Lição 10
A MISSÃO SOCIAL DA IGREJA
05 de março de 2017
Texto do
dia
(At 4.35)
"E repartia-se a cada um, segundo a
necessidade que cada um tinha."
Síntese.
Por meio de ações sociais, a igreja local pode
estender o Reino de Deus socorrendo pessoas e demonstrando o amor de Deus na
prática.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Dt 15.10,11 A responsabilidade social
no AT
TERÇA - Gl 2.10 A responsabilidade social no NT
QUARTA - Sl 14.6 Deus é o refúgio dos pobres
QUINTA - At 4.34 A responsabilidade social na
igreja primitiva
SEXTA - Tg 1.27 Ajudar os órfãos e as viúvas
SÁBADO - Tg 2.14-17 Fé e obras sociais
Objetivos
ANALISAR o cuidado de Deus para
com os pobres;
MOSTRAR a Igreja Primitiva
como exemplo de cuidado com os necessitados;
COMPREENDER que a fé sem as obras é
morta.
Interação
Professor, na lição deste domingo estudaremos a
respeito da missão social da igreja. A Igreja de Cristo tem uma missão a
cumprir junto aos pobres e necessitados e não podemos ser negligentes com tal
incumbência. Nossa missão não é somente proclamar o Evangelho, mas revelar a
nossa fé no Salvador mediante as boas obras. Sabemos que ninguém será salvo
pelas boas obras, mas nossas ações em favor dos desvalidos agradam a Deus e
evidenciam a nossa fé. Que jamais venhamos nos esquecer que "a fé sem
obras é morta" (Tg 2.17). Como Igreja recebemos a missão de pregar o
Evangelho (Mc 16.15) e socorrer os carentes e necessitados.
Orientação
Pedagógica
Inicie a aula fazendo a seguinte indagação aos
alunos: "A Igreja de Cristo tem uma
missão social a cumprir?". Ouça as respostas e incentive a participação de
todos. Diga que a Igreja tem uma missão evangelizadora, ensinadora e social a
cumprir neste mundo. Em seguida, entregue a uma aluna uns 15 palitos de
churrasco (amare os palitos com um barbante ou linha) e peça que ela quebre, ao
mesmo tempo, todos os palitos ao meio. Com certeza ela terá dificuldade em
quebrar todos os palitos juntos. Diga que para a igreja cumprir sua missão
social na localidade onde ela está inserida todos precisam cooperar. É quase
impossível uma pessoa sozinha dar conta de socorrer os aflitos e necessitados.
Explique que é responsabilidade de todos os crentes, e não apenas do pastor,
ajudar os necessitados e carentes. Desamarre os palitos. Entregue um para cada
aluno e peça que o quebrem. Mostre o quanto foi fácil quando cada um quebrou um
palitinho. Para concluir, peça aos alunos que citem algumas ações que eles
podem fazer para ajudar os necessitados da igreja e da comunidade. À medida que
forem falando vá relacionando no quadro. Incentive-os a colocarem tais ações em
prática.
Texto
bíblico
Atos 2.42-46
42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e
na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 Em cada alma havia temor, e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
44 Todos os que criam estavam juntos e tinham
tudo em comum.
45Vendiam suas propriedades e fazendas e
repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
46 E, perseverando unânimes todos os dias no
templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
coração,
Atos 4.32-35
32 E era um o coração e a alma da multidão dos
que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas
todas as coisas lhes eram comuns.
33 E os apóstolos davam, com grande poder,
testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante
graça.
34 Não havia, pois, entre eles necessitado
algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o
preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.
35 E repartia-se a cada um, segundo a
necessidade que cada um tinha.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Por missão social da Igreja entendemos a
ingerência do Corpo de Cristo nas causas relacionadas ao serviço social,
ajudando os necessitados.
A igreja, entre tantos desafios, tem o dever de
pregar o Evangelho aos perdidos, e socorrer aqueles que precisam de ajuda,
dentro, é claro, de suas possibilidades. Essa é a missão social da Igreja, a de
agir em favor dos mais necessitados. Não
podemos apenas apresentar o Evangelho aos carentes, mas igualmente colaborar
socorrendo-os em suas necessidades.
I - O
CUIDADO DE DEUS PARA COM OS POBRES
1. Orientações em relação aos mais
necessitados. Os
pobres sempre foram contemplados pelo olhar divino. Tiago comenta: "Ouvi,
meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para
serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?" (Tg 2.5).
Isso nos mostra que Deus está atento ao clamor dos necessitados, e espera que
nós o representemos diante dessas pessoas, não apenas com uma pregação
eloquente, mas com atitudes compatíveis com a nossa fé.
