Lição 9 A fé que nos
une a Deus e nos torna produtivos.
26
de novembro de 2017
Texto
Áureo
Romanos 1.17
“Porque nele se descobre a justiça de Deus de
fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”.
Verdade
Aplicada
A fé é a virtude pela qual acreditamos em Deus
e em tudo o que Ele disse e revelou, porque, sendo Ele a própria verdade,
jamais falhará.
Objetivos
da Lição
Apresentar a fé como um dom, seu
fundamento e seu impacto;
Explicar a nossa
responsabilidade com as Escrituras e como a fé sem obras é uma fé morta:
Mostrar como a fé nos une a
Deus, nos faz ser produtivos e nos recompensa além dessa vida.
Glossário
Alvenaria: Conjunto de pedras, tijolos, ou
outros materiais, ligados ou não com argamassa, que formam paredes, muros, etc.;
Estática: Imóvel, inerte, parada:
Sucumbir: Não resistir; ceder.
Leituras
complementares
Segunda Js 1.8
Terça Mt 17.20
Quarta Rm 10.17
Quinta Ef 2.8-9
Sexta Tg 2.18-26
Sábado Hb 4.12
Textos de
Referência.
Romanos 1.17; Hebreus 11.1-3, 6
Romanos 1.17
17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de
fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
Hebreus 11.1-3, 6
1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que
se esperam e a prova das coisas que se não veem.
2
Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho.
3 Pela
fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira
que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe,
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e
que é galardoador dos que o buscam.
Hinos
sugeridos.
126, 331, 594
Motivo de
Oração
Ore para que nossos irmãos não desistam nem
desanimem na fé.
Esboço da
Lição
Introdução
1. O firme fundamento da fé.
2. A fé que faz a diferença.
3. Efeitos que faz a diferença.
Conclusão
Introdução
A fé é imprescindível em nosso relacionamento
com Deus (Hb 11.6). A vida cristã não se baseia no que vemos, mas no que
cremos. É por esse motivo que a fé é tão importante para todos nós.
1. O
firme fundamento.
A única forma de se viver uma vida que agrade a
Deus é pela fé. A fé agradável observa duas coisas importantes: ela primeiro
acredita que Deus existe, depois acredita que Deus recompensa os que dEle se
aproximam (Hb 11.6).
1.1. Conceito
bíblico de fé.
A palavra fé vem do latim “fides”, que
significa: crer. Considerando a relevância desta doutrina bíblica, é importante
conhecer os termos e sentidos da palavra “fé” na Bíblia, para não confundirmos
com os vários conceitos populares, principalmente no Brasil, onde é comum a
expressão: “fé não se discute”. Assim uma das principais ideias transmitidas
dos diversos significados das palavras hebraica e grega é “certeza” ou
“firmeza”. O termo hebraico “emunah” tem como significado básico “fidelidade”,
traduzido por “fé” em Habacuque 2.4. Ao mencionar este texto, o apóstolo Paulo
usou a palavra grega “pistis” (Rm 1.17; Gl 3.11), aprofundando o significado da
mensagem transmitida por Habacuque e desenvolvendo a doutrina da justificação
pela fé.
Além dos termos usados acima, podemos
acrescentar outras ideias acerca da fé encontradas nas páginas das Escrituras
Sagradas, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento: confiança,
lealdade, convicção fundamentada no ouvir, estar convencido, entre outras.
1.2. Alguns
tipos de fé.
É importante estarmos atentos para não
confundirmos a fé que salva e sustenta a vida cristã com outros tipos de fé
(conforme os diversos sentidos utilizados se referindo ao termo estudado).
Existe a “fé natural”: a pessoa semeia na terra crendo que vai colher; é
possuída por todos em diferentes graus e situações do cotidiano. Existe a “fé
exclusivamente intelectual” (crê na existência de Deus, acredita que Jesus
Cristo é o Filho de Deus). Não é suficiente apenas conhecer pois os demônios
também conhecem a Pessoa e as obras de deus (Tg 2.19). Há pessoas que professam
a “fé utilitária”, baseada somente nos desejos e interesses humanos (Jo
2.23-24; 12.42-43). É a fé que não conduz ao comprometimento e à renúncia. A
pessoa crê, mas não está disposta a se arrepender e passar a viver de acordo
com a vontade de Deus.
Os textos bíblicos registram: “Jesus
não confiava neles” e “não o confessavam...porque amavam mais a glória dos
homens...” (Jo 2.23-24; 12.42-43). Que tipo de fé nós estamos professando?
1.3. A
fonte de fé.
Considerando sua grande importância na salvação
e no sustento da vida de discípulo de Cristo, não podemos ignorar que a fonte
da fé é o próprio Deus. Nem todos a têm, ou creem ou crerão (2Ts 3.2). É uma
das dádivas de Deus que torna acessível ao ser humano a tão grande salvação (Ef
2.8). Notar as expressões: “pela graça criam” (At 18.27); e “...vos foi
concedido...crer” (Fp 1.29). O texto sagrado esclarece que a fé é produzida
pela Palavra de Deus (Rm 10.17). Para tanto, requer interesse e atenção por
parte do ouvinte. Vide o exemplo de Raabe. Ela ouviu, creu e agiu (Js 2.9-12).
