Lição 12
Modismos na adoração e no louvor.
18 de dezembro de 2016
Texto
do dia.
(Tt 1.9)
"Retendo firme a fiel palavra, que é
conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã
doutrina como para convencer os contradizentes."
Síntese.
Deve haver princípios que orientem nossa
adoração e louvor; estes, contudo, precisam ser extraídos da Palavra de Deus.
Agenda
de leitura
SEGUNDA - Jz 2.12 O modismo espiritual ainda
no AT
TERÇA - Ap 2.14 O tortuoso caminho de Balaão
QUARTA - Jd 4 Os falsos profetas e seus
falsos ensinos
QUINTA - Ef 4.14 Cuidado com as novidades
doutrinárias
SEXTA - Tt 1.16 O comportamento daqueles que
introduzem modismos
SÁBADO - 2 Jo 10 Como lidar com os falsos
mestres
Objetivos.
IDENTIFICAR as características
dos falsos mestres conforme o texto de 2 Pedro.
ANALISAR as causas e efeitos
dos modismos na adoração.
IDENTIFICAR as três causas dos
modismos no louvor da igreja hoje.
Interação.
Caro (a) educador (a), esta tende a ser uma
lição bem participativa. Como há várias referências a modelos de adoração e
tipos de músicas que se desenvolvem na igreja atualmente, é natural que seus
alunos acabem identificando, pregadores, pastores, igrejas, bandas e cantores,
que seguem modismos. Nesse momento é necessária muita prudência, não torne a
aula um palco de polêmicas, não permita que ninguém aproveite a oportunidade
para tecer críticas vazias ou maldosas a determinadas pessoas, especialmente se
for alguém de sua comunidade ou mesmo de sua turma. Demonstre a seus alunos que
o objetivo da lição é construtivo, ou seja, é colaborar para o desenvolvimento
sadio e espiritual do louvor e adoração em sua comunidade, por meio da
reflexão, do reconhecimento de erros e da restauração; ressalte que é
impossível construir algo positivo por meio de contendas, indiretas ou falta de
compreensão.
Orientação
Pedagógica.
Inicie sua aula solicitando aos seus alunos
que daquele momento em diante comecem a repetir o que você faz. Daí em diante
comece a fazer uma série de ações (por exemplo, bater palmas, bater o pé,
sentar-levantar, etc) que deverão ser reproduzidas por eles. Se em algum
momento alguém parar de repetir as ações, aponte para essa pessoa e faça um
gesto de reprovação (o que deverá ser repetido por todos). Depois desse momento
introdutório, peça a seus alunos que expliquem o porquê de cada movimento.
Provavelmente eles só saberão explicar a reação à pessoa que parou de repetir
as ações. Ao final, demonstre a irracionalidade dos modismos, onde as pessoas
fazem uma série de ações sem saber ao certo porque as realizam, simplesmente
seguem alguém que gostam ou confiam. Destaque ainda o papel discriminador das
"modas", segundo o qual, quem não as obedece é ridicularizado ou
diminuído pela coletividade.
Texto
bíblico
2 Pedro 2.1,13-19
1. E também houve entre o povo falsos
profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão
encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou,
trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
13. recebendo o galardão da injustiça; pois
que tais homens têm prazer nos deleites cotidianos; nódoas são eles e máculas,
deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco;
14. tendo os olhos cheios de adultério e não
cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado
na avareza, filhos de maldição;
15. os quais, deixando o caminho direito,
erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da
injustiça.
16. Mas teve a repreensão da sua
transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do
profeta.
17. Estes são fontes sem água, nuvens levadas
pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se
reserva;
18. porque, falando coisas mui arrogantes de
vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que
se estavam afastando dos que andam em erro,
19. prometendo-lhes liberdade, sendo eles
mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se
também servo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Vivemos numa sociedade fluida. Prega-se que
ao invés de valores e princípios - fixos e tradicionais - deve-se optar por
tendências e modas - efêmeras e midiáticas. Essa tendência que se instaurou na
sociedade contemporânea tem forte repercussão no campo religioso, especialmente
quanto ao desenvolvimento do louvor e da adoração. A lógica do "faça rápido",
do "quem não aparece não é lembrando", do "falem bem ou falem
mal, mas falem de mim" invadiu o território sagrado da espiritualidade,
transformando nossos adoradores em pop-stars e os cultos em "agendas"
comerciais. A simplicidade e discrição, própria do cristianismo, foi
substituída pelo glamour e pela midiaticidade. Todos querem ser notícia, cantar
a música do momento, ir ao show de um ídolo. Parece que a mesma máquina de
fazer dinheiro que impera no meio artístico de um modo geral, invadiu o segmento
"gospel". Em nome de Mamom, Jesus é preterido.
