LIÇÃO 6 - TIATIRA, A IGREJA TOLERANTE
TEXTO
ÁUREO
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis;
porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz
com as trevas? E que concórdia há entre CRISTO e Belial? Ou que parte tem o
fiel com o infiel?" (2 Co 6.14,15).
O verdadeiro amor tudo suporta, mas não pode tolerar o
pecado, porque o amoroso DEUS exige santidade e justiça de seus filhos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- At 16.14 Lídia servia a DEUS em Tiatira
Terça
- At 19.10 Toda Ásia ouvia a Palavra de DEUS
Quarta
- Ap 2.18 "Olhos" e "pés" do Filho de DEUSQuinta - Ap 2.19 Tiatira, uma igreja que ama
Sexta - Ap 2.23 O Senhor sonda mentes e corações
Sábado - 2 Co 11.3 A simplicidade em CRISTO
- Identificar as principais características igreja
de Tiatira;
- Saber que se tratava de uma igreja rica em
obras; e
- Conscientizar-se de que o verdadeiro amor não é
cego para o pecado.Palavra-Chave:
Tolerância:
ato ou efeito de tolerar; indulgência ou condescendência para com aquilo que
não se quer ou não se pode impedir; Boa disposição dos que ouvem com paciência
opiniões opostas às suas.
INTRODUÇÃO
Das
sete cartas enviadas por JESUS às igrejas da Ásia Menor, a de Tiatira é a mais
extensa. A cidade de Tiatira não era política e religiosamente importante. Sua
singularidade residia no aspecto comercial. Através da sua posição geográfica,
o intercâmbio comercial da cidade se dava entre Europa e Ásia. Mas, no entanto,
a idolatria estava presente nessa prática comercial. Os membros da igreja de
Tiatira deveriam decidir o que fazer nessas circunstâncias, já que muitos eram
profissionais da área do comércio. Todavia, a igreja de Tiatira não sofria
perseguição religiosa; o perigo estava dentro da própria igreja, e tinha um
cognome: Jezabel; a mulher que sustentava o seguinte ensino: Não havia problema
de os cristãos amalgamarem-se com o pecado. É nessa perspectiva cultural que se
encontra a igreja de Tiatira. Jesus vê tudo e faz uma distinção
absoluta entre os servos de Satanás e os servos fiéis do Senhor. Para os que
insistem em servir ao diabo, ele promete tribulação e morte. Para os discípulos
dele, ele promete o dia de sua presença e o privilégio de reinar com ele sobre
os inimigos. Boa aula!
I. A IGREJA EM TIATIRA
1. A cidade de Tiatira.
“Sacrifício de Perfume”, isto é, repleta de muitos sacrifícios. Subindo de
Éfeso, passando por Esmirna, e agora tomamos a direção de Pérgamo para o
sudeste, descendo um pouquinho obliquamente desde o norte de Anatólia ou
Turquia para o sudeste, a cerca de 59 quilômetros, no fértil vale do rio Lico,
na estrada que ia para Sardes, ali estava a cidade histórica de Tiatira, nome
antigo da moderna cidade turca de Akhisar ("Castelo Branco"); pequena
mas crescente e rica Tiatira, colônia macedônica, fundada por Alexandre Magno,
depois da destruição do Império Persa. Era um importante centro comercial na
Ásia Menor e foi fundada para ser um posto militar. Foi destruída por um grande
terremoto durante o reino de Otávio Augusto (27 a.C.-14 d.C.), mas foi
reconstruída com a ajuda do Império Romano. Era famosa pelo seu comércio e por
sua produção de têxteis, incluindo o índigo (púrpura). Segundo o livro de Atos
dos Apóstolos, uma das comerciantes de roupas da cidade era uma mulher chamada
Lídia, que conduzia negócios em lugares distantes como Filipos (At 16.14). Na
Antiguidade, a cidade era conhecida pelas suas muitas guildas comerciais. E,
para poder trabalhar no comércio era necessário que o cidadão pertencesse a
alguma guilda, sendo muito comum que os membros dessas associações
participassem de festas dedicadas às divindades pagãs que terminavam geralmente
em orgias sexuais. Como as outras cidades da época, Tiatira teve seus templos e
santuários religiosos, incluindo templos aos falsos deuses Apolo, Tirimânios e
Artemis (Diana para os romanos – At 19.34) e um santuário a sibila (orácula)
Sambate. A importância de figuras femininas na cultura religiosa de Tiatira
pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a mulher que seduzia os discípulos e
incentivava a idolatria e a prostituição. Essa profetisa incentivava as pessoas
a conhecerem as “coisas profundas de Satanás” (i.e., "os segredos
profundos"; talvez se refiram ao falso ensino de que, para experimentar
plenamente a graça e a salvação divinas, devemos penetrar nas profundezas do
pecado e conhecer todos os tipos de males). Para servir a Deus num ambiente
cheio da influência do diabo, o discípulo de Cristo teria que lutar e confiar
em Deus, confiante da recompensa para os vencedores.
