Lição 8
Primeiras Profecias Messiânicas.
21
de agosto 2016
Texto
do dia.
(Isaías
9.6)
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado
está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."
Síntese.
O profeta Isaías fala do Messias como uma grande luz que dissiparia as
trevas.
Agenda de leitura
SEGUNDA - Is 7.14 O anúncio
profético da vinda do Emanuel
TERÇA - Is 9.1,2 O profeta
mostra a linhagem do futuro Rei
QUARTA - Is 9.6 Os adjetivos
do Messias
QUINTA - Is 53.4,5 O profeta
descreve a missão do Messias
SEXTA - Is 53.11 A promessa de
um Messias de justiça
SÁBADO - Is 12.6 O Messias
trará alegria e júbilo
Objetivos
MOSTRAR que apesar
da desobediência e castigo do povo de Deus, Ele não deixaria de praticar a
justiça às nações que oprimiram os israelitas;
SABER que a vinda do
Messias será acompanhada da quebra de todo jugo;
COMPREENDER que os nomes
de Jesus seriam nomes divinos, assim como Ele é divino.
Interação
A partir do capítulo 7, Isaías começa a falar a respeito da vinda do
Messias. Isso traz um tom mais ameno às profecias de castigo, repreensão e
quase extermínio do povo de Deus. Explique aos alunos que apesar de Deus não
tolerar o pecado e a injustiça, Ele enviou seu filho para que, por intermédio
dEle, todos fossem justificados e santos. Aproveite para falar da falência
humana em cumprir a lei. Fale também a respeito da provisão de Deus em Cristo
para que fôssemos aceitos em amor. Cristo se doou a si mesmo na cruz para nos
reconciliar com Deus.
Orientação Pedagógica
Escreva no quadro o seguinte título: "Os nomes do Messias".
Em seguida, escreva os nomes apresentados no tópico III: Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz. Então solicite
aos alunos que falem o que significa cada nome. Lembre de provocar a reflexão
acerca da forma como cada nome expressa uma aplicação para saciar os nossos
anseios. Que sua aula possa ser produtiva, significativa e realmente
transformadora para os seus jovens.
Texto bíblico
Isaías 9.2-4,6; 10.12,15
2. O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que
habitavam na região da sombra de morte resplandeceu a luz.
3. Tu multiplicaste este povo e a alegria lhe aumentaste; todos se
alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem
os despojos.
4. Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre ele, a vara que lhe
feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas.
6. Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado
está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
12. Por isso, acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra
no monte Sião e em Jerusalém, então, visitarei o fruto do arrogante coração do
rei da Assíria e a pompa da altivez dos seus olhos.
15. Porventura, gloriar-se-á o machado contra o que corta com ele? Ou
presumirá a serra contra o que puxa por ela? Como se o bordão movesse aos que o
levantam ou a vara levantasse o que não é um pedaço de madeira!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Isaías é um profeta criativo e rico em suas colocações. Trabalha a
questão da ameaça a Sião de forma amedrontadora, mas coloca ao lado dessas
tragédias a esperança messiânica. Não fosse este último assunto estar presente,
suas profecias seriam muito tristes. É o Messias que dá vida ao seu conteúdo
profético e traz uma esperança que suplanta qualquer ameaça ou desobediência.
Embora o povo de Israel fosse merecedor de todo o castigo de Deus por motivo de
sua desobediência deliberada e claramente exposta pela rejeitada profecia de
Isaías, Deus visitará a maldade do seu opressor, a Assíria. E também lhes dará
um escape, por meio das qualidades divinas somente presentes no Messias
encarnado, como sendo o próprio Deus. É o amor de Deus pelo seu povo que o faz
enviar seu próprio filho, Jesus Cristo, como Salvador, não somente de Israel,
mas de toda a humanidade.
I - CONSOLO AO POVO SOFREDOR
Deus não toleraria a desobediência de seu povo, que após várias
advertências preferiu continuar no erro. Ele enviou reis e nações poderosas
para corrigi-los. Eles foram quase que dizimados, mas Deus teve misericórdia do
remanescente (Is 1.9; 6.13; 10.19; 11.1) e destruiu as nações opressoras,
trazendo, mais tarde, uma pequena parte de Israel novamente para Jerusalém
prometendo-lhes o Messias. Assim, trouxe consolo ao seu povo sofredor, embora
profeticamente o escape final de Israel ainda está para acontecer.
