Lição 10
O Processo da Salvação
3 de dezembro de 2017
TEXTO
ÁUREO
(Jo 3.5)
"Jesus respondeu: Na verdade, na verdade
te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no
Reino de Deus."
VERDADE
PRÁTICA
O processo bíblico de salvação se dá por meio
da justificação, regeneração e santificação do ser humano.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Jo 1.12,13
A experiência do Novo Nascimento espiritual
Terça - 2 Co 5.17
O Novo Nascimento torna o homem uma nova
criação
Quarta - 1 Jo 3.1,2
Quem nasce de novo verá a glória de Deus
Quinta - 1 Pe 1.23
Fomos regenerados pela Palavra de Deus
Sexta - Rm 6.11
Novo Nascimento: mortos para o pecado e vivos
para Deus
Sábado - Cl 3.9
Despindo-se da prática do pecado
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
João 3.1-7
1 – E havia entre os fariseus um homem chamado
Nicodemos, príncipe dos judeus.
2 – Este foi ter de noite com Jesus e
disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode
fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
3 – Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.
4 – Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem
nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e
nascer?
5 – Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino
de Deus.
6 – O que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do Espírito é espírito.
7 – Não te maravilhes de te ter dito:
Necessário vos é nascer de novo.
OBJETIVO
GERAL
Explicar que o processo da salvação se dá
mediante a justificação, regeneração e santificação.
HINOS
SUGERIDOS:
15, 111, 177 da Harpa Cristã
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao
que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I
refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Mostrar a natureza da
justificação divina;
Explicar o que é a regeneração
pelo Espírito Santo;
Compreender que somos santificados
em Cristo.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), estudaremos a respeito
dos tr?s aspectos da salvação: justificação, regeneração e santificação.
Veremos que a fé no Filho de Deus e no seu sacrifício nos proporciona a justificação
diante de Deus. Depois de justificados, somos regenerados e santificados
mediante a ação do Espírito Santo. Sem a atuação dEle não há salvação,
justificação nem o processo de santificação.
No decorrer da lição, procure enfatizar que,
como crentes em Jesus Cristo, justificados, regenerados e santificados, devemos
anunciar ao mundo as virtudes do Reino de Deus mediante a nossa maneira de
viver.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O processo de salvação na vida do crente se dá
em três aspectos: na justificação outorgada por Deus; na regeneração operada
pelo Espírito Santo; na santificação como consequência de uma vida com Cristo.
Todo esse processo é alcançado pela fé na crucificação, morte e ressurreição de
Cristo Jesus, nosso Senhor.
PONTO
CENTRAL
O processo da salvação se dá por meio da
justificação, regeneração e santificação.
I -
JUSTIFICADOS POR DEUS
1. A natureza da Justificação. A justificação evoca a
ideia de um tribunal jurídico em que pesam terríveis e verdadeiras acusações
contra nós, mas que por meio do sacrifício expiatório e substitutivo de Cristo,
se tornaram nulas (Rm 4.24,25). Assim, somos declarados inocentes, pois nossa
condenação foi substituída pela pena paga por Cristo na cruz (2 Co 5.21). É um
ato gracioso e amoroso de Deus para nós, sem interferência dos méritos humanos,
cabendo ao homem somente crer mediante a fé na obra que Jesus operou (Rm 5.1).
Entretanto, cabe ressaltar que a fé é o meio instrumental para nos unir a
Cristo, o nosso justificador, e não a causa da justificação. Logo, a
justificação tem como consequência direta o perdão dos pecados, a reconciliação
do pecador com Deus, a segurança da salvação e a santificação da vida.
2. A necessidade de Justificação. A necessidade da
justificação é para que nos encontremos justos e santos diante de Deus, a fim
de que sejamos participantes das bênçãos da salvação e para que o Diabo não
acuse o crente dos pecados que Cristo perdoou (Rm 8.33,34). Nesse sentido, a
pessoa justificada está livre de condenação e é herdeira da vida eterna, tendo
como resultado prático a paz com Deus (Rm 5.1).
3. A impossibilidade da
autojustificação.
Os que reconhecem a necessidade de justificação são alcançados por ela. Para
ilustrar essa realidade espiritual, o Senhor Jesus ensinou sobre a justificação
apresentando a história de um fariseu que se justificava orgulhosamente por
evitar certos pecados, mas não alcançou a justificação; enquanto o publicano,
que reconhecia a sua miséria diante de Deus, teve os seus pecados perdoados e
sua vida justificada (Lc 18.9-14). Nesse aspecto, a justificação não se refere
ao esforço humano por pureza ou santidade, mas ao estado de retidão diante de
Deus por meio de Jesus, o justo, que morreu tomando sobre si todas as acusações
contra nós. Por isso, quando Deus nos olha, após nos tornarmos em nova criação,
ainda mesmo com os nossos defeitos e falhas, em Cristo, nos enxerga sem pecado
(1 Co 6.11). Assim, o pecador é justificado pela graça de Deus somente, jamais
por méritos pessoais (Rm 3.21,26,28; 4.5; Gl 3.11).