Raabe testificou que sabia acerca do
Senhor, porque ouviu sobre os feitos do Senhor, Muitos ouvem, são informados,
mas não se interessam e não dão importância (Hb 4.2). A fé é também produzida
quando mantemos nosso olhar fixo em Jesus Cristo, enquanto caminhamos (Hb 12.2).
O apóstolo João explica a íntima relação existente entre a Palavra de Deus, a
fé e Jesus Cristo (Jo 20.31). A Bíblia também faz menção do dom da fé (1Co
12.9), e a fé como parte do fruto do Espírito (Gl 5.22).
2. A fé
que faz a diferença.
Encontramos na Palavra de Deus diversos
exemplos do exercício da fé que faz a diferença. Trata-se da fé que tem fundamento
e que move quem a possui. Afinal a vida cristã não é estática, mas dinâmica e
repleta de desafios (Hb 11.32-39). Meditemos em algumas das características da
fé que faz a diferença.
2.1. Baseada
na revelação de Deus.
Não é movida e estimulada por desejos e
caprichos pessoais, e nem alimentada e mantida por pensamentos positivos,
frutos da mente humana. A fé que faz a diferença não aceita qualquer coisa, mas
apoia -se na revelação de Deus ao homem (Rm 10.14-17). Note o exemplo de
Abraão, que recebeu a promessa divina de que seria “pai de muitas nações”.
Interessante as expressões referentes a este relato: “creu contra a esperança”,
“corpo amortecido”, “amortecimento do ventre” (Rm 4.17.21). Todavia, mesmo
diante de tantos fatores contrários, ele manteve a fé na promessa divina.
A certeza do patriarca Abraão de que
Deus cumpriria Sua Palavra sobrepujou toda e qualquer improbabilidade natural.
Como declarado por certo escritor: “A validade da fé cristã não está baseada em
nossa sinceridade, nem em nosso fervor, mas, sim, na verdade revelada na
Palavra de Deus”. Para John Stott, a fé de Abraão estava ancorada em dois
atributos divinos: Seu poder e Sua fidelidade. Hernandes Dias Lopes assim
afirma: “Abraão creu que o Deus que ressuscita mortos e traz a existência
coisas que não existem não pode faltar com a Sua promessa... O poder da
fidelidade de Deus são as duas colunas que sustentam o edifício da fé...A fé ri
das impossibilidades, pois olha para o Deus fiel que cumpre Suas promessas. A
credibilidade de Deus é o alicerce da fé”.
2.2. Move
a obediência.
Indo na contramão da fé que muitos professam
nos dias de hoje, apenas como instrumento para alcançar bênçãos, sem interesse
em transformação pessoal e submissão ao senhorio de Cristo, a fé que faz a
diferença move a pessoa a ser obediente e submissa aos propósitos de Deus,
mesmo que num primeiro momento não compreenda plenamente. Porém, obedece por
que crê! Não é uma fé manipulada pelo homem, mas o meio que conduz o homem a
ser um instrumento de Deus.
Deus falou com Noé, ele creu e obedeceu.
Assim foi com Abraão e tantos outros (Hb 11.7-8). Certa vez Jesus Cristo estava
pregando e “muitos creram nele”. Aos que creram, Ele acrescentou que deveriam
permanecer na Palavra (1Jo 8.30.31). Contudo, continuando a leitura,
encontramos a resistência dos judeus em receber e cumprir a Palavra de Cristo
(Jo 8.33-37). O Reverendo Hernandes Dias Lopes citou: “Fé não é apenas crer a
despeito das evidências, mas obedecer a despeito das consequências”, como
registrado em Hebreus 11.35-37.
2.3. Fé
singular.
Uma das características da pós-modernidade é a
pluralidade também do campo religioso e da espiritualidade, assinalada pelo
surgimento e expansão de várias crenças. A fé cristã tem sido considerada como
simplesmente mais uma opção para se chegar ao mesmo fim. No entanto, sob a
perspectiva da verdade bíblica e salvífica, não há lugar para uma fé
pluralista. Os estudiosos e pensadores das religiões acusam a fé cristã de
considerar-se superior às demais crenças, taxando-a de arrogante e intolerante.
Porém, a exclusividade da salvação de Jesus Cristo não é sinônimo de
intolerância ou arrogância (Jo 4.7-9; Mt 15.21-28; 11.28-30). A fé que faz a
diferença é singular, pois Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os
homens (1Tm 2.5), é o único caminho de salvação para o homem chegar a Deus (Jo
14.6; At 4.12), e a Bíblia é a única regra de fé e conduta (2Tm 3.14-17).
A fé singular não impede o
relacionamento com pessoas que professam outras crenças e o diálogo respeitoso.
A fé que faz a diferença reconhece o direito de expressão do indivíduo, porém,
com firmeza, sabedoria, e amor proclama a singularidade e suficiência das
Escrituras Sagradas e da salvação em Jesus Cristo.
