LIÇÃO 12
– 22 de junho de 2014 –
Editora BETEL
Perdão,
o antídoto para o rancor
TEXTO AUREO
“E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava
longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo,
lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.” Lc
15.20
VERDADE APLICADA
O perdão é remédio para o rancor, e o combustível do perdão é o
amor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Explicar
o que é rancor;
► Mostrar
como se desenvolve o rancor;
► Apontar
o caminho para a cura.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lc 15.11 - E
disse: Um certo homem tinha dois filhos.
Lc 15.12 - E o
mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E
ele repartiu por eles a fazenda.
Lc 15.20 - E,
levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e
se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.
Lc 15.29 - Mas,
respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca
transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com
os meus amigos.
A ALEGRIA DE VOLTAR (Lc
15:11-24)
Chamamos essa história de "Parábola do Filho Pródigo" (pródigo quer dizer
"esbanjador"), mas poderia ser chamada também de "A Parábola do
Pai Amoroso", pois sua maior ênfase não é sobre a pecaminosidade do filho,
e sim sobre a benevolência do pai. Ao contrário do pastor e da mulher nas
parábolas anteriores, o pai não saiu à procura do filho, mas foi a lembrança da
bondade do pai que levou o rapaz ao arrependimento e ao perdão (ver Rm 2:4). A
história apresenta três experiências do rapaz.
Rebelião - ele foi para uma terra distante (w. 11-16). De
acordo com a lei judaica, a parte da herança do filho mais velho correspondia
ao dobro da parte dos outros filhos (Dt 21:17), e, se o pai assim o desejasse,
poderia distribuir a riqueza ainda em vida. O filho mais novo agiu dentro da
lei quando pediu sua parte dos bens e mesmo quando os vendeu, mas certamente
não foi um gesto amoroso de sua parte. Foi como dizer ao pai: "Gostaria
que estivesse morto!". Thomas Huxley disse: "As piores dificuldades
de um indivíduo começam quando ele tem a possibilidade de fazer o que bem
entende". Que grande verdade!
Sempre que damos mais valor a coisas do que a pessoas, mais
importância ao prazer do que ao dever e nos interessamos mais pelas paisagens
distantes do que pelas bênçãos em nosso próprio lar, estamos procurando
problemas. Certa vez, Jesus advertiu dois irmãos em conflito: "Tende
cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza" (Lc 12:15). Isso porque,
por mais coisas que possa obter, o avarento nunca fica satisfeito, e um coração
insatisfeito leva a uma vida de decepção. O filho pródigo aprendeu do jeito
difícil que é impossível desfrutar as coisas que o dinheiro pode comprar ao
ignorar as coisas que o dinheiro não compra.
A "terra distante" não é, necessariamente, um lugar
distante para onde vamos viajar, pois ela existe, em primeiro lugar, em nosso coração. O filho mais novo
sonhava em "desfrutar" sua liberdade longe do pai e do irmão mais
velho. Se a ovelha perdeu-se por falta de senso de direção e a moeda foi
perdida por falta de cuidado, o filho perdeu-se por obstinação. Desejava fazer
as coisas a sua maneira, por isso se rebelou contra o pai, entristecendo
profundamente o coração dele.
Mas a vida na terra distante não era o que o jovem esperava.
Seus recursos esgotaram-se, seus amigos o deixaram, veio a fome, e o rapaz foi
obrigado a fazer por um desconhecido o que havia se recusado a fazer pelo pai:
trabalhar! Essa cena dramática é a maneira de Jesus enfatizar o que o pecado
faz na vida dos que rejeitam a vontade do Pai. O pecado promete liberdade, mas
traz apenas escravidão (Jo 8:34); promete sucesso, mas traz fracasso; promete
vida, mas "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). O rapaz pensou
que "se encontraria", mas, na verdade, se perdeu! Quando Deus é
deixado de fora da vida, o prazer transforma-se em escravidão.