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Pela fé em Cristo e mediante a sua graça somos
justificados por Deus.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
A Justificação
"Assim como a regeneração leva a efeito
uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante
de Deus. O termo 'justificação' refere-se ao ato mediante o qual, com base na
obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os
pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas consequências
eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detesta 'o
que justifica o ímpio' (Pv 15.17) mantém sua própria justiça ao justificá-lo,
porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constamos,
portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos.
Para descrever a ação de Deus a justificar-nos,
os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1
Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaioõ: Mt 12.37; Rm 3.20;
8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos, no entanto,
considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem no entanto
sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4, 7, 11), Jesus Cristo tornou-se a nossa
justiça (1 Co 1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomaí) sua justiça em
nosso favor. Ela é imputada a nós" (HORTON, Stanley M. Teologia
Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.
372).
CONHEÇA
MAIS
*O Processo da Salvação
"A obra do Espírito não cessa quando a
pessoa reconhece sua culpa diante de Deus, mas vai crescendo a cada etapa
subsequente. [...] No momento da conversão, nascemos de novo, desta vez o
nascimento no Espírito. Ao mesmo tempo, o Espírito nos batiza no corpo de Jesus
Cristo, que é a Igreja. Instantaneamente, somos lavados, santificados e
justificados, e tudo isto mediante o poder do Espírito." Leia mais em
Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, editado por Stanley Horton,
CPAD, pp. 424,25.
II -
REGENERADOS PELO ESPÍRITO SANTO
1. A natureza da Regeneração. Regeneração é a ação divina de criar um novo
homem, dando-lhe um novo coração, transformando-o em nova criação (2 Cr 5.17),
tornando-o filho de Deus (Jo 1.12,13) e fazendo-o passar da morte para a vida
(Jo 5.24). Aqui, é importante distinguir regeneração da conversão. Esta é a
resposta humana à regeneração no processo de salvação, que é voltar-se
inteiramente para Deus; enquanto aquela é um milagre operado por Deus na
natureza humana, um fenômeno incompreensível à mente natural (Jo 3.3,7). Logo,
Deus é o operador dessa transformação, fazendo com que a pessoa, outrora
apática para as coisas divinas, agora se encontre em plena vitalidade para com
as coisas espirituais (Rm 8.28-30; Tt 3.5).
2. A necessidade de Regeneração. Para fazermos parte do
Reino de Deus é preciso nos tornar nova criatura e nascermos do Espírito (Jo
3.5) que opera a vivificação em nós, pois Ele é o agente da regeneração. O
Espírito Santo faz brotar entusiasmo espiritual e vida abundante (Jo 7.38),
onde outrora havia morte, ofensa e pecado (Ef 2.1). É o agir do Espírito pela
Palavra que faz germinar vida no coração do salvo (Tg 1.18).
3. Consequências da Regeneração. É possível verificar se
somos regenerados por meio de algumas mudanças que passam a fazer parte do
nosso viver: o amor intenso a Deus (1 Jo 4.19; 5.1); o amor pelos irmãos (1 Jo
3.14); a rejeição das coisas mundanas (1 Jo 2.15,16); o amor à Palavra de Deus
(Sl 119.103; 1 Pe 2.2); o amor pelas almas perdidas (Rm 9.1-3); o desejo de
estar em comunhão com Deus e adorá-lo (Sl 42.1,2; 63.1; Ef 5.19,20); a vitória
sobre o pecado, a carnalidade e as práticas contrárias ao Evangelho (1 Jo 5.18;
Gl 5.16; 2 Co 5.17); o conhecimento da vontade de Deus (1 Co 2.12); o
testemunho interior do Espírito Santo atestando nossa filiação ao Pai (Rm
8.16); o intenso interesse de praticar a justiça (1 Jo 2.29). Claro que não
somos perfeitos e que muitas vezes nos depararemos com a impossibilidade de
manifestar essas mudanças o tempo todo, mas substancialmente elas estão
presentes na regeneração da pessoa.
SÍNTESE DO
TÓPICO II
O Espírito Santo opera, naquele que crê em
Jesus Cristo, a regeneração.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
Regeneração
"A regeneração é a ação decisiva e
instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza
interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por 'regeneração'
aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com
referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 refere-se a renovação
espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de
Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que
acontece. O Senhor 'tirará da sua carne o coração de pedra e lhes dará um
coração de carne' (Ez 11.19). Deus diz: 'Espalharei água pura sobre vós, e
ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um
espírito novo... E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos
meus estatutos' (Ez 36.25-27). Deus colocará a sua lei 'no seu interior e a
escreverá no seu coração' (Jr 31.33). Ele 'circundará o teu coração... para
amares ao Senhor' (Dt 30.6)" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma
perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 369,370).
