Lição 11
A IGREJA E A POLÍTICA
12 de marco de 2017
Texto do
dia
(Mt 22.21)
"[...] Dai, pois, a César o que é de César
e a Deus, o que é de Deus."
Síntese
A fé cristã tem por princípio o respeito às
autoridades constituídas, mas entende que obedecer a Deus é muito mais
importante.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Ef 6.12 O combate da igreja é
espiritual
TERÇA - Lc 7.8 Homens sujeitos às autoridades
QUARTA - 1 Tm 2.1,2 A igreja e a oração pelos
governantes
QUINTA - Jo 19.11 Todo poder humano é dado por
Deus
SEXTA - At 5.29 Importa obedecer a Deus
SÁBADO - 1 Pe 2.17 Honrai o rei
Objetivos
MOSTRAR que as autoridades são
constituídas por Deus, por isso devemos nos submeter a elas;
APONTAR Daniel como um exemplo
de servo no exílio;
COMPREENDER como se deu a administração
de José no Egito.
Interação
Diante da crise política e ética que o país vem
enfrentando, muitos não querem nem ouvir falar desse tema. Todavia, o que temos
visto atualmente não é política, mas na verdade é politicagem. Homens que
legislam em causa própria e não em favor do bem comum. Porém, como crentes,
temos que orar pelas autoridades e respeitá-las. Mas, antes de obedecer aos
homens, temos que obedecer a Deus. Não é porque o Senado aprova uma lei que ela
passa a ser correta perante o Senhor. Vários partidos e grupos da sociedade
civil estão lutando para legalizar o aborto e o uso de drogas. Ainda que estes
grupos consigam que a lei do aborto seja aprovada, como crentes, vamos
continuar afirmando que matar um inocente é um crime e que fere os princípios
divinos. Como crentes precisamos obedecer às leis, apesar disso, temos o dever
de rejeitará as que contrariam a Palavra de Deus.
Mostre aos alunos que a política é necessária e
não podemos viver sem ela, todavia precisamos conhecer bem o plano de governo
daqueles que se candidatam a um cargo político antes de escolher um candidato.
Precisamos nos informar e também orar.
Orientação
Pedagógica
Para a aula de hoje sugerimos que você promova
um debate. Divida a turma em dois grupos. Escreva no quadro as questões que
serão debatidas. Cada grupo ficará com uma questão. Dê um tempo para que o
grupo discuta a questão. Depois peça que em círculo os alunos formem um só
grupo e que a conclusão a que chegaram seja exposta para todos. Ouça os alunos
com atenção e faça as considerações que achar necessárias, porém permita que
eles fiquem à vontade para exporem suas ideias sem constrangimento algum.
Precisamos ouvir e saber o que nossos alunos pensam para que possamos
atendê-los e ajudá-los em suas dúvidas.
Sugestões de questões para serem debatidas:
"Até que ponto os crentes devem se
sujeitar às autoridades? Quais são as obrigações delas diante de Deus?"
"Igreja e Estado podem caminhar
juntos? Qual deve ser o papel da Igreja
na política?"
Texto
bíblico
Romanos 13.1-7
1 Toda alma esteja sujeita às autoridades
superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades
que há foram ordenadas por Deus.
2 Por isso, quem resiste à autoridade resiste à
ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3 Porque os magistrados não são terror para as
boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o
bem e terás louvor dela.
4 Porque ela é ministro de Deus para teu bem.
Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro
de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.
5 Portanto, é necessário que lhe estejais
sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
6 Por esta razão também pagais tributos, porque
são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.
7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem
tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra,
honra.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O homem é um ser político, e, como tal, tem
necessidade de se relacionar com outros de sua espécie. Deus estabelece
autoridades para que governem e façam justiça no mundo, a fim de que haja ordem
e boa convivência entre os homens. Mas até que ponto os cristãos devem se
sujeitar às autoridades? Quais são as obrigações delas diante de Deus? É
possível um cristão ser do meio governamental e manter sua integridade? E os
deveres dos cristãos para com os governos? Sobre esses assuntos trataremos
nesta lição.
I - AS
AUTORIDADES CONSTITUÍDAS E A SUBMISSÃO A ELAS
1. Os deveres das autoridades. Autoridades existem
para trazer ordem para a sociedade. Sem organização, leis e instituições que as
façam ser cumpridas, a vida em sociedade se torna inviável. As autoridades
precisam também zelar pelo bem-estar de todos.
Em nosso sistema político, no qual o Estado é
dirigido por governantes e legisladores eleitos pelo povo, os que ocupam cargos
púbicos devem exercer seus mandatos em prol do bem comum, agindo com
transparência e honestidade em suas atribuições. Bons governantes são queridos
pelo povo, mas os maus são uma vergonha para qualquer nação.
2. Orando pelas autoridades. Autoridades e pessoas
que estão em posição de evidência necessitam de nossas orações. Paulo
recomendou a Timóteo que "antes de tudo, que se façam deprecações,
orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por
todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada,
em toda a piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus,
nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento
da verdade" (1 Tm 2.1-4).