Arrependimento - ele caiu em
si (w. 17-19). "Arrepender-se" significa "mudar de ideia",
e foi exatamente isso o que o rapaz fez enquanto cuidava dos porcos (que
trabalho para um rapaz judeu!). Ele "caiu em si", o que indica que,
até então, estava "fora de si". O pecado traz consigo uma
"insanidade" que parece paralisar a imagem de Deus dentro do
indivíduo e liberar o instinto "animal". Os estudiosos dos textos de
Shakespeare gostam de contrastar duas citações que descrevem essa contradição
na natureza humana:
"Que obra-prima, o homem! Quão nobre pela razão! Quão
infinito pelas faculdades! Como é significativo e admirável nas formas e nos
movimentos!
Nos atos quão semelhante aos anjos!
Na apreensão, como se aproxima dos deuses..."
(Hamlet, II, ii)
"No seu melhor estado, é pouco pior que homem; no pior,
pouco melhor do que animal".
(O Mercador de Veneza, I, ii)
O rapaz mudou de ideia sobre si mesmo e sobre sua situação e
admitiu que era um pecador. Reconheceu que o pai era um homem generoso e que
servir na casa dele era melhor do que ser "livre" naquela terra
distante. É a bondade de Deus, não apenas a maldade do homem, que nos conduz ao
arrependimento (Rm 2:4). Se o rapaz tivesse pensado apenas em si mesmo - na
fome, na saudade e na solidão teria entrado em desespero. Mas suas
circunstâncias difíceis o ajudaram a ver o pai sob outra ótica, e isso lhe deu
esperança. Se o pai era tão bom com os servos, talvez se mostrasse
disposto a perdoar um filho.
Se o rapaz tivesse parado nesse ponto, só teria sentido pesar e
remorso (2 Co 7:10), mas o verdadeiro arrependimento implica não apenas a mente
e as emoções, mas também a volição: "Levantar-me-ei [...] irei [...] lhe
direi [...]". Nossas decisões podem ser nobres, mas a menos que as
coloquemos em prática, jamais trarão qualquer benefício permanente. Se o
arrependimento é, verdadeiramente, obra de Deus (At 11:18), o pecador obedecerá
a Deus, crerá em Jesus Cristo e será salvo (At 20:21).
Regozijo - e/e foi até o pai (vv. 20-24). Nessa
passagem, Jesus responde às acusações dos escribas e fariseus (Lc 1 5:2), pois
o pai não apenas correu para receber o filho, mas também honrou sua volta,
preparando um grande banquete e convidando o povo de sua vila a participar, O
pai nem deixou que o filho mais novo terminasse sua confissão; interrompeu-o,
perdoou-o e mandou que começasse a comemoração!
É claro que esse pai humano ilustra a atitude do Pai celeste
para com os pecadores que se arrependem: ele é rico em misericórdia e graça e
grande em amor por eles (Ef 2:1-10). Tudo isso é possível por causa do
sacrifício de seu Filho na cruz. Não importa o que alguns pregadores (e
cantores) dizem, não somos salvos peio amor de Deus; Deus ama o mundo todo e,
no entanto, nem todo mundo é salvo. Somos salvos pela graça de Deus, e a graça
é o amor que paga um preço.
No Oriente, não era apropriado a um homem de idade correr, mas o
pai correu ao encontro do filho. Um dos motivos óbvios para isso era seu amor
por ele e seu desejo de lhe mostrar esse amor. Mas há outra questão envolvida.
O filho desobediente havia envergonhado a família e a vila, e, de acordo com
Deuteronômio 21:18-21, deveria ter sido morto por apedrejamento. Se os vizinhos tivessem
começado a apedrejá-lo, teriam acertado o pai que o abraçava! Que imagem maravilhosa
do que Jesus fez por nós na cruz!