1. O instrumento de Deus para corrigir o seu povo. A forma que Deus se utilizou para corrigir o seu povo
desobediente foi a Assíria. Mais tarde, as profecias de Isaías indicarão que a
Babilônia também fará parte desses castigos. Eles tinham exércitos poderosos e
cruéis, que esmagaram o povo de Deus. O profeta diz que pelo povo ter rejeitado
a tranquilidade do rio de Deus, eles seriam invadidos pela enchente de um rio
caudaloso e devastador, a Assíria (Is 8.6,7).
2. A arrogância do instrumento de Deus. Os Assírios eram um povo arrogante. Embora nesse momento estivessem
sendo instrumento de Deus, não reconheceram essa verdade e diziam que tinham
muita força própria, sabedoria, inteligência; que tinham o poder de mover as
nações e remover seus limites, de roubar riquezas e destronar reis (Is
10.13,14). O profeta afirma que jamais um instrumento poderá se gloriar contra
aquele que o utiliza, como se o machado pudesse mover a mão do lenhador (Is
10.15).
3. Deus destruirá o inimigo cruel. Isaías diz que Deus fará definhar a Assíria. O próprio Senhor em um dia
consumiria parte de seus exércitos (Is 10.16-19). Isso aconteceu quando de uma
só vez morreram 185 mil soldados dizimados por uma peste, quando esse exército
estava acampado ao redor de Jerusalém para a destruir, depois de já ter
destruído todas as cidades em volta (2 Rs 19.35). Mas a destruição final da
Assíria viria com a invasão dos medos e dos babilônios em 612 a.C.. A magnífica
civilização de ilimitada ambição e conquistas violentas e cruéis terminaria,
conforme descrito por Isaías (10.24,25).
Pense
Às vezes, algumas perdas e derrotas nos ajudam a relembrar os nossos
erros e nossas decisões equivocadas. Esse processo de lembrança nos revela o
lugar em que devemos retornar, a vontade de Deus.
Ponto Importante
A teologia do Messias é de conforto, esperança e restauração. O menino
que nascerá é apresentado por Isaías como o novo rebento de Davi, o verdadeiro
Rei e Senhor da história.
II - O PODER DO MESSIAS
O Messias para Israel seria o grande libertador que finalmente tiraria
do seu povo a vergonha de ser escravizado e subjugado por outros povos, como no
caso da Assíria e Babilônia. Somente Ele teria poder para trazer libertação
total e completa. Todos os demais reis frustraram a esperança do povo, mas este
seria vencedor. Essa mesma importância Jesus assumiu para o povo da nova
aliança, a Igreja.
1. A grande luz do menino que nasceu. A importância da luz na Bíblia se dá pelo fato de simbolizar e estar
ligada à vida e à felicidade. Por isso Deus é comparado à luz, pois dEle emana
a vida e a felicidade (Tg 1.17). Nenhuma vida seria possível na Terra se não houvesse
abundância de luz; nenhuma vida espiritual teriam as pessoas que conhecem a
Deus se Ele não as alimentasse com sua luz poderosa. Desta forma se diz do
Messias que virá, que Ele irradiará uma grande luz, iluminando os que andavam
na escuridão (Is 9.2). Agora não haverá mais desorientação nem confusão, pois o
Messias, o Cristo, já proporcionou abundante luz para os seus filhos, pois
diante dessa luz há clareza no caminho (Jo 14.6). Aqueles que moravam em
regiões de morte têm agora lugar permanente na vida abundante (Jo 5.24).
2. A imensa alegria (Is 9.3). Isaías compara a alegria que o Messias traria à mesma que havia na
época das colheitas (dia de pagamento com aumento de salário) ou como num
despojo de guerra em que conseguissem muitas riquezas. A vinda de Cristo à
Terra representa uma boa nova, expressa nos Evangelhos, tão extraordinária que
o anjo que apareceu aos pastores em muita glória, a ponto de eles ficarem
aterrorizados, disse: "[...]vos trago novas de grande alegria, que será
para todo o povo" (Lc 2.10). A alegria de Cristo consiste no fato de Ele
ter poder para perdoar pecados, salvar, curar e batizar no Espírito Santo, mas
além disso, estar com Cristo é estar com a fonte permanente de alegria. Assim,
mesmo em meio a tribulações e angústias, podemos experimentar sua alegria em
nossa alma.
