segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Lição 2 Pecado: uma realidade humana.



Lição 2 Pecado: uma realidade humana.
8 de outubro de 2017

Texto Áureo
Romanos 3.23
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

Verdade Aplicada
A realidade do pecado na vida humana e a providência de Deus devem sempre estar presentes em nossa mente.

Objetivos da Lição
Mostrar alguns problemas causados pela essência do pecado na vida humana;
Apontar as principais consequências do pecado;
Apresentar a necessidade de um libertador, de arrepender-se e de congregar.

Glossário
Insolúvel; Que não se pode resolver;
Irrefutável; Que não se pode refutar, que não se pode contestar; incontestável;
Nocivo; Que faz mal; que prejudica.

Leituras complementares
Segunda Sl 42.7
Terça Dn 12.2
Quarta Mt 18.23-34
Quinta Jo 14.6
Sexta Rm 7.18
Sábado Ef 1.7

Textos de Referência.
Romanos 1.28-31
28  E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém;
29  Estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e às mães;
31  Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;

Hinos sugeridos.
139, 291, 467

Motivo de Oração
Ore para que o amor de Deus possa impactar o coração de seus familiares.

Esboço da Lição
Introdução
1. O pecado é mais do que um problema.
2. As consequências do pecado.
3. Como libertar-se do pecado.
Conclusão

Introdução
O homem foi criado para relacionar-se com Deus. Porém o pecado ocasionou a separação do homem da comunhão com Deus, trazendo condenação eterna, Apenas Jesus é quem pode livrar o homem desse mal (Lc 19.10).

1. O pecado é mais do que um problema.
Ao afastar-se de Deus, o homem contraiu sobre si mais do que um  problema para resolver, pois esse  mal tornou insolúvel do ponto de vista humano. Tal foi consequência do pecado na experiência humana que o retorno a Deus dependeria, inicialmente, de uma atitude de graça da parte de Deus (Jo 3.16; Rm 5.8), e de uma resposta humana ao chamado divino. Mas o que é o pecado em si? Vejamos um pouco a respeito.

1.1. Falha para com o propósito divino.
Deus é um Ser com propósitos para Sua criação, e de maneira resumida podemos afirmar que o homem foi criado para o louvor da Sua glória (Ef 1.5-6). Porém, o pecado na vida do homem desviou-lhe dos propósitos divinos, deixando-o totalmente aquém do projeto original (Dn 9.5). Por isso, a Septuaginta (a mais antiga tradução em grego do texto hebreu do Antigo Testamento) e o Novo Testamento grego se utilizam da palavra “harmatia”, que significa: “errar o alvo”. Que quer dizer, falhar para com o propósito original. Isso significa que o homem está errado para com Deus. O grande obstáculo é como encontrar esse caminho de retorno a Deus, pois o pecado passou a afetar o homem na sua inteligência e percepção (Jo 14.6).

O grande problema da humanidade é o pecado que habita dentro do ser humano. Os sofrimentos, doenças, maldições e mortes são consequências da entrada do pecado no mundo (Rm 5.12). O Homem sem Deus é literalmente um morto que caminha entre os vivos. A Bíblia menciona a condição de “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1, 5). Espiritualmente falando, uma pessoa não precisa estar sepultada para estar morta, basta estar desligada de Deus. Esta é a terrível consequência do pecado. 

1.2. Insensatez.
O homem foi criado para viver segundo a vontade e as leis de Deus; isso é acertar o alvo. Entretanto, o ser humano em seu egoísmo se recusa a viver assim. O pecado, pois consiste numa insensatez, visto que alterou a forma de pensar, de sentir, e de agir do homem. Há muitas palavras que definem o pecado, tanto no grego, pois, embora o pecado se manifeste de várias maneiras, ele não passa de uma inconformidade do homem quanto à vontade de Deus e às Suas leis morais (Pv  10.23). O pecado é, portanto, uma insensatez, uma tolice, uma loucura (Ec 7.25).

Toda a raça humana herdou de Adão a natureza pecaminosa (Rm 7.18, 21-23). Essa natureza domina o ser humano de uma forma tirana. Mesmo sabendo o que é correto, o homem é impulsionado por essa natureza a fazer o que é incorreto. Somos por natureza escravos do pecado, e isto está visível em todos, em todas as eras e em todos os lugares por onde vamos (Jo 8.34).