I
- A DENÚNCIA DE PEDRO COMO ALERTA PARA
NOSSOS DIAS
1. Os falsos profetas. A preocupação de
Pedro, que em grande parte é a preocupação de vários profetas ainda no Antigo
Testamento, era a de que uma falsa liderança se levantasse sobre o povo de Deus
distorcendo os ensinamentos de Cristo (Dt 13.1-18; Jr 23.9-15; Ez 12.21-28). As
pessoas que Pedro denunciava, já naquela época, possuem, ainda hoje, uma série
de características perigosas e identificadoras de suas más intenções: São
avarentos e gananciosos (2 Pe 2.3). Desejam fazer do povo de Deus mercadoria
para negócio; são rebeldes e incapazes de obedecer às autoridades (v.10; são
irracionalmente pragmáticos (v.12,13), só pensam nos resultados imediatos, ainda
que para isso acabem com princípios espirituais; são cheios de pecados sexuais,
a mente, o coração e os olhos deles são dominados por adultérios (vv.14,15).
2. O culto defendido pelos falsos
doutores em 2 Pedro. Segundo
os falsos mestres que Pedro denuncia, a vida do cristão não precisa ter grandes
mudanças, libertação de pecados. Basta que ele permaneça como está, pois isso é
ser livre. Mas como Pedro denuncia, esse discurso de falsa liberdade é a fonte
de escravidão e dissolução daqueles que deveriam afastar-se do mal (vv.18,19).
Seguindo a retórica falaciosa do princípio de que é "Proibido
proibir!", aquilo que deveria ser adoração torna-se profanação, e o que
deveria ser louvor constitui-se escândalo. A promiscuidade é travestida de liberdade,
e assim permite-se tudo para manter um grupo frequentando a igreja (Gl 5.13). O
Evangelho é emudecido e só há espaço para discursos de autojustificação dos
excentrismos, dos pecados e da falta de transformação.
3. Este "evangelho" mudou
tanto que não muda ninguém! Pedro, como verdadeiro profeta, já denunciava há
quase dois mil anos que em tempos de crise desenvolver-se-ia um tipo de
cristianismo que, de tão similar às práticas pecaminosas da sociedade sem Deus,
não faria diferença alguma na vida das pessoas. A metáfora que o apóstolo usa
no versículo 22 é extraída de Provérbios 26.11, e tem como finalidade
demonstrar a ineficácia de uma espiritualidade que não liberta as pessoas. Esse
tipo de "evangelho" é uma farsa, não transforma vidas, apenas as "embeleza"
exteriormente para que mais tarde elas voltem a pecar, e mais uma vez retornem
para a farsa religiosa, sem arrependimentos, apenas com culpas. Essa é a lógica
perversa do "cristianismo sem Cristo", um ciclo de pecado, falso
perdão, novo pecado, novo falso perdão... Seguir a Cristo é um processo de
escolha, renúncia e perseverança (Mt 16.24).
Pense.
As igrejas do "Pode-tudo" sempre
são as mais cheias, as que mais aparecem na mídia, são as igrejas do momento.
Todavia, os consumidores religiosos destes "armazéns da fé" são
sempre muito inquietos, trocam constantemente de "fornecedor". Não
abandone sua congregação. Não siga a moda, siga a Cristo.
Ponto
Importante.
Que o Senhor Jesus nos dê cada vez mais
discernimento para sermos capazes de diferençar os verdadeiros servos de Deus,
dos mercenários que desejam apenas o poder.
