Lição 8 A ordenança da
Ceia do Senhor.
19
de novembro de 2017
Texto
Áureo
1 Coríntios 11.26
“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e
beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha”.
Verdade
Aplicada
A Ceia do Senhor é uma ordenança de Cristo , um
memorial de Sua morte redentora e um alerta de Seu retorno
Objetivos
da Lição
Explicar o significado da Ceia,
sua origem e seu propósito;
Apresentar a Ceia como uma
celebração de unidade e comunhão com o Senhor;
Mostrar os aspectos
importantes da Ceia e revelar seu caráter profético.
Glossário
Emblema: Insígnia; símbolo;
sinal:
Parâmetro: Aquilo que serve de
base ou norma para que se proceda à avaliação de qualidade ou quantidade;
medida, padrão;
Sancionada: Aprovada, confirmada ou
ratificada.
Leituras
complementares
Segunda Êx 12.26-27
Terça Mt 26.20-30
Quarta Jo 6.51-57
Quinta At 2.46-47
Sexta Rm 5.8
Sábado 1Co 15.57
Textos de
Referência.
1Coríntios 11.23-26
23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos
ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
24 E,
tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é
partido por vós; fazei isto em memória de mim.
25
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este
cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que
beberdes, em memória de mim.
26
Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice,
anunciais a morte do Senhor, até que venha.
Hinos
sugeridos.
39, 291, 301
Motivo de
Oração
Interceda por unidade entre os diferentes tipos
de irmãos que representam o corpo de Cristo.
Esboço da
Lição
Introdução
1. A Ceia do Senhor e seu
significado.
2. A importância do
discernimento.
3. Lições da Ceia do Senhor.
Conclusão
Introdução
Batismo e Ceia são ordenanças de Jesus. O
batismo em águas aponta para nossa união com o Senhor em Sua morte,
sepultamento e ressurreição; e a Ceia, para a continuidade de nossa comunhão
com o Senhor pela Nova Aliança.
1. A Ceia
do Senhor e seu significado.
Um pouco antes de ser traído, Jesus se reuniu
com Seus discípulos para uma refeição comemorativa que marcaria para sempre a
humanidade. Essa refeição deveria ser comemorada pelas futuras gerações, para
demonstrar o profundo significado do que Ele fez por todos nós. A Ceia é um
memorial de Sua morte; é a proclamação da Sua obra redentora e um alerta quanto
ao Seu retorno (1Co 11.24-26).
1.1. O
contexto da instituição da Ceia.
A Ceia do Senhor é a segunda ordenança que
Jesus deixou para a Igreja (o batismo em águas foi a primeira). Foi instituída
pelo Senhor “na noite em que foi traído” (1Co 11.23), quando da celebração da
última Páscoa com Seus discípulos (Lc 22.15). A Páscoa era uma das três grandes
festas dos judeus, sendo as outras: Pentecostes e Tabernáculos. A Pascoa
apontava para três fatos importantes na história de Israel: o fim da escravidão
vivida no Egito; o início de uma nova vida; e o começo da caminhada rumo a
Terra Prometida (Êx 12.1, 14, 27). A Páscoa judaica era tipo da perfeita obra
da redenção consumada por Jesus Cristo: através do Seu sacrifício, Ele nos
liberta da escravidão do pecado, nos proporciona um (novo nascimento) e nos
garante, no futuro, estarmos “para sempre com o Senhor”.
Para os judeus, o aspecto escatológico
da festa da Páscoa, de acordo comum a regra da exegese das Escrituras do
judaísmo, é demonstrado em um provérbio antigo: “Nesta noite foram redimidos e
serão redimidos” (sobre o texto de Êxodo 12.42). Ou seja, o Messias vem na
noite da Páscoa. A Ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1Co
10.14-22). Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de
fraternidade entre os irmãos (1Co 11.17-20). Cada cristão era obrigado a
examinar-se para ter certeza de que estava participando da Ceia de um modo
digno (1Co 11.27-29).
1.2. A
primeira celebração da Ceia do Senhor.
