quarta-feira, 18 de junho de 2014

Lição 12 Perdão, o antídoto para o rancor


LIÇÃO 12 – 22 de junho de 2014 – Editora BETEL

    Perdão, o antídoto para o rancor

TEXTO AUREO
“E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.” Lc 15.20
VERDADE APLICADA
O perdão é remédio para o rancor, e o combustível do perdão é o amor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Explicar o que é rancor;
 Mostrar como se desenvolve o rancor;
 Apontar o caminho para a cura.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Lc 15.11 - E disse: Um certo homem tinha dois filhos.
Lc 15.12 - E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
Lc 15.20 - E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.
Lc 15.29 - Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos.

A ALEGRIA DE VOLTAR (Lc 15:11-24)
Chamamos essa história de "Parábola do Filho Pródigo" (pródigo quer dizer "esbanjador"), mas poderia ser chamada também de "A Parábola do Pai Amoroso", pois sua maior ênfase não é sobre a pecaminosidade do filho, e sim sobre a benevolência do pai. Ao contrário do pastor e da mulher nas parábolas anteriores, o pai não saiu à procura do filho, mas foi a lembrança da bondade do pai que levou o rapaz ao arrependimento e ao perdão (ver Rm 2:4). A história apresenta três experiências do rapaz.
Rebelião - ele foi para uma terra distante (w. 11-16). De acordo com a lei judaica, a parte da herança do filho mais velho correspondia ao dobro da parte dos outros filhos (Dt 21:17), e, se o pai assim o desejasse, poderia distribuir a riqueza ainda em vida. O filho mais novo agiu dentro da lei quando pediu sua parte dos bens e mesmo quando os vendeu, mas certamente não foi um gesto amoroso de sua parte. Foi como dizer ao pai: "Gostaria que estivesse morto!". Thomas Huxley disse: "As piores dificuldades de um indivíduo começam quando ele tem a possibilidade de fazer o que bem entende". Que grande verdade!
Sempre que damos mais valor a coisas do que a pessoas, mais importância ao prazer do que ao dever e nos interessamos mais pelas paisagens distantes do que pelas bênçãos em nosso próprio lar, estamos procurando problemas. Certa vez, Jesus advertiu dois irmãos em conflito: "Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza" (Lc 12:15). Isso porque, por mais coisas que possa obter, o avarento nunca fica satisfeito, e um coração insatisfeito leva a uma vida de decepção. O filho pródigo aprendeu do jeito difícil que é impossível desfrutar as coisas que o dinheiro pode comprar ao ignorar as coisas que o dinheiro não compra.
A "terra distante" não é, necessariamente, um lugar distante para onde vamos viajar, pois ela existe, em primeiro lugar, em nosso coração. O filho mais novo sonhava em "desfrutar" sua liberdade longe do pai e do irmão mais velho. Se a ovelha perdeu-se por falta de senso de direção e a moeda foi perdida por falta de cuidado, o filho perdeu-se por obstinação. Desejava fazer as coisas a sua maneira, por isso se rebelou contra o pai, entristecendo profundamente o coração dele.
Mas a vida na terra distante não era o que o jovem esperava. Seus recursos esgotaram-se, seus amigos o deixaram, veio a fome, e o rapaz foi obrigado a fazer por um desconhecido o que havia se recusado a fazer pelo pai: trabalhar! Essa cena dramática é a maneira de Jesus enfatizar o que o pecado faz na vida dos que rejeitam a vontade do Pai. O pecado promete liberdade, mas traz apenas escravidão (Jo 8:34); promete sucesso, mas traz fracasso; promete vida, mas "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). O rapaz pensou que "se encontraria", mas, na verdade, se perdeu! Quando Deus é deixado de fora da vida, o prazer transforma-se em escravidão.
Arrependimento - ele caiu em si (w. 17-19). "Arrepender-se" significa "mudar de ideia", e foi exatamente isso o que o rapaz fez enquanto cuidava dos porcos (que trabalho para um rapaz judeu!). Ele "caiu em si", o que indica que, até então, estava "fora de si". O pecado traz consigo uma "insanidade" que parece paralisar a imagem de Deus dentro do indivíduo e liberar o instinto "animal". Os estudiosos dos textos de Shakespeare gostam de contrastar duas citações que descrevem essa contradição na natureza humana:
"Que obra-prima, o homem! Quão nobre pela razão! Quão infinito pelas faculdades! Como é significativo e admirável nas formas e nos movimentos!
