Lição 11
Marcas de um verdadeiro adorador.
11 de dezembro de 2016
Texto
Áureo
Hebreus 10.22
“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé; tendo os corações purificados da má consciência e o
corpo lavado com água limpa.”
Verdade
Aplicada
Os verdadeiros adoradores possuem as marcas
de Deus que os diferencia dos falsos.
Objetivos
da Lição
Aprender quais são as marcas dos verdadeiros adoradores;
Discernir entre as verdadeiras e as falsas marcas;
Buscar as marcas que o adorador precisa ter.
Glossário
Corroborar: Dar força, fortalecer, fortificar, comprovar,
confirmar;
Êxtase: Estado de inspiração e entusiasmo;
Maçante: Que incomoda.
Leituras
complementares
Segunda Gn 4.1-7
Terça 2Cr 15.1-19
Quarta Ne 8.8-12
Quinta Hc 3.1-19
Sexta 1Pe 1.13-25
Sábado 1Jo 3.18-14
Textos
de Referência.
Hebreus 10.16-20
16 Este é o concerto que farei com eles
depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as
escreverei em seus entendimentos, acrescenta:
17 E jamais me lembrarei de seus pecados e de
suas iniquidades.
18 Ora, onde há remissão destes, não há mais
oblação pelo pecado.
19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar
no Santuário, pelo sangue de Jesus,
20 Pelo novo e vivo caminho que ele nos
consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,
Hinos
sugeridos.
90, 178, 180
Motivo
de Oração
Ore para que os cristãos sejam exemplos de
vida para os novos convertidos.
Esboço
da Lição
Introdução
1. A marca da verdade.
2. A marca da excelência.
3. A marca da paz.
Conclusão
Introdução
Nesta lição veremos as marcas dos verdadeiros
adoradores. Se essas marcas estiverem em nós, carecemos urgentemente de um
retorno ao caminho do quebrantamento, o lugar onde as marcas são impregnadas em
nós.
1. A
marca da verdade.
O adorador verdadeiro constantemente vasculha
o próprio coração, observa, vê, sente. O coração pode nos enganar. Muitos são
os que, enganados pelo coração, transformaram-se no deus de sua própria
adoração.
1.1. Deus
conhece a verdade do íntimo.
Não são poucos os que teatralizam o ato da
adoração. Com gestos e posturas técnicas, profissionais, abalam emoções, entram
nos domínios da euforia, do êxtase. É preciso tomar muito cuidado com o
barulho, com a emoção. Muita gente perde a razão e confunde adoração com
inovação, gerando espaço para heresias, confusões e deslizes. Muitos amam as
multidões porque sentem que a impessoalidade da massa é capaz de ocultar sua
verdadeira identidade. Alguns dos “levitas” da atualidade adoram os palcos
porque ali é o único lugar onde podem estar rodeados por pessoas - o resto do
tempo estão sozinhos. A verdade do íntimo é aquela que me liberta para ser quem
sou em qualquer lugar: na multidão ou em casa, pois sei que Deus me conhece
como sou.
O texto de Hebreus 10.22 diz:
“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo os
corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água limpa.” Lutero
escreveu: “Tenho mais medo do meu coração do que do papa e de todos os seus
cardeais”. O profeta Jeremias escreveu: “Enganoso é o coração, mais do que
todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Ser marcado pela
verdade é saber que essa verdade é Deus, Jesus disse em João 14.6: “Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Ninguém é
marcado pela verdade se não for primeiro ter um encontro legítimo com Jesus, o
único que conhece a verdade do íntimo.
1.2. A
verdade de sua vida é a mesma de sua voz?
O problema da atualidade é a contradição
violenta entre nosso showzinho verbal e nossa miséria vivencial. Cantamos sobre
a verdade, declamamos poesia sobre ela, mas estamos longe de uma vida embasada
nela. Quantos mentem para conseguir uma promoção? Quantos mentem ao cônjuge?
Quantos mentem a Deus? O apóstolo Paulo escreveu: “Porque nada podemos contra a
verdade, senão pela verdade.” (2Co 13.8). O que cantamos ou pregamos tem sido o
mesmo que vivemos? Nossas vidas são dignas do nome de “cristãos”? A verdade que
exaltamos no púlpito é a mesma que encontramos no secreto de nossos lares?
Todos nós temos marcas. Sinais
históricos que nos definem. Testemunhos mudos que dizem quem realmente somos.
Os adoradores também são assim. Eles também têm as suas marcas. A atualidade,
conspirando contra os relacionamentos duradouros, que são justamente aqueles
que deixam suas mais profundas marcas, presta um grave desserviço ao adorador.
Essa é uma das razões pelas quais muita gente entra na igreja, mas,
infelizmente, não carrega nenhuma marca.
1.3.
Cuidado com as “verdades” que a Bíblia não autorizou.
Testemunhos, experiências, sonhos, por mais
bonitos que sejam, são apenas pessoais, não podem ser colocados como doutrina.