Diferentemente do batismo em águas que Jesus
ordenou, porém não batizou (Jo 3.22; 4.1-2), o próprio Jesus instituiu e
celebrou a primeira Ceia do Senhor (Mt 26.26-28; 1Co 11.23-25). Assim, a Igreja
recebeu o mandamento para celebrar a Ceia do Senhor, não na Páscoa, pois Cristo
é a nossa Páscoa. Na Páscoa, os judeus lembravam da libertação do cativeiro
egípcio, porém, na Ceia do Senhor, os discípulos de Jesus, seguindo Suas
instruções, o fazem “em memória” dEle (Lc 22.19; 1Co 11.24-25). “Porque Cristo,
nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7b). Ele é o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
O termo usado por Jesus como
“memória” é a palavra grega “anamnesis”, que significa transportar uma ação que
estava enterrada no passado de tal modo que sua potência não sejam perdidas,
mas trazidas para o presente. Após a celebração, cantaram um hino
(provavelmente do Salmo 115 ao 118, que eram cantados ao término da refeição da
Páscoa) e saíram. Seriam os últimos passos em direção à cruz. O Cordeiro seria
crucificado. A Ceia do Senhor está para a Igreja, como a Páscoa estava para
Israel.
1.3. Os
elementos da Ceia do Senhor.
Os elementos da Ceia do Senhor são o pão e o
vinho, que simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Jesus Cristo. O
Senhor Jesus já havia dito que Ele é “o pão da vida” (Jo 6.35), que desceu do
céu (Jo 6.33). Desceu, encarnou e foi crucificado, como oferta “feita uma vez”
(Hb 10.10). O suco de uva simboliza o sangue de Jesus derramado no Calvário
para nos redimir de nossos pecados (Mt 26.29; Lc 22.20). Assim, a participação
na Ceia do Senhor é um testemunho de participação da Nova Aliança de Deus com o
Seu povo (Hb 9.15).
Em 1 Coríntios 10.16, o apóstolo
Paulo utiliza a expressão “comunhão do sangue de Cristo...Comunhão do corpo de
Cristo”, indicando, assim, que a participação na ceia do Senhor nos lembra a
importância de perseverarmos na comunhão com Ele pela fé e que podemos ser
participantes da Sua natureza. Bem como a impossibilidade de se manter comunhão
com Cristo e com os demônios. A Ceia do Senhor ensina sobre a exclusividade da
comunhão com Jesus Cristo. Somos dEle. Pertencemos a Ele. Somos membros do
Corpo dEle.
2. A
importância do discernimento.
O apóstolo Paulo exorta a Igreja em Corinto
sobre o perigo de não discernir, quando da participação na Ceia do Senhor (1Co
11.29). O termo “discernindo”, neste versículo, tem os significados de
“distinguir”, “discernir com clareza”, “notar detalhadamente”. É preciso
atenção por parte dos que participam da Ceia do Senhor, pois não devemos
considera-la como qualquer outra refeição.
2.1. Pão
e vinho: diferentes interpretações.
Considerando o exposto no tópico anterior, é
preciso participar da Ceia do Senhor com solenidade e redobrada reverência,
prévio auto exame (1 Co 11.28), pois é possível a pessoa se tornar culpada (1Co
11.27). Após a oração, os elementos estão consagrados, não são mais coisas
comuns, mas com a finalidade única de serem emblemas do corpo e do sangue de
Cristo (1Co 11.29).
Não cremos que o pão e o vinho tenham
as suas substâncias mudadas e que se transformem, após a oração, literalmente
no corpo e no sangue de Cristo. Esta interpretação se chama transubstanciação
termo adotado pelo Catolicismo Romano em 1215 e reafirmado em ar55a no Concílio
de Trento. Outra interpretação humana é chamada de consubstanciação, seguida
por Lutero, que ensina a presença literal do corpo e do sangue de Cristo nos elementos
da Ceia. As Sagradas Escrituras afirmam que o sacrifício de Jesus Cristo foi
único, não se repete (Hb 9.28; 1º.12). Acreditar que é possível receber o próprio
Cristo ao ingerir elementos materiais (consubstanciação) é enfraquecer a
doutrina da fé.
2.2. “Examine-se
a si mesmo”.
O texto bíblico de 1 Coríntios 11.28 nos mostra
que se trata de uma ação antes de participar da Ceia do Senhor. No grego, o
verbo é “dokimazo”, com significado de “provar, testar, aprovar”. Não devemos
considerar a Ceia como uma coisa natural. Portanto, antes de comer o pão e
beber o cálice, é necessário um rigoroso autoexame. Trata-se de um procedimento
que deve ser constante na vida do discípulo do Senhor (2Co 13.5). Não devemos
confiar somente na nossa capacidade própria, mas realizar tal exame com o
auxílio do Espírito Santo e tendo a Palavra de Deus como nosso parâmetro.