Estar em posição de poder expõe-nos a diversas
situações que, de outra forma, provavelmente não seríamos tentados pela
corrupção, pelo dinheiro, pela manipulação do poder com finalidades diversas
daquelas para as quais somos chamados. As autoridades precisam ser alvo da
oração dos santos, não apenas para que ajam de forma correta, mas para que
pensem e governem para os que, nelas, depositaram toda a confiança.
3. A sujeição as autoridades. A sujeição às
autoridades é um mandamento bíblico (Rm 13.1). Deus nos ordena que respeitemos
as autoridades constituídas. Se desejamos ter um viver quieto, devemos cumprir
as nossas obrigações em todos os aspectos, para não darmos mau testemunho. Uma
de nossas obrigações, como cidadãos, é escolher aqueles que nos governarão.
Essa escolha não deve ser leviana, pois colocando no poder pessoas sem
integridade e sem temor de Deus, nós mesmos seremos atingidos: "Quando os
justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo
suspira" (Pv 29.2).
Não podemos esquecer também de que devemos
maior submissão a Deus. Somos cidadãos dos céus, e se tivermos de escolher
entre submeter-nos a leis injustas e obedecer a Deus, vale o que disse o
apóstolo Pedro, quando instado a não mais falar de Jesus: "Mais importa
obedecer a Deus do que aos homens" (At 5.29).
Pense
A história da Bíblia nos mostra que uma pessoa
sem o temor de Deus, colocada em posição de poder, faz com que sua nação sofra.
Ponto
Importante
As pessoas que ocupam cargos públicos devem saber
que há um Deus nos céus, que a tudo observa e recompensa, tanto em relação ao
bem quanto em relação ao mal
II -
DANIEL, EXEMPLO DE SERVO NO EXÍLIO
1. Daniel. Era um jovem hebreu
levado à Babilônia depois que Jerusalém foi sitiada por Nabucodonosor (Dn 1.1).
Esse jovem pertencia à linhagem nobre de Israel, e foi levado cativo à
Babilônia para ser treinado na língua e na cultura dos caldeus. Seu traslado
tinha como objetivo forçá-lo a portar-se como nobre de outra cultura.
Conforme Daniel 1.3,4, os moços a serem levados
para a Babilônia deveriam ser "dos filhos de Israel, e da linhagem real, e
dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e
instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento,
e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem
ensinados nas letras e na língua dos caldeus". As características eram bem
específicas e inerentes à vida política: Saber viver no palácio com
inteligência e sabedoria.
2. Daniel, o profeta. Ele se destaca nas
Sagradas Escrituras por, entre outras coisas, sua atividade profética. Esse
servo de Deus passou por três imperadores, e se manteve íntegro em seu trabalho
político. Sua vida de graça e seu exemplo nos mostra que é possível ser um
homem, ou mulher de Deus, no mundo político. Como homem de Deus, advertiu a
Nabucodonosor a que agisse de forma correta em seu reino antes de o monarca
pagar um alto preço por sua arrogância: "Portanto, ó rei, aceita o meu
conselho e desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando
de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua
tranquilidade" (Dn 4.27).
3. Daniel, o homem público. Daniel não foi somente
um profeta, e esse é o segundo motivo que o destaca nas Escrituras. Ele foi um
homem público conhecido por sua integridade. Pela sua formação, estava apto a
atuar na esfera governamental, e, pelo caráter como homem de Deus, foi um
exemplo de gestor e conselheiro; não se furtou a ser usado por Deus para
repreender e advertir governantes ímpios.
A Bíblia diz que o rei Dario tinha a intenção
de torná-lo um funcionário público de maior destaque ainda (Dn 6.1-3). Mas os
seus opositores buscaram algo que desabonasse sua conduta: "Então, os
príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do
reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não
se achava nele nenhum vício nem culpa. Então, estes homens disseram: Nunca
acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na
lei do seu Deus" (Dn 6.4,5). De fato, Daniel era um homem de comprovada
integridade moral e espiritual. Deus, nessa ocasião, livra Daniel na cova dos
leões, pune seus adversários e concede ao seu servo mais tempo para dar testemunho
do Deus de Israel em terra estrangeira, além de revelar ao profeta muitas
coisas que haveriam de ocorrer no fim dos tempos.
Pense
Tanto quanto profeta, Daniel foi um exemplo de
administrador público em toda a sua vida.
Ponto
Importante
É possível ser um homem ou mulher que tome
decisões que agradem a Deus em qualquer lugar,
inclusive nos meios políticos e governamentais.
III -
JOSÉ, ADMINISTRADOR NO EGITO
1. José. Ele era filho de Jacó e
bisneto de Abraão. Criado em uma família com vários filhos de várias mulheres,
José foi educado como o preferido de seu pai (Gn 37.3). Após ter sonhado duas
vezes que, um dia, estaria em posição de autoridade, seus irmãos o venderam
como escravo e fizeram de sua vida uma sucessão de tormentos (Gn 37.1-36). Ele
foi escravo e presidiário no Egito, mas nessas duas situações, vemos que Deus
era com José, tanto na casa de Potifar, como escravo, quanto na prisão (Gn
39.2,21). Do cárcere, Deus o exaltou, levando-o à presença de Faraó, onde foi
colocado como o segundo homem no comando do Egito.