O filho descobriu no próprio lar tudo o que havia esperado
encontrar na terra distante: roupas, jóias, amigos, uma comemoração alegre,
amor e segurança para o futuro. O que fez a diferença? Em lugar de dizer:
"Pai, dá-me", ele disse, "Pai, trata-me [...] como um de teus
trabalhadores". Estava disposto a ser um servo! É claro que o pai não
pediu que trabalhasse para merecer seu perdão, pois não há boas obras
suficientes para salvar dos pecados (Ef 2:8-10; Tt 3:3-7). Na terra distante, o
filho pródigo aprendeu o significado da miséria; mas, de volta ao lar,
descobriu o significado da misericórdia.
O anel era um sinal de filiação, e "a melhor roupa"
(sem dúvida, do pai) era prova de que o filho estava sendo aceito de volta na
família (ver Gn 41:42; Is 61:10; 2 Co 5:21). Os servos não usavam anéis,
sapatos nem roupas caras. O banquete foi a maneira que o pai escolheu para
demonstrar sua alegria e para compartilhá-la com outros. Se o rapaz tivesse
sido tratado de acordo com a lei, teria havido um funeral, não um banquete. Que
bela ilustração do Salmo 103:10-14!
É interessante observar a descrição que o pai faz da experiência
do filho: estava morto, mas agora está vivo; estava perdido, mas agora foi
encontrado. Essa é a experiência espiritual de todo pecador que vai até o Pai
pela fé em Jesus Cristo (Jo 5:24; Ef 2:1-10). Veja os paralelos entre a volta do
filho pródigo para o pai e nossa volta para Deus por meio de Cristo (Jo 14:6):
O filho pródigo => Jesus Cristo
Estava perdido (v. 24) "Eu sou o caminho"
Era ignorante (v. 17) "Eu sou a verdade"
Estava morto (v. 24) "Eu sou a vida"
Só há uma forma de chegarmos ao Pai: pela fé em Jesus Cristo.
Fonte: Comentário Warren W. Wiersbe
Introdução
Segundo o dicionário de língua portuguesa, Michaelis, o rancor é
definido pelas seguintes palavras: ódio inveterado, oculto, profundo. Grande
aversão não manifestada; antipatia. Ressentimento. Ira secreta e malquerer. Ao
analisarmos as palavras que definem rancor, podemos concluir que esse
sentimento não é nem um pouco benéfico ao ser humano, pois chegamos a conclusão
que ele causará mais sofrimento do que prazer, logo, se causa sofrimento,
lembra dor e consequentemente lembra doença. Destarte rancor pode ser visto,
também, como uma das enfermidades da alma.
OBJETIVO
► Explicar o que é rancor;
1. Rancor uma ferramenta de destruição
Qualquer sentimento que permaneça oculto não pode ser encarado
como algo prazeroso. O ódio inveterado leva a momentos de profundo negativismo,
pois esse sentimento vai trabalhar em nosso coração como uma fonte de
enfermidade e ferramenta de destruição, agindo internamente como uma bomba
relógio armada para explodir a qualquer momento.
1.1. O amargor produzido pelo rancor (At 8.23)
Diferente das enfermidades apresentadas até agora nesta revista,
o rancor pode se tornar maior ou menor dependendo da nossa posição em relação a
ele (Hb 12.15 tendo
cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de
amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.). As
outras enfermidades, na sua maioria, têm causas alheias à nossa vontade. O
rancor, no entanto, sobrevive do alimento que fornecemos a ele e que pode nos
levar rapidamente a uma perda de controle nos tornando cada vez mais amargos em
relação a vida (Gn 27.45 até que se
desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste. Então,
enviarei e te farei vir de lá. Por que seria eu desfilhada também de vós ambos
num mesmo dia?).
Por se tratar de algo que nem sempre podemos controlar, o rancor
acaba por se tornar mais perigoso, pois o ser humano, através de sua natureza
pecaminosa, tende a nutrir sentimentos negativos, muitas vezes não valorizando
um ato de reconciliação. A reconciliação será a melhor atitude pra se começar a
controlar este sentimento.
