sábado, 21 de outubro de 2017

A SUPERIORIDADE DA MENSAGEM DA CRUZ



A SUPERIORIDADE DA MENSAGEM DA CRUZ – I Co 2. 1-10

Texto Bíblico: I Co 1.18 Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas nós, que somos salvos, é o poder de Deus.
A ORIGEM DIVINA DO EVANGELHO
1. O EVANGELHO NÃO É RESULTADO DE SABEDORIA HUMANA
·         É a proclamação da sabedoria divina - I Co 2.1  E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria.  Mt 10.14 E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.
·         É a proclamação da reconciliação divina - ICo 2.2  Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.  Rm 5.11 E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
·         É a proclamação do testemunho divino -   I Co 2.3  E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. I Jo 5.9 Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou.
2. O EVANGELHO NÃO É MENSAGEM DE PERSUAÇÃO HUMANA
·         A mensagem vem pelo poder do Espírito Santo – I Co 2.4  A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; Hb 4.2 Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.
·         O convencimento vem pelo poder do Espírito Santo - I Co 2.5  Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.  Zc 4.6 E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.
·         A compreensão vem pelo poder do Espírito Santo - I Co 2.6  Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam;  Ef 5.17 Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
3. O EVANGELHO NÃO É REVELAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO HUMANA
·         Sua revelação vem pela palavra de Deus - I Co 2.7  Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;  Ef 3.9 E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo;
·         Sua revelação vem pelo propósito de Deus - I Co 2.8  A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Lc 10.21 Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve.
·         Sua revelação vem pela vontade de Deus - I Co 2.9  Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. I Co 2.10  Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.