II
- MODISMOS NA ADORAÇÃO
1. Como se formam os modismos no
mundo gospel? Definimos
como "modismo" todo tipo de comportamento ou atitude que as pessoas
simplesmente reproduzem, sem uma reflexão prévia. É "moda" porque faz
sucesso, porque chama a atenção. Na atualidade, boa parte dos modismos são
reproduzidos por meio dos mecanismos de comunicação em massa, especialmente
pela internet e por seus sites ou aplicativos de compartilhamento de
informações. A força dos modismos está na falsa sensação de ineditismo que eles
causam. Numa sociedade das coisas supérfluas, as pessoas não gostam de repetir
experiências, por isso, até em sua vida espiritual procuram vivências novas,
diferentes. Partindo deste princípio é que o modismo atinge outro ponto central
para sua reprodutibilidade: o narcisismo. Quem faz algo novo torna-se o centro
das atenções, e infelizmente muitas pessoas não estão em busca de uma adoração
verdadeira, mas de tornarem-se celebridades.
2. As modas na adoração. Os modismos na
adoração são cíclicos, vão e vêm, sempre obedecendo ao princípio do ineditismo
que alimenta o narcisismo. Tais modismo, de um modo geral, tiram a glória que
pertence a Deus e direcionam a uma pessoa ou objeto (Êx 32.4; Ap 13.4). Daí
temos as orações pelos copos com água ou pelas Carteiras de Trabalho; os
tapetes ungidos; as vigílias centradas no número sete, etc. Existe a moda dos
acontecimentos sobrenaturais no culto: todo culto alguém tem que cair; alguém
rodopia; alguém marcha no poder. Acontecimentos que, se fossem ações de fato
espirituais, deveriam ser episódicos e não programados.
3. Os efeitos dos modismos na
adoração. Os
efeitos destes comportamentos são terríveis para o desenvolvimento de uma
igreja: as pessoas não amadurecem espiritualmente (Hb 5.12), há um excesso de
meninices (1 Co 14.20), são facilmente enganadas por falsos obreiros (2 Tm
3.13). É celebrado o culto, mas Cristo não é adorado (Mt 7.20-23). O que se faz
pode-se chamar de adoração extravagante - onde pessoas gritam, choram jogam-se
ao chão -, ou ainda de culto das primícias, do pentecostes - cheio de símbolos
judaicos: shofar, candelabro, palavras em hebraico e ofertas em dinheiro -,
todavia não são momentos de adoração, pois o simples nome não define uma
celebração como verdadeira adoração. Pessoas que entram pelo caminho da falsa
adoração enveredam por uma trajetória de ilusão, sofrimento e frustração (Cl
2.4,8,16).
Pense
Os modismos na adoração são prejudiciais à
Igreja, pois tiram a glória que pertence a Deus e direcionam a uma pessoa.
Ponto
Importante
Ser narcisista é tornar a si mesmo como
objeto de adoração e veneração; para um narcisista ninguém é melhor que ele,
somente ele é digno dos holofotes, aplausos e olhares.
III
- MODISMOS NO LOUVOR
1. Muita repetição e pouca música. O louvor é algo
intimamente ligado a construção do povo de Deus. Os judeus possuem uma vasta
coletânea de salmos, já a Igreja Primitiva possuía um conjunto de hinos
públicos. Para o desenvolvimento deste repertório musical foi necessário muita
inspiração e dedicação. Infelizmente hoje, uma parte das canções que cantamos
na Igreja são plágios explícitos de músicas seculares; outras canções, apesar
de inéditas, são compostas de tão poucos versos que é necessário repeti-la
várias e várias vezes. Há ainda uma grave pobreza de conteúdo, canções que
falam apenas de vitória, depois de vitória e no fim de vitória; temas
repetitivos, estruturas poético-musicais paupérrimas. Quando lemos o Salmo 119,
ou mesmo um cântico como o de Romanos 8.31-39, pode-se perceber que a
inspiração de Deus é infinita e a riqueza de temas e assuntos é inesgotável.
Cabe àquele que se dedica ao louvor que o faça com empenho e humildade.