A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. Em nome de um “sagrado” muita
gente “santifica” suas manias e interpretações tendenciosas dos textos
bíblicos, a fim de corroborar suas práticas. Os verdadeiros adoradores são
marcados pela verdade da Palavra, aquela que permanece firme quando todas as
tendências doutrinárias se vão.
Nosso Senhor Jesus Cristo afirmou
categoricamente: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de
passar.” (Mt 24.35). Ser marcado pela verdade significa assumir o compromisso
com a Bíblia em todas as áreas da vida; desde aquilo que cantamos, até o mais
profundo nível da existência.
2. A
marca da excelência.
A marca da excelência ajuda a diferenciar os
adoradores verdadeiros daqueles que fazem apenas barulhos sem conteúdo.
Marcados pela excelência, enxergamos mais longe. Firmamos nossas esperanças no
projeto de Deus para termos uma vida frutífera (Jo 15). A mediocridade não
consegue conviver bem onde a excelência se afirma.
2.1. A
excelência vem do alto.
É simplesmente uma questão de lógica. Se a
excelência vem do alto, olhe para lá! Isaías 40.31 diz: “Mas os que esperam no
Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias; correrão e não
se cansarão; caminharão e não se fatigarão.” A imagem usada pelo profeta é
perfeita: “como águias”. Se Deus nos projetou para voo da águia, porque
deveríamos satisfazer-nos como chão? No chão da mediocridade, a vida fica
insossa, maçante, previsível e cansativa. Talvez a palavra que descreve melhor
seja “entediante” – o resultado direto da mira baixa! Não precisamos viver
copiando os “novos modelos de adoração da moda”. A excelência que precisamos vem
do alto!
Quantos têm se perdido nos escuros
labirintos da mediocridade? Vale ressaltar que não são poucos os que se
contentam em ficar presos na angustiante teia da mesmice.
2.2. O
preço da excelência.
Custa caro ser diferente, especialmente
quando a maioria está satisfeita em misturar-se e permanecer como maioria,
povo, massa. É difícil viver uma vida de excelência. Não é fácil oferecer o
melhor, pois isso implica em renúncia, tempo e esforço. Quando sabemos a quem
estamos honrando, tudo passa a ser mais gratificante e belo. O adorador marcado
pela excelência vai lutar com todas as forças para que seu louvor chegue a Deus
como oferta suave feita com o melhor de nossa alma (Sl 119.96).
Se temos um compromisso com Deus,
ele não deve ser quebrado. Deus não quebra suas alianças! Quando quebramos
nosso compromisso, perdemos a legitimidade e a marca do adorador. Essa é uma
das razões pelas quais muitos até se dizem adoradores, mas não geram frutos. Se
quebrarmos o compromisso, a única atitude legítima é voltar a estrada do
quebrantamento, da reconstrução, da restauração, do avivamento. Nunca continue
adorando se o compromisso com deus for quebrado. Eclesiastes 3.5 começa dizendo
que “há tempo de espalhar pedras”, isso ocorre quando o altar pessoal está em
ruínas. O louvor não pode fluir, pois o compromisso foi quebrado. Porém, o
versículo termina: “há tempo de ajuntar pedras”. Esse é o maravilhoso tempo de
restauração. É quando o adorador reconstrói seu altar e pode restabelecer o
compromisso perdido.
2.3.
Excelência não significa arrogância.
A excelência que vem do alto é diferente
porque é humilde. Há muita gente que, em nome da excelência, destrói
relacionamentos. Com postura arrogante, julgam-se superiores a tudo e a todos.
O verdadeiro adorador reconhece que a superioridade é de Jesus Cristo e não
nossa. Quando a excelência vira pretexto para o orgulho, é porque o pecado já
nasceu no coração, e, uma vez consumado, gera morte. Não são poucos os que
fazem uma coreografia evangélica perfeita, mas a alma é monstruosa. Excelência
não significa arrogância.
A Palavra de Deus nos adverte em 1
Pedro 5.5: “Porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”.
Excelência e humildade são virtudes gêmeas. A ausência de qualquer uma delas
corrompe mortalmente o equilíbrio da adoração. Vivemos no século da mistura.
Igrejas têm se perdido por causa da salada teológica, da mistura desesperada
dos elementos que, juntos, formam e deformam as estruturas da nossa adoração.
Deus procura adoradores da pureza. Gente que não prostitui seus dons. Quando
não temos compromisso com a pureza, produzimos o lixo teológico que tem
apodrecido muitos cultos. O adorador marcado pelo compromisso com a pureza tem
um lema: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em
toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu
sou santo.” (1Pe 1.15-16; Lv 11.44).
3. A
marca da paz..
A paz é a serenidade que desafia o caos. É um
dos conceitos mais profundos da Bíblia e também um dos aspectos do fruto do
Espírito Santo (Gl 5.22).
3.1. A
paz é uma dádiva de Cristo.
