que Israel sofreria viriam do lado norte.
Como já vimos, a nação de Judá estava submergida em muitos pecados
comportamentais de mentira (Jr 8.10), assassinatos (2.34) e exploração (Jr 9.2,
4). O profeta Jeremias avistava a panela, mas observava a Babilônia dominando a
cidade de Judá e despejando sua fúria sobre Jerusalém (Jr 1.13-14).
A direção da panela era o “Norte”,
lugar onde Deus haveria de suscitar nações ensandecidas, como uma panela sob o
fogo fervendo. O povo não tinha noção do que estava por acontecer: incêndio em
Jerusalém, milhares de assassinatos, destruição do templo e o pior exílio, o
babilônico.
3.2. O
inimigo se aproxima.
Jeremias tinha duas paixões: Deus e o povo. Mais
uma vez, o profeta estava alertando que Israel teria problemas com os seus
vizinhos. Estes inimigos ao norte eram os babilônios. A Bíblia narra que nos
dias de Jeremias, os caldeus, ou babilônios, estavam expandindo seus
territórios, conquistando tudo ao redor. A história nos diz que os caldeus
tinham invadido a capital dos assírios no ano 612 a.C. Nínive havia sido
conquistada e estava sob o governo de outro monarca. Sete anos mais tarde, na
famosa batalha de Carquemis, os Egípcios e os remanescentes assírios foram
destruídos pelos babilônios.
Em 605 a.C., Nabucodonosor, ainda
como príncipe herdeiro, vence a Faraó Neco II na batalha de Craquenis (Jr 46.2,
6, 10; 2Rs 24.7). Devido à sua posição ardilosa, tanto comercial como militar,
o controle de Carquemis era visado pelos reinos desde os tempos antigos. Os
assírios asseguraram por algumas décadas toda a região do Crescente Fértil. Ao
entrar em disputas internas para ver quem sucederia o trono, teve suas finanças
e exército enfraquecidos. Nabucodonosor se aproveitou desta instabilidade para
ir à guerra, a famosa batalha de Carquemis, onde o Egito perdeu para a
Babilônia.
3.3. O
Senhor é Soberano entre as nações.
O Senhor é Soberano nos céus e na terra. Foi
Ele que criou o mundo com o Seu poder. O Senhor é aquele que sustenta o mundo e
tudo o que nele há. O Senhor Deus não é apenas o Deus de Israel, mas de todas
as nações. Ele é aquele que soberanamente governa todas as nações. O rei
Nabucodonosor foi um instrumento que Deus usou para reprimir e reeducar o Seu
povo (Jr 32.28). Todos os reis, pagãos ou não, estão sujeitos à Sua vontade.
Deus merece adoração de todos os povos da terra porque Ele é o Senhor do mundo
inteiro. Ele governa sobre todos e julga o mundo de acordo com a Sua justiça.
A grandeza do Senhor é retratada com
nitidez em toda a Bíblia. A palavra soberana nos faz entender que o Senhor
detém todo o poder sem ressalva. Significa que Deus possui o controle absoluto
sobre tudo e todos. Ele está acima de todo o universo. Através de Sua Palavra
tudo foi criado (Cl 1.16). Aprendemos com esta lição que o Eterno Deus, por Sua
soberania e domínio , governa tanto individuo como nações, Todos são Seus
servos.
Conclusão.
A Palavra de Deus nos mostra que era preciso
haver um arrependimento por parte do povo de Judá. O profeta Jeremias alertava
que o perigo de suas ações estava vindo do Norte. Todavia, seus corações
estavam endurecidos, pois deixaram de ouvir a Palavra de Deus há muito tempo.
Questionário.
1. Cite um exemplo de pessoa que foi escolhida
sem que ninguém acreditasse nela.
R: Davi (1Sm 16.12).
2. Na simbologia bíblica, o que significa a
palavra “vara”?
R: Significa “pessoa” (Jo 15.5).
3. O que acontece quando a sentinela dorme em
seu posto?
R: O povo passa grave ameaças, o
inimigo entra desapercebido e faz uma grande arruaça no lugar onde adentrou (Sl
121.4).
4. O que simbolizava a panela a ferver,
inclinada para o norte?
R: Simbolizava que todas as
invasões que Israel sofreria viriam do lado norte (Jr 1.14).
5. Qual foi o rei que Deus usou para reprimir e
reeducar o Seu povo?
R: Nabucodonosor (Jr 32.28).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Jeremias – Deus convoca Seu povo ao arrependimento, Jovens
e Adultos, edição do professor, 2º trimestre de 2017, ano 27, Nº 103,
publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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