2. A "indústria do
louvor". No
final da década de 90 e início dos anos
2000, concretizou-se a guinada descendente da indústria fonográfica. Com a
popularização dos aparelhos de reprodução de CD's e da internet, os grandes
selos musicais entraram em decadência. Contudo, os empresários do
entretenimento musical logo perceberam que o segmento evangélico, por seus
princípios éticos, continuava consumindo os CD's e DVD's de seus cantores. A
indústria da música passou a contratar e gravar música gospel, que antes era
preterida. Nossos irmãos tornaram-se artistas, suas músicas, as capas de seus
CD's e seus shows tornaram-se plágios do mercado secular. Não houve apenas uma
profissionalização do louvor, desenvolveu-se uma mercantilização da fé. Hoje há
artista gospel em comícios de políticos, em programas de TV com baixa
audiência, músicas como trilha sonora de novelas. E não foi para a glória de
Deus, e sim, para o enriquecimento de alguém.
Pense
Por que falta criatividade e inspiração em
muitas canções evangélicas hoje? Se Deus não mudou, a resposta só pode ser uma:
o louvor tem deixado de ser um ministério, serviço, para ser uma indústria, um
negócio, com prazos, valores e lucros. A "comercialização da fé"
nunca será abençoada por Deus.
Ponto
Importante
Todo obreiro é digno do seu salário. Aquele
que faz a obra de Deus com dedicação e esmero deve ser reconhecido, em todas as
áreas, por seu empenho. Todavia, é a lógica perversa do acúmulo de riqueza que
faz com que muitos de nossos irmãos trabalhem muito, para enriquecer a outros.
SUBSÍDIO
"A razão da audácia dos falsos mestres é
encontrada na sua animalidade. Eles são como animais irracionais (12), que
nascem para ser capturados e destruídos como animais de rapina. Sua brutalidade
é evidenciada no fato de blasfemarem do que não entendem. Eles posam como
peritos espirituais quando, na realidade, são ignorantes quanto às coisas de
Deus. Ao destruírem, eles certamente serão destruídos; ao serem injustos, eles
receberão o salário da iniquidade (v. 13). Mas Pedro ainda não terminou. A
animalidade deles é percebida no fato de terem prazer nos deleites cotidianos.
Esses cristãos professos são nódoas [...] e máculas para a comunidade cristã. A
última parte do v. 13 tem sido interpretada da seguinte maneira: "[...] os
enganam, vivendo em pecado repugnante por um lado, enquanto pelo outro
juntam-se a vocês em suas festas fraternais, como se fossem homens
sinceros" (Bíblia Viva). Visto que seus olhos são cheios de adultério
(14), eles não conseguem ver uma mulher sem ter pensamentos lascivos. Na
verdade, eles estão tão profundamente emaranhados que não cessam de pecar (são
incapazes de parar de pecar), porque, por meio da avareza, exercitaram o
coração com desejos maldosos" (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 10,Hebreus
a Apocalipse. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 274).
ESTANTE
DO PROFESSOR
KLAUBER, Marcio. O Caminho do Adorador. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
CONCLUSÃO
Só existe oferta porque há mercado. Só existe
artista porque há plateia. A adoração e o louvor obedecerão tanto mais os
modismos do entretenimento secular quanto nós, em nossas igrejas, aceitarmos,
comprarmos e reproduzirmos esses comportamentos decadentes. Só há um modo de
retornarmos a essência da adoração: apresentando nossa adoração como puro
louvor, nosso louvor como desinteressada adoração.
Hora da
revisão.
Quais as principais características dos
falsos profetas, que ensinam uma falsa adoração?
São avarentos e gananciosos; são
rebeldes e incapazes de obedecer às autoridades; são irracionalmente
pragmáticos; são cheios de pecados sexuais.
O que acontecerá se nossa espiritualidade
tornar-se um "cristianismo sem Cristo"?
Tornar-se-á um ciclo de pecado,
falso perdão, novo pecado, novo falso perdão, sem qualquer encontro genuíno com
Cristo.
Apresente uma definição para
"modismo".
É todo tipo de comportamento ou
atitude que as pessoas simplesmente reproduzem, sem uma reflexão prévia.
Quais as principais consequências dos
modismos na adoração?
As pessoas não amadurecem
espiritualmente, há um excesso de meninices, são facilmente enganadas por
falsos obreiros. É celebrado o culto, mas Cristo não é adorado.
Quais as três causas que explicam o
surgimento dos modismos no campo do louvor?
Falta de inspiração, pouca
criatividade, industrialização do louvor.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, Em Espírito e em Verdade – A Essência da Adoração Cristã,
Comentarista Thiago Brazil, professor, 4º trimestre 2016.
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