1.2. Rancor
enfermidade devastadora
Podemos dizer que o rancor é produzido e começa a se desenvolver
de maneira oculta o que faz dele uma enfermidade tremendamente grave e
devastadora. O rancor funciona como outras enfermidades somáticas que só se
apresentam quando se encontram em estágio avançado. Tais doenças recebem uma atenção
maior da comunidade médica que orienta os indivíduos a buscar um diagnóstico
precoce para uma maior possibilidade de cura. Da mesma forma, rancor deve ser
identificado ainda em seu início, desse modo, fica mais fácil de ser debelado.
Ao percebermos algum sintoma relacionado com o rancor, temos de partir
imediatamente em busca da solução (Lv 19.18 Não te
vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.). O rancor começa devastando a
alma e é externado pelos atos cometidos pelo rancoroso. Embora seja
desenvolvido em sua maioria por um motivo específico, acaba por se tomar
agressivo também em situações que não envolvem o motivo principal (Mc 6.18-19 Pois João dizia a Herodes: Não te é
lícito possuir a mulher de teu irmão. E Herodias o espiava e queria matá-lo,
mas não podia;).
Ao identificar uma mudança de hábito em relação a alguém ou a
alguma coisa específica, deve o indivíduo buscar a cura, pois, se não o fizer,
poderá ferir pessoas que não têm relação com as situações que o levaram a essa
condição.
1.3. O rancor também ocorre por causa do ressentimento
Uma das maneiras mais simples do rancor se desenvolver é através
de algo chamado ressentimento que é identificado, entre outros aspectos, como
lembrança magoada de ofensa recebida. Ficar se remoendo por coisas ocorridas no
passado não pode ser algo produtivo, pois o passado não poderá ser alterado,
daí cabe ao indivíduo buscar esquecer o ocorrido para ver-se livre de tal
ressentimento que poderá culminar na enfermidade (Fp 3.13 Irmãos, quanto a mim, não julgo que
o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que
atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim,).
O ressentimento não permite que o indivíduo esqueça de fatos
ocorridos, isso irá produzir uma lembrança constante de fatos remanescentes,
tais lembranças são, em sua maioria, responsável pelo crescimento da doença.
Exemplifique com o caso de Herodias que nutria rancor e ressentimento contra
João Batista (Mc 6.22-27).
OBJETIVO
► Mostrar como se desenvolve
o rancor;
2. O rancor contra um irmão
O texto retratado no capítulo quinze do Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo, segundo nos escreveu Lucas, mostra-nos Jesus, apresentando
aos fariseus e aos escribas uma parábola acerca do filho pródigo. No entanto
não estaremos aqui observando a pessoa do filho mal agradecido que não
reconheceu a importância da convivência de uma vida em companhia dos seus, mas
antes preferiu levar uma vida dissoluta tomando para si aquilo que considerava
pertencer a ele (Lc 15.12 E o mais
moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele
repartiu por eles a fazenda.). Levaremos em conta o comportamento e as
atitudes dos outros envolvidos na história. A figura do pai perdoador nos
mostra que é possível ter um coração longânimo e saber perdoar, mesmo as
maiores ofensas. Já a pessoa do irmão mais velho nos serve de advertência para
não permitimos que um sentimento negativo contamine nossos corações facilitando
assim, o surgimento do rancor.
2.1. Os principais envolvidos da parábola
Na parábola do filho pródigo; Jesus apresenta três personagens
importantes o pai, o filho mais jovem chamado pródigo, e seu irmão mais velho.
Nesta história, são retratados um ofensor e dois ofendidos. Podemos observar em
seu desfecho, Cristo, deixando claro que um dos ofendidos não cultivou nenhum
tipo de rancor em relação ao que lhe foi feito, enquanto o outro, não se
permitiu esquecer tal fato: o pai dos dois rapazes mantivera a sua atitude de
amor em relação ao filho ingrato, já o seu filho mais velho não disfarçara o
ressentimento em relação à atitude do seu irmão.