2. A provisão de Deus. Houve ocasiões em que
Deus se utilizou de milagres para socorrer as pessoas. Elias foi sustentado
milagrosamente por uma viúva pobre, em Sarepta. Eliseu foi procurado por uma
viúva que perderia seus filhos para um credor, e Deus fez um milagre
multiplicando o azeite que ela possuía em casa. Boaz, bisavô de Davi, era um
homem de recursos em Israel, e orientou Rute a que apanhasse espigas no seu
campo. Havia uma ordem de Deus, na lei, sobre o trato para com os pobres na
terra prometida: "E, quando segardes a sega da vossa terra, não acabarás
de segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega;
para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o SENHOR, vosso
Deus" (Lv 23.22). Sendo respeitada, essa ordem equilibraria muitas mazelas
sociais e redistribuiria recursos de tal forma que os mais carentes teriam suas
necessidades supridas.
3. "Os pobres sempre tereis
convosco".
A presença de pessoas que tem menos recursos que outras sempre foi constante em
todas as culturas e em todos os tempos. Mesmo nos países mais desenvolvidos há
diferenças nos estratos sociais.
Jesus reconheceu, em certa ocasião, que havia
pobreza em seus dias. Ele estava em um jantar em Betânia, e Maria ungiu Jesus
com nardo puro, um tipo de perfume bem caro naqueles dias. Naquela ocasião,
Judas reclamou que aquele perfume poderia ser vendido e os valores repassados
para os pobres, mas não disse isso por ter cuidado com os pobres,"mas
porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava" (Jo
12.6). A isso Jesus respondeu: "Porque os pobres, sempre os tendes
convosco, mas a mim nem sempre me tendes" (Jo 12.8). Ele não disse isso
desrespeitando os pobres, mas valorizando seus últimos momentos antes de ir
para a cruz.
Pense
Deus, em sua Palavra, nos mostra que socorreu
pessoas por meio de outras pessoas, e deseja nos usar para fazer o mesmo.
Ponto
Importante
Deus sempre está atento ao clamor dos necessitados.
II -
EXEMPLOS DA IGREJA PRIMITIVA
1. A igreja em Jerusalém. É um exemplo de como o
Corpo de Cristo pode auxiliar seus membros. As pessoas necessitadas eram
socorridas pela própria igreja, de tal forma que "não havia, pois, entre
eles necessitado algum" (At 4.34). Em uma ocasião específica, houve
questionamentos entre a partilha de auxílios entre as viúvas. As viúvas gregas
reclamaram por serem preteridas em relação às viúvas de procedência judaica na
distribuição de ajuda na igreja. Então, Deus orientou os apóstolos a que
separassem homens confiáveis e cheios do Espírito Santo para que se dedicassem
a esse ministério, surgindo daí os diáconos.
2. Socorrendo os domésticos da fé. "Então, enquanto
temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da
fé" (Gl 6.10). Essa orientação de Paulo precisa ser seguida sempre em
nossas igrejas. Nossos irmãos, os domésticos da fé, devem ter a prioridade no
atendimento em questões sociais na igreja. Evidentemente, a igreja local não
deixará de auxiliar pessoas da comunidade e que não pertencem à igreja, e essa
é uma forma de evangelismo e demonstração de boas obras. Mas jamais podemos
esquecer-nos de nossos irmãos.
Pense
A Igreja em Jerusalém foi o primeiro exemplo de
como Deus se utiliza da generosidade dos servos
de Deus para auxiliar outros servos de Deus.
Ponto
Importante
Devemos socorrer a todos, mas principalmente
aos domésticos da fé.
III - A
FÉ SEM AS OBRAS É MORTA
1. O chamado à prática da
misericórdia. Uma
das características das chamadas "Cartas Gerais" são a sua
aplicabilidade. Os escritores judeus desta seção do Novo Testamento
aparentemente produziam textos menores - se comparados aos textos paulinos -
mas textos diretos e contundentes, como os de Tiago, que tratou a respeito do
socorro aos necessitados. Para Tiago, e para Deus, "a fé, se não tiver as
obras, é morta em si mesma" (Tg 2.17). Se pudermos fazer algo por nossos
irmãos e não o fazemos, nossa fé não tem vida, pois o amor que recebemos de
Deus deve ser manifesto em obras, e isso inclui cuidar dos irmãos.
2. Agindo de acordo com a nossa fé. Em uma época como a
nossa, em que o país tenta sair de uma forte crise econômica, vemos nas igrejas
pessoas que perderam seus empregos, e junto com eles, sua renda e possibilidade
de manter suas famílias. Por isso, mais vivo se torna o nosso desafio de, em
nome de Deus, representá-lo nessas horas de crise, e tornar seu nome conhecido
por atos de misericórdia, que devem ser acompanhados pela pregação da Palavra.