2. A igreja em Tiatira. “...
Ao anjo da igreja”. Não se sabe ao certo quem liderava aquela igreja nessa
época, a não ser aquilo que se depreende do texto de Apocalipse e daquilo que
está registrado em Atos acerca da conversão de Lídia, vendedora de púrpura, que
veio ao Evangelho através de Paulo, a qual era uma rica comerciante dessa
cidade (At 16.14). Da conversão de Lídia, que se deu provavelmente no ano 53 d.
C. à carta dedicada ao anjo da “igreja de Tiatira”: em 96 d. C., temos uma
distancia temporal de 33 anos. Acredita-se que tenha sido Lídia e seu esposo,
os iniciadores daquela igreja.
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
A
igreja de Tiatira estava localizada numa cidade progressista e comercial
II. A IDENTIFICAÇÃO DO DESTINATÁRIO
1. Filho de DEUS.
Cristo, autor das catas às igrejas, se apresenta nesta carta, falando de si
mesmo como: “O Filho de Deus“. Exaltando sua DIVINDADE. “Que tem seus olhos
como chama de fogo“. Exaltando sua ONIPRESENÇA. “E os pés semelhantes ao latão
reluzente“. Esta expressão é comum no Novo Testamento, especialmente nos
escritos de João, como descrição de Jesus Cristo. Os servos fiéis são
descritos, também, como filhos de Deus (veja 21.7; 1 Jo 3.1,2,10; 5.2; Jo 1.12;
etc.) Aqui, a expressão obviamente se refere a Cristo. Dessa forma, O Cristo
glorificado vai de encontro com a principal divindade de Tiatira, Apolo (o
Deus-Sol, filho de Zeus). O sol era visto como sendo uma fonte de poder e os
habitantes de Tiatira acreditavam que cada novo imperador romano era uma forma
de manifestação de Apolo. Ao apresentar Jesus como Filho de Deus, João
demonstra que Jesus é superior a Apolo e que merecia não só a adoração feita a
Apolo ou aos imperadores, como muito mais devoção e respeito.
2. Onisciente.
olhos como chama de fogo: um local onde se trabalha com ferro, metais e bronze,
a figura do fogo é imprescindível para expressar o que consome todo e qualquer
tipo de impureza e deixar os metais limpos e flexíveis para o artífice. Como em
Tiatira, Apolo (Deus-Sol) era visto como uma enorme fonte de poder, João
apresenta Jesus como sendo superior e o que olha discernindo as impurezas e
purificando não apenas de forma bruta como de forma moral, o que é mais
importante para os cristãos da época. Jesus estava vendo e conhecia a postura
dos cristãos daquela comunidade, isto é, a vida espiritual de cada um.
3. Supremo Juiz. pés
semelhantes ao latão reluzente: por haver uma fábrica de bronze, os moradores
sabiam como o bronze ficava ao ser polido e pronto para o uso após passar pelo
fogo. Por isto João relata que Jesus além de discernir os pensamentos morais,
tinha seus pés para pisar e destruir o que não era do agrado de Deus e por ser
um bronze reluzente, isto é, polido todos o veriam e não teriam dúvidas que
eram os pés de Cristo porque podiam vê-los de longe.