Na maioria das vezes, o rancor acontece desta maneira promovendo
uma antipatia que pode parecer gratuita, mas que é provocada por um fato
atrelado a ela ocorrido há algum tempo.
2.2. A atitude do pai
Vemos que, quando o pai se depara com o filho mais moço
retornando para casa, moveu-se de íntima compaixão (Lc 15. 20 E, levantando-se, foi para seu pai;
e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e,
correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.). A atitude dele foi o
reflexo do que cultivou ao longo do tempo que se manteve afastado do filho,
talvez em alguns momentos, tenha pensado. Por onde andará meu filho querido?
Que caminho tem trilhado? Como estará a sua vida? E essa preocupação com
certeza foi responsável para que o pai não nutrisse rancor pelo filho.
Certamente o pai, mesmo com saudade e preocupado, viveu este período mais
tranquilo e em paz, pois não guardou nenhum tipo de sentimento negativo em
relação ao que foi praticado pelo jovem rapaz.
Podemos observar que, ao retornar para casa, o jovem cultivava
em seu íntimo uma certeza de que seria bem recebido. Embora o filho tivesse
decepcionado o pai, este não se decepcionou com a atitude do filho. Explique ao
aluno que a atitude do Pai, demonstra que o perdão é uma atitude positiva em
relação a ofensa; ao contrário do rancor que é uma atitude negativa em relação
ao ofensor.
2.3. A atitude do irmão
Ao ver a grande festa oferecida pelo pai a seu irmão mais novo,
não escondeu a sua indignação e mostrou a face oculta do rancor alimentado por
todo tempo pelo qual o irmão se manteve afastado (Lc 15.28 e 30). Talvez em
alguns momentos tenha pensado: O que será que aquele ingrato anda fazendo?
Enquanto estou aqui me matando de trabalhar deve estar na esbórnia. Sentimentos
como estes são responsáveis por fazer desenvolver um ódio inveterado que é
identificado como rancor. Podemos observar, em suas possíveis palavras, a
tamanha amargura que o consumia e que não o permitia perdoar. Ao contrário do
pai que demonstrou amor incondicional ele mostrou uma ira secreta guardada
durante todo tempo o qual o irmão esteve fora.
Vimos que a ira secreta também é identificada pelo dicionário
Michaelis como rancor. O tratamento terapêutico poderá auxiliar nestes casos, à
medida que o indivíduo leva ao espaço da terapia seus mais profundos
sentimentos e ressentimentos.
OBJETIVO
► Apontar o caminho para a
cura.
3. Um sentimento perigoso
O rancor é um sentimento perigoso, que afeta, não só o ofensor,
mas também o ofendido, que se permite atingir por ele (Hb 12.15 tendo cuidado de que ninguém se
prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos
perturbe, e por ela muitos se contaminem.). Não permitir o crescimento
de sentimentos negativos é uma forma de eliminar o rancor, e alimentá-lo só irá
contribuir para perdas em seus relacionamentos interpessoais.
3.1. Esquecer a ofensa destrói o rancor
O profeta Miquéias, no capítulo sete, mostra-nos como Deus age
em relação às ofensas sofridas da parte do homem. Embora perceba que o homem,
em muitas situações, trai a Ele lhe virando as costas, o Pai está sempre
disposto a perdoar esquecendo totalmente a ofensa. O rancor não cabe no coração
de Deus, logo não deve também caber em um coração onde Ele habita.
O rancor leva impureza ao coração, pois produz algo conhecido
como malquerer; desta forma, como poderá habitar o Espírito Santo em tal
coração? Se quisermos ter vidas controladas pelo Espírito, devemos aprender com
o Senhor, como lidar com as ofensas sofridas ao longo delas.