III -
SANTIFICADOS EM CRISTO
1. Uma consequência da salvação. A santificação é o
processo pelo qual o crente se afasta (separa) do pecado para viver uma vida
inteiramente consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de Cristo (Rm
8.29). É um processo de cooperação entre o crente e o Espírito Santo que se
inicia no momento da justificação do salvo, isto é, Deus vê o crente como
santo, ainda que a santidade dele precise ser aperfeiçoada (Ef 4.12). No
processo de conversão, a santificação é outorgada ao cristão porque Deus o vê
santo, separado e amado por Ele, o nosso Pai (Cl 3.12). Nesse sentido estamos
firmados em Cristo e os pecados não têm mais lugar em nossas vidas (1 Jo 3.6).
2. Um esforço pessoal. As Escrituras revelam
que devemos almejar e priorizar a santificação (Hb 12.14), pois a nossa
natureza pecaminosa insiste em resistir a esse processo (Rm 7.14,21). Deus
anela pela santificação dos seus filhos, não por capricho divino, mas porque o
pecado nos fere de morte e o nosso Pai de amor não quer ver os seus filhos
feridos, mortos no pecado, pois isso contraria sua natureza amorosa. Assim,
para sarar a ferida do pecado, Ele enviou o seu filho para nos libertar do
pecado a fim de vivermos uma vida santa.
3. O desafio de sermos santos. Às vezes achamos que
podemos ser continuamente bons e santos (1 Jo 1.10). Na verdade, a nossa meta
deve ser essa, mas não podemos deixar de reconhecer que somos simultaneamente
justos e pecadores, ou seja, em Cristo, Deus nos vê absolutamente santos; no
entanto, em relação à nossa natureza inclinada ao pecado, nossa santificação
sofre revezes (Rm 7.15). Por isso é exigido um esforço pessoal e dependência
contínua do Espírito Santo para sermos santos.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Pela fé somos santificados em Jesus Cristo.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
"Santificação
A santificação precisa ser distinguida da
justificação. Na justificação, Deus atribui ao crente, no momento em que recebe
a Cristo, a própria justiça de Cristo, e a partir de então vê esta pessoa como
se ela tivesse morrido, sido sepultada e ressuscitada em novidade de vida em
Cristo (Rm 6.6-10). É uma mudança que ocorre 'de uma vez por todas' na condição
legal ou judicial da pessoa de Deus. A santificação, em contraste, é um
processo progressivo que ocorre na vida do pecador regenerado, momento a
momento. Na santificação ocorre uma cura substancial da separação que havia
ocorrido entre Deus e o homem, entre o homem e os seus companheiros, entre o
homem e si mesmo, entre o homem e a natureza" (Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1762).
CONCLUSÃO
Convêm que os crentes, como pessoas
justificadas, regeneradas e santificadas, demonstrem ao mundo perdido, por meio
das consequências positivas que esse processo de salvação traz sobre nossa
vida, que somente Jesus pode salvar e transformar o pecador.
PARA
REFLETIR
A respeito do processo da salvação, responda:
Quais são as consequências da justificação?
A justificação tem como
consequência direta o perdão dos pecados, a reconciliação do pecador com Deus,
a segurança da salvação e a santificação da vida.
Qual é a necessidade da justificação?
A necessidade da justificação é
para que nos encontremos justos e santos diante de Deus, a fim de que sejamos
participantes das bênçãos da salvação e para que o Diabo não acuse o crente dos
pecados que Cristo perdoou.
Qual é a distinção entre regeneração e
conversão?
Regeneração é a ação divina de
criar um novo homem, dando-lhe um novo coração, transformando-o em nova
criação, tornando-o filho de Deus e fazendo-o passar da morte para a vida. A
conversão é a resposta humana à regeneração no processo de salvação, que é
voltar-se inteiramente para Deus; enquanto aquela é um milagre operado por Deus
na natureza humana, um fenômeno incompreensível à mente natural.
O que é a santificação?
A santificação é o processo pelo
qual o crente se afasta (separa) do pecado para viver uma vida inteiramente
consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de Cristo.
É possível ser santo de maneira absoluta?
As Escrituras revelam que devemos
almejar e priorizar a santificação, pois a nossa natureza pecaminosa insiste em
resistir a esse processo. Deus anela pela santificação dos seus filhos, não por
capricho divino, mas porque o pecado nos fere de morte e o nosso Pai de amor
não quer ver os seus filhos feridos, mortos no pecado, pois isso contraria sua
natureza amorosa. Às vezes achamos que podemos ser continuamente bons e santos
(1 Jo 1.10). Na verdade, a nossa meta deve ser essa, mas não podemos deixar de
reconhecer que somos simultaneamente justos e pecadores, ou seja, em Cristo,
Deus nos vê absolutamente santos; no entanto, em relação à nossa natureza
inclinada ao pecado, nossa santificação sofre revezes. Por isso é exigido um
esforço pessoal e dependência contínua do Espírito Santo para sermos santos.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 72, p41.
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Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Adultos, professor, A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho, a
Verdade e a Vida, Comentarista Cleiton
Ivan Pommerening, 4º trimestre 2017.
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