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
JESUS
se apresenta a Tiatira como o chefe supremo e incontestável tanto da igreja
local como a da invisível.
III. UMA IGREJA RICA EM OBRAS
Observemos
o contraste entre as “obras” da igreja de Éfeso (2.5), e as “obras” da igreja
de Tiatira: enquanto naquela as “últimas obras eram menores que as primeiras”,
nesta pelo contrário; as “últimas obras são mais do que as primeiras”. O
substantivo grego, que nossas versões do Novo Testamento traduzem por “obras”,
com maior precisão que a palavra portuguesa comporta duas acepções: o resultado
de uma atividade (sentido habitual do termo em português); e também: a
atividade em si mesma, limitando-se às atividades morais. Aqui, são obras de
caridade feitas em favor de CRISTO (Ap 22.12).
1. Amor.
Aqui a palavra grega utilizada para amor é ágape e este é o amor incondicional
de Deus pelo homem. É a essência de Deus. É o centro de tudo para a vida
cristã. O ser humano tem um amor que sempre se manifesta em função de alguém
seja pai, mãe, filhos, irmãos, cônjuge e etc., porém o amor ágape que o cristão
tem vai além deste sentimento humano. O amor ágape envolve o amor pela vida e
condição do ser humano seja pecador ou salvo. É um amor incondicional.
2. Serviço. O
termo grego diakonia utilizada aqui representa os valores dos serviços que os
cristãos utilizavam e devem utilizar em todos os momentos de sua vida, dentro
ou fora da igreja. Para que eles exercessem esse serviço era necessário uma
dedicação constante e também era um fruto do amor que tinham.
3. Fé.
Junto com as suas obras, os discípulos em Tiatira mostraram a sua fé. As
pessoas podem ser identificadas conforme a sua fé. Há crentes e há incrédulos,
e não pode existir comunhão entre os dois (2Co 6.14-15).
4. Paciência.
(Perseverança ou resistência constante). Apesar de estarem vivendo momentos de
duras perseguições os crentes de Tiatira perseveravam no amor, nos valores à
vida e no serviço às demais pessoas. Tudo isto que é enumerado neste versículo
é fruto do Espírito Santo na vida do cristão. O bom solo produz fruto com
perseverança (Lc 8.15), uma qualidade freqüentemente incluída nas características
que definem os servos de Deus (Cl 1.11; 2 Tm 3.10; 2Pe 1.6). A tribulação
produz perseverança (Rm 5.3-4; Tg 1.3-4,12).
5. Abundância em obras. A
igreja em Tiatira era uma congregação ativa. Ao invés de esfriar, ela se tornou
cada vez mais ativa no serviço a Deus. A fé que agrada a Deus é a fé ativa que
se mostra pelas suas obras (Tg 2.14-17). Os servos de Deus devem ser “sempre
abundantes na obra do Senhor” (1Co 15.58), pois Deus nos criou para boas obras
(Ef 2.10).
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
A
igreja de Tiatira era rica em amor, serviço, fé, paciência e boas obras.
IV. JEZABEL, E AS PROFUNDEZAS DE SATANÁS
1. A Jezabel de Tiatira.
“Jezabel” significa: “Montão de lixo”. Na opinião de alguns eruditos: “Casta”.