3.2. Atitude divina, o exemplo a ser seguido
No vocabulário cristão evangélico, deparamo-nos com uma
expressão idiomática muito usada por todos “o Senhor lançou os nossos pecados
no mar do esquecimento” é fato que, na Bíblia, não encontraremos tal expressão,
mas podemos usá-la como receita divina para cura do rancor. Dois textos
sagrados nos ajudam a entender esta maneira de se referir ao perdão de Deus: Mq
7.19 diz que o Senhor lançará no mar todos os nossos pecados e Is 43.2 nos
mostra o Senhor, afirmando que, dos nossos pecados, não mais se lembrará. Agir
dessa maneira irá ajudar, e muito, na cura desse mal que hoje afeta uma grande
parcela da humanidade, inclusive em nossas igrejas.
Ao identificarmos pessoas que possam estar sofrendo deste mal em
nossas igrejas, devemos imediatamente interferir com palestras, seminários e
cursos que tratem do assunto, usando profissionais preparados com conhecimento
científico e teológico, pois sendo uma doença da alma age nas emoções podendo
atingir diretamente a vida espiritual do indivíduo.
3.3. Rancor, uma ferramenta nas mãos do inimigo
É importante ressaltar o cuidado que devemos tomar com este
sentimento, pois ele poderá se tornar uma arma poderosa nas mãos do inimigo,
visto que pessoas rancorosas normalmente são capazes de fazer coisas
assustadoras para se vingar daqueles que, pensam, tê-las ofendido (Pv 18.19 O irmão ofendido é mais difícil de
conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um
palácio.). O rancor deverá ser eliminado sempre que exercitarmos o
perdão, pois é nele que conseguimos, não só a cura para o rancor, como também
sairmos vitoriosos contra mais uma tentativa de Satanás para destruir a Igreja.
No início da história do povo judeu, o diabo tentou usar esta arma através de
Esaú, no entanto Jeová providenciou para que o coração dele fosse quebrantado e
o mesmo não feriu a Jacó. Gn 34.4 apresenta Esaú com o coração quebrantado por
Deus beijando a seu irmão, isso nos mostra que o rancor derrotado pode evitar,
até mesmo, grandes tragédias.
A oração de Jacó (Gn 32.24) fez com que o Anjo do Senhor viesse
até ele. Em sua peleja, Jacó experimentou o poder de Jeová, no entanto ganhou
uma marca que o faria lembrar pelo resto de sua vida a ofensa que tinha
cometido contra Jeová e a Esaú, pois, ao aceitar a ideia de sua mãe em fazê-lo
se passar por seu irmão, não confiou em Deus nem esperou o tempo do Todo
Poderoso. Jeová não só lhe perdoou como retirou qualquer vestígio de rancor do
coração de Esaú.
Conclusão
O remédio contra o rancor é o perdão e o combustível do perdão é
o amor e o amor é a essência do Evangelho (Jo 3.16). Então, já que fazemos
parte do povo escolhido, devemos em todo tempo amar a todos. O próprio Cristo
nos ensinou que devemos amar aos nossos inimigos (Mt 5.44), sendo assim, vamos
fazer o possível para apagar de nossos corações toda e qualquer raiz de
amargura que possa permitir brotar em nossa alma esta enfermidade terrível.
QUESTIONÁRIO
1. O que nos faz crer que rancor é uma enfermidade?
R. Porque causa dor.
2. Como se desenvolve o rancor?
R. De maneira oculta.
3. O que sentiu o pai do filho pródigo quando o viu?
R. Compaixão (Lc 15.20).
4. Por que o rancor não deve existir no coração do cristão?
R. Porque ele não cabe no coração de Deus.
5. Por que devemos tomar cuidado com o rancor?
R. Porque é uma arma perigosa nas mãos do inimigo.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º Trimestre de 2014, ano 24 nº 91 – Jovens e
Adultos - “Dominical” Professor – ENFERMIDADES DA ALMA Identificando os
distúrbios emocionais e confrontando-os com soluções divinas e bíblicas.
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