Notar o que diz o texto:
“Examine-se...e assim coma...”, Indica, assim, que não é apenas examinar, mas
uma atitude pessoal visando participar. Ou seja, acertar o que precisa ser
acertado. Não devemos nos acomodar no erro. O versículo em estudo pressupõe
que, caso o indivíduo não se considere em condições de participar, esta
conclusão o conduzirá ao arrependimento e à correção de suas ações. Na igreja em
Corinto, os discípulos se reuniam não apenas para participar da Ceia do Senhor,
mas, também, faziam juntos a refeição (1Co 11.17-21). Era chamada de “festa do
amor” (2Pe 2.13; Jd 12). A conduta era tão reprovável em tais festas que o
apóstolo diz: “...quando vos ajuntais...não é para comer a Ceia do Senhor” (1Co
11.20).
2.3. Participação
na Ceia.
Encontramos na instrução do apóstolo Paulo
várias expressões que têm causado dúvidas em muitos: indignamente, condenação,
fracos, doentes, dormem, julgados, repreendidos. É interessante que estes
termos tenham sido usados quando se está instruindo acerca da Ceia do Senhor
(1Co 11.23-32). Precisamos refletir nos textos bíblicos sem desconsiderar o
contexto e outros textos das Escrituras que abordam o mesmo tema. Num primeiro
momento, sem considerar o contexto, alguém pode pensar: “Quem é digno de
chegar-se à mesa do Senhor?”. Não somos dignos ou merecedores das misericórdias
de Deus.
Notar que 1 Coríntios 11.27 está se
referindo a “comer ou beber indignamente”. Não a pessoa, mas a ação, ou seja,
“de maneira indigna”. E esta “maneira indigna”, o apóstolo trata no texto, pois
está escrevendo para a igreja de Corinto: embriagues, egoísmo, dissenções.
Trata-se de um alerta quanto à nossa conduta, para não esquecermos ou
desprezarmos a verdadeira união com Cristo e com o Seu Corpo, a Igreja (1Co
12.12, 25). Por isso, a necessidade de “Examine-se, pois, o homem a si mesmo”.
3. Lições
da Ceia do Senhor.
Refletindo nos termos registrados na Bíblia
referindo-se à Ceia do Senhor – “Ceia do Senhor” (1Co 11.20); “mesa do Senhor”
(1Co 10.21); “comunhão” (1Co 10.16); “partir o pão” (At 20.7) – e no que foi
exposto nos tópicos anteriores, destacaremos três lições para a nossa vida de
discípulos do Senhor.
3.1. A
comunhão.
Conforme o relato de Paulo 1 Coríntios 11,
aq1uele momento em que a igreja se reunia para realizar a “festa do amor” e
celebrar a Ceia do Senhor, infelizmente, no lugar de unidade, comunhão e
confraternização, só haviam contendas, disputas e espírito partidário. Estavam
unidos no mesmo lugar, porém não estavam unidos no mesmo espírito. É preciso
lembrar que a Ceia do Senhor é um instrumento de unificação para a Igreja (1Co
10.16-17).
A comunhão com o Senhor implica na
comunhão com os irmãos (1Jo 1.7). O relacionamento do discípulo do Senhor é
caracterizado por dois aspectos: vertical (com Cristo, cabeça da Igreja) e
horizontal (com o Corpo de Cristo).. É oportunidade para manter a consciência
da unidade do Corpo de Cristo. As diferenças não afetam o fato de que há uma
unidade na diversidade (Sl 133; Ef 4.1-16).
3.2. A
nova Aliança.
“Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue”
(1Co 11.25). A expressão “Novo Testamento” que no grego significa “kainé
diatheké”, indica, também, “o melhor testamento”; “novo e melhor concerto”.
Refere-se à aliança de Deus com o Seu povo. Esta Nova Aliança foi sancionada
pelo sangue de Cristo, diferentemente da Aliança celebrada no Monte Sinai,
mediante o sacrifício de animais (Êx 24.3-12).