Nos atos quão semelhante aos anjos!
Na apreensão, como se aproxima dos deuses..."
(Hamlet, II, ii)
"No seu melhor estado, é pouco pior que homem; no pior, pouco melhor do que animal".
(O Mercador de Veneza, I, ii)
O rapaz mudou de ideia sobre si mesmo e sobre sua situação e admitiu que era um pecador. Reconheceu que o pai era um homem generoso e que servir na casa dele era melhor do que ser "livre" naquela terra distante. É a bondade de Deus, não apenas a maldade do homem, que nos conduz ao arrependimento (Rm 2:4). Se o rapaz tivesse pensado apenas em si mesmo - na fome, na saudade e na solidão teria entrado em desespero. Mas suas circunstâncias difíceis o ajudaram a ver o pai sob outra ótica, e isso lhe deu esperança. Se o pai era tão bom com os servos, talvez se mostrasse disposto a perdoar um filho.
Se o rapaz tivesse parado nesse ponto, só teria sentido pesar e remorso (2 Co 7:10), mas o verdadeiro arrependimento implica não apenas a mente e as emoções, mas também a volição: "Levantar-me-ei [...] irei [...] lhe direi [...]". Nossas decisões podem ser nobres, mas a menos que as coloquemos em prática, jamais trarão qualquer benefício permanente. Se o arrependimento é, verdadeiramente, obra de Deus (At 11:18), o pecador obedecerá a Deus, crerá em Jesus Cristo e será salvo (At 20:21).
Regozijo - e/e foi até o pai (vv. 20-24). Nessa passagem, Jesus responde às acusações dos escribas e fariseus (Lc 1 5:2), pois o pai não apenas correu para receber o filho, mas também honrou sua volta, preparando um grande banquete e convidando o povo de sua vila a participar, O pai nem deixou que o filho mais novo terminasse sua confissão; interrompeu-o, perdoou-o e mandou que começasse a comemoração!
É claro que esse pai humano ilustra a atitude do Pai celeste para com os pecadores que se arrependem: ele é rico em misericórdia e graça e grande em amor por eles (Ef 2:1-10). Tudo isso é possível por causa do sacrifício de seu Filho na cruz. Não importa o que alguns pregadores (e cantores) dizem, não somos salvos peio amor de Deus; Deus ama o mundo todo e, no entanto, nem todo mundo é salvo. Somos salvos pela graça de Deus, e a graça é o amor que paga um preço.
No Oriente, não era apropriado a um homem de idade correr, mas o pai correu ao encontro do filho. Um dos motivos óbvios para isso era seu amor por ele e seu desejo de lhe mostrar esse amor. Mas há outra questão envolvida. O filho desobediente havia envergonhado a família e a vila, e, de acordo com Deuteronômio 21:18-21, deveria ter sido morto por apedrejamento. Se os vizinhos tivessem começado a apedrejá-lo, teriam acertado o pai que o abraçava! Que imagem maravilhosa do que Jesus fez por nós na cruz!
O filho descobriu no próprio lar tudo o que havia esperado encontrar na terra distante: roupas, jóias, amigos, uma comemoração alegre, amor e segurança para o futuro. O que fez a diferença? Em lugar de dizer: "Pai, dá-me", ele disse, "Pai, trata-me [...] como um de teus trabalhadores". Estava disposto a ser um servo! É claro que o pai não pediu que trabalhasse para merecer seu perdão, pois não há boas obras suficientes para salvar dos pecados (Ef 2:8-10; Tt 3:3-7). Na terra distante, o filho pródigo aprendeu o significado da miséria; mas, de volta ao lar, descobriu o significado da misericórdia.
O anel era um sinal de filiação, e "a melhor roupa" (sem dúvida, do pai) era prova de que o filho estava sendo aceito de volta na família (ver Gn 41:42; Is 61:10; 2 Co 5:21). Os servos não usavam anéis, sapatos nem roupas caras. O banquete foi a maneira que o pai escolheu para demonstrar sua alegria e para compartilhá-la com outros. Se o rapaz tivesse sido tratado de acordo com a lei, teria havido um funeral, não um banquete. Que bela ilustração do Salmo 103:10-14!
É interessante observar a descrição que o pai faz da experiência do filho: estava morto, mas agora está vivo; estava perdido, mas agora foi encontrado. Essa é a experiência espiritual de todo pecador que vai até o Pai pela fé em Jesus Cristo (Jo 5:24; Ef 2:1-10). Veja os paralelos entre a volta do filho pródigo para o pai e nossa volta para Deus por meio de Cristo (Jo 14:6):
O filho pródigo => Jesus Cristo
Estava perdido (v. 24) "Eu sou o caminho"
Era ignorante (v. 17) "Eu sou a verdade"
Estava morto (v. 24) "Eu sou a vida"
Só há uma forma de chegarmos ao Pai: pela fé em Jesus Cristo.
Fonte: Comentário Warren W. Wiersbe

