segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Lição 11 Marcas de um verdadeiro adorador.



Lição 11 Marcas de um verdadeiro adorador.
11 de dezembro de 2016

Texto Áureo
Hebreus 10.22
“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água limpa.”

Verdade Aplicada
Os verdadeiros adoradores possuem as marcas de Deus que os diferencia dos falsos.

Objetivos da Lição
Aprender quais são as marcas dos verdadeiros adoradores;
Discernir entre as verdadeiras e as falsas marcas;
Buscar as marcas que o adorador precisa ter.

Glossário
Corroborar: Dar força, fortalecer, fortificar, comprovar, confirmar;
Êxtase: Estado de inspiração e entusiasmo;
Maçante: Que incomoda.

Leituras complementares
Segunda Gn 4.1-7
Terça 2Cr 15.1-19
Quarta Ne 8.8-12
Quinta Hc 3.1-19
Sexta 1Pe 1.13-25
Sábado 1Jo 3.18-14

Textos de Referência.
Hebreus 10.16-20
16 Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos, acrescenta:
17 E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades.
18 Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado.
19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus,
20 Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,

Hinos sugeridos.
90, 178, 180

Motivo de Oração
Ore para que os cristãos sejam exemplos de vida para os novos convertidos.

Esboço da Lição
Introdução
1. A marca da verdade.
2. A marca da excelência.
3. A marca da paz.
Conclusão

Introdução
Nesta lição veremos as marcas dos verdadeiros adoradores. Se essas marcas estiverem em nós, carecemos urgentemente de um retorno ao caminho do quebrantamento, o lugar onde as marcas são impregnadas em nós.

1. A marca da verdade.
O adorador verdadeiro constantemente vasculha o próprio coração, observa, vê, sente. O coração pode nos enganar. Muitos são os que, enganados pelo coração, transformaram-se no deus de sua própria adoração.

1.1. Deus conhece a verdade do íntimo.
Não são poucos os que teatralizam o ato da adoração. Com gestos e posturas técnicas, profissionais, abalam emoções, entram nos domínios da euforia, do êxtase. É preciso tomar muito cuidado com o barulho, com a emoção. Muita gente perde a razão e confunde adoração com inovação, gerando espaço para heresias, confusões e deslizes. Muitos amam as multidões porque sentem que a impessoalidade da massa é capaz de ocultar sua verdadeira identidade. Alguns dos “levitas” da atualidade adoram os palcos porque ali é o único lugar onde podem estar rodeados por pessoas - o resto do tempo estão sozinhos. A verdade do íntimo é aquela que me liberta para ser quem sou em qualquer lugar: na multidão ou em casa, pois sei que Deus me conhece como sou.

O texto de Hebreus 10.22 diz: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água limpa.” Lutero escreveu: “Tenho mais medo do meu coração do que do papa e de todos os seus cardeais”. O profeta Jeremias escreveu: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Ser marcado pela verdade é saber que essa verdade é Deus, Jesus disse em João 14.6: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Ninguém é marcado pela verdade se não for primeiro ter um encontro legítimo com Jesus, o único que conhece a verdade do íntimo.

1.2. A verdade de sua vida é a mesma de sua voz?
O problema da atualidade é a contradição violenta entre nosso showzinho verbal e nossa miséria vivencial. Cantamos sobre a verdade, declamamos poesia sobre ela, mas estamos longe de uma vida embasada nela. Quantos mentem para conseguir uma promoção? Quantos mentem ao cônjuge? Quantos mentem a Deus? O apóstolo Paulo escreveu: “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” (2Co 13.8). O que cantamos ou pregamos tem sido o mesmo que vivemos? Nossas vidas são dignas do nome de “cristãos”? A verdade que exaltamos no púlpito é a mesma que encontramos no secreto de nossos lares?

Todos nós temos marcas. Sinais históricos que nos definem. Testemunhos mudos que dizem quem realmente somos. Os adoradores também são assim. Eles também têm as suas marcas. A atualidade, conspirando contra os relacionamentos duradouros, que são justamente aqueles que deixam suas mais profundas marcas, presta um grave desserviço ao adorador. Essa é uma das razões pelas quais muita gente entra na igreja, mas, infelizmente, não carrega nenhuma marca.

1.3. Cuidado com as “verdades” que a Bíblia não autorizou.
Testemunhos, experiências, sonhos, por mais bonitos que sejam, são apenas pessoais, não podem ser colocados como doutrina. A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Em nome de um “sagrado” muita gente “santifica” suas manias e interpretações tendenciosas dos textos bíblicos, a fim de corroborar suas práticas. Os verdadeiros adoradores são marcados pela verdade da Palavra, aquela que permanece firme quando todas as tendências doutrinárias se vão.