3. Necessidades de nossos dias. Ações diferenciadas
podem ser tomadas em nossas igrejas. Podemos promover cursos de alfabetização
para pessoas que não sabem ler. Promover um dia de cidadania, com pequenos
serviços gratuitos como medir pressão arterial, cortes de cabelo, atendimento
médico e jurídico e atividades infantis, entre outros.
Outras atividades, como visitas a enfermos e a
presos podem ser promovidas pela igreja. Estes grupos não foram esquecidos.
Jesus disse certa vez que quando visitamos os enfermos e os encarcerados,
estamos fazendo essas visitas como se estivéssemos visitando o próprio Senhor.
Para Tiago, e para Deus, "a fé, se não tiver
as obras, é morta em si mesma" (Tg 2.17).
SUBSÍDIO
1
"[...] A propriedade privada é um dom de
Deus para ser usado com o propósito de estabelecer a justiça social e cuidar do
pobre e do necessitado. O ladrão arrependido é orientado a não mais roubar, mas
sim trabalhar com as mãos e assim ganhar o sustento e 'para que tenha o que
repartir com o que tiver necessidade' (Ef 4.28). Poucos temas nas Escrituras se
evidenciam de forma tão direta e clara do que as ordens de Deus para que nos
preocupemos com os menos afortunados. 'Aprendei a fazer o bem', Deus brada,
'praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da
causa das viúvas' (Is 1.17). Através do mesmo profeta, Deus anuncia que o
verdadeiro jejum não é um ritual religioso vazio (Is 58.7). Jesus aprofunda
nosso sentimento de responsabilidade, falando que ao ajudarmos o faminto, o
desnudo, o doente e o encarcerado, estamos, na verdade, servindo-o (Mt
25.31-46). Mesmo assim os pobres nunca são reduzidos a meros recebedores passivos
da caridade; eles devem trabalhar em troca de benefícios. Esse princípio é
melhor exemplificado nas leis do Antigo Testamento que exigiam dos
proprietários deixarem generosas margens da colheita ao redor dos campos para
que assim os pobres pudessem colher o suficiente para se manterem vivos (Lv
19.9-10; Dt 24.19-22). No Novo Testamento, Paulo censura severamente os que se
recusam a trabalhar e urge que eles 'trabalhando com sossego, comam o seu
próprio pão' (2 Ts 3.12)" (COLSON, Charles; PEACEY, Nancy. E Agora, Como
Viveremos? 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p. 455).
SUBSÍDIO
2
"Evangelização e responsabilidade social
O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano,
criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que
pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que
pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco
com um corpo-alma em isolamento (para
que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos
preocupar com a sociedade em que ele vive). Não! Deus fez o homem um ser
espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido
como 'um corpo-alma em sociedade'. Portanto, a obrigação de amar o nosso
próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amarmos o nosso
próximo como Deus o amou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente,
estaremos preocupados com o seu bem-estar total, o bem-estar do seu corpo, da
sua alma e da sua sociedade. [...] É verdade que o Senhor Jesus ressurreto
deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer
discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão não
invalida o mandamento, como se 'amarás o teu próximo' tivesse sido substituído
por 'pregarás o Evangelho'. Nem tampouco reinterpreta amor ao próximo em termos
exclusivamente evangelísticos" (STOTT, John R. W. Cristianismo
Equilibrado. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.60,61).
ESTANTE
DO PROFESSOR
STOTT, John R. W. Cristianismo Equilibrado.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
CONCLUSÃO
Deus nos dá a oportunidade de fazer a diferença
na vida de pessoas necessitadas, e socorrê-las em seu nome. Por isso, devemos
estar atentos e dispostos, para que a nossa pregação não seja apenas de
palavras, mas de atitudes que espelhem o amor de Deus através de nossas mãos.
Hora da revisão
O que é a missão social da igreja?
Por missão social da Igreja
entendemos a ingerência do Corpo de Cristo nas causas relacionadas ao serviço
social, ajudando os necessitados.
No Antigo Testamento Deus se utilizou de que
método para socorrer os aflitos?
Houve ocasiões em que Deus se
utilizou de milagres para socorrer as pessoas.
Sempre teremos necessitados na igreja e no
mundo?
Sim. Certa vez, Ele declarou:
"Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me
tendes" (Jo 12.8).
O que significa socorrer os domésticos da fé?
Significa ajudar nossos irmãos,
membros de nossas igrejas, em suas necessidades.
Por que a fé sem obras é morta?
Porque nossa fé precisa ser
evidenciada mediante nossas obras. Se pudermos fazer algo por nossos irmãos e
não o fazemos, nossa fé não tem vida, pois o amor que recebemos de Deus deve
ser manifesto em obras, e isso inclui cuidar dos irmãos.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, A Igreja de Jesus Cristo – Sua origem, doutrina,
ordenanças e destino eterno, Comentarista
Alexandre Coelho, 1º trimestre 2017.
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