Introdução
Segundo o dicionário de língua portuguesa, Michaelis, o rancor é definido pelas seguintes palavras: ódio inveterado, oculto, profundo. Grande aversão não manifestada; antipatia. Ressentimento. Ira secreta e malquerer. Ao analisarmos as palavras que definem rancor, podemos concluir que esse sentimento não é nem um pouco benéfico ao ser humano, pois chegamos a conclusão que ele causará mais sofrimento do que prazer, logo, se causa sofrimento, lembra dor e consequentemente lembra doença. Destarte rancor pode ser visto, também, como uma das enfermidades da alma.

OBJETIVO
 Explicar o que é rancor;

1. Rancor uma ferramenta de destruição
Qualquer sentimento que permaneça oculto não pode ser encarado como algo prazeroso. O ódio inveterado leva a momentos de profundo negativismo, pois esse sentimento vai trabalhar em nosso coração como uma fonte de enfermidade e ferramenta de destruição, agindo internamente como uma bomba relógio armada para explodir a qualquer momento.

1.1. O amargor produzido pelo rancor (At 8.23)
Diferente das enfermidades apresentadas até agora nesta revista, o rancor pode se tornar maior ou menor dependendo da nossa posição em relação a ele (Hb 12.15 tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.). As outras enfermidades, na sua maioria, têm causas alheias à nossa vontade. O rancor, no entanto, sobrevive do alimento que fornecemos a ele e que pode nos levar rapidamente a uma perda de controle nos tornando cada vez mais amargos em relação a vida (Gn 27.45 até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste. Então, enviarei e te farei vir de lá. Por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia?).
Por se tratar de algo que nem sempre podemos controlar, o rancor acaba por se tornar mais perigoso, pois o ser humano, através de sua natureza pecaminosa, tende a nutrir sentimentos negativos, muitas vezes não valorizando um ato de reconciliação. A reconciliação será a melhor atitude pra se começar a controlar este sentimento.

1.2. Rancor enfermidade devastadora
Podemos dizer que o rancor é produzido e começa a se desenvolver de maneira oculta o que faz dele uma enfermidade tremendamente grave e devastadora. O rancor funciona como outras enfermidades somáticas que só se apresentam quando se encontram em estágio avançado. Tais doenças recebem uma atenção maior da comunidade médica que orienta os indivíduos a buscar um diagnóstico precoce para uma maior possibilidade de cura. Da mesma forma, rancor deve ser identificado ainda em seu início, desse modo, fica mais fácil de ser debelado. Ao percebermos algum sintoma relacionado com o rancor, temos de partir imediatamente em busca da solução (Lv 19.18 Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.). O rancor começa devastando a alma e é externado pelos atos cometidos pelo rancoroso. Embora seja desenvolvido em sua maioria por um motivo específico, acaba por se tomar agressivo também em situações que não envolvem o motivo principal (Mc 6.18-19 Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão. E Herodias o espiava e queria matá-lo, mas não podia;).
Ao identificar uma mudança de hábito em relação a alguém ou a alguma coisa específica, deve o indivíduo buscar a cura, pois, se não o fizer, poderá ferir pessoas que não têm relação com as situações que o levaram a essa condição.

1.3. O rancor também ocorre por causa do ressentimento
Uma das maneiras mais simples do rancor se desenvolver é através de algo chamado ressentimento que é identificado, entre outros aspectos, como lembrança magoada de ofensa recebida. Ficar se remoendo por coisas ocorridas no passado não pode ser algo produtivo, pois o passado não poderá ser alterado, daí cabe ao indivíduo buscar esquecer o ocorrido para ver-se livre de tal ressentimento que poderá culminar na enfermidade (Fp 3.13 Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim,).
O ressentimento não permite que o indivíduo esqueça de fatos ocorridos, isso irá produzir uma lembrança constante de fatos remanescentes, tais lembranças são, em sua maioria, responsável pelo crescimento da doença. Exemplifique com o caso de Herodias que nutria rancor e ressentimento contra João Batista (Mc 6.22-27).