Texto Áureo:“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1 Co 1.18)
I - Considerações Iniciais
Saúdo aos irmãos com a paz do Senhor!
Neste comentário, estaremos explanando acerca de uma lição muito importante para os crentes de hoje, a Superioridade da Mensagem da Cruz. Esta lição é de extrema importância, visto que atualmente muitas igrejas fogem da verdadeira mensagem da cruz em sua doutrina e muitos pregadores, falsos profetas, fogem dela para “ganhar almas” de uma maneira mais fácil.
O conteúdo desta lição serve para todos nós – para que tenhamos consciência do que significa a cruz nas nossas vidas – mas, em especial, para aqueles que pregam o evangelho de Cristo, para que não incorram em erro e, conseqüentemente, levem outras pessoas pelo mesmo caminho.
II - A Natureza da Pregação Bíblica
Jesus veio ao mundo para nos redimir de nossos pecados. Disso todos sabemos. Sabemos também que durante sua trajetória na Terra, Ele efetuou milagres, conquistou milhares de seguidores pregando a palavra de Deus, entre outras coisas. Mas, mesmo sabendo todas essas coisas, muitos de nós não nos atentamos para o valor real disso tudo. Poucos nos dias de hoje têm consciência do significado real da vinda de Cristo e de sua morte na cruz.
O verdadeiro servo de Deus deve conhecer o valor da cruz de Cristo e, dessa forma, viver uma vida diferente da vida no mundo; as igrejas, da mesma forma, devem o conhecer para não atenuarem o efeito da entrega de uma vida a Deus, aceitando a Jesus como único e suficiente Salvador; e os pregadores devem ter consciência de que a mensagem da cruz é a genuína pregação.
III - A cruz de Cristo na vida dos servos de Deus
A cruz tem um significado grandioso na vida dos sevos de Deus. Há, primeiramente, a cruz como símbolo da morte expiatória de Jesus Cristo, para nos perdoar de todos os nossos pecados.
Deus mandou seu filho à Terra para, em um primeiro momento, nos ensinar diversas coisas. Também para anunciar o
amor e o poder de Deus. Mas a principal missão de Jesus aqui na Terra era morrer na cruz. Ele veio já sabendo que ia se sacrificar por toda a humanidade.
Dessa forma podemos ver o primeiro grande significado da cruz para as nossas vidas. Ela simboliza tudo o que Jesus passou por nós. Ele sofreu açoites, colocou uma coroa de espinhos, carregou a cruz nas costas, tudo isso por nós, para nos livrar de nossos pecados. O verdadeiro servo de Deus deve sempre se lembrar disso, pois essa é a base da nossa fé cristã. Quando alguém faz a opção de entregar sua vida a Deus, aceitando a Jesus como único e suficiente Salvador, ele está reconhecendo o que Ele fez por nós. Mas essa lembrança deve permanecer na sua mente, não deve ser algo superficial, momentâneo.
Jesus é nosso advogado perante Deus, é em Seu nome que devemos orar, e tudo isso pois Ele derramou Seu sangue na cruz por nós.
Quando celebramos a Ceia do Senhor, em memória do sangue e do corpo de Cristo, o fazemos, da mesma forma, por causa do sacrifício perfeito de Cristo. Podemos ver, por tudo o que foi mencionado, que diversas coisas que fazemos na igreja lembram a cruz de Cristo, mas muitos não se atentam a esse fato.
Há, ainda, outro significado de cruz para a vida dos servos de Deus. Quando decidimos por seguir uma vida cristã, temos de fazer diversas restrições à nossa vida no mundo. Aqueles que estão dentro da igreja devem ter um comportamento diferente, de forma que as outras pessoas notem isso. E para isso é necessário que façamos sacrifícios, que nasçamos novamente.
Jesus disse em Mc 8.34,35: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas qualquer que quiser perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará.”. O segundo significado de cruz é esse que Jesus fala. Este simboliza os sacrifícios que devemos fazer para seguir a Cristo. Nessa parte há uma grande falha dentro de muitas igrejas evangélicas, tema que será discutido logo a seguir.
Nós temos que ter consciência desses dois significados de cruz apresentados. Consciência no sentido prático da palavra, aquela que nos leva a temer a Deus, que nos leva a incorporar no nosso dia a dia uma forma de vida condizente com a palavra de Deus.
IV - A cruz de Cristo nas igrejas evangélicas
Como foi dito anteriormente, quando uma pessoa decide se entregar a Deus, deve fazer restrições na sua própria vida. Porém, muitas igrejas evangélicas hoje em dia têm buscado atenuar a mudança na vida das pessoas, para que cada vez mais “fieis” entrem nelas. Muitas vezes há uma boa intenção por trás disso, mas não deixa de ser algo errado. A. W. Tozer em seu artigo A Velha e a Nova Cruz, fala dessa prática de diversas igrejas, com as seguintes palavras: “A nova cruz encoraja uma abordagem evangelística nova e por completo diferente. O evangelismo não exige a renúncia da velha vida antes que a nova possa ser recebida. Ele não prega contrastes, mas semelhanças. Busca a chave para o interesse público, mostrando que o cristianismo não faz exigências desagradáveis; mas, pelo contrário, oferece a mesma coisa que o mundo, somente num plano superior.”
Este autor bate em cima de um problema que vem se alastrando cada vez mais rapidamente pelas igrejas evangélicas nos dias de hoje, mesmo tendo sido tal artigo publicado pela primeira vez em 1946, a tendência de se trazer muitos dos prazeres do mundo para dentro delas, valorizando a quantidade de membros, não a sua qualidade.
A cruz de Cristo simboliza uma entrega total, uma mudança de vida. Se alguém não consegue fazer parte de uma igreja pois considera sua doutrina rigorosa em demasia, será que está disposto a carregar sua cruz? Será que está disposto a perder a sua vida por amor a Jesus? Será que alguém que entra em determinada igreja evangélica porque ali ele não terá que mudar radicalmente seus hábitos está buscando uma real comunhão com Deus?
Não faço tais questionamentos como uma forma de julgar todos os membros de determinadas igrejas. Sabemos que dentro de todas as denominações podemos encontrar servos realmente fieis e sinceros, e que subirão ao céu com Jesus; e pessoas completamente superficiais, sem um real compromisso com Deus. Falo somente com o intuito de dar um alerta, pois muitos realmente entram para viver uma vida mais tranqüila, mas sem um real compromisso com Deus.
V - A cruz de Cristo nas pregações