1.3. Dívida para com Deus.
Não raro ouvimos que o pecado é algo que desagrada a Deus, e desagradá-Lo significa estar fora tanto de Seus projetos, quanto de Suas bênçãos. O pecado é uma dívida, uma ofensa, por isso, é mais que um desagrado, é uma ofensa direta ao padrão moral e santo de Deus (Rm 5.16, 20). Os nossos relacionamentos comuns são baseados em créditos e débitos, logo, quando ofendemos alguém contraímos uma dívida para com aquela pessoa e com quem a criou, Deus. Encontramos várias demonstrações nas Escrituras sobre o pecado como dívida: na oração dominical, nas parábolas de Jesus e nos termos paulinos, como redenção e remissão (Mt 6.12; 18.23-34; Ef 1.7).

Vale a pena enfatizar a impossibilidade do ser humano de resolver o problema do pecado (Jr 2.22; 13.23; Pv 20.9). Há uma tendência humana para desviar-se do propósito de Deus. Todos herdamos uma natureza pecaminosa (1Jo 1.8-10; Sl 51.5).

2. As consequências do pecado.
O pecado é nocivo, e traz dores e consequências destrutivas para toda a humanidade . É como um vírus letal que contagia internamente e se expande por onde passa. Dentre as mais diversas consequências, destacaremos três:

2.1. A perda da comunhão.
Segundo John Piper, o pecado afugenta a glória de Deus das nossas vidas. Ele afirma que todo o pecado é um desprezo a Deus, antes mesmo de ser um dano ao homem. O pecado é a preferência pelos prazeres passageiros do mundo ao invés da alegria perpétua do companheirismo de Deus (Rm 3.23). O que significa ter perdido a comunhão com Deus? Categoricamente, se o pecado gerou a morte para o homem desconectado de Deus, podemos afirmar que a comunhão é a vida da alma (Cl 2.13). Enquanto o pecado tende a nos afastar a cada instante de uma vida plena, de paz e de progressivas conquistas, a comunhão com Deus nos encaminhará a uma experiência diária, motivadora e contagiante.

O homem natural vive longe da comunhão com Deus. Essa perda ocorreu desde quando o primeiro homem pecou (Rm 5.12). Apesar da perda real da comunhão com Deus, isso não significa que o homem necessariamente se relaciona com o mundo físico e social. Todavia, a única coisa que o impede de um total relacionamento com Deus é o pecado, pois ocasiona a perda da comunhão. 

2.2. O vazio existencial.
Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28). Esse é o perfil da humanidade sem Deus: “cansados e oprimidos”. Mesmo com todo o sucesso e conquista que o ser humano possa alcançar, haverá sempre um vazio na alma daquele que ainda não está em comunhão com Deus. Como disse Agostinho: “Fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em ti”. Jesus Cristo é o único que pode preencher esse vazio, trazer descanso para a alma e fazer o homem retornar a Deus (Mt 11.28-29).

O pecado do homem é a causa do vazio em sua alma. Ao ser banido da sua condição original, o homem perdeu a comunhão com Deus, daí o vazio de sua alma, O único caminho para preencher esse vazio é reconhecer a necessidade de Deus e buscá-Lo a fim de que Ele, através da pessoa de Cristo faça, morada e preencha de vez esse vazio (Ap 3.20).

2.3. A morte.
A morte é consequência irrefutável do pecado. O apóstolo Paulo diz que ela é o prêmio, a recompensa de uma vida de pecado (Rm 6.23). A morte traz consigo uma ideia de separação. Como disse Platão: “A morte é a separação da alma do corpo”. Enganado pela serpente, o homem desconsiderou a seriedade da advertência divina e assim desobedeceu. Evidentemente, o homem não caiu fulminado quando desobedeceu, mas o pecado desencadeou o processo de separação espiritual de Deus. Uma consequência inevitável do pecado é a perda da comunhão com Deus. O salário do qual Paulo nos alerta será acrescido no dia da prestação de contas, quando os pecadores irão se deparar com o lago de fogo, e, finalmente, a morte eterna (Ap 20.14-15).

Do ponto de vista biológico, a morte é algo comum, faz parte da vida. Há culturas que reverenciam e prestam culto à morte. Nós cristãos, não nos desesperamos em relação à morte, apenas nos preparamos em vida para o porvir com grande esperança. Nossos pecados foram perdoados em Jesus Cristo e a morte “é partir e estar com Cristo” (Fp 1.21, 23; 1Ts 4.13).

3. Como libertar-se do pecado.
Fomos criados para louvor e glória de Deus. Porém, após a queda, o ser humano tornou-se escravo do pecado. Notar a advertência de deus para Caim: “o pecado quer te dominar” (Gn 4.7); e a observação quanto à situação da humanidade (Gn 6.5). Por isso, a mensagem de libertação anunciada por Jesus Cristo (Jo 8.32-36).