Nosso Senhor Jesus Cristo afirmou categoricamente: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” (Mt 24.35). Ser marcado pela verdade significa assumir o compromisso com a Bíblia em todas as áreas da vida; desde aquilo que cantamos, até o mais profundo nível da existência.

2. A marca da excelência.
A marca da excelência ajuda a diferenciar os adoradores verdadeiros daqueles que fazem apenas barulhos sem conteúdo. Marcados pela excelência, enxergamos mais longe. Firmamos nossas esperanças no projeto de Deus para termos uma vida frutífera (Jo 15). A mediocridade não consegue conviver bem onde a excelência se afirma.

2.1. A excelência vem do alto.
É simplesmente uma questão de lógica. Se a excelência vem do alto, olhe para lá! Isaías 40.31 diz: “Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.” A imagem usada pelo profeta é perfeita: “como águias”. Se Deus nos projetou para voo da águia, porque deveríamos satisfazer-nos como chão? No chão da mediocridade, a vida fica insossa, maçante, previsível e cansativa. Talvez a palavra que descreve melhor seja “entediante” – o resultado direto da mira baixa! Não precisamos viver copiando os “novos modelos de adoração da moda”. A excelência que precisamos vem do alto!

Quantos têm se perdido nos escuros labirintos da mediocridade? Vale ressaltar que não são poucos os que se contentam em ficar presos na angustiante teia da mesmice.

2.2. O preço da excelência.
Custa caro ser diferente, especialmente quando a maioria está satisfeita em misturar-se e permanecer como maioria, povo, massa. É difícil viver uma vida de excelência. Não é fácil oferecer o melhor, pois isso implica em renúncia, tempo e esforço. Quando sabemos a quem estamos honrando, tudo passa a ser mais gratificante e belo. O adorador marcado pela excelência vai lutar com todas as forças para que seu louvor chegue a Deus como oferta suave feita com o melhor de nossa alma (Sl 119.96).

Se temos um compromisso com Deus, ele não deve ser quebrado. Deus não quebra suas alianças! Quando quebramos nosso compromisso, perdemos a legitimidade e a marca do adorador. Essa é uma das razões pelas quais muitos até se dizem adoradores, mas não geram frutos. Se quebrarmos o compromisso, a única atitude legítima é voltar a estrada do quebrantamento, da reconstrução, da restauração, do avivamento. Nunca continue adorando se o compromisso com deus for quebrado. Eclesiastes 3.5 começa dizendo que “há tempo de espalhar pedras”, isso ocorre quando o altar pessoal está em ruínas. O louvor não pode fluir, pois o compromisso foi quebrado. Porém, o versículo termina: “há tempo de ajuntar pedras”. Esse é o maravilhoso tempo de restauração. É quando o adorador reconstrói seu altar e pode restabelecer o compromisso perdido.

2.3. Excelência não significa arrogância.
A excelência que vem do alto é diferente porque é humilde. Há muita gente que, em nome da excelência, destrói relacionamentos. Com postura arrogante, julgam-se superiores a tudo e a todos. O verdadeiro adorador reconhece que a superioridade é de Jesus Cristo e não nossa. Quando a excelência vira pretexto para o orgulho, é porque o pecado já nasceu no coração, e, uma vez consumado, gera morte. Não são poucos os que fazem uma coreografia evangélica perfeita, mas a alma é monstruosa. Excelência não significa arrogância.

A Palavra de Deus nos adverte em 1 Pedro 5.5: “Porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. Excelência e humildade são virtudes gêmeas. A ausência de qualquer uma delas corrompe mortalmente o equilíbrio da adoração. Vivemos no século da mistura. Igrejas têm se perdido por causa da salada teológica, da mistura desesperada dos elementos que, juntos, formam e deformam as estruturas da nossa adoração. Deus procura adoradores da pureza. Gente que não prostitui seus dons. Quando não temos compromisso com a pureza, produzimos o lixo teológico que tem apodrecido muitos cultos. O adorador marcado pelo compromisso com a pureza tem um lema: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” (1Pe 1.15-16; Lv 11.44).

3. A marca da paz..
A paz é a serenidade que desafia o caos. É um dos conceitos mais profundos da Bíblia e também um dos aspectos do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).