Esta Nova Aliança já havia sido
predita no Antigo Testamento (Jr 31.31-34). O sacrifício de Jesus foi aceito
perante a face de Deus. O sangue de Cristo é a nossa garantia de sermos aceitos
por Deus (Hb 9.12, 24, 28). “...ousadia para entrar no santuário, pelo sangue
de Jesus” (Hb 10.19). A participação na Ceia do Senhor é a oportunidade de
sermos gratos ao Senhor por tão grande privilégio de termos alcançados por este
chamado de Deus para a “Nova Aliança”, melhor e eterna pois possui, também, um
caráter escatológico (Hb 10.34-39).
3.3. Os
três tempos da Ceia do Senhor.
Assim como a salvação abrange três tempos, em
seus diversos aspectos, como, por exemplo, regeneração (passado), santificação
(presente) e glorificado (futuro), também encontramos três tempos na Ceia do
Senhor em 1 Coríntios 11.26: 1) Passado: “anunciais a morte do Senhor” – É
digno de nota que as duas ordenanças deixadas pelo Senhor enfatizam a Sua
morte: “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7); 2) Presente –
“todas as vezes que comerdes e beberdes” – Lembra continuidade na observância, perseverança
na comunhão e constante aviso sobre a Igreja cumprir sua missão em “anunciar a
morte do Senhor”; 3) Futuro: “até que venha” – É o aspecto futuro
(escatológico) da Ceia do Senhor. É a antecipação do banquete messiânico que
reunirá pessoas de todas as nações, tribos e línguas para participar das Bodas
do Cordeiro (Ap 19.7-9).
Jesus veio para tirar os pecados de
muitos e voltará para os que O esperam (Hb 9.28). A Ceia do Senhor manifesta a
dinâmica e a abrangência desta tão grande salvação em Cristo Jesus. A vida do
discípulo de Cristo não é estática, de um “só momento”. Não há menção quanto a
frequência da celebração da Ceia, mas deve ser observada até a volta de Cristo.
Conclusão.
Participemos da Ceia em obediência à ordenança
do Senhor, discernindo o ato, em comunhão vertical e horizontal, anunciando o
perfeito e único sacrifício de Jesus Cristo no Calvário, sendo gratos e
perseverando até que Ele venha e, assim também participaremos das Bodas do
Cordeiro.
Questionário.
1. Quais eram as três grandes festas dos judeus?
R: Páscoa, Pentecostes e
Tabernáculos (Êx 12).
2. Quem instituiu e celebrou a primeira Ceia do
Senhor?
R: O próprio Jesus (Mt 26.26-28).
3. Quais são os elementos da Ceia do Senhor?
R: O pão e o vinho (Lc 22.20).
4. O que o suco de uva simboliza?
R: O sangue de Jesus derramado no
Calvário para nos redimir de nossos pecados (Mt 26.29).
5. O que o texto bíblico de 1 Coríntios 11.28
nos mostra?
R: Que examinar-se a si mesmo se
trata de uma ação antes de participar da Ceia do Senhor (1Co 11.28).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado
da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos,
Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação
trimestral, ISSN 2448-184X.
Meu nome é adenilson sou menbro da Ass.de Madureira no municipio do Socorro-Se
ResponderExcluirA lição está ótima mas ficou uma lacuna em que alguns menbros divergem a respeito da ceia do Senhor, depois de orar pelo pão e pelo vinho a sobra tem que ser enterrada por agora esta sagrada e ninguem pode mas toca-la, sei que no ato da celebração sim o ceromial respeito ser memoralvel mas depois são alimentos peresivel como outro qualquer que pode ser dado a alguem que o queira consumir sem culpa nehuma estou certo?
Meu nome é adenilson sou menbro da Ass.de Madureira no municipio do Socorro-Se
ResponderExcluirA lição está ótima mas ficou uma lacuna em que alguns menbros divergem a respeito da ceia do Senhor, depois de orar pelo pão e pelo vinho a sobra tem que ser enterrada por agora esta sagrada e ninguem pode mas toca-la, sei que no ato da celebração sim o ceromial respeito ser memoralvel mas depois são alimentos peresivel como outro qualquer que pode ser dado a alguem que o queira consumir sem culpa nehuma estou certo?
Querido e estimado Irmão Adenilson, Graça e Paz seja contigo! Querido neste caso específico, já observei várias práticas e não questiono nenhuma delas, mas sugiro que seja consultado o seu Pastor para que Ele determine, seja descarte ou não, já que este assunto pode divergir diante de algumas congregações onde existem praticas que discordo, portanto o ideal é consultar o responsável pelo seu Campo ou Igreja. Saudações em Cristo Jesus.
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