3. A quebra do jugo (Is 9.4). Jugo designa na Bíblia uma peça de ferro ou madeira que era colocada no
pescoço do boi para controlá-lo, ou seja, um instrumento de opressão e
submissão. Não existe nada pior para o ser humano do que ser aprisionado por
algum jugo. Existem muitas pessoas aprisionadas pelo pecado, por outras pessoas
ou mesmo por situações da vida que as oprimem e subjugam, mas Cristo, o
Messias, veio para estraçalhar qualquer jugo e tornar todos os que o reconhecem
como Cristo completamente livres.
Pense
Fomos feitos para ser pessoas livres, e não escravas. Por isso, o
evangelho do Messias é para libertar, transformar e livrar os homens do jugo do
Maligno.
Ponto Importante
O profeta Isaías leva o povo a fixar sua esperança somente em Deus.
Aceitar que somente Ele tem o verdadeiro poder de trazer a alegria, o consolo e
conduzir o povo a um novo momento de sua história.
III - OS NOMES DO MESSIAS
1. Maravilhoso Conselheiro. Contrapondo a
confusão do povo que não sabia o que deveria fazer, pois preferiram conselhos
errados (Is 3.4,12), agora essa realidade muda com o Messias; os rumos serão
corretos porque os conselhos serão corretos. Nada melhor do que seguir na luz
dos conselhos de Cristo, descritos nos Evangelhos, para ter uma vida
bem-sucedida. As principais escolhas da sua vida precisam ser estabelecidas a
partir dos maravilhosos conselhos daquEle que foi chamado de Deus Forte.
2. Deus Forte. Conselho e força
precisam andar juntos; se faltar um, o outro qualificativo perde sua
importância. Contrapondo a fraqueza dos governantes que oprimiram os fracos e
desvalidos, mas também se sobrepondo aos países que oprimiram Israel, como
Assíria e Babilônia, agora o Deus Forte assume o controle. Ele tem todo o poder
e pode governar (Is 10.1,2). Deus é infinitamente mais forte que todos os
inimigos e vai dar descanso ao seu povo. Além disso, é na força de Deus que o
Messias, também sendo Deus, imporá a justiça e o direito, ninguém mais oprimirá
seu próximo, pois a equidade é estabelecida. Ele é forte o suficiente para
estabelecer a tão esperada paz.
3. Pai da Eternidade. Ele contrapõe a
efemeridade de tudo que é humano, "e ele é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17). Exatamente por Ele ser
eterno, sem começo nem fim, é que é o Deus Forte que controla e mantém todas as
coisas em seu devido lugar, com todas as leis da natureza por Ele criadas e
sustentadas. Antes que houvessem sido criados céus e terra Ele já existia (Jo
1.1), pois Ele criou a própria eternidade. Além disso, Ele existirá para todo o
sempre, numa perpetuidade de poder, glória e majestade.
4. Príncipe da Paz. Shalom em hebraico é
mais do que estado de tranquilidade, mas também sugere prosperidade, espaço,
riqueza, saúde, bem-estar, felicidade e contentamento. Contrapondo o ambiente
de guerra, desolação, violência e injustiça, o Messias traria uma paz perpétua
que nenhum poder ou inconveniente poderia tirar. A paz do Príncipe seria muito
mais do que ausência de guerras e violência, mas também de provisão inesgotável
de salvação e bênçãos para o povo de Deus, pois somente onde há completa
libertação e abundância da bondade de Deus é que se estabelece a paz. O mundo
inteiro anseia por paz. Hoje existem mais conflitos do que jamais houve na
terra, não somente bélicos, mas também na sociedade violenta e nas famílias
disfuncionais. Mas o Príncipe da Paz estabelece sua paz àqueles que hoje se
entregam ao seu governo e num futuro próximo dará paz completa para toda a
sociedade e todos os povos e nações da terra, conforme diz o salmista em Salmos
72.12-14.
Pense
As principais escolhas da sua vida precisam ser estabelecidas a partir
dos maravilhosos conselhos daquEle que foi chamado de Deus Forte.