3.1. A paz é uma dádiva de Cristo.
A saudação de Cristo ressurreto é: “Paz seja convosco.” (Lc 24.36). Quando Jesus se preparava para ausentar-se fisicamente de Seus discípulos, não tinha bens nem posses para deixar a eles, então, deixou Sua última vontade como testamento: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou.” (Jo 14.27). Paz não é algo que o homem alcança através de exercícios de controle emocional, é algo que ele recebe de Jesus. O verdadeiro adorador transmite essa paz de Cristo, não como uma senha eclesiástica de reconhecimento, mas como quem tem a certeza plena de que Cristo nele habita (Ef 3.17).

A paz facilita trajetórias, abençoa estradas futuras, estreita relações e abre-se ao ministério do outro. O salmista Davi nos aconselha: “Aparta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue-a.” (Sl 34.14). A grande verdade desse salmo é de que fomos chamados a endireitar relações tortuosas e a contribuir para que guerras medíocres sejam extintas.

3.2. A paz na comunidade dos santos.
Em Mateus 5.9 Jesus diz: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”. São chamados de filhos de Deus porque estão fazendo o que o Pai faz! Fazer a paz não é fácil. A cruz e a prova cabal disso. Proclamar “paz, paz” onde não há paz é obra de falsos profetas (Jr 6.14). Em Colossenses 3.15, o apóstolo Paulo usa uma imagem dos eventos esportivos: “árbitro”. A paz na Igreja deve ser a juíza de todas as decisões. Nenhuma igreja, nenhum grupo de louvor, nenhum ministério de adoração é uma casa da paz, quando sua espiritualidade é construída no chão da vingança, da inveja, da fúria, da indiferença ou do medo. Nada é mais diabólico do que a destruição da paz.

A pós-modernidade é marcada pela ausência de seriedade compromisso. Já não se honra a palavra. O respeito é visto como antiquado. Relacionamentos não carregam mais o senso do compromisso, do pertencer. Numa sociedade – e igreja – assim, a tática mais notada é driblar o compromisso com a adoração verdadeira utilizando evasivas como: “não tenho dom para isso” ou “há pessoas mais capacitadas”. Deus procura adoradores que tenham compromisso com Ele, pois uma vez que Ele chama, também capacita e dignifica os Seus.

3.3. A paz na guerra das ideologias.
Em 2 Coríntios 10.5, Paulo afirma a escravidão dos pensamentos à obediência de Cristo. Em 1 Coríntios 2.16, o mesmo Paulo diz que “temos a mente de Cristo”. O apóstolo Paulo insiste no conceito de uma busca pela paz na mentalidade. A obediência a Deus através da meditação séria em Sua Palavra nos garante a paz na arena pós-moderna das ideologias. Vivemos num tempo onde ás ideias se multiplicam na velocidade da luz. Todo dia alguém surge com uma “nova ideia”, ou mesmo uma nova teologia. Entretanto, o verdadeiro adorador – aquele que é marcado pela paz – sabe que sua segurança não está em adentrar no barco da aventura ideológica, mas em se manter na rocha. Nenhuma ideologia pode ser bênção e nos roubar a paz!

O verdadeiro adorador sabe que suas palavras só tem sentido quando sua vida é capaz de atestar a verdade do que foi dito. Deus quer nos marcar com um compromisso que o honre até mesmo em silêncio. É quando nem precisamos usar palavras, pois nossas vidas testemunham nosso caráter. Deus procura gente compromissada com a fé, não apenas com uma espécie de “religiosidade oficial”, mas sim, numa atitude de lealdade aos princípios bíblicos fundamentais da nossa espiritualidade. Nem tudo que se diz “profético” é profecia. Deus não honra verbalismos vazios. Ele honra compromisso. Se quisermos adorar ao Eterno Deus da forma bíblica, o compromisso é o ingrediente ideal e indispensável.

Conclusão.
O Espírito Santo, o nosso guia, busca por homens e mulheres que tenham o desejo ardente e sincero de serem marcados para o serviço do Reino de Deus. Quando recebermos essas marcas, estaremos dando passos confiantes no caminho bendito da adoração que Deus aceita em amor.

Questionário.
1. Em que devemos firmar nossas esperanças?
R: No projeto de Deus para termos uma vida frutífera (Jo 15).

2. De onde vem a excelência?
R: Do alto (Is 40.31).

3. O que é paz?
R: É a serenidade que desafia o caos. É um dos conceitos mais profundos da Bíblia e também um dos aspectos do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).

4. O que é proclamar “paz, paz” onde não há paz?
R: É obra dos falsos profetas (Jr 6.14).

5. O que a obediência a Deus através da meditação séria em sua Palavra nos garante?
R: A paz na arena pós-moderna das ideologias (1Co 2.16).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Adoração e Louvor, A excelência e o propósito de uma vida inteiramente dedicada a Deus, Jovens e Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2016, ano 26, Nº 101, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

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