OBJETIVO
 Mostrar como se desenvolve o rancor;

2. O rancor contra um irmão
O texto retratado no capítulo quinze do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo nos escreveu Lucas, mostra-nos Jesus, apresentando aos fariseus e aos escribas uma parábola acerca do filho pródigo. No entanto não estaremos aqui observando a pessoa do filho mal agradecido que não reconheceu a importância da convivência de uma vida em companhia dos seus, mas antes preferiu levar uma vida dissoluta tomando para si aquilo que considerava pertencer a ele (Lc 15.12 E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.). Levaremos em conta o comportamento e as atitudes dos outros envolvidos na história. A figura do pai perdoador nos mostra que é possível ter um coração longânimo e saber perdoar, mesmo as maiores ofensas. Já a pessoa do irmão mais velho nos serve de advertência para não permitimos que um sentimento negativo contamine nossos corações facilitando assim, o surgimento do rancor.

2.1. Os principais envolvidos da parábola
Na parábola do filho pródigo; Jesus apresenta três personagens importantes o pai, o filho mais jovem chamado pródigo, e seu irmão mais velho. Nesta história, são retratados um ofensor e dois ofendidos. Podemos observar em seu desfecho, Cristo, deixando claro que um dos ofendidos não cultivou nenhum tipo de rancor em relação ao que lhe foi feito, enquanto o outro, não se permitiu esquecer tal fato: o pai dos dois rapazes mantivera a sua atitude de amor em relação ao filho ingrato, já o seu filho mais velho não disfarçara o ressentimento em relação à atitude do seu irmão.
Na maioria das vezes, o rancor acontece desta maneira promovendo uma antipatia que pode parecer gratuita, mas que é provocada por um fato atrelado a ela ocorrido há algum tempo.

2.2. A atitude do pai
Vemos que, quando o pai se depara com o filho mais moço retornando para casa, moveu-se de íntima compaixão (Lc 15. 20 E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou.). A atitude dele foi o reflexo do que cultivou ao longo do tempo que se manteve afastado do filho, talvez em alguns momentos, tenha pensado. Por onde andará meu filho querido? Que caminho tem trilhado? Como estará a sua vida? E essa preocupação com certeza foi responsável para que o pai não nutrisse rancor pelo filho. Certamente o pai, mesmo com saudade e preocupado, viveu este período mais tranquilo e em paz, pois não guardou nenhum tipo de sentimento negativo em relação ao que foi praticado pelo jovem rapaz.
Podemos observar que, ao retornar para casa, o jovem cultivava em seu íntimo uma certeza de que seria bem recebido. Embora o filho tivesse decepcionado o pai, este não se decepcionou com a atitude do filho. Explique ao aluno que a atitude do Pai, demonstra que o perdão é uma atitude positiva em relação a ofensa; ao contrário do rancor que é uma atitude negativa em relação ao ofensor.

2.3. A atitude do irmão
Ao ver a grande festa oferecida pelo pai a seu irmão mais novo, não escondeu a sua indignação e mostrou a face oculta do rancor alimentado por todo tempo pelo qual o irmão se manteve afastado (Lc 15.28 e 30). Talvez em alguns momentos tenha pensado: O que será que aquele ingrato anda fazendo? Enquanto estou aqui me matando de trabalhar deve estar na esbórnia. Sentimentos como estes são responsáveis por fazer desenvolver um ódio inveterado que é identificado como rancor. Podemos observar, em suas possíveis palavras, a tamanha amargura que o consumia e que não o permitia perdoar. Ao contrário do pai que demonstrou amor incondicional ele mostrou uma ira secreta guardada durante todo tempo o qual o irmão esteve fora.
Vimos que a ira secreta também é identificada pelo dicionário Michaelis como rancor. O tratamento terapêutico poderá auxiliar nestes casos, à medida que o indivíduo leva ao espaço da terapia seus mais profundos sentimentos e ressentimentos.

OBJETIVO
 Apontar o caminho para a cura.

3. Um sentimento perigoso
O rancor é um sentimento perigoso, que afeta, não só o ofensor, mas também o ofendido, que se permite atingir por ele (Hb 12.15 tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.). Não permitir o crescimento de sentimentos negativos é uma forma de eliminar o rancor, e alimentá-lo só irá contribuir para perdas em seus relacionamentos interpessoais.