A saudação de Cristo ressurreto é: “Paz seja
convosco.” (Lc 24.36). Quando Jesus se preparava para ausentar-se fisicamente
de Seus discípulos, não tinha bens nem posses para deixar a eles, então, deixou
Sua última vontade como testamento: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou.” (Jo
14.27). Paz não é algo que o homem alcança através de exercícios de controle
emocional, é algo que ele recebe de Jesus. O verdadeiro adorador transmite essa
paz de Cristo, não como uma senha eclesiástica de reconhecimento, mas como quem
tem a certeza plena de que Cristo nele habita (Ef 3.17).
A paz facilita trajetórias, abençoa
estradas futuras, estreita relações e abre-se ao ministério do outro. O
salmista Davi nos aconselha: “Aparta-te do mal e faze o bem; procura a paz e
segue-a.” (Sl 34.14). A grande verdade desse salmo é de que fomos chamados a
endireitar relações tortuosas e a contribuir para que guerras medíocres sejam
extintas.
3.2. A
paz na comunidade dos santos.
Em Mateus 5.9 Jesus diz: “Bem-aventurados os
pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”. São chamados de
filhos de Deus porque estão fazendo o que o Pai faz! Fazer a paz não é fácil. A
cruz e a prova cabal disso. Proclamar “paz, paz” onde não há paz é obra de
falsos profetas (Jr 6.14). Em Colossenses 3.15, o apóstolo Paulo usa uma imagem
dos eventos esportivos: “árbitro”. A paz na Igreja deve ser a juíza de todas as
decisões. Nenhuma igreja, nenhum grupo de louvor, nenhum ministério de adoração
é uma casa da paz, quando sua espiritualidade é construída no chão da vingança,
da inveja, da fúria, da indiferença ou do medo. Nada é mais diabólico do que a
destruição da paz.
A pós-modernidade é marcada pela
ausência de seriedade compromisso. Já não se honra a palavra. O respeito é
visto como antiquado. Relacionamentos não carregam mais o senso do compromisso,
do pertencer. Numa sociedade – e igreja – assim, a tática mais notada é driblar
o compromisso com a adoração verdadeira utilizando evasivas como: “não tenho
dom para isso” ou “há pessoas mais capacitadas”. Deus procura adoradores que
tenham compromisso com Ele, pois uma vez que Ele chama, também capacita e
dignifica os Seus.
3.3. A
paz na guerra das ideologias.
Em 2 Coríntios 10.5, Paulo afirma a
escravidão dos pensamentos à obediência de Cristo. Em 1 Coríntios 2.16, o mesmo
Paulo diz que “temos a mente de Cristo”. O apóstolo Paulo insiste no conceito
de uma busca pela paz na mentalidade. A obediência a Deus através da meditação
séria em Sua Palavra nos garante a paz na arena pós-moderna das ideologias.
Vivemos num tempo onde ás ideias se multiplicam na velocidade da luz. Todo dia
alguém surge com uma “nova ideia”, ou mesmo uma nova teologia. Entretanto, o
verdadeiro adorador – aquele que é marcado pela paz – sabe que sua segurança
não está em adentrar no barco da aventura ideológica, mas em se manter na
rocha. Nenhuma ideologia pode ser bênção e nos roubar a paz!
O verdadeiro adorador sabe que suas
palavras só tem sentido quando sua vida é capaz de atestar a verdade do que foi
dito. Deus quer nos marcar com um compromisso que o honre até mesmo em
silêncio. É quando nem precisamos usar palavras, pois nossas vidas testemunham
nosso caráter. Deus procura gente compromissada com a fé, não apenas com uma
espécie de “religiosidade oficial”, mas sim, numa atitude de lealdade aos
princípios bíblicos fundamentais da nossa espiritualidade. Nem tudo que se diz
“profético” é profecia. Deus não honra verbalismos vazios. Ele honra
compromisso. Se quisermos adorar ao Eterno Deus da forma bíblica, o compromisso
é o ingrediente ideal e indispensável.
Conclusão.
O Espírito Santo, o nosso guia, busca por
homens e mulheres que tenham o desejo ardente e sincero de serem marcados para
o serviço do Reino de Deus. Quando recebermos essas marcas, estaremos dando
passos confiantes no caminho bendito da adoração que Deus aceita em amor.
Questionário.
1. Em que devemos firmar nossas esperanças?
R: No projeto de Deus para
termos uma vida frutífera (Jo 15).
2. De onde vem a excelência?
R: Do alto (Is 40.31).
3. O que é paz?
R: É a serenidade que desafia o
caos. É um dos conceitos mais profundos da Bíblia e também um dos aspectos do
fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).
4. O que é proclamar “paz, paz” onde não há
paz?
R: É obra dos falsos profetas
(Jr 6.14).
5. O que a obediência a Deus através da
meditação séria em sua Palavra nos garante?
R: A paz na arena pós-moderna
das ideologias (1Co 2.16).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Adoração e Louvor, A excelência e o propósito de uma
vida inteiramente dedicada a Deus, Jovens e Adultos, edição do professor, 4º
trimestre de 2016, ano 26, Nº 101, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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