Muitos pregadores atualmente buscam “ganhar almas” para Deus de diversas formas. Uns buscam apresentar diversas vantagens mundanas que a entrega de suas vidas para Deus proporcionaria para os ouvintes. Falam de prosperidade, conquistar aquilo que quer na vida, resolver todos os seus problemas, conseguir “a benção que você quer”.
Outros pregadores começam a gritar e usar diversos métodos para tentar tocar o coração dos ouvintes. Não que o Espírito Santo toque o coração, que a palavra ali falada tenha entrado nos corações das pessoas, mas uma forma humana de emocionar. Fazem alguém ficar cantando hinos, enquanto estão falando. Muitas vezes não se entende nem o que o hino nem o que o pregador está falando. Mas aquele movimento todo emociona as pessoas de uma forma carnal. Assim não há uma entrega real da pessoa para Cristo e grande parte das pessoas que supostamente se entregaram, não permanece na casa de Deus.
Paulo aponta que a genuína e eficaz pregação tem como centro a Cruz de Cristo. Deve-se pregar o sacrifício feito por Jesus para nos salvar. Aqueles que querem ter uma conversão verdadeira devem ter fé em Cristo. Devem se converter buscando, em primeiro lugar, a salvação que só Ele pode proporcionar. Aqueles que são levados por pregadores que não pregam a mensagem genuína, acabam sendo guiados por caminhos errados. Dessa forma a responsabilidade daquelas que pregam a palavra de Deus fica ainda maior.
Devemos sempre orar no sentido de termos discernimento e sabedoria para vermos o que vem de Deus e o que é simples movimento humano. E aqueles que pregam, que tentam ganhar almas para Deus, estes devem sempre pregar o evangelho de Cristo, a morte expiatória de Jesus. Assim como fazia Paulo, o que fica explicito no versículo 2 do capítulo 2 da sua primeira epístola aos coríntios: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.”.
VI - A Sabedoria humana e a Sabedoria de Deus
O capítulo 2 de I Coríntios, além de apontar, como anteriormente explanado, a excelência da mensagem da cruz, mostra também quão superior é a sabedoria de Deus em relação à dos homens.
Deus criou o homem e lhe deu capacidade de pensar. Com essa capacidade o homem ganhou também o livre arbítrio, podendo escolher se segue a Deus ou não. Foi por causa desta capacidade de pensar e deste livre arbítrio que o homem passou a ser suscetível a ser enganado por palavras falsas e também a enganar, utilizando-se de sabedoria humana. “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” (Tg. 3.15).
Desde então o homem vem sempre buscando evoluir no conhecimento de tudo que se encontra no globo.
Várias ciências surgiram, novas tecnologias, enfim, os conhecimentos humanos não param de evoluir. Com o decorrer do tempo, porém, tal busca por novos conhecimentos passou a procurar respostas que alimentassem a incredulidade mundana, que há muito já assolava a Terra. Cientistas de diversas áreas começaram a tentar provar a inexistência de Deus, como o caso da teoria Evolucionista de Charles Darwin. Muitas teorias foram criadas, até hoje eles lutam, mas não conseguem refutar o Criacionismo.
Com o surgimento de tantas teorias, todavia, muitos homens e mulheres vacilaram na fé, criaram dúvidas em suas mentes, pois se apoiavam somente na sabedoria humana. Com isso, e também por causa de vários cientistas que não acreditavam nas teorias evolucionistas, começou-se a pesquisar em busca de explicações científicas para a existência de Deus. Tais estudos, até certo ponto, chegam a ser interessantes, mas não necessários. O grande problema é que com o tempo muitas pessoas passaram a apoiar a fé na sabedoria advinda do homem, esquecendo de olhar somente para Deus.
Ao mesmo tempo em que a ciência tem adentrado em muitas igrejas para justificar-lhes a fé, a astúcia humana tem tomado a muitos obreiros e respectivas igrejas. Muitos chegam a estudar técnicas de argumentação, pregam doutrinas que não condizem com a Bíblia, assim como muitas vezes levam o mundo para dentro da igreja, como anteriormente mencionamos, só pensando em atrair “fiéis”, para ganhar cada vez mais dinheiro e status. “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22). Isso faz com que muitas pessoas sejam enganadas dentro da igreja, ou ainda que pessoas enganem-se a si mesmos indo para igrejas, todavia não buscando a Deus verdadeiramente, mas tão somente àquelas coisas que a igreja oferece e que não vem de Deus.
Diante do exposto, notamos que cada vez mais as pessoas têm buscado sustento na sabedoria humana, e pior, vários pregadores têm utilizado-se muitas vezes somente desta. Defronte a isto, notamos a importância das palavras do apóstolo Paulo quando diz:
“A minha palavra e minha pregação não consistem em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” (I Co. 2.4,5).
Nesta passagem vemos claramente que muitos têm desviado seus passos, tanto não buscando a sabedoria de Deus na hora de pregar a Tua palavra, assim como não a buscando na hora de sustentar a sua fé.
A sabedoria que vem de Deus, através do Espírito Santo, é suprema. Tal sabedoria nos dá dons: “Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação de línguas.” (I Co. 12. 8-10).
Tais dons, quando presentes no seio da igreja, sobretudo naqueles que guiam sua obra, fazem-na prosperar, pois advém da sabedoria divina.
Portanto, o que podemos extrair, de modo geral, desta batalha que muitos enfrentam, entre a sabedoria humana e a aquela que vem de Deus, é que todos devemos buscar sempre a sabedoria divina.
Temos que confiar, acima de tudo, nesta, pois aquela é falha e enganadora. “Confia no Senhor de todo o seu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.” (Pv. 3.15). Busquemos, pois, a sabedoria que vem do alto. “Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.” (Tg. 3.17)
VII - Considerações finais.
O estudo da presente lição é de suma importância para todos os crentes em Deus, mas, sobretudo àqueles que guiam a obra divina no mundo, como pastores, obreiros, pregadores etc., para que a igreja seja sempre guiada pela palavra de Deus, pelo reconhecimento da mensagem da cruz, tudo isso sempre sustentado pela sabedoria de Deus.
Que Deus continue nos abençoando e nos dando discernimento para saber verdadeiramente aquilo que vem de Deus, conforme a Tua sabedoria.

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