2. José, líder no Egito. Após chegar a uma
posição de destaque, José teve de lidar com a política egípcia para colocar
seus projetos em voga, conseguindo estocar alimentos para os períodos de fome
na terra (Gn 41.48,49). Além disso, comprou terras para Faraó, e orientou a
divisão de víveres para os habitantes do Egito e àqueles que, para lá, iam para
comprar alimentos.
3. José, o governador. Como a fome naqueles
dias se tornou impiedosa, os irmãos de José foram ao Egito adquirir alimentos,
e se depararam com José, sem o saber. Como governador do Egito, José poderia
usar de suas prerrogativas políticas para castigar seus irmãos pelo mal que lhe
fizeram. Eles chegaram a dizer, em outras palavras, que José estava morto:
"[...] Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um varão da terra de
Canaã; e eis que o mais novo está com nosso pai, hoje; mas um já não
existe" (Gn 42.13). Depois José se deu a conhecer a eles, trouxe-os para
serem preservados no Egito e reencontrou seu pai, Jacó, em um dos encontros
mais marcantes das Sagradas Escrituras: "Então, José aprontou o seu carro
e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. E, mostrando-se-lhe, lançou-se
ao seu pescoço e chorou sobre o seu pescoço, longo tempo. E Israel disse a José:
Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives" (Gn
46.29,30). Apesar de tudo, José perdoou seus irmãos, se fez conhecer,
reencontrou seu pai e fez com que sua família fosse preservada no Egito. E como
homem de Deus, profetizou: "Certamente, vos visitará Deus, e fareis
transportar os meus ossos daqui" (Gn 50.25). Mesmo podendo se utilizar do
poder que tinha nas mãos, punindo seus próprios irmãos por tudo o que fizeram,
José preferiu lembrar das promessas feitas a Abraão, e rogou pelos filhos de
Israel sobre a terra que Deus lhes daria.
Pense
Deus fez José prosperar em lugares pouco
prováveis, e recompensou sua integridade guardando-
o da morte e tornando-o uma pessoa importante
em terra estranha
Ponto
Importante
José, em seus últimos dias, falou da fidelidade
de Deus em relação a retirar o povo de Israel do Egito
e leva-lo à Terra Prometida.
SUBSÍDIO
"O
Princípio da Obediência Civil
Como discípulos de Cristo, obrigamo-nos a
exercer plena e exemplarmente a nossa cidadania terrena, pois somente assim
viremos a glorificar o Pai Celeste. Afinal, somos cidadãos dos santos e
representantes do Reino de Deus. Cabe-nos, por isso, observar rigorosamente o
que nos recomenda a Bíblia Sagrada.
1. A doutrina da obediência civil. É o
ensinamento bíblico que aponta os deveres do cidadão às leis e deliberações do
governo secular. Esse princípio foi exposto de maneira bastante clara pelo
apóstolo Paulo (Rm 13.1-7).
2. As obrigações sociais do cristão. Estas são
as principais obrigações do cristão numa sociedade politicamente organizada:
orar e promover a paz da cidade (Jr 29.7); honrar os governantes e interceder
por eles; submeter-se às autoridades (Rm 13.1) e pagar impostos (Rm 13.7).
Quer na vida
particular, quer na pública, deve o cristão ser um exemplo de lisura e
incorruptibilidade, principalmente se exercer
algum cargo eletivo. Todavia, jamais deve abrir mão de sua consciência
cristã. Ele obedecerá às leis, sim; contudo, rejeitará as que contrariarem a
Palavra de Deus" (ANDRADE, Claudionor. As Novas Fronteiras da Ética
Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p 218).
ESTANTE
DO PROFESSOR
ANDRADE, Claudionor. As Novas Fronteiras da
Ética Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
CONCLUSÃO
É possível a uma pessoa, em posição de
autoridade no mundo político, ser íntegra e trabalhar pelo bem do povo. E, como
cristãos, devemos orar por tais pessoas, para que exerçam com sabedoria a
vocação para a qual foram chamadas.
Hora da revisão
Quais são os deveres das autoridades?
Autoridades existem para trazer
ordem para a sociedade. As autoridades precisam também zelar pelo bem-estar de
todos.
Faça um resumo do nosso sistema político.
Em nosso sistema político o
Estado é dirigido por governantes e legisladores eleitos pelo povo.
É nosso dever orar pelas autoridades?
Justifique a resposta com um texto bíblico.
Sim. A Palavra de Deus recomenda
que "antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e
ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em
eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e
honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que
quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade" (1
Tm 2.1-4).
A sujeição as autoridades é um dever bíblico?
Sim. A sujeição às autoridades é
um mandamento bíblico (Rm 13.1). Deus nos ordena que respeitemos as autoridades
constituídas.
Cite exemplos de servos que exerceram um papel
político.
Moisés, Daniel e José.
Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas
Jovens, professor, A Igreja de Jesus Cristo – Sua origem, doutrina, ordenanças
e destino eterno, Comentarista Alexandre
Coelho, 1º trimestre 2017.
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