Aparece pela primeira vez nas Escrituras como pessoal de uma princesa. Ela
tinha crescido em Tiro, na cidade portuária fenícia. Seu pai, rei Etbaal, era
também sacerdote de Astarote e sacrificava a Baal (1 Rs 16.31) e, por
conseguinte, tornou-se esposa de Acabe, rei de Israel. Esta Jezabel tombou
morta no vale de Armagedom (2 Rs 9.15, 16, 30, 37). Na carta dirigida à
Tiatira, João cita uma pessoa específica: Jezabel, nome este derivado daquela
Jezabel do AT e que representa a idolatria e a perseguição aos santos (1 Rs
16.21; 19.1-3; 21.1-15; ver 21.25). No meio da comunidade em Tiatira, esta
mulher liderava se intitulando profetisa e fez com que os cristãos deixassem de
buscar a Cristo e seus ensinamentos e passassem a realizar as práticas cultuais
do gnosticismo. O que ela fazia era algo tão ruim que é apelidada de Jezabel, a
rainha que casou com Acabe e que em 1 Reis 16 a 21 relata o mal que fez contra
o povo de Israel e contra Deus.
2. O ministério de Jezabel. "Mulher
que se diz profetisa": há muitas opiniões a respeito da “audaciosa mulher”
da igreja de Tiatira; alguns até já defenderam tratar-se de uma “doutrina”, ou
mesmo de uma “religião” e não de uma pessoa. A Jezabel do Antigo Testamento, é
citada como o protótipo de pecado. A Jezabel do presente texto, trata-se de uma
pessoa e não apenas uma figura ou personificação do mal. A passagem fala
claramente de uma pessoa, pelo uso do pronome “ela”. A Jezabel de Tiatira agiu
de maneira semelhante à mulher de Acabe, seduzindo os crentes às práticas de
idolatria e prostituição (ou imoralidade sexual literal, ou impureza
espiritual). Ela incentivou os servos de Deus a comerem coisas sacrificadas a
ídolos, uma prática condenada que representa comunhão com os demônios (veja At
15.20,29; 1Co 10.20-22). Um pecado prevalecente na igreja de Tiatira era a tendência
de tolerar o pecado, a iniqüidade o ensino antibíblico entre seus líderes (vv.
14,20). Alguns em Tiatira provavelmente aceitaram os falsos mestres, pelo
fato de falarem em nome de DEUS e terem grande popularidade e influência.
CRISTO condena o pecado da transigência com o erro. Devemos rejeitar qualquer
preletor que coloca suas próprias palavras acima da revelação bíblica (ver 1 Co
14.29) e declara que DEUS aceita, na igreja, a quem comete atos imorais,
participando dos prazeres pecaminosos do mundo.
3. A obra de Jezabel. “E
dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se
arrependeu”; tratava-se tanto de prática imorais pessoais, como parte do culto
da seita gnóstica. Era algo tanto espiritual como físico. Alguns, na igreja, costumam
tolerar tais falsos ensinos, por indiferença, medo de confronto, amizade
pessoal ou pelo desejo de paz, harmonia, autopromoção ou dinheiro. DEUS
excluirá tal igreja, juntamente com os seus líderes (vv. 20-23; ver também Lc
17.3,4).
SINOPSE
DO TÓPICO (4)
A profetisa Jezabel, desencaminhava os fiéis de Tiatira
do reto caminho à idolatria e à prostituição.
CONCLUSÃO
Na igreja de Tiatira havia
dois grupos distintos: os cristãos verdadeiros e os que se gloriavam de
conhecer “as profundezas de Satanás”. Paulo encontrou quatro grupos na igreja
de Corinto. Porém é evidente que aqueles eram crentes em JESUS; o grupo de
Jezabel não. Ao primeiro grupo, Cristo exorta: “Mas o que tendes retende-o até
que eu venha”. Precisavam guardar aquilo que é precioso como: A palavra de
DEUS. É o divino convite. É o apelo de CRISTO. As últimas cartas do Apocalipse,
todas possuem características da Igreja cristã dos “últimos tempos”; portanto,
todas elas, de alguma maneira, lançam olhos para o fim de nossa era, ou seja,
para a vinda de JESUS (1 Ts 4.13-17). Em sua misericórdia, DEUS concedeu um
tempo de arrependimento a Jezabel e aos que com ela pecaram (Ap 2.21). Em sua
paciência, Ele espera por nós... “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de
língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
Nenhum comentário:
Postar um comentário