3.
Efeitos da fé que faz a diferença.
Esta fé não se limita a conhecimento,
concordar, aprovar e declarar. Vai muito além. Não se trata de uma fé temporal,
baseada em emoções e na busca da satisfação pessoal, pois logo sucumbiria às
angustias, perseguições, aos cuidados deste mundo e às seduções das riquezas
(Mt 13.20-22). Vejamos, então, alguns resultados da fé que faz a diferença.
3.1. Produz
obras.
A fé que faz a diferença é produtiva. É uma fé
que manifesta através das obras (Tg 2.14-26). Não há contradição entre fé e
obras, pois são complementares. Como pode uma pessoa que diz ser motorista não
saber dirigir? Outro se diz pedreiro, mas não consegue executar trabalhos em
alvenaria? “...que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras?...”
(Tg 2.14a).
Assim pela exposição de Tiago em sua
epístola, aprendemos que as obras seguem a conversão, demonstrando como viver
depois de justificado. É uma fé que nos move à prática das boas obras (Ef
2.10). A fé que faz a diferença não se limita à ortodoxia (doutrina correta),
mas é operante, também, na ortopraxia (prática correta). Assim, a fé que faz
diferença é produtiva, operante, frutífera e viva! Segundo Russel Shedd, é
importante notar que a questão apresentada por Tiago não é uma oposição entre
fé e obras; mas, sim, entre a fé viva e a fé morta (Tg 2.14). Não se trata da
prática isolada das boas obras. Pois até o ateu pode produzir boas obras. Assim
como não tem aprovação divina a fé meramente nominal. A fé e as obras caminham
juntas após o novo nascimento (Mt 5.16). Precisamos viver de modo que o mundo
veja as boas obras e Deus seja glorificado.
3.2. Produz
resistência.
A fé que faz a diferença produz no discípulo de
Cristo consciência da necessidade de buscar constantemente fortalecimento no
Senhor e revestimento da armadura de Deus para resistir e ficar firme Ef
6.10-16). Notemos que a ênfase na batalha espiritual é “resistir” (Ef 6.13; 1Pe
5.9; Tg 4.7). A fé, comparada a um escudo, é indispensável para apagar ou
extinguir todos os dardos do diabo lançados contra nós.
A. W. Tozer (1897-1963), um dos mais
profundos pensadores teológicos do século XX, escrevendo sobre as mudanças no
pensamento de muitos que se dizem cristãos e na cosmovisão (visão do mundo),
pontua que uma das diferenças é que agora há os que consideram o “mundo não
como um campo de batalha, mas como um parque de diversões”, no que diz respeito
ao aspecto espiritual. Assim, o enfoque passa a ser diversão, e não luta. Se
não há luta, então não há necessidade de armadura.
3.3. Produz
vitória.
O texto sagrado registra: “...pela fé,
venceram...” (Hb 11.33). A fé que faz a diferença produz vitória, pois é uma fé
cristocêntrica (1Jo5.4-5). Não significa que o discípulo de Jesus Cristo não
passe por momentos difíceis e trabalhosos. Enquanto estivermos debaixo do sol,
estaremos sujeitos a privações, dores, tentações diversas, oposição e outras
adversidades. Mas significa que a fé em Cristo não atua apenas para salvação,
mas, também, para sustento e provisão durante nosso viver neste mundo.
A Bíblia
informa que estamos em pé e vivemos pela fé (Rm 11.20; Gl 2.20). A fé que
produz vitória não está baseada em conquistas pessoas e na satisfação dos
desejos humanos, ou na concretização de sonhos, mas em Deus e em Seu Filho
Jesus Cristo. Lembremo-nos das declarações de Jó e do apóstolo Paulo, bem como
do contexto em que foram feitas (Jó 19.25; 2Tm 1.12).
Conclusão.
A Palavra de Deus revelada é dirigida aos que
creem. Sem fé é impossível entender o agir de Deus e agradá-Lo. Tomemos posse
deste tão precioso dom divino: a fé. A fé que conduz a uma transformação
pessoal, frutificação e perseverança na vida do discípulo de Cristo, para a
glória de Deus.
Questionário.
1. Qual o significado básico do termo hebraico
“emunah”?
R: “Fidelidade” (Hc 2.4).
2. Em que se baseia a “fé utilitária”?
R: Somente nos desejos e
interesses humanos (Jo 2.23-24; 12.42-43).
3. Mesmo diante de tantos fatores contrários, o
que Abraão manteve?
R: A fé na promessa divina (Rm
4.17-21).
4. Qual é o único mediador entre Deus e os
homens?
R: Jesus Cristo (1Tm 2.5).
5. Cite um dos efeitos da fé que faz a
diferença?
R: A fé que faz a diferença é
produtiva. É uma fé que se manifesta através das obras (Tg 2.14-26).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado
da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos,
Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação
trimestral, ISSN 2448-184X.
Acessem também a vídeo aula com o Pastor Elias Croce
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