3.1. A necessidade de um libertador.
O pecado vai além da dívida e ofensa ao Criador. O pecado tornou-se um mau senhor do homem, escravizando-o e maltratando-o. O próprio corpo do homem tornou-se um instrumento para o seu serviço, por isso, Paulo o chama de; “corpo do pecado” (Rm 6.6). O homem necessita de um libertador que venha destruir o domínio do pecado e apagar todas as ofensas. Este libertador é Jesus Cristo, aquele que morreu e ressuscitou (Rm 5.15). Uma vez crendo de todo o coração que Jesus Cristo morreu e ressuscitou dentre os mortos, e isso confessando sinceramente com a boca, o pecador alcança a salvação (Rm 10.9).

Segundo John Stott, devemos considerar a “internalidade” do pecado. Mais do que uma atitude ou hábito visível, o pecado revela uma profunda e arraigada corrupção em nosso interior. Na verdade, o0s pecados que cometemos são manifestações exteriores e visíveis de uma enfermidade interior e invisível, são os sintomas de uma doença moral (Jo 8.34). Explicando 1 Coríntios 12.3, F.F. Bruce afirma que ninguém pode fazer a confissão com os seus lábios de que Jesus Cristo é Senhor, senão “no Espírito Santo”. O apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses 2.11diz: “E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.

3.2. A necessidade de arrependimento.
Simultaneamente, ao reconhecer a Jesus Cristo, o pecador deve arrepender-se de seus pecados (At 19.18; Rm 10.10). A salvação é impossível sem o arrependimento das obras mortas. O próprio Senhor Jesus pregou acerca do arrependimento em Seus ministério. Arrependimento significa mudança de pensamento, sentimento e atitudes. O verdadeiro arrependimento ocorre como resposta humana ao anuncio da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo (At 2.37-38; Jo 16.9).

O arrependimento é uma das doutrinas fundamentais, pois é condição para perdão dos pecados, conforme registrado em Atos 2.38 e 3.19. Reconhecer a necessidade de Jesus Cristo e arrepender-se dos pecados é o início de uma caminhada eterna. Esse novo caminho exigirá um novo aprendizado, o qual chamamos de discipulado. Por isso, o neófito precisará de muita ajuda, e nós, como membros do Corpo de Cristo, devemos agregar esse novo crente e dar-lhe toda a ajuda necessária para que, mais adiante, se firme e repasse para outros o que aprendeu (2Tm 2.2).

3.3. A necessidade de andar em Espírito.
Enquanto estivermos neste mundo, teremos que lidar com a inclinação da natureza humana, ainda presente em nosso dia a dia. Fomos libertos do poder do pecado. Com o novo nascimento, não somos mais escravos do pecado. Porém, ainda existe a possibilidade de pecar. Por isso, as recomendações bíblicas em Gálatas 5.16 e Colossenses 3.5. Ainda estamos sujeitos às tentações. É necessário constante vigilância e oração.

O escritor aos Hebreus enfatiza a importância de deixar “Todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia” e resistir “combatendo contra o pecado” (Hb 12.1, 4). É possível vencer, pois Jesus Cristo nos libertou e temos os recursos necessários (oração, Palavra de Deus, Espírito Santo) para vigiar e resistir, Segundo Donald Guthrie, para se ter uma vida cristã saudável é muito importante que olhemos para o exemplo de Jesus Cristo e que atentemos para a Sua disciplina (Hb 12.1-20). Vale a pena ressaltar que a disciplina do Senhor Jesus Cristo nos ajuda a não pecar, pois ela é essencial para a vida cristã e nos auxilia, de modo bastante prático, a evitar a inconsistência moral.

Conclusão.
Quanto maior for a compreensão da doutrina do pecado, maior será a nossa compreensão da obra redentora de Jesus Cristo. Mais conscientes estaremos da nossa completa dependência da graça de Deus para a nossa reconciliação com o Senhor. Seja o nosso sincero desejo: “não nos induza a tentação” (Mt 6.13).

Questionário.
1. Qual é o perfil da humanidade sem Deus?
R: “Cansados e oprimidos” (Mt 11.28).

2. Qual é o único que pode trazer descanso para a alma e fazer o homem retornar a Deus?
R: Jesus Cristo (Mt 11.28-29).

3. O que apóstolo Paulo diz sobre a morte?
R: Que ela é o prêmio, a recompensa de uma vida de pecado (Rm 6.23).

4. O que Jesus anunciou?
R: A mensagem de libertação (Jo 8.32-36).

5. Como ocorre o verdadeiro arrependimento?
R: Como resposta humana ao anúncio da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo (Jo 16.9).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos, Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

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