Ponto Importante
Os nomes atribuídos ao Messias são o contraponto de toda a situação
histórica que o povo estava vivendo nos dias do profeta Isaías. No entanto,
esses nomes de Deus ainda podem ser considerados nos dias atuais da Igreja.
Não existe nada pior para o ser humano do que ser aprisionado por algum
jugo. Existem muitas pessoas aprisionadas pelo pecado, por outras pessoas ou
mesmo por situações da vida que as oprimem e subjugam, mas Cristo, o Messias,
veio para estraçalhar qualquer jugo e tornar todos os que o reconhecem como Cristo completamente livres.
SUBSÍDIO 1
"Maravilhoso Conselheiro deveria ser hifenizado. [...] Jesus foi
uma maravilha pessoal. Ele foi alguém Maravilhoso que deu conselhos
Maravilhosos. Isaías está expressando o atributo divino do Onisciente, mas
exprimindo-o em forma verdadeiramente hebraica.
Deus Forte sugere o guerreiro divino ou o herói divino. Ele tem valor
sobre-humano, não simplesmente porque o Espírito do Deus Todo-Poderoso está
sobre Ele com unção, mas porque a natureza da deidade essencial habita nEle.
Pai da Eternidade é melhor entendido como Pai Eterno, ou Pai
perpetuamente. Designar alguém como 'o Pai de' é uma maneira hebraica e arábica
de dizer que Ele é propriamente a fonte da coisa designada como seu atributo.
Príncipe da Paz é um nome que indica um governo bem-sucedido com
prosperidade abençoada e verdadeira. Paz pertence ao reino ideal. Mas R.B.Y.
Scott está correto em sugerir 'Príncipe Beneficente' como um significado mais
correto. O termo hebraico Shalom indica não somente uma ausência de guerra, mas
uma condição de bem-estar rica, harmoniosa e positiva" (Comentário Bíblico
Beacon. Vol 4: Isaías e Daniel. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.p. 51).
SUBSÍDIO 2
"Emanuel (7.14)
O nome significa 'Deus conosco". Mas a comum e enfática posição
das palavras compondo o nome mostra que devia ser entendido como 'Conosco está
Deus!' Assim, o nome Emanuel capta a admiração e maravilha da encarnação e o
inimaginável fato de que o Deus do Universo entrou na corrente do tempo para tornar-se
um conosco.
Nascimento virginal (7.14). A palavra hebraica traduzida por virgem
significa 'jovem mulher em idade casadora'. O ideal hebraico de casamento faz
uma tradução como 'virgem' igualmente. Entretanto, a intenção é absolutamente
clara em Mateus 1.23 que cita Isaías e usa palavra grega, parthenos que
inequivocadamente significa 'virgem'. De fato, o conceito de nascimento
viriginal é um fundamento básico do cristianismo bíblico" (RICHARS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma
análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10 ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2012, p. 415).
ESTANTE DO PROFESSOR
DEVER, Mark. A mensagem do Antigo Testamento. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
CONCLUSÃO
O profeta Isaías é poético ao falar da vinda do Messias. Ele aborda o
assunto falando da grande luz que dissiparia as trevas, da imensa alegria, da
quebra de todo jugo e lhe atribui nomes que somente cabem para Ele. Com isso,
revela como Deus é compassivo e perdoador para com o desobediente arrependido.
Embora o profeta utilize abundante linguagem simbólica, a realidade que a mesma
aponta é concreta, real e no tempo oportuno cumprir-se-á.
Hora da revisão.
Qual foi o instrumento que Deus usou para repreender seu povo?
A Assíria.
Que metáfora Isaías utiliza para se referir à arrogância da Assíria?
De que jamais um instrumento poderá se gloriar contra aquele que o
utiliza.
Qual o símbolo que a luz tem na Bíblia?
Simboliza a vida e a felicidade, por isso Deus é comparado à luz.
O que significa Pai da Eternidade?
Que Jesus é eterno, sem começo nem fim.
Por que Isaías chama de Jesus de o Príncipe da Paz?
Porque estabelece sua paz àqueles que hoje se entregam ao seu governo e
num futuro próximo dará paz completa para toda a sociedade e todos os povos e
nações da terra.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, Isaías Eis me aqui, envia-me a mim, professor, 3º trimestre 2016.
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