3.1. Esquecer a ofensa destrói o rancor
O profeta Miquéias, no capítulo sete, mostra-nos como Deus age em relação às ofensas sofridas da parte do homem. Embora perceba que o homem, em muitas situações, trai a Ele lhe virando as costas, o Pai está sempre disposto a perdoar esquecendo totalmente a ofensa. O rancor não cabe no coração de Deus, logo não deve também caber em um coração onde Ele habita.
O rancor leva impureza ao coração, pois produz algo conhecido como malquerer; desta forma, como poderá habitar o Espírito Santo em tal coração? Se quisermos ter vidas controladas pelo Espírito, devemos aprender com o Senhor, como lidar com as ofensas sofridas ao longo delas.

3.2. Atitude divina, o exemplo a ser seguido
No vocabulário cristão evangélico, deparamo-nos com uma expressão idiomática muito usada por todos “o Senhor lançou os nossos pecados no mar do esquecimento” é fato que, na Bíblia, não encontraremos tal expressão, mas podemos usá-la como receita divina para cura do rancor. Dois textos sagrados nos ajudam a entender esta maneira de se referir ao perdão de Deus: Mq 7.19 diz que o Senhor lançará no mar todos os nossos pecados e Is 43.2 nos mostra o Senhor, afirmando que, dos nossos pecados, não mais se lembrará. Agir dessa maneira irá ajudar, e muito, na cura desse mal que hoje afeta uma grande parcela da humanidade, inclusive em nossas igrejas.
Ao identificarmos pessoas que possam estar sofrendo deste mal em nossas igrejas, devemos imediatamente interferir com palestras, seminários e cursos que tratem do assunto, usando profissionais preparados com conhecimento científico e teológico, pois sendo uma doença da alma age nas emoções podendo atingir diretamente a vida espiritual do indivíduo.

3.3. Rancor, uma ferramenta nas mãos do inimigo
É importante ressaltar o cuidado que devemos tomar com este sentimento, pois ele poderá se tornar uma arma poderosa nas mãos do inimigo, visto que pessoas rancorosas normalmente são capazes de fazer coisas assustadoras para se vingar daqueles que, pensam, tê-las ofendido (Pv 18.19 O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um palácio.). O rancor deverá ser eliminado sempre que exercitarmos o perdão, pois é nele que conseguimos, não só a cura para o rancor, como também sairmos vitoriosos contra mais uma tentativa de Satanás para destruir a Igreja. No início da história do povo judeu, o diabo tentou usar esta arma através de Esaú, no entanto Jeová providenciou para que o coração dele fosse quebrantado e o mesmo não feriu a Jacó. Gn 34.4 apresenta Esaú com o coração quebrantado por Deus beijando a seu irmão, isso nos mostra que o rancor derrotado pode evitar, até mesmo, grandes tragédias.
A oração de Jacó (Gn 32.24) fez com que o Anjo do Senhor viesse até ele. Em sua peleja, Jacó experimentou o poder de Jeová, no entanto ganhou uma marca que o faria lembrar pelo resto de sua vida a ofensa que tinha cometido contra Jeová e a Esaú, pois, ao aceitar a ideia de sua mãe em fazê-lo se passar por seu irmão, não confiou em Deus nem esperou o tempo do Todo Poderoso. Jeová não só lhe perdoou como retirou qualquer vestígio de rancor do coração de Esaú.

Conclusão
O remédio contra o rancor é o perdão e o combustível do perdão é o amor e o amor é a essência do Evangelho (Jo 3.16). Então, já que fazemos parte do povo escolhido, devemos em todo tempo amar a todos. O próprio Cristo nos ensinou que devemos amar aos nossos inimigos (Mt 5.44), sendo assim, vamos fazer o possível para apagar de nossos corações toda e qualquer raiz de amargura que possa permitir brotar em nossa alma esta enfermidade terrível.

QUESTIONÁRIO

1. O que nos faz crer que rancor é uma enfermidade?
R. Porque causa dor.
2. Como se desenvolve o rancor?
R. De maneira oculta.
3. O que sentiu o pai do filho pródigo quando o viu?
R. Compaixão (Lc 15.20).
4. Por que o rancor não deve existir no coração do cristão?
R. Porque ele não cabe no coração de Deus.
5. Por que devemos tomar cuidado com o rancor?
R. Porque é uma arma perigosa nas mãos do inimigo.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 2º Trimestre de 2014, ano 24 nº 91 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor – ENFERMIDADES DA ALMA Identificando os distúrbios emocionais e confrontando-os com soluções divinas e bíblicas.

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